UNIVERSIDADE FEDERAL D O RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA DA UFRN TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL D O RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA DA UFRN TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO RAISSA PINHEIRO DE PAIVA PACIENTES ANSIOSOS ESTÃO MAIS SUSCEPTÍVEIS A APRESENTAR DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR NATAL/RN 2018

RAISSA PINHEIRO DE PAIVA PACIENTES ANSIOSOS ESTÃO MAIS SUSCEPTÍVEIS A APRESENTAR DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial necessário para a obtenção do título de cirurgiã-dentista. Orientador: Prof. Dr. Gustavo Augusto Seabra Barbosa Natal/RN 2018

Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia Biblioteca Setorial de Odontologia Profº Alberto Moreira Campos Paiva, Raissa Pinheiro de. Pacientes ansiosos estão mais susceptíveis a apresentar disfunção temporomandibular / Raissa Pinheiro de Paiva. Natal, RN, 2018. 22 p. : il. Monografia (Graduação em Odontologia) Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Odontologia, Natal, 2018. Orientador: Prof. Dr. Gustavo Augusto Seabra Barbosa. 1. Síndrome da disfunção da articulação temporomandibular Monografia. 2. Ansiedade Monografia. 3. Articulação temporomandibular Monografia. I. Barbosa, Gustavo Augusto Seabra. II. Título. RN/UF/BSO Black D131

RAISSA PINHEIRO DE PAIVA PACIENTES ANSIOSOS ESTÃO MAIS SUSCEPTÍVEIS A APRESENTAR DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do título de Cirurgião-Dentista. Aprovado em: / / BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Gustavo Augusto Seabra Barbosa - Orientador Universidade Federal do Rio Grande do Norte Profa. Dra. Adriana da Fonte Porto Carreiro - Membro Interno Universidade Federal do Rio Grande do Norte Profa. Dra. Erika Oliveira de Almeida - Membro Interno Universidade Federal do Rio Grande do Norte

AGRADECIMENTOS O caminho percorrido até aqui não foi fácil, mas posso afirmar que não há nada mais prazeroso do que chegar neste momento tão esperado. Agradeço inicialmente a Deus, por ser o meu alicerce e protetor durante essa trajetória, por me fornecer a força necessária para acreditar que coisas extraordinárias acontecem quando mantemos a fé, por iluminar sempre o meu caminho, ser o meu guia, transformar o meu choro em riso, dor em força, fraqueza em fé e sonho em realidade. Quero agradecer aos meus pais, Cloves e Gizelda, por sempre estarem presentes, mesmo com a distância física que nos separa, por serem os responsáveis pela minha educação, pelo exemplo de seres humanos a ser seguido, e por fazerem o possível e até o impossível pela minha felicidade. Ao meu filho, Bernardo, que surgiu na minha vida juntamente com o início da graduação, surpreendendo ao me mostrar que mesmo quando não acreditava, pude ser capaz de, ao mesmo tempo, me dedicar aos estudos e me doar por inteira a todo esse amor, por ser o meu combustível diário, o meu maior impulso e estímulo para a superação dos obstáculos que possam surgir. Ao meu marido, Matheus, por todo incentivo, companheirismo e amor durante esses anos, pela dedicação, abdicações, e por sonhar os meus sonhos junto comigo, a minha gratidão. Às minhas irmãs, Camila e Luana, pela cumplicidade, por serem exemplo para mim desde a infância, e por me ajudarem no que for preciso. À minha avó, Raimunda, e tias, Margarida e Ana Lúcia, por me apoiarem e influenciarem desde sempre a buscar o melhor que eu poderia ser, tanto na vida pessoal, quanto acadêmica. À Laura Géssica, Camila Resende e Camila Cavalcanti, pela parceria e ajuda no desenvolvimento da pesquisa. Aos meus colegas de sala, o meu querido grupo, que sempre tornou as aulas e clínicas mais felizes e prazerosas. À minha dupla de graduação, Liliane, por todo companheirismo e auxílio durante esses anos, que se tornou mais do que uma dupla, uma grande amiga. E ao meu orientador, Gustavo Seabra, o qual tive o privilégio de conhecer desde o início da graduação, se tornando uma das minhas grandes inspirações e motivações na Odontologia, me mostrando o quanto podemos nos desenvolver quando nos dedicamos naquilo que buscamos. Quero agradecer por todas as oportunidades, orientação de clínica, iniciação científica, base de pesquisa, TCC, pela paciência e compreensão, e acompanhamento durante esses anos.

RESUMO Introdução: Fatores psicossociais, como a ansiedade e a depressão, têm sido descritos como contribuintes para o desenvolvimento das Disfunções Temporomandibulares (DTM). Objetivo: Avaliar a relação entre a DTM e a ansiedade, por meio de diferentes índices. Métodos: O estudo é um estudo casocontrole não emparelhado que consistiu na aplicação de diferentes índices para análise da ansiedade (Índice de Ansiedade Traço-Estado IDATE; a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão HADS; e o Inventário de ansiedade de Beck BAI) em 120 pacientes, 60 com DTM diagnosticados por meio do RDC/TMD (Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders), e 60 sem DTM. Os índices foram aplicados por dois examinadores previamente treinados. Os dados foram analisados através do teste Qui-quadrado e pela Razão de Chances. Resultados: Observou-se, maior percentual de participantes com DTM do gênero feminino (60%), enquanto do gênero masculino apenas 30% apresentaram a disfunção (p=0,002). Após avaliação dos questionários, foi verificado que a maioria dos indivíduos com níveis elevados de ansiedade apresentaram DTM, HADS 75% (p<0,001), IDATE-E 55,6% (p=0,035), IDATE-T 54,9% (p=0,011) e BAI 63,9% (p=0,002) em comparação aos indivíduos sem DTM. Conclusão: Os resultados mostram que pacientes com maiores níveis de ansiedade apresentam DTM. Esses aspectos também podem interferir na evolução do tratamento, necessitando de diferentes terapias com enfoque nos diversos fatores envolvidos na disfunção. Palavras-chave: Síndrome da disfunção da articulação temporomandibular. Ansiedade. Articulação temporomandibular.

ABSTRACT Introduction: Psychosocial factors, such as anxiety and depression, have been described as contributing to the development of Temporomandibular Dysfunction (TMD). Objective: To evaluate the relationship between TMD and anxiety, through different indexes. Methods: The study is a non-paired case-control study that consisted of the application of different indexdes for anxiety analysis (Trait-State Anxiety Index - IDATE, the Hospital Anxiety and Depression Scale - HADS and Beck's Anxiety Inventory - BAI) in 120 patients, 60 with TMD diagnosed by RDC / TMD (Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders), and 60 without TMD. The indexes were applied by two previously trained examiners. The data were analyzed using the Chi-square test and the Chances Ratio. Results: It was observed a higher percentage of participants with TMD of the female gender (60%), whereas in the male gender only 30% presented the dysfunction (p = 0.002). After assessing the questionnaires, it was verified that the majority of individuals with high anxiety levels had TMD, HADS 75% (p <0.001), IDATE-E 55.6% (p = 0.035), TST-T 54.9% ( p = 0.011) and BAI 63.9% (p = 0.002) compared to individuals without TMD. Conclusion: The results show that patients with higher levels of anxiety present TMD. These aspects may also interfere with the evolution of the treatment, necessitating different therapies focusing on the various factors involved in the dysfunction. Keywords: temporomandibular joint dysfunction syndrome. Anxiety. Ear-jaw articulation.

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 7 2 METODOLOGIA... 9 2.1 NATUREZA DO ESTUDO... 9 2.2 AMOSTRA... 9 2.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO... 9 2.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO... 9 2.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS... 10 2.6 DIAGNÓSTICO QUANTO AO TIPO DE DTM... 10 2.7 AVALIAÇÃO DA ANSIEDADE... 11 2.8 ANÁLISE DOS DADOS... 11 2.9 ASPECTOS ÉTICOS... 12 3 RESULTADOS... 13 3.1 ASSOCIAÇÃO ENTRE ANSIEDADE E DTM... 13 3.1.1 HADS e DTM... 13 3.1.2 IDATE e DTM... 14 3.1.3 BAI e DTM... 16 4 DISCUSSÃO... 18 5 CONCLUSÃO... 21 REFERÊNCIAS... 22

7 1 INTRODUÇÃO A disfunção temporomandibular (DTM) é um termo coletivo que inclui uma série de problemas clínicos envolvendo os músculos mastigatórios e/ou articulação temporomandibular (ATM), e é considerada a principal causa de dor não-oral na região orofacial. Alguns sintomas clínicos comuns da DTM incluem sons/ruídos, dor facial, dores de cabeça, limitado intervalo de movimento mandibular, mudança na oclusão, dificuldade mastigatória, dores de ouvido, zumbido, vertigens, e dor nas costas. (KURTOGLU et al., 2016). As disfunções temporomandibulares têm sido associadas a fatores físicos, psicológicos, sociais e ambientais. (ROCHA et al., 2017). O desequilíbrio dos músculos da mastigação pode ser acentuado com os fatores emocionais, levando o indivíduo a desenvolver hiperatividade muscular evidente durante sentimentos como o medo, raiva e indecisões. Dentre os fatores emocionais que podem influenciar no desenvolvimento da DTM, a ansiedade é um dos mais abordados pelos estudos, tanto pela relação com a disfunção, quanto por ser um problema em destaque no cotidiano em que a sociedade urbana está inserida. (MARCHIORI et al., 2007). A tensão emocional contínua pode, muitas vezes, ser expressa pelo indivíduo através de desconforto corporal, como tensão muscular e dor, e que essa tensão pode mostrar-se através de hábitos parafuncionais, apertamento dos dentes, etc. Portanto, distúrbios psicológicos podem levar a uma maior tensão corporal, relacionando-se de forma direta com a DTM e sua sintomatologia. (PENNA; GIL, 2006). Fatores psicológicos como estresse e ansiedade podem induzir hiperatividade e fadiga muscular com o aparecimento de espasmos musculares e, consequentemente, contratura, desarmonia oclusal, perturbações internas, artrite degenerativa e alterar o esquema oclusal do ciclo mastigatório. Ainda, a presença de DTM pode reduzir a qualidade do sono, e a qualidade de vida (OLIVEIRA et al., 2015). Influenciando em diversos aspectos da vida do indivíduo que a possui, trazendo vários acometimentos para a saúde geral do mesmo (FREITAS et al., 2015).

8 Diante da possível associação entre a DTM e as alterações psicológicas, e tendo em vista que a ansiedade é uma das condições mais frequentes dessas alterações, fica evidente a maior necessidade de estudos. Porém, muitos estudos que avaliam a associação entre DTM e a ansiedade, são realizados com estudantes (MARCHIORI et al., 2007; ROCHA et al., 2017) ou profissionais da área da saúde (OLIVEIRA et al., 2015), limitando os resultados quanto aos pacientes com DTM. Dessa forma, o objetivo foi verificar se há associação entre a DTM e a ansiedade, a razão de chance do indivíduo com diferentes níveis de ansiedade apresentar DTM, e se diferentes índices de avaliação de ansiedade apresentam os mesmos resultados quando aplicados em uma mesma população.

9 2 METODOLOGIA 2.1 NATUREZA DO ESTUDO O presente trabalho é um estudo caso-controle não emparelhado que consistiu na aplicação de questionários para avaliação de sinais de ansiedade em pacientes com e sem DTM. 2.2 AMOSTRA A amostra selecionada compreendeu 120 pacientes; 60 com DTM, registrados e diagnosticados no setor DTM e Dor Orofacial, e 60 casos de pacientes sem DTM, tratados no setor de Clínica integrada, ambos do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN. 2.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO DA AMOSTRA Foram incluídos na amostra, os pacientes do departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, diagnosticados com e sem a disfunção temporomandibular, por meio do RDC/TMD TMD (Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disroders), que aceitaram responder aos questionários de forma verdadeira e voluntária. 2.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO DA AMOSTRA Foram excluídos da amostra os pacientes com histórico de trauma na cabeça nos últimos 3 meses; que possuíam desordens intracranianas ou cefaleias; que estavam fazendo uso de medicação que pudesse interferir na qualidade do sono como relaxantes musculares, anticonvulsivantes, antidepressivos e ansiolíticos, como também medicação para tratamento da DTM ou dores musculares; pacientes que possuíssem outras causas de dor orofacial como cáries, doença periodontal, neuropatias e fibromialgia; e que não eram capazes de compreender os questionários por algum motivo (pacientes com transtorno mental, crianças, entre outros);

10 2.5 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS Os instrumentos de coleta de dados foram constituídos de 3 questionários sobre ansiedade (IDATE, HADS e BAI), e um critério de diagnóstico de pesquisa em DTM (Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disfunction - RDC/ TMD). Os índices foram aplicados por dois examinadores previamente treinados. Para a caracterização da amostra, foram solicitadas informações sobre: nome dos participantes, gênero (masculino ou feminino), estado civil (solteiro, casado, divorciado e viúvo), nível de escolaridade (sem escolaridade, fundamental, nível médio, superior e pós-graduação), e quanto a situação profissional (estudante, empregado, desempregado e do lar). 2.6 DIAGNÓSTICO QUANTO AO TIPO DE DTM No primeiro contato com o paciente, foi realizado um exame clínico completo, composto pelo exame físico e a anamnese detalhada do paciente; seguido pelo preenchimento do RDC/TMD, os pacientes foram diagnosticados, ou não, portadores da disfunção, tipo de disfunção e o grupo diagnóstico. O eixo I do instrumento, que foi utilizado, consistiu na avaliação física do paciente (exame clinico e questões subjetivas), resultando na seguinte classificação: Grupo I pacientes que possuíam DTM de origem muscular; o Grupo II possuíam DTM articular do tipo deslocamento de disco; e o Grupo III com diagnóstico positivo para DTM articular com outras condições da articulação temporomandibular (ATM), como artralgia, osteoartrite e osteoartrose. Ao final da avaliação esses grupos puderam ser generalizados para três grandes grupos: DTM Muscular, DTM Articular e DTM Muscular e Articular. 2.7 AVALIAÇÃO DA ANSIEDADE Três questionários foram utilizados para análise da ansiedade, a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS), o Inventário de Ansiedade Traço- Estado (IDATE) e o Inventário de Ansiedade de Beck (Beck Anxiety Inventory BAI).

11 O questionário HADS, validado em português por Botega et al. (1995), apresenta 14 questionamentos em relação a como o paciente vem se sentindo na última semana, dos quais 7 voltados para a avaliação da ansiedade (HADS-A) e 7 para a depressão (HADS-D). Cada um dos seus itens pode ser pontuado de 0 a 3, compondo pontuação máxima de 21 pontos para cada escala. O total de pontos indicará o grau de ansiedade e de depressão: normal (0 a 7), leve a severa (8 a 21). O IDATE, de Spielberger et al (1970), traduzido e validado por Biaggio e Natalício (1979), é formado por dois questionários autoaplicáveis: Ansiedade-estado IDATE-E (momentânea, depende de condições externas) e ansiedade-traço IDATE- T (Característica do indivíduo, dependente da personalidade), cada um com 20 itens com escala de 1 a 4 (absolutamente não até muitíssimo e quase nunca até quase sempre). O escore total, pela soma das respostas varia de 20 a 80 para cada escala. Para as perguntas de caráter positivo são invertidos os escores para soma e obtenção do grau de ansiedade. No IDATE-E as perguntas negativas são: 3, 4, 6, 7, 9, 12, 13, 14, 17, 18, e as demais positivas. Para o IDATE-T, as perguntas negativas são: 2-5, 8, 9, 11, 12, 14, 15, 17, 18, 20; e as demais positivas. Os resultados dos questionários foram categorizados em ansiedade leve (20-30), moderada a severa (31-80). O BAI também é uma escala de auto-relato. Traduzido e validado por Cunha (2001) que mede a intensidade dos sintomas de ansiedade. É composto por 21 itens, com resposta de 0 a 3 (absolutamente não até gravemente -Dificilmente pude suportar). Pela somatória de pontos os participantes são classificados em ansiedade mínima (0 a 7), ansiedade leve a severa (8 a 63). 2.8 ANÁLISE DOS DADOS Os dados quantitativos coletados foram organizados em um banco de dados e analisados através do programa SPSS, por meio do qual foi possível realizar a análise estatística. Foi realizada uma análise descritiva com valores absolutos, frequência e medidas de tendência central e variabilidade. Foi utilizado o teste estatístico Qui-Quadrado de Pearson e a razão de chances (Odds ratio-or) para verificar a associação entre níveis de ansiedade (IDATE T e E), com a variável presença ou ausência de DTM. O nível de significância adotado foi de 5%.

12 2.9 ASPECTOS ÉTICOS O projeto foi submetido à apreciação e aprovação do comitê de ética em pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP-UFRN), com o parecer de número 900.543. O pesquisador explicitou a cada um dos sujeitos da pesquisa os objetivos do trabalho, além de garantir o anonimato e sigilo profissional. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido com todas as informações referentes à pesquisa, de acordo com as diretrizes do Conselho Nacional de Saúde.

13 3 RESULTADOS A idade mínima dos participantes foi de 14 anos e máxima de 75, com média de idade de 33,29 (±DP=13,681), mediana de 28,5 e moda de 22 anos. Houve prevalência do sexo feminino (63,7%) sobre o masculino (33,3%), maior percentual de participantes com DTM (60,0%) entre as mulheres, e para os homens, apenas 30,0% apresentaram a disfunção (p=0,002). O sexo feminino apresentou 3,5 vezes mais chances de desenvolver DTM em relação ao masculino (Tabela 1). Tabela 1. Relação entre DTM e sexo. DTM Sem Com Total χ 2 pna OR (IC95%)na Sexo n % N % n % Masc. 28 70,0 12 30, 0 Fem. 32 40,0 48 60, 0 40 100,0 9,6 0,002 3,5(1.556-7.874) 80 100,0 - Total 60 50,0 60 50, 0 120 100,0 DTM: Disfunção temporomandibular, χ 2 :Qui quadrado, p: p-valor, OR: Odds Ratio, IC: Intervalo de Confiança, na=não ajustado; 3.1 ASSOCIAÇÃO ENTRE ANSIEDADE E DTM 3.1.1 HADS e DTM Observou-se que o nível de ansiedade segundo HADS (gráfico 1), foi maior entre os indivíduos com DTM (média=7,78 e ±DP=4,175), através do teste Quiquadrado, do que entre os sem disfunção (média=4,9 e ±DP=3,292), com significância estatística p<0,001 e IC 95%= -4,243- -1,523. Um maior percentual de participantes com DTM apresentou ansiedade de leve a severa (75,0%), e para ansiedade normal, 37,5% apresentaram a disfunção, p<0,001. A OR mostrou 5,0 vezes mais chances para os indivíduos com ansiedade de leve a severa apresentarem DTM em relação aos com ansiedade normal, independente de sexo e estado civil (Tabela 2).

14 Tabela 2. Relação entre DTM e nível de ansiedade segundo HADS DTM Sem Com Total χ 2 pna OR (IC95%)na HADS n % N % n % Ansiedad e normal Ansiedad e leve a severa 50 62,5 30 37,5 80 100,0 15,0 <0,001 5,0 (2,144-11,661) 10 25,0 30 75,0 40 100,0 Total 60 50,0 60 50,0 120 100,0 DTM: Disfunção temporomandibular, χ 2 : Qui quadrado, p: p-valor, OR: Odds Ratio, IC: Intervalo de Confiança, na=não ajustado. Gráfico 1. Nível de ansiedade segundo HADS e diagnóstico de DTM. 3.1.2 IDATE e DTM Observou-se pelo IDATE-E, que a maioria dos indivíduos com DTM apresentou ansiedade de moderada a severa (55,6%), e para ansiedade leve foi 33,3% (p=0,035). A OR mostrou 2,5 vezes mais chances para os indivíduos com ansiedade de moderada a severa apresentarem DTM em relação aos com ansiedade leve (Tabela 3). O gráfico 2 mostra o nível de ansiedade segundo IDATE- E e diagnóstico de DTM, com maior nível de ansiedade estado entre os indivíduos com DTM, através do teste t, média de 42,44 (±DP=9,703), e média de 35,72 para os sem a disfunção (±DP=9.173), com significância estatística p=<0,001 e IC 95%= - 10,114- -3,286.

15 Tabela 3. Relação entre DTM e Nível de ansiedade segundo IDATE-estado. DTM Sem Com Total χ 2 pna OR(IC95%)na IDATE-E n % N % N % Ansiedade E leve Ansiedade E moderada a severa 20 66,7 10 33, 3 40 44,4 50 55, 6 Total 60 50,0 60 50, 0 30 100, 0 90 100, 0 120 100, 0 4,444 0,035 2,5 (1,052-5,94) DTM: Disfunção temporomandibular, χ 2 : Qui quadrado, p: p-valor, OR: Odds Ratio, IC: Intervalo de Confiança, na=não ajustado. Gráfico 2. Nível de ansiedade segundo IDATE-E e diagnóstico de DTM. O IDATE-T também resultou em maior nível de ansiedade entre os indivíduos com DTM (média=45,17 e ±DP=9,666), através do teste t, do que entre os sem disfunção (média=37,25 e ±DP=9,714), com p<0,001 e IC 95%= -11,420 - -4,413. Na tabela 4, observa-se que indivíduos com ansiedade traço de moderada a severa apresentaram maior percentual de DTM (54,9%), enquanto os com ansiedade leve, apena 22,2% (p=0,011). O risco estimado pela OR foi de 4,2 vezes mais chances de indivíduos com ansiedade traço de moderada a severa apresentarem DTM em relação aos com ansiedade leve. Pode-se observar no gráfico 3 que o IDATE-T também resultou em maior nível de ansiedade entre os indivíduos com DTM

16 (média=45,17 e ±DP=9,666), através do teste t, do que entre os sem disfunção (média=37,25 e ±DP=9,714), com p<0,001 e IC 95%= -11,420 - -4,413. Tabela 4. Relação entre DTM e nível de ansiedade segundo IDATE-traço. DTM Sem Com Total χ 2 Pna OR (IC95%)na IDATE-T n % n % n % Ansiedade T leve Ansiedade T moderada a severa 14 77,8 4 22, 2 46 45,1 56 54, 9 Total 60 50,0 60 50, 0 18 100,0 6,53 6 102 100,0 120 100,0 0,011 4,2 (1,312-13,834) DTM: Disfunção temporomandibular, χ 2 : Qui quadrado, p: p-valor, OR: Odds Ratio, IC: Intervalo de Confiança, na=não ajustado. Gráfico 3. Nível de ansiedade segundo IDATE-T e diagnóstico de DTM. 3.1.3 BAI e DTM A maioria dos indivíduos com ansiedade leve à severa, apresentaram DTM (63,9%), e entre os com ansiedade mínima, 35,6% apresentaram a disfunção, p=0,002. O risco estimado para o BAI pelo OR foi de 3,2 vezes mais chances de indivíduos com ansiedade de leve a severa apresentarem DTM em relação aos com

17 ansiedade mínima (Tabela 5). O gráfico 4 mostra o nível de ansiedade segundo BAI e diagnóstico de DTM, com maior nível de ansiedade entre indivíduos com DTM (média=13,38 e ±DP=10,192), através do teste t, do que entre os sem disfunção (média=6,48 e ±DP=6,4), com p<0,001 e IC 95%= -9,977 - -3,823. Tabela 5. Relação entre DTM e nível de ansiedade segundo BAI. DTM Sem Com Total χ 2 pna OR (IC95%)na BAI n % n % n % Ansiedad e mínima 38 64,4 21 35,6 59 100,0 9,636 0,002 3,2 (1,521-6,767) Ansiedad e leve a severa 22 36,1 39 63,9 61 100,0 Total 60 50,0 60 50,0 120 100,0 DTM: Disfunção temporomandibular, χ 2 : Qui quadrado, p: p-valor, OR: Odds Ratio, IC: Intervalo de Confiança, na=não ajustado. Gráfico 4. Nível de ansiedade segundo BAI e diagnóstico de DTM

18 4 DISCUSSÃO Sabe-se que a DTM acomete principalmente indivíduos do sexo feminino, e tem influência na qualidade de vida dos indivíduos, tendo a dor como um dos principais fatores de relevância para essa alteração qualitativa (FREITAS et al., 2015). A ansiedade é um dos transtornos mais prevalentes nos distúrbios psicológicos, as pessoas ansiosas possuem cuidados elevados, se apresentando com maior frequência aos clínicos gerais do que até mesmo aos profissionais psiquiátricos, colocando grande pressão sobre a sua própria saúde (LÉPINE, 2002). O presente estudo buscou avaliar a relação da ansiedade com a disfunção temporomandibular, e a predisposição de pacientes ansiosos a apresentarem DTM, e constatou que fatores psicossociais, como a ansiedade, estavam associados à presença de DTM, aumentando a razão de chances ao desenvolvimento da DTM. Os achados do presente estudo em relação ao gênero diferem com o estudo de Pompeu et al. (2001), que mostrou não haver significância estatística entre essas variáveis. Entretanto, não foi o objetivo do estudo e o desenho metodológico não buscou avaliar esta relação entre DTM e gênero. A ansiedade é o transtorno psicológico mais prevalente, porém, menos de 30% dos pacientes acometidos procuram tratamento (LÉPINE, 2002). Segundo Batista e Oliveira (2005) é um sentimento relacionado a uma associação de perigo, com manifestações fisiológicas (agitação, hiperatividade e movimentos precipitados) e cognitivos (atenção, vigilância redobrada a possíveis desgraças) que variam de níveis discretos até superelevados, passageiros ou estáveis, normal ou patológica. Entre as variáveis que medem a ansiedade o HADS mostrou maior força de associação com a DTM, OR de 5,0 vezes mais chances para indivíduos com ansiedade de leve a severa apresentarem DTM em relação à ansiedade normal. RUGH e DAHLSTROM (2000) expuseram afirmações concordantes com este resultado, explicando que fatores emocionais, como a ansiedade, influencia nas DTMs, tanto na percepção de dor pelo paciente ou sua vontade de tolerar a dor, como em relação ao sucesso do tratamento realizado. KINO et al. (2005) também avaliaram aspectos emocionais de indivíduos com DTM utilizando o HADS (Hospital Anxiety and Depression Scale) e observaram que existe uma relação entre dor e ansiedade, pois em um grupo de pacientes com dor

19 foi observado maior número de pacientes ansiosos comparado a um grupo de pacientes sem dor. Utilizando o índice IDATE-estado também se observou uma associação significativa com a DTM em relação ao IDATE-traço, OR de 2,5 (p=0,035) e 4,2 (p=0,011) mais chances para indivíduos com ansiedade de moderada a severa apresentarem DTM em comparação com ansiedade leve, respectivamente. A pouca associação da ansiedade estado e DTM pode ser justificada pelo fato de ela estar relacionada com o estado emocional temporário que pode variar em intensidade ao longo do tempo, dependendo de estímulos externos, assim o indivíduo pode apresentar-se com uma ansiedade estado menor devido a uma perspectiva de melhorar seu problema no início do atendimento. E a ansiedade traço, como é relacionada às características da personalidade do indivíduo, pode não sofrer essa influência. O nível de ansiedade apresentado pelo índice BAI também apresentou associação com a DTM. Porém com menor força em comparação com HADS e IDATE-traço. O risco estimado para o BAI foi de 3,2 vezes mais chances de indivíduos com ansiedade de leve a severa apresentarem DTM em relação aos com ansiedade mínima. Corroborando os resultados aqui encontrados, Serralta, Martins e Chaves (2003) encontraram correlações significativas entre a maioria dos sintomas de DTM e queixas psicológicas de ansiedade, depressão e estresse. Essa concordância com os resultados observados de outros autores pode mostrar que de fato os pacientes com DTM, realmente apresentam limitações em suas atividades diárias, contribuindo assim para a interferência em vários aspectos da vida do paciente. Observa-se a importância da avaliação da ansiedade na DTM. O diagnóstico e tratamento da disfunção deve ser multiprofissional, para que todos os fatores associados ao problema recebam a atenção necessária. Entretanto, a inserção de questionários que avaliam ansiedade e outros fatores psicológicos na consulta inicial a esses pacientes, serviria como orientação para o cirurgião-dentista na identificação preliminar de possíveis alterações psicológicas, necessidade de avaliação e tratamento por outros profissionais da área. Dentro das limitações do estudo, pode-se citar a amostra observada, que por ser composta por pacientes que estão sob tratamento odontológico, não apresenta validade externa, não devendo, então, ser interpretado à população de um modo

20 geral. No entanto, a utilização da amostra de pacientes tanto com, como sem DTM, fortalece a validade do estudo. Outra limitação se refere ao fato de não haver a distinção na cronologia entre o aparecimento do problema e a exposição a um determinado fator, consequentemente, não podendo se afirmar se o alto nível de ansiedade levou ao aparecimento da DTM, ou se a DTM ocasionou o alto nível de ansiedade. Novos estudos com desenhos metodológicos distintos devem ser realizados para a avaliação de causa-efeito.

21 5 CONCLUSÃO Pode-se concluir que pacientes mais ansiosos estão mais susceptíveis a apresentarem a DTM. Como visto, este maior nível de ansiedade pode aumentar a chance de o indivíduo apresentar a DTM. Tais aspectos podem interferir na evolução do tratamento, necessitando de terapias com enfoque nos diversos fatores envolvidos na disfunção e não somente os aspectos físicos.

22 REFERÊNCIAS BATISTA, M. A.; OLIVEIRA, S. M. S. S. Sintomas de ansiedade mais comuns em adolescentes. Psic: Revista da Vetor Editora, v. 6, n. 2, p. 1676-7314, 2005. FREITAS, M. T. M. F. et al. Avaliação da qualidade de vida e da dor em indivíduos com disfunção temporomandibular. Revista Pesquisa em Fisioterapia, v. 5, n. 3, p. 210-217, 2015. KINO, K. et al. The comparison between pains, difficulties in function, and associating factors of patients in subtypes of temporomandibular disorders. Journal of Oral Rehabilitation, v. 32, n. 5, p. 315-325, 2005. KURTOGLU, C. et al. Temporomandibular disorders in atients with rheumatoid arthritis: a clinical study. Nigerian Journal of Clinical Practice. v. 19, n. 6, p. 715-720, 2016. LÉPINE, J. P. The epidemiology of anxiety disorders: prevalence and societal costs. The Journal of Clinical Psychiatry, v. 63, n. 14, p. 4-8, 2002. MARCHIORI, A. V. et al. Prevalência de sinais e sintomas da DTM e ansiedade: estudantes brasileiros do ensino fundamental. Pesquisa Brasileira de Odontopedria e Clinica Integrada, v. 7, n. 1, p. 37-42, 2007. OLIVEIRA, L. K. et al. Temporomandibular disorder and anxiety, quality of sleep, and quality of life in nursing professionals. Brazilian Oral Research, v. 29, n. 1, p. 1-7, 2015. PENNA P. P.; GIL, C. Estudo de un dos aspectos psicossomáticos relacionados com as desordens craniomandibulares. RPG: Revista da Pós Graduação, v. 13, n. 2, p. 181-185, 2006. POMPEU, J. G. F. et al. Disfunção craniomandibular: análises de parâmetros para sua identificação. Jornal Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial, v. 1, n. 1, p. 45-48, 2001. ROCHA, C. O. M. et al. Psychosocial aspects and temporomandibular disorders in dental students. Quintessence International, v. 48, n. 3, p. 241-249, 2017. RUGH, J. D.; DAHLSTRÖM, L. Mecanismos psicológicos e comportamentais. In: ZARB, G. A. et al. Disfunções da articulação têmporomandibular e dos músculos da mastigação. São Paulo: Editora Santos, 2000. p. 208-218. SERRALTA, F. B.; MARTINS, E. A.; CHAVES, K. B. DTM e problemas psicológicos em estudantes de odontologia. Jornal Multidisciplinar da Dor Craniofacial, v. 3, n. 12, p. 312-315, 2003.