PRÁTICAS INCLUSIVAS: NA BUSCA DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL COM ALUNOS DA APAE NO MUNICÍPIO DE AREIA PB Germana Luziana Cardoso do Nascimento; Universidade Federal da Paraíba (UFPB); Germanaluziana@gmail.com Bruno Ferreira da Silva; Universidade Federal da Paraíba (UFPB); Brunoufpb10.1@gmail.com Lidiane Alves Soares; Universidade Federal da Paraíba (UFPB); lidiane_alves16@hotmail.com INTRODUÇÃO A alimentação saudável é aquela que atende todas as exigências do corpo, ou seja, não está abaixo nem acima das necessidades do nosso organismo. Além de ser a fonte de nutrientes, a alimentação envolve diferentes aspectos, como valores culturais, sociais, afetivos e sensoriais. Na maioria das vezes as crianças não são ensinadas a comer frutas, verduras e legumes desde cedo, uma vez que esses alimentos são importantes fontes de vitaminas, cálcio, ferro e fibras. De acordo com Pelicioni (2005), o espaço educacional é um local no qual o ser humano desenvolve importantes valores. E um destes valores é o despertar do gosto por frutas e verduras logo nas primeiras fases da vida de um indivíduo. Segundo o Ministério da Saúde quase metade da população brasileira está acima do peso, 42,7% da população, no ano de 2006 e em 2011, esse número passou para 48,5%. Com o advento da Educação Inclusiva, muitas pesquisas nessa área, têm sido elaboradas no sentido da busca por técnicas de ensino-aprendizado que viabilizem um melhor desenvolvimento da capacidade intelectual dos alunos com alguma necessidade educativa especial (SANTOS, 2009). A inclusão escolar está alicerçada no princípio que todas as pessoas têm as mesmas oportunidades dentro da sociedade. Mas, o paradigma da exclusão social ainda está presente em nossa
sociedade. E podemos encontrar os grupos dos excluídos socialmente - os que não possuem condições financeiras dentro dos padrões impostos pela sociedade; além dos idosos; os negros e os portadores de deficiências físicas, como cadeirantes, deficientes visuais, auditivos e mentais. Existem as leis específicas para cada área, como a das cotas de vagas nas universidades, em relação aos negros, e as que tratam da inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Especificamente sobre a área da educação, podemos afirma que a APAE (Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais) vem fazendo ao longo de sua história um trabalho de atendimento às pessoas com necessidades especiais, muito impar. E no campo da saúde desses seus estudantes, a APAE também tem contribuído na formação e orientação familiar e para eles. Utilizando-se dos fundamentos que alicerçam o campo da alimentação saudável e tendo a necessidade da sensibilizar os alunos, em relação aos cuidados com a mesma, o presente trabalho teve por objetivo auxiliar os alunos da APAE, do município de Areia, a desenvolverem a sensibilidade ao cuidado com o sua alimentação; buscando sempre aprimorar e aperfeiçoar os métodos de aprendizagem, levando em consideração suas limitações e dificuldades, sendo assim utilizados métodos simples e práticos para que os mesmos pudessem diferenciar legumes de frutas e assim poder identificar o que é uma alimentação saudável. METODOLOGIA O projeto foi desenvolvido pelos alunos e alunas do Estágio Supervisionado II, do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, da Universidade Federal da Paraíba, e supervisionado pela professora doutora Ana Cristina S. Daxenberger. O projeto foi aplicado durante cinco dias, aos alunos da APAE, localizada no município de Areia, estado da Paraíba. No primeiro dia, realizou-se uma introdução sobre o conceito de frutas e verduras, na qual se utilizou cartazes com imagens de vegetais e frutas, e algumas frutas para que os alunos pegassem e provasse o sabor. E para finalizar a atividade
deste dia, passou-se uma atividade de pintura com tinta guaxe, na qual os estudantes puderam se expressar sobre a temática estudada. No dia seguinte, mostramos algumas frutas que eles não tinham provado no dia anterior, realizamos uma dinâmica de vendar os olhos para que eles identificassem se era fruta ou não e falassem o nome dos vegetais que eles estavam comendo. Em seguida, entregamos aos alunos um jogo de memória, confeccionados pelos realizadores deste projeto; posteriormente contou-se uma estória e pediu-se para que os alunos desenhassem os personagens que compuseram a estória, e para finalizar a cada aluno manipulou massinha de modelar para que os mesmos montassem uma fruta, legume ou uma verdura. No terceiro dia, passamos o filme: Os vegetais. Este é filme infantil, divertido, educativo mostrando hábitos saudáveis, no qual os personagens são frutas e verduras, oferecemos pipoca de milho e suco de manga durante o filme e depois uma atividade sobre os personagens do filme. No quarto dia, realizamos a montagem de um quebra cabeça para cada aluno com imagens de frutas e verduras e em seguida a colagem em folha de sulfite para não desmanchar a atividade realizada. No último dia, foi entregue máscaras para que eles pintassem e em seguida todos foram para o lado externo da APAE para realizar o plantio de mudas de hortaliças, onde eles colocaram a terra em potinhos, as sementes, regaram e levaram para casa para observar o crescimento. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com as observações e descrições das aulas ministradas pode-se ver um avanço por parte dos alunos, antes não sabiam diferenciar uma fruta de uma verdura. Devido o bom entrosamento dos integrantes do projeto com os alunos da APAE, foi criado um diálogo enriquecedor para os alunos. E nota-se que mesmos os alunos apresentam diferentes tipos de deficiência, surpreendendo com a capacidade de aprender e realizar as atividades propostas em sala de aula, mostrando ótimo
desempenho em todas as atividades propostas, como: pintura, jogo de memória, quebra-cabeça, percepção visual e gustativa, etc. Constatou-se que os alunos cuidaram das mudas, que foram plantadas em recipientes e levadas para suas casas, uma vez que ao perguntar se estavam regando e cuidando os mesmos responderam que sim. As atividades do projeto contribuíram para os alunos aprofundar seu conhecimento e não ficar só limitados aos seus responsáveis, uma vez que os adolescentes não terão sempre alguém presente para cuidar deles, e dizer o que é bom e saudável para sua saúde. Existe a necessidade de sensibilizar os alunos para que eles troquem os biscoitos e refrigerantes por diversas frutas, as quais são facilmente encontradas em no mercado da cidade, em uma grande variedade e com preços acessíveis a todos. CONCLUSÃO Diante do presente trabalho e das informações adquiridas, pode-se observar como futuros docentes a importância de se trabalhar o hábito da alimentação de forma dinâmica, prática e pedagógica, com os alunos da APAE, elogiável de se conhecer as necessidades de cada aluno, buscando assim vivenciar com eles os hábitos alimentares em nosso dia a dia e mostrando a diferença das frutas e verduras no contexto escolar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS CARVALHO, R.E. Removendo barreiras para a aprendizagem. Editora Mediação. Porto Alegre, 2000. SANTOS, C. R. dos; MANGA, V. P. B. B. Deficiência Visual e ensino de Biologia: Pressupostos Inclusivos. Disponível em: < http://www.facevv.edu.br/revista/03/artigo%20camila%20reis.pdf> Acesso em: 30 nov. 2013.
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/folder_10passos.pdf> Acesso em: 01 de Ag.2014. PELICIONI, M. C. F. Educação ambiental para uma escola saudável. In: PHILIPPI JR, A.;.(org). Educação ambiental e sustentabilidade. São Paulo: Manole, 2005. SALVI, Inez. A inclusão da pessoa com necessidades educativas especiais no contexto educacional. Disponível em: <http://www.icpg.com.br/artigos/rev01-02.pdf.> Acesso em: 30 nov. 2013. Disponivel em >: http://www.alimentacaosaudavel.org/alimentacao-saudavel- Crianca-01.html> Acessado em: 01 de agosto de 2014.