MICHEL OLIVEIRA GOUVEIA

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Transcrição:

MICHEL OLIVEIRA GOUVEIA www.michelgouveia.adv.br Michel Gouveia (não respondo no messenger) Prof. Michel Gouveia Professor Michel Gouveia / Previtube michelogouveia michel@michelgouveia.adv.br

É uma espécie de aposentadoria por tempo de contribuição diferenciada. Previsão constitucional, artigo 201, 1º da CF/88. Artigos 57 e 58 da Lei 8.213/91 Artigos 64 a 70 do Decreto 3.048/99 Artigos 246 a 299 da Instrução Normativa 77/2015 15 anos => nocividade máxima => mineração de subsolo (item 4.0.2) 20 anos => nocividade média => mineração subterrânea (item 4.0.1) 25 anos => nocividade mínima => área da saúde humana e animal (item 3.0.1)

PREVISÃO LEGAL O benefício de aposentadoria Especial vem regulado pela Constituição Federal, logo temos um benefício com garantia constitucional. Pois bem, na Constituição a previsão está no 1º do artigo 201. Na Lei 8.213/91, temos os artigos 57 e 58. No Decreto 3.048/99, nos artigos 64 a 70 (com as alterações pelo Decreto 8.123/13). IN 77/2015, entre os artigos: 246 e 299.

PREVISÃO LEGAL Art. 201 (CF): A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e filiação obrigatória, observados os critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termo da lei, a: 1º. É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar.

Vejam: o texto constitucional, remete os requisitos da concessão da aposentadoria especial para uma Lei Complementar. Não há lei complementar sobre aposentadoria especial no RGPS. Por sua, quem fez esse papel é a Lei 8.213/91, a qual nos artigos 57 e 58 prevêem a concessão deste benefício: Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. 3º A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo fixado.

4º O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício. Art. 58. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física considerados para fins de concessão da aposentadoria especial de que trata o artigo anterior será definida pelo Poder Executivo. 1º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho nos termos da legislação trabalhista. (NR 15) 4º A empresa deverá elaborar e manter atualizado PP (...)

Maria Helena Carreira Alvim Ribeiro, conceitua o benefício de aposentadoria especial como um benefício que visa garantir ao segurado do RGPS uma compensação pelo desgaste resultante do tempo de serviço prestado em condições prejudiciais à sua saúde ou integridade física. Este benefício teve origem no artigo 31 da Lei 3.807/60, que assim dispunha: Art. 31. A aposentadoria especial será concedida ao segurado que, contando no mínimo com 50 (anos) de idade 15 (quinze) anos de contribuições tenha trabalhado durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos pelo menos, conforme a atividade profissional, em serviços, que, para esse efeito forem considerados penosos, insalubres ou perigosos, por Decreto do Poder Executivo. Assim, desde 1960, o benefício de aposentadoria especial é previsto no ordenamento jurídico brasileiro.

PERICULOSIDADE Conceito: É o exercício de determinadas atividades, que de forma instantânea podem gerar graves prejuízos para os segurados (ex. art. 193 da CLT) Exemplos: - Produtos inflamáveis; - Explosivos - Eletricidade

INSALUBRIDADE Insalubridade em termos laborais significa "o ambiente de trabalho hostil à saúde, pela presença de agente agressivos ao organismo do trabalhador, acima dos limites de tolerância permitidos pelas normas técnicas. Insalubre = nocivo, prejudicial à saúde

PENOSIDADE É o desgaste físico ou mental da atividade exercida pelo trabalhador Exemplo: motorista de ônibus professor Cobrador de ônibus

Particularidades: A aposentadoria especial será concedida nas seguintes situações: Exposição aos agentes agressivos* prejudiciais à saúde ou integridade física, aos 15, 20 ou 25 anos. 15 anos => nocividade máxima. Ex. Mineiros de subsolo 20 anos => nocividade média. Ex. Minerador. 25 anos => nocividade mínima. Ex. Enfermeiros (aux. téc), entre outros. * Todos os outros agentes agressivos nos Decretos 53.831/64, 83.080/79, 2.172/97 e 3.048/99, fazem jus ao benefício de aposentadoria especial

Particularidades: A nocividade é apurada de duas formas: Nocividade quantitativa: esta relacionada pela ultrapassagem dos limites de tolerância, como exemplo 85db para jornada de 8h diárias, conforme anexo I da NR 15. Nocividade qualitativa: esta relacionada ao meio ambiente de trabalho, ou seja, é presumido que o local/ambiente é prejudicial a saúde ou a integridade física, como exemplo o anexo 13-A (BENZENO) da NR 15.

Pelo Decreto 3.048/99, a exposição aos agentes são conhecidos pelos como: 1º Químicos (código 1.0) 2º Físicos (código 2.0) 3º Biológicos (código 3.0) Associações de agentes (código 4.0) (soma de agentes)

O mais comum, que vemos no dia-a-dia é a exposição aos agentes físicos ou integridade física. Como exemplo, cito: a) Ruído (superior a 85* db) Vibrações (trabalho com martelete) Radiações ionizantes (fabricação e manipulação de produtos radioativos) Temperaturas anormais (exposição ao calor, superior aos limites de tolerância previstos na NR 15) Pressão atmosférica anormais (trabalho em tubulações) * A Lei 9.732/98 => manda observar a legislação trabalhista

Quando for tratar da aposentadoria especial, você tem por obrigação observar: a) Quadro anexo ao Decreto 53.831/64; (vigente até 05/03/97) b) Quadro anexo I do Decreto 83.080/79; (vigente até 05/03/97) c) Quadro anexo II do Decreto 83.080/79; (vigente até 05/03/97) d) Quadro anexo IV do Decreto 2.172/97; e) Quadro anexo IV do Decreto 3.048/99.

Os róis listados nos Decretos supracitados, são róis exemplificativo. Para o INSS, os róis são exaustivo e não exemplificativo. Adriane Bramante, ensina que: os agentes agressivos constantes nesses quadros possuem caráter exemplificativo, em razão da súmula 198 do extinto Tribunal Federal de Recursos. A súmula 198 do extinto TFR, dispõe que: atendidos os demais requisitos, é devida aposentadoria especial se a perícia judicial constata que a atividade exercida pelo segurado é perigosa, insalubre ou penosa, mesmo não inscrita em Regulamento. Por isso que os róis são exemplificativos, nesse sentido:

AGRAVO REGIMENTAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DESERVIÇO. EXPOSIÇÃO AO AGENTE ELETRICIDADE. ENQUADRAMENTO NO DECRETO Nº 2.172/1997. AUSÊNCIA. IRRELEVÂNCIA. ROL EXEMPLIFICATIVO. COMPROVAÇÃO. SÚMULA Nº 7/STJ. 1. Consoante os precedentes desta Corte, em que pese a presunção absoluta de especialidade para o agente nocivo eletricidade se encerrasse com a edição do Decreto nº 2.172/1997, estando devidamente demonstrado por outros meios probantes o exercício do labor em condições especiais, é possível reconhecer a especialidade,ainda que seja em período laborado após o advento do referido decreto, porquanto o rol de atividades consideradas prejudiciais à saúde é meramente exemplificativo. 2. Tendo a Corte de origem afirmado expressamente, que no desempenho de sua atividade, o autor estava submetido ao agente nocivo eletricidade, de modo habitual e permanente, verificar tal condição por este Superior Tribunal de Justiça importaria reexame de fatos e provas, o que é vedado em sede de recurso especial, nos termos do enunciado sumular nº 7/STJ. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ. AgRg no Resp. 1168544. Relator: Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Data de Julgamento: 12/06/2012, T5 - QUINTA TURMA)

Os Decretos 53.831/64 e 83.080/79, vigoraram de forma concomitante até a Edição do Decreto 2.172/97. O enquadramento por atividade profissional (anotação na CTPS) vai até 28/04/1995.* Isso em razão do Decreto 357/91 no art. 295 dispor que: para efeito de concessão das aposentadorias especiais serão considerados os Anexos I e II do Decreto 83.080/79 e o Anexo ao Decreto 53.831/64, até que seja promulgada lei que disporá sobre as atividades prejudiciais à saúde e a integridade física. A Lei que veio foi a 9.032/95, por essa razão o enquadramento por categoria profissional se dá até o advento desta Lei.

Apesar de o enquadramento por categoria profissional ter sido abolido pela Lei nº 9.032/95, ainda se admite o enquadramento da atividade de vigilante como especial no período compreendido entre 29/04/1995 (início da vigência da Lei nº 9.032/95) e 04/03/1997 (antes de entrar em vigor o Decreto nº 2.172/97), porque o Decreto nº 53.831/64 persistiu em vigor nesse período. 4. Uniformizado o entendimento de que a partir de 05/03/1997, quando iniciou a vigência do Decreto nº 2.172/97, não cabe reconhecimento de condição especial de trabalho por presunção de periculosidade decorrente de enquadramento na categoria profissional de vigilante. (PEDILEF 05007011020124058502. Juiz Federal Rogerio Moreira alves. DOU 28/10/2013)

RISCOS QUÍMICOS: Conceito: pode trazer o ocasionar danos à saúde ou à integridade física, em razão de sua concentração, manifestados por névoas, neblinas, poeiras, fumos, gazes, vapores de substâncias nocivas presentes no ambiente de trabalho, absorvidos pela via respiratória ou outras vias. Exemplos mais comuns: asbestos arsênio benzeno chumbo Cloro Hidrocarbonetos

RISCOS FÍSICOS: Conceito: pode trazer o ocasionar danos à saúde ou à integridade física, em razão de sua intensidade e exposição. Exemplos mais comuns: ruídos vibrações calor pressões anormais radiações ionizantes

RISCOS BIOLÓGICOS: Conceito: pode trazer o ocasionar danos à saúde ou à integridade física, em razão de sua natureza. Exemplos mais comuns: bactérias fungos parasitas vírus contato com pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas ou com manuseio de materiais contaminados;

NÃO DESCARACTERIZAM A ATIVIDADE ESPECIAL: Descansos e afastamentos, tais como: férias, licença médica e auxílio-doença acidentário, aposentadoria por invalidez acidentária e salário maternidade, desde que, à data do afastamento, o segurado estivesse exercendo atividade considerada especial. ( único do artigo 65 RPS);

COMPROVAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AOS AGENTES NOCIVOS A necessidade de laudo pericial surgiu com o advento da Lei 9.528/97, que, convalidando a MP 1.523/96, alterou o 1º do art. 58 da Lei 8.213/91. Posteriormente, foi editada a Lei 9732/98. A Lei 9732/98, manda observar as normas do Direito do Trabalho. Até este marco temporal, apenas para o agente ruído era exigido a apresentação do LTCAT Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho.

Enquadramento pelo risco físico: Tipos: Ruído => exposição a níveis de exposição normalizados (NEN) superiores a 85 db. Com relação ao agente agressivo ruído, assim ficará o enquadramento: Até 05/03/1997 níveis superiores a 80 db. De 06/03/1997 a 18/11/2003 níveis superiores a 90 db. De 19/11/2003 até hoje níveis superiores 85 db.

Enquadramento pelo risco físico: Tipos: Vibrações; Radiações Ionizantes; Temperaturas anormais; Pressão atmosférica anormal;

Enquadramento pelos riscos Químicos: São diversos, tipificados a partir do item 1.0.0 do anexo IV ao Decreto 3.048/99: Exemplos: Arsênio e seus compostos; Cádmio e seus compostos tóxicos; Benzeno e seus compostos tóxicos;

Enquadramento pelo risco Químicos: São diversos, tipificados a partir do item 1.0.0: Exemplos: Cloro; Hidrocarbonetos (óleo mineral) Carvão mineral e seus derivados Chumbo e seus compostos tóxicos.

Enquadramento pelo risco Químico: Particularidade no que tange ao Benzeno: Memorando Circular 08/DIRAT/INSS Orientamos aos peritos médicos que, na análise dos benefícios de Aposentadoria Especial oriundos da exposição ao agente químico Benzeno, seja adotado e critério qualitativo e que não sejam considerados na avaliação os equipamentos de proteção coletiva e/ou individual, uma vez que os mesmos não são suficiente para elidir a exposição a esse agente químico

Enquadramento pelo risco Químico: Particularidade no que tange ao Benzeno: Benzeno é um hidrocarboneto aromático líquido, altamente inflamável, incolor e tóxico, com um cheiro característico e com formulação química C6H6. É a base para a classe de hidrocarbonetos, sendo muito utilizado como solvente e matéria prima para produção de outros compostos orgânicos como fenol, anilina, trinitrotolueno, plásticos, gasolina, borracha sintética e tintas. (http://www.dicionarioinformal.com.br/benzeno/)

Enquadramento pelo risco Químico: Particularidade no que tange ao Benzeno: Com base nesse memorando, temos que o próprio INSS reconhece que o uso do EPI e/ou EPC não são eficazes para afastar ou elidir os agentes agressivos à saúde. Portando, tenha calma e muito cuidado ao examinar o PP do cliente, eis que havendo a informação de que este no exercício do labor estava exposto ao Benzeno, esse tempo é especial e não haverá discussão.

Enquadramento pelo risco Químicos: Particularidade no que tange ao Hidrocarboneto: Reconhecimento do tempo especial do mecânico: Atividade de mecânico passível de enquadramento como especial, considerando o contato, ainda que não permanente, com graxas, óleos e gasolina, pois o critério pautado para aferição da especialidade é qualitativo. (TRF4, APELREEX 5000882-85.2011.404.7001, Sexta Turma, Relator p/ Acórdão Ezio Teixeira, D.E. 05/07/2013)

Enquadramento pelo risco Biológico Terá direito ao benefício de aposentadoria especial ou a respectiva conversão deste tempo àqueles que exercerem atividades que coloquem em risco sua saúde ou integridade física. Exemplo de exposição: Fungos; Bactérias; Vírus; Parasitas. São os profissionais das áreas da saúde humana ou animal. O contato com pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas e com animais infectados em tratamento, preparo de soro, vacinas entre outros.

Enquadramento pelo risco Biológico Por esse enquadramento, temos os médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem; Temos também o atendente do pet shop. Deu banho no cachorro, vacina, está em contato com os animais, tem direito a contagem do tempo diferenciada; Não se pode esquecer dos dentistas (empregados ou não); Todos que se encontrarem nesta situação, tem direito a contagem do tempo de trabalho como especial.

Enquadramento pelo risco Biológico Decreto 3.048/99 ANEXO IV ITEM 3.0.0 BIOLÓGICOS Exposição aos agentes citados unicamente nas atividades relacionadas. ITEM 3.0.1 MICRO-ORGANISMO E PARASITAS INFECTO-CONTAGIOSOS VIVOS E SUAS TOXINAS Trabalhos em estabelecimentos de saúde em contato com pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas OU com manuseio de materiais contaminados. Trabalhos com animais infectados para tratamento ou para o preparo do soro, vacinas e outros produtos

Aux. de Enfermagem PREVIDENCIÁRIO - REVISÃO DE BENEFÍCIO - APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO - RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL PARA MAJORAÇÃO DA RMI - EXPOSIÇÃO A AGENTES BIOLÓGICOS - APELO E REMESSA OFICIAL IMPROVIDOS - SENTENÇA MANTIDA. 8. Não obstante tenha sido homologado em 16/10/91, o laudo técnico é suficiente para demonstrar a especialidade da atividade no período de 01/01/86 a 09/10/97, porque complementado não só por formulário emitido pela Prefeitura Municipal de Piracicaba, mas também pelos testemunhos colhidos nestes autos, no sentido de que a autora, no exercício de sua atividade como auxiliar de enfermagem, ficava exposta a doenças infecciosas. (TRF 3ª Região, OITAVA TURMA, AC 0006047-74.2000.4.03.6109, Rel. DESEMBARGADORA FEDERAL THEREZINHA CAZERTA, julgado em 10/02/2014, e-djf3 Judicial 1 DATA:22/05/2015)

DENTISTA Agentes nocivos: Biológicos (decorrentes do contato com a saliva dos pacientes) e Físicos (radiação ionizante). Enquadramento legal: Códigos 2.1.3 do Quadro Anexo do Decreto n. 53.831/64, 2.1.3 do Quadro II do Anexo do Decreto n. 72.771/73 e 2.1.3 do Anexo II do Decreto n. 83.080/79 - Dentista; Códigos 1.3.2 do Quadro Anexo do Decreto n. 53.831/64 (germes infecciosos ou parasitários humanos - animais), 1.3.4 do Anexo I do Decreto n. 83.080/79 (doentes ou materiais infecto-contagiantes), 3.0.1 do Anexo IV do Decreto n. 2.172/97 (microorganismos e parasitas infecciosos vivos e suas toxinas) e 3.0.1 do Anexo IV do Decreto n. 3.048/99 (microorganismos e parasitas infectocontagiosos vivos e suas toxinas); Códigos 1.1.4 do Quadro Anexo do Decreto n. 53.831/64 (radiação), 1.1.3 do Quadro I do Anexo do Decreto n. 72.771/73 (radiação ionizada), 1.1.3 do Anexo I do Decreto n. 83.080/79, 2.0.3 do Anexo IV do Decreto n. 2.172/97 e 2.0.3 do Anexo IV do Decreto n. 3.048/99 (radiações ionizantes).

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO.. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTES NOCIVOS BIOLÓGICOS E RADIAÇÃO IONIZANTE. CATEGORIA PROFISSIONAL. DENTISTA. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. CONVERSÃO DE TEMPO COMUM EM ESPECIAL. LEI N. 9.032/95. CUMPRIMENTO IMEDIATO DO ACÓRDÃO. 1... 2. Até 28-04-1995 é admissível o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujeição a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído e calor); a partir de 29-04-1995 não mais é possível o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovação da sujeição a agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05-03-1997 e, a partir de então, por meio de formulário embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica. 3. A exposição a radiação ionizante e à agentes nocivos biológicos (decorrentes do contato com pacientes) enseja o reconhecimento do tempo de serviço como especial. 4. A atividade de dentista exercida até 28-04- 1995 deve ser reconhecida como especial em decorrência do enquadramento por categoria profissional. 5. Os equipamentos de proteção individual não são suficientes, por si só, para descaracterizar a especialidade da atividade desempenhada pelo segurado, devendo cada caso ser apreciado em suas particularidades. 7. Implementados mais de 25 anos de tempo de atividade sob condições nocivas e cumprida a carência mínima, é devida a concessão do benefício de aposentadoria especial, a contar da data do requerimento administrativo, nos termos do 2º do art. 57 c/c art. 49, II, da Lei n. 8.213/91.. (TRF4, APELREEX 5000472-61.2010.404.7001, Sexta Turma, Relator p/ Acórdão Roger Raupp Rios, juntado aos autos em 27/03/2014)

Entendimento Administrativo (IN 77) Art. 264. O PPP constitui-se em um documento histórico laboral do trabalhador, segundo modelo instituído pelo INSS, conforme formulário do Anexo XV, que deve conter as seguintes informações básicas: I - Dados Administrativos da Empresa e do Trabalhador; II - Registros Ambientais; III - Resultados de Monitoração Biológica; e IV - Responsáveis pelas Informações. 1º O PPP deverá ser assinado pelo representante legal da empresa ou seu preposto, que assumirá a responsabilidade sobre a fidedignidade das informações prestadas quanto a: a) fiel transcrição dos registros administrativos; e b) veracidade das demonstrações ambientais e dos programas médicos de responsabilidade da empresa.

Entendimento Administrativo (IN 77) 4º O PPP dispensa a apresentação de laudo técnico ambiental para fins de comprovação de condição especial de trabalho, desde que demonstrado que seu preenchimento foi feito por Responsável Técnico habilitado, amparado em laudo técnico pericial. * A IN 77/2015, não traz a obrigação do PP acompanhar procuração e/ou declaração.

Entendimento Administrativo (IN 77) Atividades que são reconhecidas pelo INSS, sem a necessidade de sofrer para provar.

Entendimento Administrativo (IN 77) Art. 273. Deverão ser observados os seguintes critérios para o enquadramento do tempo de serviço como especial nas categorias profissionais ou nas atividades abaixo relacionadas: I - telefonista em qualquer tipo de estabelecimento: a) o tempo de atividade de telefonista poderá ser enquadrado como especial no código 2.4.5 do quadro anexo ao Decretos nº 53.831, de 25 de março de 1964, até 28 de abril de 1995;

Entendimento Administrativo (IN 77) II - guarda, vigia ou vigilante até 28 de abril de 1995: a) entende-se por guarda, vigia ou vigilante o empregado que tenha sido contratado para garantir a segurança patrimonial, com uso de arma de fogo, impedindo ou inibindo a ação criminosa em patrimônio das instituições financeiras e de outros estabelecimentos públicos ou privados, comerciais, industriais ou entidades sem fins lucrativos, bem como pessoa contratada por empresa especializada em prestação de serviços de segurança, vigilância e transporte de valores, para prestar serviço relativo atividade de segurança privada de pessoa e residências;

Outros Trabalhadores em ambiente hospitalar: TNU Súmula 82 O código 1.3.2 do quadro anexo ao Decreto n.º 53.831/64, além dos profissionais da área da saúde, contempla os trabalhadores que exercem atividades de serviços gerais em limpeza e higienização de ambientes hospitalares.

PERÍCIA TÉCNICA A perícia técnica também é um meio de prova do tempo especial. PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO RETIDO. PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA. ACOLHIDA. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. NÃO COMPROVAÇÃO DO FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO DO AUTOR. CERCEAMENTO DE DEFESA. OCORRÊNCIA. 1. A omissão pelo r. Juízo a quo na determinação da produção das provas necessárias ao julgamento do mérito resultou em cerceamento de defesa como alegado na apelação da autora. 2. Agravo retido provido. Sentença anulada, para determinar o retorno dos autos à Vara de origem a fim de que seja realizada prova técnica, proferindo-se, após a conclusão da prova, nova decisão, como se entender de direito. Prejudicada a análise do mérito da apelação da parte autora. (TRF 3ª Região, DÉCIMA TURMA, AC - APELAÇÃO CÍVEL - 2110655-0009687-03.2013.4.03.6183, Rel. DESEMBARGADORA FEDERAL LUCIA URSAIA, julgado em 07/02/2017, e-djf3 Judicial 1 DATA:15/02/2017 )

PPP O PPP deve ser confeccionado com base no laudo técnico de condições ambientais do trabalho, conhecido como LTCAT. Não existe PPP sem LTCAT. Art. 68 do Decreto 3.048/99: 3 o A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.

PPP O PPP está errado, o que fazer? Art. 68 do Decreto 3.048/99 10º. O trabalhador ou seu preposto terá acesso às informações prestadas pela empresa sobre o seu perfil profissiográfico, podendo inclusive solicitar a retificação de informações quando em desacordo com a realidade do ambiente de trabalho, conforme orientação estabelecida em ato do Ministro de Estado da Previdência Social.

Atividade de eletricista e o Judiciário: PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. ATIVIDADE SOB CONDIÇÕES ESPECIAIS. AGENTE FÍSICO ELETRICIDADE. POSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DE TEMPO ESPECIAL APÓS O DECRETO 2.172/97, DESDE QUE COMPROVADA A NOCIVIDADE POR MEIO DE LAUDO TÉCNICO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA RESP. 1.306.113/SC. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A Primeira Seção desta Corte, no julgamento do Recurso Especial Representativo da Controvérsia 1.306.113/SC, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 7.3.2013, firmou o entendimento de que é possível o reconhecimento de tempo especial do trabalho prestado com exposição ao agente físico eletricidade após o período de 5.3.1997, desde que o laudo técnico comprove a efetiva nocividade da atividade realizada de forma permanente. 2. In casu, o período de trabalho com o agente físico eletricidade foi reconhecido como especial pelo Tribunal de origem, ao fundamento de que o contexto fáticoprobatório dos autos comprovam a condição de nocividade da atividade laboral exercida pelo obreiro. 3. Agravo Regimental desprovido. (STJ - AgRg no REsp: 1307818 SE 2012/0020251-8, Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Data de Julgamento: 25/02/2014, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 10/03/2014)

Atividade de frentista é especial? De acordo com a portaria MTPS N.º 1109 de 21/09/2016, sim é especial, não, apenas, pela exposição ao risco explosão. O Ministro de Estado do Trabalho, no uso das atribuições que lhe conferem o inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal e os arts. 155 e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, Resolve: Art. 1º Aprovar o Anexo 2 - Exposição Ocupacional ao Benzeno em Postos Revendedores de Combustíveis - PRC, da Norma Regulamentadora nº 9, aprovada pela Portaria 3.214, de 8 de junho de 1978, com a redação constante no Anexo desta Portaria. 13.1 Os PRC devem manter sinalização, em local visível, na altura das bombas de abastecimento de combustíveis líquidos contendo benzeno, indicando os riscos dessa substância, nas dimensões de 20 x 14 cm com os dizeres: "A GASOLINA CONTÉM BENZENO, SUBSTÂNCIA CANCERÍGENA. RISCO À SAÚDE."

BENZENO AP. ESPECIAL Processo: 44232.089455/2014-11 Órgão Julgador: 04ª Junta de Recursos O fato é que, o formulário apresentado informa que o trabalhador estava exposto ao benzeno no período de 09/2005 a 17/05/2012. Nesse sentido, é certo que a exposição ao referido agente nocivo, por si só, já caracteriza especialidade da atividade, independentemente da quantidade que estava exposto. Já em relação ao último vínculo empregatício, de 30/11/2012 a 29/06/2013, o PPP apresentado não informou a intensidade do ruído a que o trabalhador estava exposto. Diante disso, não há motivos para enquadrar o respectivo período. Nessa esteira, extrai-se que o recorrente faz jus: a) ao reconhecimento das contribuições efetuadas na condição de contribuinte individual, ressalvando os períodos concomitantes; e b) a conversão dos períodos de 01/08/1987 a 04/04/1996 (acréscimo de 03anos, 05meses e 19 dias) e de 09/2005 a 17/05/2012 (acréscimo de 02anos, oito meses e 06 dias). CONCLUSÃO Diante do acima exposto, VOTO no sentido de, preliminarmente, CONHECER DO RECURSO, e, no mérito, DAR-LHE PROVIMENTO.

Atividade de Vigilante e o Judiciário: PREVIDENCIÁRIO.. TEMPO ESPECIAL COMPROVADO. VIGILANTE. ARMA DE FOGO. SÚMULA 7/STJ. 1. Não demonstrada a ofensa ao art. 1.022 do CPC/2015, na medida em que o Tribunal de origem dirimiu, fundamentadamente, as questões que lhe foram submetidas, apreciando integralmente a controvérsia posta nos autos, não se podendo confundir julgamento desfavorável ao interesse da parte com negativa ou ausência de prestação jurisdicional. 2. No presente caso, ao contrário do que alega o recorrente, o Tribunal a quo reconheceu a especialidade da atividade exercida pelo autor nos períodos de 29-04-1995 a 08-09-1999, 20-12- 1999 a 04-05-2000, 12-02-2001 a 06-09-2002, 17-02-2003 a 27-12-2010 e 28-12-2010 a 14-01- 2014, nos quais exerceu atividade profissional de vigilante, não pelo mero enquadramento na categoria profissional de vigia, mas devido à efetiva utilização de arma de fogo, de acordo com a prova produzida nos autos. 3. Assim, tendo a Corte de origem consignado a real periculosidade da atividade exercida no caso concreto, rever tal entendimento importaria em reexame de fatos e provas, o que é vedado em Recurso Especial, nos termos da Súmula 7 do STJ. 4. Recurso Especial não conhecido. (REsp 1670719/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/08/2017, DJe 12/09/2017)

Aposentadoria Especial e o Judiciário: Laudo Extemporâneo também não é óbice ao reconhecimento da atividade especial: Súmula 68 da TNU: O laudo pericial não contemporâneo ao período trabalhado é apto à comprovação da atividade especial do segurado.

Um tema de grande discussão é a concessão da Aposentadoria Especial para o segurado, contribuinte individual. Segundo a Carta Política, todos são iguais perante a Lei. Se todos são iguais, por quê que o Decreto excluiu essa benesse do segurado individual? Não existe motivo para isso e a TNU tratou de arrumar essa discriminação, editando a súmula 62. Súmula 62 da TNU O segurado contribuinte individual pode obter reconhecimento de atividade especial para fins previdenciários, desde que consiga comprovar exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade física.

Aposentadoria Especial para o segurado, contribuinte individual. PREVIDENCIÁRIO. AO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. POSSIBILIDADE. RESTRIÇÃO DO ART. 64 DO DECRETO N. 3.048/1999. ILEGALIDADE. CUSTEIO. ATENDIMENTO. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE. 1. Segundo a jurisprudência desta Corte, o segurado contribuinte individual faz jus ao reconhecimento de tempo de serviço prestado em condições especiais, desde que comprove o exercício das atividades prejudiciais à saúde ou à integridade física. 2. A limitação de aposentadoria especial imposta pelo art. 64 do Decreto n. 3.048/1999 somente aos segurados empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual cooperado excede sua finalidade regulamentar. 3. Comprovada a sujeição da segurada contribuinte individual ao exercício da profissão em condições especiais à saúde, não há falar em óbice à concessão de sua aposentadoria especial por ausência de custeio específico diante do recolhimento de sua contribuição de forma diferenciada (20%), nos termos do art. 21 da Lei n. 8.212/1991, e também do financiamento advindo da contribuição das empresas, previsto no art. 57, 6º, da Lei n. 8.213/1991, em conformidade com o princípio da solidariedade, que rege a Previdência Social. 4. Agravo interno desprovido. (AgInt no REsp 1517362/PR, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/04/2017, DJe 12/05/2017)

Outro tema, também, de grande discussão é a utilização do EPI. Segundo o INSS, a utilização do EPI elide a contagem de tempo especial. Só que o EPI não elide. O que elide seria a correta utilização do EPC (equipamento de proteção coletiva) em conjunto com o EPI. Para derrubar o indeferimento da conversão do tempo Especial em Comum, basta utilizar a súmula 09 da TNU. Súmula 09 da TNU O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado.

O STF e a questão do EPI ARG 664335 Para o STF: A) comprovando (caso concreto) que o uso do EPI é eficaz, não haverá caracterização da atividade como especial; B) A informação de EPI eficaz no formulário (PPP) não é suficiente, nos casos de ruído, para descaracterizar o tempo como especial, devendo ser comprovado sua real eficácia.

Da aposentadoria hibrida: Conversão do tempo especial em comum, nos casos em que o segurado não preencha os requisitos para aposentadoria especial. É possível, também, a conversão do tempo especial em especial.

Conversões: Especial para Especial Especial para comum

Conversão do tempo especial em especial: Conversão do tempo especial em especial Multiplicadores Tempo a converter Para 15 Para 20 Para 25 De 15 anos - 1,33 1,67 De 20 anos 0,75-1,25 De 25 anos 0,60 0,80 -

A TABELA DE CONVERSÃO Atividades a converter MULTIPLICADORES PARA 15 PARA 20 PARA 25 PARA 30 (MULHER) PARA 35 (HOMEM) DE 15 ANOS 1,00 1,33 1,67 2,00 2,33 DE 20 ANOS 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 DE 25 ANOS 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40

Aposentadoria Especial e o contrato de trabalho: Dispõe o 8º do artigo 57 da Lei 8.213/91: Aplica-se o disposto no art. 46 ao segurado aposentado nos termos deste artigo que continuar no exercício de atividade ou operação que o sujeite aos agentes nocivos constantes da relação referida no art. 58 desta Lei. O parágrafo supra citado transcreve que se aposentar nessas condições não poderão exercer as atividades que ensejaram o benefício, ou seja, deverá mudar de atividade.

Aposentadoria Especial e o contrato de trabalho: Para o INSS, a manutenção na mesma atividade ou o retorno em atividades ensejadoras da aposentadoria especial é motivo de cancelamento do benefício. O STF reconheceu a repercussão geral sobre esse tema e ainda irá decidir a constitucionalidade do 8º do artigo 57. RE 788.092

BIBLIOGRAFIA