PROFISSIONAIS DE SISTEMAS BIOMÉDICOS NO ATENDIMENTO A EQUIPAMENTOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM: UMA ANÁLISE QUALITATIVA

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Transcrição:

PROFISSIONAIS DE SISTEMAS BIOMÉDICOS NO ATENDIMENTO A EQUIPAMENTOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM: UMA ANÁLISE QUALITATIVA Salvador R. Francisco 1,Wangner B. Costa 2, Maria Aline L. S. Thobias 3, 1 Tecnológo em Sistemas Biomédicos, discente da Fatec Bauru/SP, s.ricardo.f@gmail.com 2 Doutoranda em Ciência e Tecnologia de Materiais, UNESP Bauru/SP e docente da Fatec Bauru/SP, wangnerbc@gmail.com 3 Mestre em Educação para a Ciênciae docente da Fatec Bauru/SP, arthobias@uol.com.br 1 INTRODUÇÃO O setor de diagnóstico por imagem figura entre os mais rentáveis das instituições de saúde e também onde ocorrem os maiores investimentos em tecnologia e pessoal, como técnicos para realização de exames e médicos especialistas para avaliar e fazer laudos dos exames realizados. Um equipamento inoperante por muito tempo gera uma série de transtornos a instituição de saúde e aos seus pacientes, como cessão da receita gerada pelo equipamento, conflitos de agendamento de exames, evasão de pacientes, prejuízos com material humano específico do setor de imagem e até perda de insumos, que geralmente são caros (MANSO, 2012). Um correto reporte sobre o defeito no equipamento de diagnóstico por imagem, durante um contato de solicitação de atendimento com o fabricante da tecnologia, pode tornar o diagnóstico do defeito mais rápido e eficaz. O fabricante pode enviar peças pertinentes ao relato de forma preventiva ou mesmo tentar fazer uma intervenção remota por redes de dados ou com a ajudado profissional de engenharia clínica, reduzindo assim o tempo de equipamento inoperante. Flôr (2006) orienta que no caso de equipamentos de diagnóstico por imagem, em que haja emissão de radiação ionizante, ou seja, a forma de transporte de energia eletromagnética ou corpuscular capazes de causar ionização da matéria e assim alterações em sua estrutura salienta que os treinamentos sejam constantes para minimizar riscos ao usuário do equipamento e ao paciente através da constante exposição dos conceitos de radioproteção. O conhecimento dos princípios físicos do funcionamento de equipamentos de diagnóstico por imagem, por parte do profissional de engenharia clínica, é vital para um reporte correto do defeito e também para a sua segurança e dos demais a sua volta, reduzindo assim o risco de acidentes e de acarretar mais danos ao equipamento já avariado.

Estudar o nível de conhecimento dos profissionais de engenharia clínica ou manutenção hospitalar é gerar um indicador da qualidade do ensino dos tópicos pertinentes e consequentemente, avaliar a necessidade de treinamentos complementares. Treinamentos estes que podem certamente ser elaborados e ministrados por profissionais de Sistemas Biomédicos. 2 MATERIAL E MÉTODOS O público alvo deste estudo são os profissionais técnicos, tecnólogos ou engenheiros que trabalham em Engenharia Clínica (EC) do interior do estado de São Paulo e realizam os atendimentos às solicitações internas dos Estabelecimentos de Assistência à Saúde (EAS), realizadas pelos profissionais de saúde, usuários dos equipamentos de diagnóstico por imagem. A coleta de dados foi realizada no primeiro semestre do ano de 2016, durante visitas com fins profissionais, aos EAS. Após a conclusão dos serviços e do fechamento da visita técnica, aos profissionais presentes, foi apresentada a proposta deste trabalho e convidados a participar da coleta de dados, para uma pesquisa meramente acadêmica, onde os dados foram utilizados para um trabalho de graduação, na instituição de ensino, Fatec Bauru. Foi aplicada pesquisa impressa a dez profissionais de Engenharia Clínica com curso técnico e superior que foi respondida de forma voluntária mediante o convite realizado pessoalmente, sendo elaborado termo de consentimento do uso das informações bem como compromisso de confidencialidade de informações pessoais e do EAS no momento da aplicação da pesquisa. O formulário da pesquisa é anônimo, composto por duas páginas e contém onze questões de múltipla escolha, para ser menos impactante no tempo de resposta da pesquisa pelo voluntário. Após a aplicação da pesquisa, foram tabulados os dados coletados uma avaliação quantitativa das respostas obtidas. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Com a finalização da análise quantitativa, iniciou-se a abordagem qualitativa, estatística indutiva ou inferencial. Com a análise quantitativa, foi possível a elaboração

de uma análise qualitativa e, posteriormente, tomada de decisão. A tomada de decisão é de vital importância, para que as EAS utilizem os dados para a melhoria dos serviços prestados e para treinamento específico dos profissionais da área, melhorando assim o atendimento aos pacientes, melhoria na qualidade dos serviços prestados e a rentabilidade financeira das mesmas. O presente trabalho permitiu traçar o perfil do profissional de EC na sua maioria ensino técnico 70% e de ensino superior, 30% dos pesquisados. Dos profissionais com curso superior, 86% cursaram Sistemas Biomédicos e 14% cursaram engenharia elétrica. Dos profissionais com curso técnico; somam 67% fizeram curso técnico de eletrônica e 33% cursaram técnico em eletricidade. A pesquisa mostrou como está a implantação do setor de Engenharia Clinica nos Estabelecimento de Assistência à Saúde. Dos profissionais que trabalham em EAS, 80% dos pesquisados trabalham em estabelecimentos que já possuem o setor de engenharia clínica implantada e os demais 20% trabalham em EAS que não os possuem. Os profissionais pesquisados que afirmam que suas principais fontes de conhecimentos específicos na área de Engenharia Clínica, ou seja, informações pertinentes à prática profissional são providos pelos fornecedores de tecnologia, os fabricantes e representantes, este grupo é de 40% e é o maior grupo; os que afirmam que a maioria de seus conhecimentos específicos são oferecidos pelo setor de educação continuada do EAS somam 13% e é o menor grupo; os que afirmam adquirir a maioria de seus conhecimentos por discipulado de um profissional de EC com maior experiência profissional são 27% e os que afirmam buscar conhecimentos específicos em instituições externas somam 20%. O entendimento do conceito de funcionamento dos equipamentos de DI, ou seja, dominar a forma que os equipamentos funcionam de um modo global, independente de particularidades de diferentes fabricantes, um grupo de 40% dos profissionais pesquisados afirmou conhecer ente 25% a 50 % dos conceitos de funcionamento dos equipamentos de DI; um segundo grupo com 50% de profissionais afirmou conhecer esses conceitos entre 50% e 75%; o terceiro grupo afirmou conhecer tais conceitos entre

75% e 100%; não houve profissionais que afirmaram conhecer os conceitos entre 0% e 25%. Constatou-se pela pesquisa que os equipamentos existentes nos EAS onde os profissionais de Engenharia Clínica foram pesquisados. Equipamentos de radiografia, ultrassonografia e mamografia estão presentes em todos EAS; equipamento de tomografia computadorizada está disponível em 90% dos EAS; serviços de hemodinâmica e ressonância magnética nuclear estão presentes em 70% dos EAS; densitometria óssea e arcos cirúrgicos estão presentes em 60% dos EAS e o serviço de medicina nuclear com tomografia de emissão de pósitrons, está presente em apenas 30% dos EAS. Um grupo de 60% dos profissionais de EC pesquisados aponta ter realizado atendimento interno em algum dos equipamentos de diagnóstico por imagem presentes no EAS onde atuam e 40% deles afirmam nunca ter realizado tais atendimentos. Do total de atendimentos realizados, em 60% deles, houve clareza no relatado pelo profissional de saúde na abertura do chamado, ou seja, foi evidente o defeito no contato com o profissional de saúde que opera o equipamento sendo que em 40% dos atendimentos a clareza do ocorrido não foi alcançada. Os conhecimentos de princípios físicos aplicados a diagnóstico por imagem são conhecidos por 80% dos profissionais de Engenharia Clínica pesquisados e 20% deles alegam não possuir tal domínio. Destes mesmos profissionais, 23,52% deles, ainda indicam ter maior insegurança em atender equipamentos de tomografia computadorizada, seguidos por dois grupos de 17,64% que declaram ser os equipamentos de tomografia de emissão de pósitrons e ressonância magnética nuclear, em seguida dois grupos de 11,76% declaram ser os equipamentos de radiografia e densitometria óssea e finalmente três grupos de 5,88% declaram ser os equipamentos de hemodinâmica, ultrassonografia e arcos cirúrgicos que causam maior insegurança nos atendimentos internos e intervenções. Na data de consulta ao Conselho Nacional de Saúde (CNS, 2016) havia 5,54% dos equipamentos de diagnóstico por imagem instalados no Brasil indisponíveis para uso, são 6954 equipamentos que certamente fazem uma diferença significativa no quadro nacional de atendimento à população.

O cenário de atuação do profissional de Engenharia Clínica é bastante promissor, seu valor e necessidade é notado pelos gestores dos EAS, visto pela quantidade de Engenharia Clínica presentes nos locais pesquisados. É uma profissão definitiva em vista dos períodos de atuação e pela procura de cursos de nível superior, em especial de Sistemas Biomédicos. Também é evidente que é um profissional que forma um elo entre o fornecedor de tecnologias de diagnóstico por imagem as EAS, já que o fornecedor é o seu principal provedor de conhecimentos específicos. Aumentar a confiança e precisão do atendimento a diagnóstico por imagem por parte dos profissionais de Engenharia Clínica é necessário para um melhor reporte e atendimento a equipamentos de diagnóstico por imagem, já que este profissional é responsável pelo bom funcionamento e rendimento de todo arsenal dos EAS (YADIN, 2008; MANSO, 2012). O resultado de questões sobre o entendimento de conceitos de funcionamento e o entendimento com clareza das queixas do setor de DI no caso de panes pode ser melhorado. Para uma otimização dos resultados da atuação do profissional de EC em DI indica se o aprimoramento dos conhecimentos específicos como forma de melhora no diagnóstico de defeitos e reportes mais precisos (CALIL E TEIXEIRA, 1988). Uma abordagem mais específica nos cursos de formação com conteúdo voltado para as tecnologias de diagnóstico por imagem, com experimentos específicos de laboratório didático, o uso de sistemas de simulação e procedimentos de engenharia reversa devidamente orientados e assistidos. A produção de material para ensino material didático e kits de experimentos específicos são promissores. Nos EAS é indicada a participação do profissional de Engenharia Clínica nos treinamentos de usuário prestados pelo fornecedor de tecnologia, para que este profissional conheça toda a rotina do setor e do equipamento de diagnóstico por imagem. Também é indicada a participação do profissional em treinamentos da educação continuada dos EAS em conjunto com os profissionais de saúde, para que haja atualização de conceitos e procedimentos. A aquisição por parte da Engenharia Clínica de literatura com títulos pertinentes para fazer parte da biblioteca do EAS também é uma poderosa

aliada. Para a melhoria dos indicadores qualitativos pesquisados é imprescindível que o conhecimento específico de conceitos físicos aplicados a equipamentos de diagnóstico por imagem por parte dos profissionais de Engenharia Clínica é uma poderosa ferramenta para a manutenção e melhoria do status de disponibilidade do arsenal de diagnóstico por imagem brasileiro. 4 CONCLUSÕES Pode-se concluir através desse trabalho que o setor de Engenharia Clinica é importante nos EAS, que os profissionais que atuam nessa área precisam estar em constante processo de atualização de seus conhecimentos, uma vez que esse aprendizado contínuo irá proporcionar uma maior segurança e clareza no atendimento aos profissionais do setor de diagnóstico por imagem. Ficou evidente também a necessidade da participação do profissional de Engenharia Clínica nos treinamentos de usuários prestados pelo fornecedor de tecnologia de diagnóstico por imagem e a necessidade de se ter um conhecimento dos conceitos físicos aplicados a estes equipamentos, pois é o profissional do setor de Engenharia Clínica que se reportará, diretamente, ao fornecedor no caso de um possível processo de manutenção do equipamento. 5 REFERÊNCIAS CALIL, S. J.; TEIXEIRA, M. S. Gerenciamento de Equipamentos Hospitalares. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 1988, 11 v. CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Dados do setor. Disponível em: < http://www.cns.org.br/links/dados_do_setor.htm>. Acesso em: 01 ago. 2016. FLÔR, R. C. Uma prática educativa de sensibilização quanto á exposição de radiação ionizante com profissionais de saúde. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília. Ano XXXIV, v. 3, n. 59, p. 274 278, 2006. MANSO, J. M. D. Práticas de Gestão de Equipamentos Médicos no Hospital da Luz. 2012. 83f. Dissertação (Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica e Biofísica Radiações em Diagnóstico e Terapia). Universidade de Lisboa, Lisboa. YADIN, D. Trends in clinical engineering practices. Revista Enginearía Biomédica. Medellin, v. 2, n. 4, p. 15 20, 2008.