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Transcrição:

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA ROTEIRO DE ATIVIDADES 9º ANO 3º BIMESTRE AUTORIA JUSSARA FORMOSO Rio de Janeiro 2012

ROMANCE TEXTO GERADOR O Texto Gerador é composto de fragmentos do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, um dos livros mais famosos do consagrado autor Machado de Assis. A obra, por sua qualidade literária é mundialmente conhecida, sendo considerada um marco na vida do autor e o primeiro romance realista brasileiro produzido no Brasil. CAPÍTULO I ÓBITO DO AUTOR Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco. Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. [...] [..] Um solteirão que expira aos sessenta e quatro anos, não parece que reúna em si todos os elementos de uma tragédia. [...] Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que foi menos a pneumonia, do que uma ideia grandiosa e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor me não creia, e todavia é verdade. Vou expor-lhe sumariamente o caso. Julgue-o por si mesmo. [...] Capítulo 54 2

A PÊNDULA Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; estirei-me na cama, é certo, mas foi o mesmo que nada. Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal; esse tique-taque soturno, vagaroso e seco, parecia dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida. [...] [...] O mais singular é que, se o relógio parava, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater nunca, e eu pudesse contar todos os meus instantes perdidos. Invenções há, que se transformam ou acabam; as mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e perpétuo; o derradeiro homem, ao despedir-se do sol frio e gasto, há de ter um relógio na algibeira, para saber a hora exata em que morre. [...] [...] Não ouvia os instantes perdidos, mas os minutos ganhados; de certo tempo em diante não ouvi coisa nenhuma, porque o meu pensamento, ardiloso e traquinas, saltou pela janela fora e bateu as asas na direção da casa de Virgília. Aí achou ao peitoril de uma janela o pensamento de Virgília, saudaram-se e ficaram de palestra. Nós a rolarmos na cama, talvez com frio, necessitados de repouso, e os dois vadios ali postos, a repetirem o velho diálogo de Adão e Eva. VOCABULÁRIO Campa: Sepultura. Galante: Que revela fineza e elegância nas ações e palavras. Pêndula: Palavra empregada para indicar o movimento do pêndulo (corpo pendente de fio que balança a ação do próprio peso). Ardiloso: Cheio de malícia, esperto. Traquinas: Que faz travessuras de criança, inquieto. 3

ATIVIDADES DE LEITURA QUESTÃO 1 No Texto Gerador, no primeiro capítulo do romance, o narrador relata: Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o seu nascimento ou a sua morte". Considerando que o gênero textual romance como outros textos narrativos é composto por cinco elementos estruturais: apresentação, complicação, clímax e desfecho, responda: Qual desses elementos melhor caracteriza o fragmento do texto acima? Justifique sua resposta. Identificar os elementos do enredo: apresentação, complicação, clímax e desfecho. Esta questão retoma a habilidade de identificar os elementos do enredo, já trabalhada. Assim, após uma rápida revisão da função da apresentação, da complicação, do clímax e do desfecho na composição do enredo, é provável que o aluno identifique, com facilidade, o trecho destacado como apresentação. Para chegar a essa solução, a principal pista é fornecida pelo próprio enunciado da questão: hesitei se devia relatar as memórias pelo princípio ou pelo fim. 4

QUESTÃO 2 Quando lemos uma história, nem sempre conhecemos os significados de todas as palavras utilizadas pelo autor. No entanto, isso não nos impede de entender o texto, já que o próprio contexto em que a palavra desconhecida está inserida pode nos dar pistas de seu sentido. Assim, observe a palavra destacada na passagem em seguida, tente compreender o seu significado a partir do contexto e responda: a) O que você acha que a palavra intróito quer dizer? b) Como você chegou a essa conclusão? - Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco. Inferir o significado de palavras desconhecidas a partir do contexto em que são usadas. Inicialmente, é válido reforçar para o aluno a ideia de que a compreensão de uma palavra vai além do mero reconhecimento de seu significado denotativo: seu sentido é ampliado pelo contexto (linguístico e extralinguístico) em que está inserida. Desse modo, o não conhecimento do significado de uma palavra pode não ser empecilho para sua compreensão. Nessa perspectiva, mesmo desconhecendo o significado de intróito, o aluno conseguirá inferir, pelo enunciado em que a palavra aparece (contexto linguístico), que ela significa começo, início, respondendo, assim, ao questionamento da letra a. Em relação à letra b, que pergunta como o aluno alcançou a resposta do item a, ele provavelmente identificará a informação de que a palavra se contrapõe a palavra cabo (extremidade). 5

QUESTÃO 3 Você já ouviu falar na expressão ler nas entrelinhas? Isso é o que, muitas vezes, fazemos quando lemos um texto e tiramos conclusões sobre o seu conteúdo a partir de pistas que são apresentadas pelo autor. Em outras palavras, fazemos inferências a partir das informações dadas no texto. Pensando nisso, leia a passagem que menciona a morte de Brás Cubas e responda: O que se pode deduzir sobre essa personagem e sobre seu óbito? Um solteirão que expira aos sessenta e quatro anos, não parece que reúna em si todos os elementos de uma tragédia. Utilizar pistas do texto para fazer antecipações e inferências a respeito de conteúdo. Esta questão objetiva levar o aluno a perceber que a interpretação de um texto vai além do que está efetivamente escrito nele. É preciso que o discente note que as inferências que são realizadas em um processo de interpretação textual exigem uma leitura mais aprofundada e crítica do texto. Desse modo, espera-se que o aluno venha a inferir que Brás Cubas, com sessenta e quatro anos, não é jovem demais para morrer. A partir dessa inferência o aluno provavelmente fará uma relação entre a idade da personagem, a morte e o fato do óbito não ser uma catástrofe. 6

ATIVIDADES DE USO DA LÍNGUA QUESTÃO 4 No processo de subordinação, há outras formas de estabelecer coesão, como na oração Usualmente o bater da pêndula fazia-me muito mal nas noites de insônia., em que a expressão nas noites de insônia exerce a função sintática de adjunto adverbial de tempo de um termo de outra oração (responde à pergunta: Quando?). Observe o quadro abaixo: [ Usualmente, quando eu perdia o sono,] [ o bater da pêndula fazia-me muito mal.] Nesse período composto por duas orações, a 2ª oração é a principal, qual seria a classificação da 1ª oração? Reconhecer o encadeamento das orações pelo mecanismo da subordinação. Esta questão objetiva mostrar outras formas de estabelecer coesão no processo de subordinação, além daquelas em que as orações exercem funções sintáticas próprias do substantivo: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito e aposto. Nesse caso, a primeira oração exerce a função de adjunto adverbial de tempo da oração principal. A primeira oração é classificada de oração subordinada adverbial porque está subordinada à segunda. Na questão, a relação de coesão foi estabelecida com orações que atuam como adjuntos adverbiais de um termo de outra oração (a oração principal). 7

QUESTÃO 5 Observe os exemplos retirados do Texto Gerador I, capítulo e responda:... se o relógio parava, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater. Na passagem assinalada, os conectores se e para que, expressam ideia de: a) Conclusão e causa b) Condição e finalidade c) Comparação e conclusão d) Concessão e proporção e) Condição e tempo sequências. Relacionar o uso de conjunções subordinativas variadas aos sentidos produzidos nas Para realizar esta questão, é interessante trabalhá-la em duas etapas. Inicialmente, uma revisão sobre as conjunções subordinativas. Em seguida, levar o aluno a reconhecer as relações estabelecidas pelos elementos coesivos, ou seja, pelas conjunções. A compreensão das relações estabelecidas pelo uso das conjunções contribuirá para o entendimento dos sentidos produzidos nas sequências, ou seja, que se façam interpretações mais precisas dos textos lidos. 8

Analisando as relações estabelecidas pelos conectores, o aluno notará que a resposta correta é a letra b, condição, pois o enunciado apresenta uma circunstância prévia para que algo ocorra, e finalidade, que expressa o objetivo das ações descritas na oração principal: eu dava-lhe corda. A opção a, conclusão / causa, será descartada, visto que não há, no enunciado, um entendimento definitivo acerca do assunto que é apresentado e que não subordinam uma oração à outra. A opção c, comparação e conclusão, está igualmente equivocada, uma vez que não há a evidência de confronto de ideias e não apresenta consequência na passagem em questão. A opção d, concessão e proporção, também está errada, haja vista que não se referem a um acontecimento oposto ao da oração principal e não há dados que mostrem a relação de proporcionalidade. A opção e, condição e conclusão, por fim, também está incorreta, pois só a ideia de condição é apresentada no enunciado, mas não há qualquer referência temporal no trecho. QUESTÃO 6 As formas verbais são usadas para expressar opiniões, relatar acontecimentos, descrever situações, transmitir informações, etc. Algumas das formas verbais, porém, costumam causar dúvidas quanto à sua flexão. Observe o trecho abaixo e responda: qual a forma correta ganhos ou ganhados? Não ouvia os instantes perdidos, mas os minutos ganhados verbais. Observar nexos lógicos no texto, empregando adequadamente os tempos e modos 9

As duas formas estão corretas. São aceitas as duas formas de acordo com a regra dos particípios abundantes. Particípio regular: ganhado, particípio irregular: ganho. ATIVIDADE DE PRODUÇÃO TEXTUAL QUESTÃO 8: Machado de Assis inova ao escrever Memórias Póstumas de Brás Cubas. O escritor organizou o romance em capítulos, que giram em torno do drama central: as lembranças e reflexões de um defunto, suas memórias, que afloram durante a cerimônia do seu velório. Uma crítica à condição humana. Como o romance é uma narrativa de longa duração, após a exposição do resumo da obra com as principais sequências narrativas dos dramas e conflitos, comente o porquê do autor ter deixado um capítulo cheio de vazios, só com a pontuação. Junte-se a um (a) colega para preencher as falas do capítulo O velho diálogo de Adão e Eva. Crie uma conversa com os pensamentos de Brás Cubas e os de Virgília. O diálogo deverá ser produzido dentro dos seguintes aspectos: - enredo e caracterização das personagens (linguagem, modo de se expressar, comportamento, idade, o que estão vivendo naquele momento); - marcas da fala na escrita (pontuação e alternância das falas). Produzir coletivamente um texto narrativo cuja estrutura se aproxime do romance. A atividade proposta deve ser avaliada em relação à capacidade de planejamento dos alunos, à elaboração do diálogo, o grau de imaginação e a inferência realizada na interpretação do texto. 10

A proposta deste descritor é levar o aluno a perceber que a interpretação de um texto vai além do que está efetivamente escrito nele. TEXTO COMPLEMENTAR O Texto Complementar é a letra da música, escrita por Chico Buarque, que tem como eu lírico uma mulher. Esta conta a história de seu filho para alguém (em todas as estrofes ela se refere ao seu moço, o que indica a relação entre ela e quem a escuta). Composição dos anos 80, mas que, até hoje, reflete a realidade. O MEU GURI CHICO BUARQUE Quando, seu moço, nasceu meu rebento Não era o momento dele rebentar Já foi nascendo com cara de fome E eu não tinha nem nome pra lhe dar Como fui levando, não sei lhe explicar Fui assim levando ele a me levar E na sua meninice ele um dia me disse Que chegava lá Olha aí, olha aí Olha aí, ai o meu guri, olha aí Olha aí que é o meu guri E ele chega Chega suado e veloz do batente E traz sempre um presente pra me encabular Tanta corrente de ouro, seu moço, 11

Que haja pescoço pra enfiar Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro Chave, caderneta, terço e patuá, Um lenço e uma penca de documentos Pra finalmente me identificar, olha aí Olha aí, ai o meu guri, olha aí Olha aí, é o meu guri E ele chega... Chega no morro com carregamento: Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador. Rezo até ele chegar cá no alto Essa onda de assalto está um horror. Eu consolo ele, ele me consola Boto ele no colo pra ele me ninar. De repente acordo, olho pro lado E o danado já foi trabalhar, olha aí Olha aí, ai o meu guri, olha aí Olha aí, é o meu guri E ele chega... Chega estampado, manchete, retrato Com venda nos olhos, legenda e iniciais Eu não entendo essa gente, seu moço, Fazendo alvoroço demais O guri no mato, acho que tá rindo Acho que tá lindo de papo pro ar Desde o começo eu não disse, seu moço? Ele disse que chegava lá 12

Olha aí, olha aí Olha aí, ai o meu guri, olha aí Olha aí, é o meu guri. ATIVIDADE DE LEITURA QUESTÃO 9 O Texto Complementar aborda a realidade dos muitos meninos de rua do nosso país. Com base na leitura, identifique quem está contando essa história e comprove com uma pequena passagem do texto. Utilizar pistas do texto para fazer antecipações e inferências a respeito de conteúdo. Nesta questão, espera-se que o aluno perceba o que está explícito no texto, e que se faça inferências a partir do trecho lido: Quando, seu moço, nasceu meu rebento / Não era o momento dele rebentar / Já foi nascendo com cara de fome / E eu não tinha nem nome pra lhe dar [...]. ATIVIDADE DE USO DA LÍNGUA QUESTÃO 10: Observe o quadro: Quando, seu moço, nasceu meu rebento / Não era o momento dele rebentar 13

Identifique a ideia expressa pela conjunção quando e assinale a alternativa que apresenta a melhor reescritura do trecho, pois mantém seu sentido original. a) Conclusão b) Condição c) Finalidade d) Proporção e) Tempo sequências. Relacionar o uso de conjunções subordinativas variadas aos sentidos produzidos nas Nesta questão, o aluno deverá buscar a alternativa que exprime a mesma relação semântica indicada pelo conector quando : de tempo. Com base nessa afirmativa, a opção a, conclusão, será descartada, visto que não há, no enunciado, um entendimento definitivo acerca do assunto que é apresentado. A opção b, condição, também será descartada, pois não apresenta uma circunstância sem a qual o fato se realiza. A opção c, finalidade, está igualmente equivocada, uma vez que não há a evidência da apresentação de um objetivo na passagem em questão. A opção d, proporção, também está errada, haja vista que não há dados que mostrem a relação de proporcionalidade. A opção e, tempo, está correta, pois exprime a referência temporal no trecho. 14

JUSTIFICATIVA Objetivei elaborar e aperfeiçoar questões que pudessem ser aplicadas em sala, com o material que pretendo utilizar. Como já tenho o filme Memórias Póstumas de Brás Cubas, optei por utilizá-lo no planejamento das minhas aulas, sua exibição fará parte da minha estratégia para o desenvolvimento do conteúdo. Utilizei algumas das habilidades que já haviam sido empregadas no texto gerador, mesmo ao utilizar uma habilidade já citada, procurei diversificar, ajustando-as às características da minha sala de aula. Na atividade de produção textual, a proposta é levar o aluno a perceber que a interpretação de um texto vai além do que está efetivamente escrito nele. Fazer antecipações e inferências ajuda o aluno não apenas na produção de textos, mas sim, a entender que é preciso fazer uma leitura mais aprofundada e crítica do texto, para escrever a respeito do assunto. Por fim, o trabalho em dupla, que considero importante para promover a interação entre os participantes. 15