Aula 33 CAUTELARES REAIS

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Página1 Curso/Disciplina: Direito Processual Penal Objetivo Aula: Cautelares Reais. Professor (a): Elisa Pittaro Monitor (a): Lívia Cardoso Leite Aula 33 CAUTELARES REAIS Medidas assecuratórias: sinônimo de cautelares reais. - Sequestro Não é uma cautelar real. Cautelar real é quando se bloqueia um bem do criminoso para futura ação indenizatória. O sequestro não se presta a isso. Ex: quadrilha de roubo a bancos. A pegou sua parte de um roubo e comprou uma moto. A moto adveio do lucro que ele teve com a atividade criminosa. A moto é o produto indireto ou provento do crime. O sequestro recai sobre ela, sobre o lucro da atividade criminosa, o provento. O objetivo do sequestro é pegar o bem, leiloá-lo e devolver o valor ao lesado, e não preservar o bem para ação indenizatória. O sequestro não recai sobre qualquer bem do patrimônio do criminoso, mas sobre bem específico, pontual, o adquirido com o lucro da atividade criminosa. Há críticas na colocação do sequestro como medida assecuratória, como cautelar real. O sequestro recai sobre o provento do crime, o lucro do criminoso com a atividade criminosa. Ele não recai sobre qualquer bem. CPP, art. 125 - Caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro. Art. 126. Para a decretação do sequestro, bastará a existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens. Tem de ser demonstrado ao magistrado que a procedência do bem adquirido é ilícita. sequestro? O que ocorre ao final do processo, com o trânsito em julgado, com os bens que foram objeto de Se houver condenação, o juiz criminal determina a avaliação e venda dos bens em leilão. CPP, art. 133 - Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público. Parágrafo único. Do dinheiro apurado, será recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé.

Página2 levantado. Se houver absolvição ou extinção da punibilidade, a restrição de sequestro cai, o sequestro é CPP, art. 131 - O sequestro será levantado: I - se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta dias, contado da data em que ficar concluída a diligência; II - se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução que assegure a aplicação do disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do Código Penal; III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada em julgado. CPP, art. 131, I Sequestro prévio. Bem de fácil deterioração: o juiz pode deixar na posse de terceiro. - Arresto Só há 2 possibilidades no CPP. CPP, art. 136 - O arresto do imóvel poderá ser decretado de início, revogando-se, porém, se no prazo de 15 (quinze) dias não for promovido o processo de inscrição da hipoteca legal. Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de valor insuficiente, poderão ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a hipoteca legal dos imóveis. CPP, art. 136 Arresto prévio. A acusação pretende a especialização de hipoteca legal, hipotecar um imóvel do criminoso. O processo de pedido de hipoteca é demorado. Até juntar-se a papelada, há a possibilidade de o criminoso desfazer-se do patrimônio. Por isso pede-se o arresto, que dura até 15 dias, até a especialização da hipoteca legal. Há quem diga que esse arresto é uma medida de pré-cautela, pois seu objetivo é viabilizar a verdadeira medida cautelar, que é a hipoteca legal. O que acontece com o arresto ao final do processo? CPP, art. 143 - Passando em julgado a sentença condenatória, serão os autos de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz do cível (art. 63). O juiz criminal não vende nada em hasta pública. Ele encaminha as partes à esfera cível. Lá é que deve haver as medidas pertinentes para a obtenção da reparação dos danos. Arresto e hipoteca são cautelares reais que têm por objetivo preservar o patrimônio para futura ação indenizatória. Se na esfera criminal foram utilizadas essas medidas e o réu foi condenado, é tudo mandado para ser resolvido na esfera cível, em que se deve entrar com a ação e obter o ressarcimento dos danos.

Página3 CPP, art. 141 - O arresto será levantado ou cancelada a hipoteca, se, por sentença irrecorrível, o réu for absolvido ou julgada extinta a punibilidade. CPP, art. 144 A - O juiz determinará a alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção. 1º O leilão far-se-á preferencialmente por meio eletrônico. 2º Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na avaliação judicial ou por valor maior. Não alcançado o valor estipulado pela administração judicial, será realizado novo leilão, em até 10 (dez) dias contados da realização do primeiro, podendo os bens ser alienados por valor não inferior a 80% (oitenta por cento) do estipulado na avaliação judicial. 3º O produto da alienação ficará depositado em conta vinculada ao juízo até a decisão final do processo, procedendo-se à sua conversão em renda para a União, Estado ou Distrito Federal, no caso de condenação, ou, no caso de absolvição, à sua devolução ao acusado. 4º Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro, inclusive moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de pagamento, o juízo determinará a conversão do numerário apreendido em moeda nacional corrente e o depósito das correspondentes quantias em conta judicial. 5º No caso da alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de certificado de registro e licenciamento em favor do arrematante, ficando este livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário. 6º O valor dos títulos da dívida pública, das ações das sociedades e dos títulos de crédito negociáveis em bolsa será o da cotação oficial do dia, provada por certidão ou publicação no órgão oficial. - Especialização de hipoteca legal CPP, art. 134 - A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja certeza da infração e indícios suficientes da autoria. Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento, em que a parte estimará o valor da responsabilidade civil, e designará e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar especialmente hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação do imóvel ou imóveis. 1º A petição será instruída com as provas ou indicação das provas em que se fundar a estimação da responsabilidade, com a relação dos imóveis que o responsável possuir, se outros tiver, além dos indicados no requerimento, e com os documentos comprobatórios do domínio. 2º O arbitramento do valor da responsabilidade e a avaliação dos imóveis designados far-se-ão por perito nomeado pelo juiz, onde não houver avaliador judicial, sendo-lhe facultada a consulta dos autos do processo respectivo. 3º O juiz, ouvidas as partes no prazo de dois dias, que correrá em cartório, poderá corrigir o arbitramento do valor da responsabilidade, se Ihe parecer excessivo ou deficiente. 4º O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do imóvel ou imóveis necessários à garantia da responsabilidade. 5º O valor da responsabilidade será liquidado definitivamente após a condenação, podendo ser requerido novo arbitramento se qualquer das partes não se conformar com o arbitramento anterior à sentença condenatória.

Página4 6º Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou em títulos de dívida pública, pelo valor de sua cotação em Bolsa, o juiz poderá deixar de mandar proceder à inscrição da hipoteca legal. Com a condenação, as partes são remetidas ao juízo cível para o ajuizamento da ação civil. CAUTELARES PESSOAIS - Prisões Sofreram um impacto monstruoso com a última reforma do CPP. CPP, art. 301 - Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Prisão em flagrante: cautelar prisional. Sujeitos do flagrante: - Ativo quem pode prender. Qualquer do povo PODE (flagrante FACULTATIVO) e as autoridades policiais e seus agentes DEVEM prender (flagrante OBRIGATÓRIO). Cuidado! Em relação à obrigação de prisão em flagrante delito houve muita flexibilização com o flagrante retardado ou ação controlada. - Passivo quem pode ser preso. Qualquer das pessoas que se encontrem em uma das hipóteses do art. 302 do CPP, com as mitigações adiante demonstradas. Quem não pode ser objeto de flagrante? a) Presidente da República. Não pode ser objeto de nenhuma prisão cautelar. Só pode ser alvo de prisão-pena; b) Membros do MP e da Magistratura só podem ser presos em flagrante pela prática de crime inafiançável; c) Membros do CN. Só podem ser presos em flagrante pela prática de crime inafiançável, hipótese em que os autos deverão ser remetidos à respectiva Casa para que em 24 horas a maioria dos membros resolva sobre a prisão. CF, art. 53 - Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 2º - Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. O Senador Delcídio do Amaral foi preso. A prisão não foi em flagrante. O MPF pediu ao STF a decretação da prisão preventiva, a qual foi decretada. Por que essa prisão foi autorizada?

Página5 O STF, interpretando o art. 53, 2º, da CF, entende que o privilégio, a blindagem que a CF deu aos Deputados e Senadores, não pode ser utilizada como meio para a prática de crime, para blindá-la. Já havia precedentes. Cabe prisão em flagrante em crime habitual? Crime habitual: tem de ser repetido inúmeras vezes até que as repetições caracterizem um único crime. Tem de repetir para a conduta ser típica. Não repetindo, há um indiferente penal. Ex: exercício irregular da medicina. O indivíduo se faz passar por médico. O falso médico pode ser preso em flagrante? A doutrina e a jurisprudência se dividem sobre isso. - Não é possível a prisão em flagrante porque quando o agente é surpreendido fazendo-se passar por médico, está realizando um único ato. Este é um indiferente penal. - Se no momento em que for surpreendido se puder extrair da situação elementos que indiquem a reiteração do seu comportamento criminoso, sua habitualidade, como prontuários, fichas de atendimento, consultas agendadas para as próximas horas e semanas, é possível a prisão em flagrante. É possível prisão em flagrante em crime de ação penal privada? Essa indagação trazia muitos problemas na época em que o estupro tinha ação penal de natureza privada. O estupro é um crime muito grave, hediondo. Em que momento se precisa da manifestação de vontade da vítima? A doutrina se dividia: - Paulo Rangel para a prisão-captura, para cessar o ato e levar o autor à Delegacia, é imprescindível a manifestação de vontade da vítima, por ser condição de procedibilidade para a prisão. Independe disso a cessação da atividade criminosa. - Orientação que sempre prevaleceu é possível a prisão-captura, a condução coercitiva à Delegacia. Porém, para a lavratura do APF é indispensável a manifestação de vontade da vítima. Obs: hoje, em regra, a ação penal dos crimes sexuais é pública condicionada à representação. CPP, art. 302 - Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. Espécies de flagrante: - Próprio CPP, art. 302, I e II. Há total contato visual com a prática criminosa. É inequívoco que o indivíduo praticou o delito. - Impróprio CPP, art. 302, III. Exige a presença de 3 elementos ou requisitos.