2016 pode trazer legado social



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Transcrição:

085 i n f o r m a t i v o s i n a e n c o n o v e m b r o 2 0 1 4 a n o X X I I jogos olímpicos 2016 pode trazer legado social Entrevista Alysson Paolinelli, CEO do Consórcio Inframerica, fala sobre as obras do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante e a reforma do Aeroporto de Brasília Pág. 3 Com investimentos de R$ 37,6 bilhões, as Olimpíadas 2016 devem gerar entusiasmo pelos esportes e melhoria dos equipamentos urbanos nas cidades Pág. 6 Licitações Os riscos da contratação integrada em obras públicas Pág. 10 Consulte :: Informativo Sinaenco :: 1

editorial Nova Lei de Licitações deve ser votada pelo novo Congresso Passadas as eleições, esperamos que a presidente Dilma faça um bom governo, e que consiga promover a união nacional e tocar o país adiante. Porém, vejo como muito grave a tentativa de aprovação, às pressas, ainda este ano, da nova Lei de Licitações (PLS 559). Sabemos que tal ação é completamente contraindicada, pois uma lei importante como essa, que vai reger as compras de produtos e serviços de mais de 6 mil entes públicos, precisa ser discutida sem açodamento. Somente o novo Congresso, recémeleito pela vontade popular, deve analisar tema de tal importância para o Brasil e sem pressa, a fim de criar um arcabouço seguro e que atenda aos interesses de todos os cidadãos brasileiros. Além disso, em 2015 temos o desafio de preparar o Brasil para outro grande evento de repercussão mundial: as Olimpíadas 2016. Além de estar transformando a cidade do Rio de Janeiro, as Olimpíadas 2016 devem trazer um legado social que inclui motivar os jovens a praticar atividades esportivas, e despertar o administrador público, no sentido de prover infraestrutura urbana e esportiva para essas atividades, tornando sua Olimpíadas trarão investimentos em obras de infraestrutura e mobilidade urbana, com demanda por novos projetos e soluções para melhorar a vida da população cidade um polo de atração de determinadas modalidades de esporte. Certamente, os jogos olímpicos irão inspirar a formação de um contingente de novos esportistas. Esse tipo de direcionamento traz investimentos em obras de infraestrutura e mobilidade urbana, e novos projetos e soluções para melhorar a vida da população. A Engenharia e a Arquitetura são instrumentos insubstituíveis para promover o planejamento dessas ações, gerar projetos de boa qualidade e obras que atendam às necessidades dos cidadãos brasileiros. Nessa edição, temos um bom exemplo de planejamento e projeto e construção eficiente, no caso de duas concessões aeroportuárias, em Natal (RN) e Brasília (DF), a cargo do Consórcio Inframérica. Em apenas 20 meses, a obra do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN) estava pronta. A reforma do aeroporto de Brasília (DF) foi concluída em 16 meses. Ambos, somam mais de R$ 1,5 bi em investimentos, e foram entregues a tempo de receber o público da Copa 2014, ao contrário das obras de infraes-trutura e de acesso. José Roberto Bernasconi, presidente Sinaenco: Diretoria Nacional: José Roberto Bernasconi (Presidente), João Alberto Viol (VP de Gestão e Assuntos Institucionais), Sergio Marques Assumpção (VP de Administração e Finanças) Paulo José Aragão (VP de Ética e de Proteção à Consultoria), José Carlos Valsecchi (VP de Engenharia), Leon Claudio Myssior (VP de Arquitetura), Michelle Pinheiro Pessôa (VP de Ciência e Tecnologia), Claudemiro Santos Junior (VP de Relações Trabalhistas e Assuntos Intersindicais), Antonio Othon Pires Rolim (Diretor Executivo). Consulte é uma publicação do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva. Rua Marquês de Itu, 70-3º. andar - CEP 01223-000 - São Paulo - SP - tel.: 11 3123-9200 - fax: 11 3120-3629 - site: www.sinaenco.com.br - e- mail: sinaenco@sinaenco.com.br. Editora: Heloisa Medeiros - MTB 12.831; Repórter: Guilherme Henrique Costa e Silva. Projeto gráfico: Hiro Okita - Diagramação e arte: Juca Zaramello Capa: Estádio de Esportes Aquáticos - Divulgação EOM 2 :: :: Informativo Sinaenco :: :: Consulte

entrevista Nova era para os aeroportos brasileiros O Consórcio Inframérica, forma-do pela Infravix, empresa controlada pelo Grupo Engevix, e pela Corporación América, maior operador aeroportuário privado do mundo, contrariou as expectativas negativas quanto à entrega das obras do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN) e do Aeroporto de Brasília (DF) para a Copa 2014. Para surpresa geral, ambos estavam prontos para o evento. O primeiro consumiu 20 meses de obras. O de Brasília 16 meses. Os dois aeroportos, juntos, somam mais de R$ 1,5 bi em investimentos e refletem no novo perfil de serviços para o setor, com melhor infraestrutura, tecnologia e conforto aos passageiros. Segundo Alysson Paolinelli, CEO da Inframérica, a concessão traz também um impulso para o desenvolvimento do setor, o que garante novas oportunidades de negócios no sítio aeroportuário, com a incorporação do conceito dos chamados aeroportos-cidade, presentes nos grandes centros urbanos europeus. No caso do Aeroporto de Natal, o consórcio Inframérica foi responsável ainda pelo desenvolvimento dos projetos arquitetônico e executivo e pela construção do terminal de passageiros e de cargas, torre de controle, pontes de embarque, acessos viários, edificação de combate a incêndio, estacionamentos e urbanização. A pista de pousos e decolagens estava pronta. O equipamento foi projetado para atender até 8 milhões de passageiros/ano. Para a reforma e ampliação do aeroporto de Brasília foram construídas dez novas pontes de embarque, esteiras rolantes, restaurantes e estabelecimentos comerciais (Píer Sul), que abriga os voos domésticos. Já o Píer Norte, com oito pontes de embarque, contou com a reforma do antigo terminal de passageiros, ampliação do estacionamento coberto e nova área para táxis. Este deverá ser, no futuro, exclusivo para os voos internacionais. O Píer Norte está conectado ao terminal central, que também foi totalmente reformado. As obras aumentam a capacidade para 21 milhões de passageiros/ano em 2014. Leia a seguir a entrevista com Alysson Paolinelli, sobre as concessões, os desafios e as novas perspectivas para o setor aeroportuário no Brasil. DIVULGAÇÃO CONSÓRCIO INFRAMERICA Com as concessões, o que vem mudando no panorama aeroportuário brasileiro? Quanto dos investimentos previstos já foram realizados nos aeroportos de Brasília e Natal? Os dois aeroportos, juntos, somam mais de R$ 1,5 bi em investimentos. Esse investimento reflete no novo perfil de serviços para o setor, com melhor infraestrutura, tecnologia e conforto aos passageiros. A concessão trouxe também o fator de desenvolvimento para o setor, que garante novas oportunidades de negócios no sítio aeroportuário, criando os chamados aeroportos-cidade. Para o consumidor, garante uma nova e diferenciada gama de serviços. Quais as diferenças que podemos destacar no modelo brasileiro, que até há pouco tempo era estatal? Ele tem semelhanças com algum outro no mundo? O Consórcio Inframerica administra esses dois aeroportos brasileiros. Porém, um dos sócios do Consórcio, a Corporación America, é responsável pela gestão de mais de 50 aeroportos pelo mundo, sendo que vários deles na América Latina. Os aeroportos de Brasília e Natal seguem hoje os mesmos padrões de conforto, design e tecnologia já aplicados em aeroportos como o de Carrasco, em Montevidéu, no Uruguai. Quais os pontos positivos e negativos do modelo brasileiro? Particularmente, para o Consorcio Inframerica são dois Consulte:: :: Informativo Sinaenco :: :: 3

entrevista modelos distintos de concessão. Em Natal, temos um aeroporto 100% administrado pela iniciativa privada e construído do zero. Em Brasília, a Infraero continua como sócia, com 49% de participa-ção. No caso de Natal, a autonomia de gestão trouxe agilidade para a execução do projeto, livre de licitações, por exemplo. Por este motivo, conseguimos antecipar a entrega do aeroporto em sete meses. Em Brasília, ter a Infraero como parceira foi importante para conseguirmos um histórico do projeto e entendermos melhor a visão do negócio, até a data da concessão. Assim pudemos planejar o futuro. Esta parceria tende a gerar muitos benefícios no futuro. Quais as principais tendências mundiais, em termos de projeto, operação e serviços nos mais importantes aeroportos? A tendência mundial dos aeroportos é se tornarem aeroportos-cidade (aerotrópoles), ou seja, que se integram de maneira estreita com a comunidade local, viabilizando o desenvolvimento regional, atraindo empresas, indústrias e serviços associados disponíveis à população em geral. Na aerotrópole, portanto, há uma sinergia entre um grande aeroporto e uma região metropolitana, dotada de infraestrutura de transportes, criando uma economia centralizada no aeroporto. Isso vem ocorrendo em cidades como Seul, Amsterdã, Dallas, Memphis e Washington, DC, entre outras. Como ocorreu o processo de planejamento e de projeto dos aeroportos de Brasília e de Natal? O que foi priorizado para a viabilização dos projetos e quais as características que mais influenciaram o processo? Em ambos os casos, havia um edital muito bem elaborado e detalhado do que era preciso entregar nas primeiras fases da concessão. Nesta primeira etapa, o trabalho foi cumprir todas as determinações do edital, que já previa as obras essenciais e dimensionava a capacidade dos aeroportos. Agregado a isso, o Consórcio realizou, tanto em Brasília, quanto em Natal, uma pesquisa com os passageiros para definir em quais serviços Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, em Natal, o Consórcio Inframerica foi responsável pelos projetos arquitetônico e executivo e pela construção do complexo deveria investir incialmente. E foi o que fizemos. Melhoramos serviços de internet, sala VIP, praça de alimentação e oferta de lojas, de acordo com o que foi detectado na pesquisa. Quais as estratégias adotadas no projeto e obra do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (Natal) num prazo tão curto? Quais os principais desafios do projeto e das obras? O aeroporto está concluído e o prazo foi, sem dúvida, 4 :: :: Informativo Sinaenco :: :: Consulte

entrevista seus benefícios. Hoje, mesmo com a reforma final do corpo central do Terminal de Passageiros em andamento, poucos são os questionamentos, pois Brasília já mostrou que esta etapa vai culminar em um aeroporto amplo, confortável e com alta tecnologia. No Aeroporto de Brasília, o Consórcio executou, entre outras, as obras de ampliação, dez novas pontes de embarque, esteiras rolantes, restaurantes e estabelecimentos comerciais o principal desafio. O Aeroporto de Natal foi construído do zero, em São Gonçalo do Amarante. No local só havia, até então, uma pista. Também é importante destacar outro desafio, o do processo de transferência operacional entre os dois aeroportos, sem interferir na operação de rotina. Tudo foi feito sem nenhum prejuízo à operação. E quanto ao aeroporto de Brasília, como foi o desafio de tocar as obras de reforma? Quais as prioridades e as soluções adotadas? O que pôde ser mantido e o que teve de ser modificado? Neste caso, o desafio foi executar as obras de reforma e ampliação de maneira a interferir o menos possível na rotina do passageiro. Ao entregarmos o Píer Sul, os passageiros puderam ter a noção real do projeto e de Quais são os planos de investimentos para os aeroportos de Natal e de Brasília nos próximos anos e quais os próximos projetos previstos? Em termos de administração, o Consórcio Inframerica trabalha com o conceito de aerotrópolis, ou seja, um aeroporto cidade. O objetivo é ter ao redor dos terminais, áreas de comércio, apoio residencial, hotelaria e negócios. Além disso, o plano de crescimento deve atender ao que já está previsto no edital (mais detalhes no quadro). É por isso que os aeroportos estarão em ritmo constante de obras em seu entorno. O Consórcio também trabalha com uma consultora internacional para mapear novas rotas nacionais e internacionais, além estar em contato direto com companhias aéreas. Vamos trabalhar para oferecer novas opções de rotas para as companhias aéreas. E entre as medidas de expansão o objetivo é promover a interligação entre os dois aeroportos, embora o aeroporto internacional de Brasília, naturalmente, já receba conexões, principalmente da região nordeste. Hoje, Brasília já é o segundo maior aeroporto do país, em termos de movimentação de passageiros. De janeiro a agosto de 2014, o Aeroporto de Brasília recebeu aproximadamente 12 milhões de usuários. A média de crescimento mensal do aeroporto é de 11,37%, comparação mês a mês com 2013. O Aeroporto de Brasília também conquistou o terceiro lugar em movimentação internacional de passageiros, ficando atrás apenas de Guarulhos e do Galeão, respectivamente. Nos primeiros oito meses, 409 mil usuários embarcaram, desembarcaram e utilizaram o terminal como conexão para se deslocar para o exterior. Por Heloisa Medeiros Consulte :: Informativo Sinaenco :: 5

Olimpíadas Olimpíadas 2016 devem trazer legado social para o Brasil RENASTO SETTE CAMARA / DIVULGAÇÃO EOM Com investimentos previstos de R$ 37,6 bilhões, as Olimpíadas 2016, realizadas pela primeira vez em um país da América Latina, podem trazer um legado de melhoria de equipamentos urbanos nas cidades brasileiras, com base em obras inspiradoras do Rio de Janeiro Com o final da Copa, em julho de 2014, encerrou-se um processo que teve início há sete anos, em 2007, quando o Brasil foi escolhido pela Fifa para sediar o Mundial. No total, foram gastos com R$ 25.3 bilhões. A demanda dos quase 700 mil turistas que estiveram por aqui, movimentando R$ 6,3 bilhões entre junho e julho, foi atendida sem grandes problemas. Página virada, agora, o país se prepara para sediar, em 2016, os XXXI Jogos Olímpicos da Era Mo-derna, com investimentos previs-tos de R$ 37,6 bilhões, superiores aos da Copa. De acordo com José Roberto Bernasconi, presidente nacional do Sinaenco, mais uma vez é preciso destacar que um evento desta magnitude precisa deixar um legado impor-tante para a sociedade brasileira. Realizados pela primeira vez em um país da América Latina, as Olimpíadas 2016 serão um evento de grande impacto, não só para o Rio de Janeiro, mas para todo o Brasil. Ao contrário da Copa 2014, voltada apenas para o futebol, e realizada em 12 cidades brasileiras, os Jogos Olímpicos envolvem 42 modalidades, e 10.500 atletas de 204 países, o que deve despertar o interesse do público por uma ampla Novo Velódromo, a ser construído na Barra gama de esportes. Por isso, as Olimpíadas têm potencial para atrair ainda mais a atenção do mundo, com previsão de vendas de sete milhões de ingressos. Apesar de ocorrerem em apenas uma cidade, os jogos olímpicos têm um impacto midiático maior que o da Copa. Isso porque a audiência mundial interessada é muito maior, em função das inúmeras modalidades esportivas, com um cardápio capaz de agradar a um público muito mais amplo, que pretende acompanhar a participação de seus atletas, principalmente os 120 países medalhistas, avalia. Bernasconi destaca que pelo fato de as repercussões dos jogos olímpicos serem maiores que as da Copa, essa é uma oportunidade de ouro para o país aproveitar para colher frutos, desta vez, um legado social, com o incentivo à prática de esportes pelos jovens. Esse legado deve se centrar na infraestrutura urbana de lazer, esportes e acessibilidade, com foco na quali- 6 :: Informativo Sinaenco :: Consulte 6 :: Informativo Sinaenco :: Consulte

Olimpíadas dade de vida, não mais de grandes obras e infraestrutura, como se esperava com a Copa 2014, mesmo porque os jogos envolvem ainda as inúmeras cidades que irão receber as delegações internacionais para os treinos, avalia. As obras do Rio de Janeiro para os jogos olímpicos devem inspirar uma melhoria nos equipa-mentos urbanos das cidades brasileiras. As obras de 2016 Mesmo com concentração dos jogos em uma única cidade, a previsão é de que as obras nos 33 locais de competição devam ficar prontas até maio de 2016. Antes disso, no entanto, os complexos esportivos deverão ter realizado 39 eventos-teste, de acordo com planejamento do Comitê Organizador Local, o Rio2016. Os locais de competição estão divididos em quatro regiões: Deodoro, Maracanã, Barra da Tijuca e Copacabana. Até o momento, a Autoridade Pública Olímpica (APO) divulgou a Matriz de Responsabilidade com o valor de 24, das 52 obras e intervenções propostas para os jogos. Na região da Barra, por exemplo, as adequações do Parque Aquático Maria Lenk ainda não têm orçamento concluído. Situação semelhante ocorre com a reforma do estádio do Engenhão, situado na zona Norte do Rio, que vai receber os jogos de futebol e algumas provas do atletismo. No entanto, em visita ao Rio de Janeiro no início do mês de outubro, o presidente da Comissão Coordenadora do COI nos Jogos de 2016, Nawal El Moutawakel, se mostrou confiante com os rumos da cidade restando dois anos para o início da competição. Ao entrar nos últimos dois anos de preparativos, podemos ver que os principais projetos estão avançando a toda velocidade, principalmente, no que diz respeito à construção das instalações. Observamos avanços concretos não apenas nos relatórios, mas também durante nossa Centro Olímpico de Tênis Sede do Comitê Olímpico visita às obras. Continuamos confiantes que, apesar do crono-grama apertado, nossos parceiros brasileiros vão realizar jogos muito bem sucedidos, declarou Nawal. Presidente do Comitê Rio-2016 e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman também ressaltou o empenho nacional na capacitação do Rio de Janeiro para receber as Olimpíadas. Nosso compromisso em organizar jogos excelentes continua intacto. Com a liderança do COI e o apoio de nossos patrocinadores temos a confiança que precisamos. É muito recompensador quando olhamos ao redor e vemos nossos parceiros da cidade, do estado e de todo o país construindo os jogos conosco, destacou Nuzman. As receitas da competição vão girar em torno dos R$ 7 bilhões, divididas em patrocinadores (internacionais e locais), venda de ingressos e contribuições do COI. Até o momento, os 52 projetos estão avaliados em R$ 6,5 bilhões dentro do orçamento total de R$ 37,6 bilhões. Parte desse total, ou R$ 4,2 bilhões (65%), provém do investimento privado. O restante está dividido em ações dos governos municipal, estadual e federal. Até o momento, no entanto, grande parte das obras ainda não saiu do papel, estando no estágio de contrato assinado. Consulte :: :: Informativo Sinaenco :: :: 7

olimpíadas Situação das obras as para a as Olimpíadas 2016 Assim como ocorreu no acompanhamento das obras para a Copa do Mundo, o Sinaenco segue de perto todas as ações propostas para as Olimpíadas. Para uma melhor compreensão do estado das obras, o Comitê Organizador Local (COL) estabeleceu os números de 1 a 5 para a situação de cada intervenção, diferente das porcentagens utilizadas no Mundial: 1-2 - 3-4 - 5-6 - Projeto conceitual em elaboração baseado nos compromissos de candidatura. Anteprojeto ou projeto básico/termo de referência em elaboração. Edital de licitação publicado (para projetos de governo) ou Pedido de Proposta publicado (privado); contendo escopo, custo e cronograma. Contrato assinado. Obra concluída ou serviço disponível. Projeto entregue (status Pronto para Operação concedido). Abaixo, a situação de todas as obras nas regiões de Deodoro, Barra da Tijuca, Maracanã e Copacabana: Copacabana: Reforma do Estádio de Remo da Lagoa Rodrigo de Freitas - Nível de Maturidade 2 Adequação da Marina da Gloria Nível de Maturidade - 4 Início da obra: 3º trim de 2014/ entrega prevista: 4º trim de 2015 Valor: R$ 45 milhões esportivos Nível de maturidade - 1 não esportivos Nível de maturidade - 1 Maracanã Estádio Olímpico Joao Havelange - reurbanização do entorno Nível de Maturidade - 4 Início: jun/14 // entrega: 3º trim de 2015 Valor: R$ 28 milhões Quadras de aquecimento da Arena Maracanãzinho Nível de maturidade - 1 Adequação do Parque Aquático Júlio Delamare Nível de maturidade - 2 Adequação do Estádio Olímpico Joao Havelange Nível de maturidade - 2 Sambódromo - construção das novas arquibancadas Nível de Maturidade 5 Início: abr/11 // Entrega: fev/12 Valor: R$ 60 milhões Sambódromo - reforma e reparo das fundações Nível de Maturidade: 5 Início: ago/11 // Entrega: fev/12 Valor: R$ 5 milhões esportivos Nível de maturidade 1 não esportivos Nível de maturidade 1 Deodoro Projetos básicos e executivos das instalações esportivas Início: nov/13 // Prazo de entrega: 3º trim/14 Valor: R$ 31,6 milhões Estádio Olímpico de Canoagem Slalom Início: jul/14 // Prazo de entrega: 1º trim/16 Centro Olímpico de BMX Início: jul/14 // Prazo de entrega: 4º trim/15 Arena Deodoro Início: jul/14 // Prazo de entrega: 1º trim/16 Centro Nacional de Hóquei sobre Grama Início: jul/14 // Prazo de entrega: 4º trim/15 Domínio Comum do Parque Radical Início: jul/14 // Prazo de entrega: 1º trim/16 Infraestrutura da instalação de Mountain Bike Início: jul/14 // Prazo de entrega: 4º trim/15 Infraestrutura do Pentatlo Moderno e Rugby Início: jul/14 // Prazo de entrega: 1º trim/16 Adequação do Centro Aquático de Pentatlo Moderno Início: jul/14 // Prazo de entrega: 1º trim/16 Adequação do Centro Nacional de Tiro Esportivo Início: jul/14 // Prazo de entrega 2º trim/16 *(Todas as obras acima, a partir do Estádio Olímpico de Canoagem, fazem parte de um investimento de R$ 647 milhões) Adequação do Centro Nacional de Hipismo (Pista de Cross Country, Arena de Salto e 8 :: :: Informativo Sinaenco :: :: Consulte

Adestramento, Clínica Veterinária, Acomodações dos Tratadores e Baias dos Cavalos) Inicio: jul/14 // Prazo de entrega 2º trim/16 Valor: R$ 157,1 milhões Construção da primeira linha de alimentação do Complexo Esportivo Deodoro Nível de Maturidade: 2 Sem prazo de início de entrega definido Construção da segunda linha de alimentação do Complexo Esportivo Deodoro Nível de Maturidade: 2 Sem prazo de início de entrega definido esportivos Nível de maturidade: 1 não esportivos Nível de maturidade: 1 Barra da Tijuca Projetos básicos e executivos das instalações esportivas Nível de Maturidade: 5 Início: mar/13 // Prazo de entrega jun/14 Valor: R$ 31,1 milhões Construção do Centro Olímpico de Tênis Início: nov/13 // Prazo de entrega: 3º trim/15 Valor: R$ 164,8 milhões Manutenção do Centro Olímpico de Tênis Início: 4º trim/15 // Prazo de entrega: 3º trim/17 Valor: R$ 10,6 milhões Construção do Velódromo Olímpico Início: fev/14 // Prazo de entrega: 4º trim/15 Valor: R$ 112,9 milhões Manutenção do Velódromo Olímpico Início: 4º trim/15 // Prazo de entrega: 4º trim/17 Valor: R$ 5,9 milhões Construção do Centro Olímpico de Handebol - Hall 4 Início: abr/14 // Prazo de entrega: 4º trim/15 Valor: R$ 121,1 milhões Manutenção e desmontagem do Centro Olímpico de Handebol - Hall 4 Início: 4º trim/15 // Prazo de entrega: 2º trim/17 Valor: R$ 25,7 milhões Construção do Centro Olímpico de Esportes Aquáticos Início: abr/14 // Prazo de entrega: 1 trim/16 Valor: R$ 217,1 milhões Manutenção do Centro Olímpico de Esportes Aquáticos Início: 1o trim/16 // Prazo de entrega: 1º trim/17 Valor: R$ 8,2 milhões Adequação do Parque Aquático Maria Lenk Nível de Maturidade: 2 Infraestrutura do Parque Olímpico da Barra - redes de agua, luz, esgoto Início: jul/13 // Prazo de entrega 2º trim/15 Construção do Centro Internacional de Rádio Difusão (IBC) Início: out/13 // Prazo de entrega: 3 trim/15 Construção do Centro Olímpico de Treinamento - Halls 1, 2, 3 Início: jul/13 // Prazo de entrega: 3º trim/15 Construção do Centro Principal de Mídia (MPC) sets/13 // Prazo de entrega: 4º trim/15 Parque Olímpico da Barra - Domínio Comum pavimentação, paisagismo Início: dez/13 // Prazo de entrega 2º: trim/16 Construção de Hotel de Midia Início: dez/13 // Prazo de entrega: 2º trim/16 Infraestrutura da Vila Olímpica e Paralímpica Início: set/12 // Prazo de entrega: 4º trim/14 (As obras, a partir das adequações do Parque Aquático Maria Lenk, somam valor de R$ 528 milhões do Gov Municipal + R$ 1,150 bilhão da iniciativa privada. Total: R$ 1,1678 bilhão) Construção da Vila Olímpica e Paralímpica Início: nov/12 // Prazo de entrega: 1º trim/16 Valor: R$ 2.909,5 bilhões Instalações esportivas (Golfe) Início: fev/13 2o trim/16 Valor: R$ 60 milhões Construção do Parque dos Atletas Nível de Maturidade: 5 Início: dez/10 // entrega: ago/11 Valor: R$40,3 milhões Construção da primeira linha de alimentação do Parque Olímpico da Barra Início: jan/14 // Entrega: 2º trim/15 Valor: R$ 19,3 milhões Construção da segunda linha de alimentação do Parque Olímpico da Barra Início: jan/14 // Prazo de entrega: 2º trim/15 Valor: R$ 60,5 milhões Construção da subestação de energia elétrica do Parque Olímpico da Barra Início: jan/14 // Prazo de entrega: 2º trim/15 Valor: R$ 72,9 milhões esportivos Nível de maturidade: 1 não esportivos Nível de maturidade: 1 Reportagem: Guilherme Henrique Costa e Silva Texto: Heloisa Medeiros Consulte :: Informativo Sinaenco :: 9

licitações Os riscos da contratação integrada em obras públicas Por Flávio Krollmann* A Lei de Licitações, a conhecida 8.666, vigora há mais de 20 anos e muitos especialistas reforçam a necessidade urgente de uma revisão. Em discussão há quase dois anos, o PLS (Projeto de Lei do Senado) 559/2013, que prevê mudanças na forma de licitar qualquer produto ou serviço no país, tem ganhado repercussão nos últimos meses. A necessidade de aprovar uma nova lei vem principalmente do fato de termos hoje a Lei 8.666 e o RDC Regime Diferenciado de Contratações Públicas. O RDC foi aprovado pelo Governo em 2011, visando acelerar as contratações de obras para a Copa do Mundo e Olimpíadas 2016, e vem gerando polêmicas desde então. Em maio deste ano, senadores chegaram a um acordo unânime na votação da MP 630, que dispõe sobre o RDC, validando a retirada do artigo 1º que estendia o regime para todas as obras públicas, com exceção de obras da Copa, Olimpíadas, do PAC e do setor de educação, além de projetos envolvendo presídios. Tivemos uma forte mobilização contra o RDC envolvendo entidades como o Sinaenco, a ABCE (Associação Brasileira de Consultores de Engenharia), o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil), o CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia), o CREA- SP e o IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil). Apesar da conquista, um dos pontos do PLS 559/2013 torna definitivo um instrumento tão criti- cado no RDC, o que se refere aos serviços de engenharia, a contratação integrada. A partir deste modelo, tanto a elaboração de projetos de engenharia, bem como os serviços de execução seriam contratados em conjunto, visando facilitar o processo licitatório. Estudos das mais renomadas instituições de planejamento e agências de fomento e desenvolvimento internacionais recomendam que os projetos de arquitetura e de engenharia sejam contratados de forma independente, antes da licitação que definirá a construtora que executará a obra. Vale reforçar que todas as definições técnicas, soluções construtivas, especificações de materiais e serviços, custo e prazo exequível para sua realização estão contidos nesses projetos. Além do posicionamento con-trário de várias entidades, o Tribunal de Contas da União (TCU) também apresentou argumentos de inconstitucionalidade de partes dessa proposta. Com base na modalidade de contratação integrada, a administração pública poderia licitar qualquer obra com base apenas em um anteprojeto. O coerente é que uma concorrência de uma obra só deve acontecer após a elaboração do projeto completo. Ou seja, única forma de garantir a qualidade do empreendimento, um orçamento baseado em preços justos, com especificação de materiais e cronograma físico-financeiro de execução. Em agosto deste ano, o texto foi retirado da pauta a pedido do governo, após sérias críticas. O projeto voltou à pauta no início de setembro, ainda que pendente de pareceres das Comissões de Justiça, Infraestrutura e Assuntos Econômicos. Lideranças partidárias solicitaram que a votação fosse novamente adiada. A previsão é que o projeto não seja votado antes das eleições. Mas, a polêmica continua e a proposta precisa ser revista. Além da contratação integrada, o texto do PLS 559 prevê que projetos de arquitetura e engenharia poderiam ser contratados apenas pelo critério de preços. O Sinaenco, bem como diversas instituições atuantes em prol do setor de arquitetura e engenharia consultiva, defende que projetos são serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual, de alta complexidade e com demanda de profissionais altamente qualificados e especializados. Priorizamos a relevância do projeto e defendemos acima de tudo que antes de uma boa obra, temos sempre um bom projeto. *Flávio Krollmann Presidente do Sinaenco-MG 10 :: Informativo Sinaenco :: Consulte

Sinaenco Brasil Grupo de Trabalho sobre a Norma de Desempenho O Sinaenco São Paulo criou, em junho, um Grupo de Trabalho sobre a Norma de Desempenho e avaliar seu impacto no setor de arquitetura e engenharia consultiva. O engenheiro Ricardo Hunziker, coordenador do GT Sinaenco, lembra que há uma grande apreensão em relação ao papel do projetista perante os requisitos da NBR 15.575. Para analisar os impactos que esse referencial trouxe para o setor de A&EC, o Sinaenco criou um grupo de trabalho que, desde junho deste ano, vem repercutindo o assunto, internamente e também abrindo interlocução com entidades afins. Entre outros temas, a grande preocupação é delimitar a responsabilidade do projetista, que só pode responder pelo escopo do seu trabalho, destaca. Com o propósito de conferir mais eficácia ao trabalho e ampliar a análise, o GT elaborou e enviou uma pesquisa dirigida a todos os filiados do Sinaenco. O objetivo é medir o grau de conhecimento sobre o tema e os principais impactos enfrentados pelas empresas. João Pessoa deverá erá captar até R$ 1,2 bilhão do BID e da CEF A Prefeitura Municipal de João Pessoa, na Paraíba, apresentou um Plano de Ação para se tornar uma cidade sustentável. O projeto João Pessoa Cidade Sustentável é uma parceria entre a PMJP, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Caixa Econômica Federal (CEF). O Plano vai permitir que o município capte até R$ 1,25 bilhão em investimentos e integra o Programa Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis (ICES) e espera promover o apoio a ações que proporcionem serviços básicos e garantam níveis adequados de qualidade de vida e emprego. O convênio com BID prevê inicialmente um investimento na ordem de U$ 100 milhões (R$ 230 milhões) na capital. O ICES pretende alcançar 50 cidades da América Latina e do Caribe até o próximo ano. Desde o ano passado, uma equipe, formada por 15 especialistas da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), contratados pelo BID, trabalha com a Prefeitura de João Pessoa para fazer um mapeamento dos principais problemas enfrentados pela cidade e nortear o plano de ação. Diagnóstico de empresas esas de Engenharia e Arquitetur quitetura O Sinaenco-MG realizou uma pesquisa entre as empresas afiliadas, a fim de preparar um Diagnóstico das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva de Minas Gerais. O objetivo do estudo é conhecer mais e melhor o setor, além de aprimorar o relacionamento com as empresas associadas e filiadas ao Sindicato. No questionário preparado, foram formuladas questões específicas para conhecer melhor cada empresa e o que o afiliado espera do Sinaenco-MG. Com isso, depois da apuração e tabulação dos dados será possível mapear o universo das empresas do setor, identificar suas fragilidades e pontos fortes, além de conhecer suas demandas Curso sobre Norma de Desempenho Com foco na formação continuada, o Sinaenco-PE realizou dois cursos de capacitação, recentemente. Um deles, sobre a Norma de Desempenho (NBR 15.575), com a professora Elka Porciúncula, graduada em arquitetura pela Universidade Federal de Pernambuco e assessora técnica na ADEMI-PE. Estiveram presentes 22 participantes entre engenheiros, arquitetos e empresários. O outro foi sobre Conservação, Segurança e Gestão de Obras de Concreto: Pavimentos Rodoviários Pontes e Viadutos Edificações. Com duração de 6 dias, o curso mostrou os principais procedimentos relacionados à garantia das boas condições de conservação, funcionalidade e segurança estrutural das obras de concreto, com ênfase para os pavimentos rodoviários, as pontes e viadutos e os edifícios. Cerca de 25 profissionais participaram do curso. Consulte :: Informativo Sinaenco :: 11

obras exemplares Aeroporto de Natal, alçando voo em céu de brigadeiro FOTO????? DIVULGAÇÃO CONSÓRCIO INFRAMERCIA Com uma grande cobertura metálica que se estende até a área externa e amplas fachadas envidraçadas, o novo aeroporto Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, Natal (RN) se destaca na paisagem. Este é o primeiro aeroporto do Brasil a ser concedido à iniciativa privada. Em 2011, o Consórcio Inframérica, formado pela Infravix e Corporación América, venceu o leilão, arrematando-o por R$ 170 milhões, com ágio de 228,82%. No total, estão previstos investimentos de R$ 650 milhões até o final da concessão, cujo prazo é de 28 anos. Entregue no final de maio deste ano, a tempo para a Copa 2014, o consórcio já investiu R$ 500 milhões nas obras. A capacidade do aeroporto chegará a 6,2 milhões de passageiros em 2024, e a 11 milhões até 2038. O projeto do aeroporto de Natal foi desenvolvido pelo consórcio da Inframérica e construído pela Engevix. O terminal de passageiros com 42 mil m2, conta com área de embarque composta de oito pontes (fingers) e 42 balcões de check in. A torre de controle tem 38 m de altura, nove andares e elevador interno, e junto com os serviços ocupam área de 53 mil m². A pista de pouso tem 3 mil m x 60 m e o espaço de estacionamento abrange 16 mil m², com 850 vagas. O terminal de carga, por sua vez, com 3.3 mil m², tem capacidade para 10 mil toneladas/ano. 12 :: Informativo Sinaenco :: Consulte