VIVER E SORRIR GRUPO DE APOIO AO PREMATURO



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Transcrição:

ANEXO IV DESCRIÇÃO TÉCNICA DO PROJETO 1. Identificação do projeto: Implantação de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de Alta Complexidade no Hospital São Paulo Hospital Universitário da UNIFESP 1.1. Instituição proponente: Viver e Sorrir - Grupo de Apoio ao Prematuro 1.2 CNPJ: 06.140.475/0001-60 1.3 Eixo Prioritário: III. Saúde g) Projetos voltados ao diagnóstico, tratamento e acompanhamento de crianças e adolescentes com doenças graves; 1.4 Banco : 1.5 Agência: 1.6 Conta: 1.7 Site: www.viveresorrir.org.br 1.8 Certificações: CEBAS ( ) OSCIP ( ) Utilidade Pública Federal ( ) Utilidade Pública Estadual ( ) Utilidade Pública Municipal ( ) COMAS ( ) 1.9 Nome do Responsável legal: Benjamin Israel Kopelman 1.10 RG: 1.821.262 1.11 Órgão Expedidor: SSP/SP 2. Apresentação da Organização O Viver e Sorrir é uma pessoa jurídica de direito privado, de caráter assistencial, beneficente, filantrópico, científico e cultural, sem quaisquer fins lucrativos, com prazo de duração indeterminado, com sede e foro na Capital do Estado de São Paulo, registrado no 3º Registro de Títulos e Documentos sob o nº 477587 em 18/02/2004.

A organização é constituída por pessoas da sociedade que se uniram para ajudar a Disciplina de Pediatria Neonatal da Escola Paulista de Medicina /UNIFESP a cumprir um de seus objetivos mais importantes: colaborar para que as crianças prematuras tenham melhores condições de vida. A iniciativa de criar o Viver e Sorrir Grupo de Apoio ao Prematuro também designado pelo nome fantasia VIVER E SORRIR surgiu no Ambulatório de Prematuros da Disciplina de Pediatria Neonatal da Escola Paulista de Medicina /UNIFESP, a partir da observação diária das necessidades especiais dos pacientes e das dificuldades das famílias para propiciar um cuidado adequado às crianças nascidas prematuras que necessitam de acompanhamento ambulatorial especializado e atendimentos frequentes. Esse ambulatório foi criado com o objetivo de prestar assistência multiprofissional a crianças nascidas prematuras, desde a alta hospitalar até o fim da adolescência (19 anos). Cerca de 20% das crianças com peso ao nascer menor que 1500 gramas apresentam algum tipo de seqüela e necessitam de acompanhamento ambulatorial especializado, que implica em atendimentos freqüentes. Além disso, a população atendida no Ambulatório de Prematuros da UNIFESP freqüentemente apresenta dificuldades econômicas e problemas sociais graves que agravam as repercussões da prematuridade e dificultam o acesso aos serviços de saúde. Muitas vezes, as mães não traziam seus filhos às consultas por não terem condições financeiras. As avaliações nutricionais das crianças mostravam que muitas vezes a alimentação não estava adequada. Outras vezes, as crianças não recebiam as medicações necessárias de forma adequada. Em alguns casos, as crianças necessitavam de cadeira de rodas, óculos e outros equipamentos, mas não conseguiam obtê-los. Dessa forma, concluímos que o auxílio social e financeiro às famílias poderia contribuir para o melhor crescimento e desenvolvimento dos prematuros. Nossa Missão: Contribuir para que as crianças prematuras tenham melhores condições de vida.

Função Social/Objetivos O Viver e Sorrir Grupo de Apoio ao Prematuro tem como objetivo auxiliar na melhoria das atividades desenvolvidas pela Disciplina de Pediatria Neonatal da UNIFESP, obtendo meios e recursos para garantir uma assistência de alto padrão científico e para prestar apoio social às famílias necessitadas. São metas da organização: - Buscar recursos financeiros para reforma das unidades e aquisição de equipamentos para as Unidades Neonatais do Hospital São Paulo e Hospital Municipal Vereador José Storopolli. - Buscar recursos financeiros para aquisição, reforma e manutenção da Casa do Prematuro, onde está localizado o Ambulatório de Prematuros - Colaborar com a manutenção do Banco de Leite Humano da UNIFESP - Estimular e apoiar as atividades de aperfeiçoamento técnico-científico da Disciplina de Pediatria Neonatal - Prestar apoio social às famílias contribuindo para a melhoria da saúde e bem estar dos prematuros, fornecendo alguns benefícios como: fórmula láctea, fraldas, cestas básicas, transporte para as mães levarem seus filhos às consultas, equipamentos para reabilitação das crianças (como óculos, cadeiras de rodas, etc.), medicamentos dentre outros. - promover o voluntariado - promover eventos científicos ou culturais cujos recursos contribuam com as atividades da organização - promover campanhas de esclarecimento à coletividade As atividades assistenciais da Disciplina de Pediatria Neonatal da Escola Paulista de Medicina/UNIFESP, que recebem o apoio do Viver e Sorrir, são desenvolvidas nas instituições descritas a seguir.

HOSPITAL SÃO PAULO A Disciplina de Pediatria Neonatal faz a coordenação da UTI neonatal do Hospital São Paulo, sendo uma unidade assistencial de extrema complexidade voltada à assistência, ao ensino e à pesquisa em saúde, pilares básicos da UNIFESP, com ênfase aqui na saúde neonatal. A Unidade de Terapia Intensiva e de Cuidados Intermediários do Hospital São Paulo da Universidade Federal de São Paulo tem como missão essencial prestar toda assistência a recém-nascidos e, ao mesmo tempo, servir como campo prático de aprendizado para pediatras, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos, que estão se especializando no cuidado a estes pacientes e atuarão em unidades neonatais de todo país. Para cumprir esta missão, a Unidade de Terapia Intensiva e de Cuidados Intermediários do Hospital São Paulo conta com 17 leitos de Terapia Intensiva, 9 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Convencional e 5 Leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Canguru, totalizando 31 Leitos, além de contar com uma equipe de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas em estreita ligação com a Universidade Federal de São Paulo. Ocorrem na maternidade ligada à

unidade cerca de 1000 partos anuais, grande parte deles de alto risco. Assim, dentre os nascidos vivos, 25% tem peso inferior a 2500 gramas (média nacional: 8%); 5% têm peso inferior a 1500 gramas (média nacional: 1%) e 1-2% tem peso ao nascer menor do que 1000 gramas (média brasileira: 0,2%). Afora os prematuros, a unidade tem um movimento de internação elevado de neonatos portadores de malformações congênitas, sendo eles 8 a 10% dos nascidos vivos (média internacional: 3-4% dos nascidos vivos). Vale lembrar que estas crianças atendidas no serviço têm, em geral, um padrão complexo de malformações, requerendo a intervenção de múltiplos especialistas (cardiologistas, neurologistas, cirurgiões e geneticistas, entre outros) e internações prolongadas. Desta forma, as taxas médias de ocupação, nos últimos 2 anos têm girado ao redor de 120% para os leitos de terapia intensiva e de 80% para os leitos de cuidados intermediários. A Unidade de Terapia Intensiva e de Cuidados Intermediários do Hospital São Paulo é polo formador de profissionais da área de neonatologia, que atuam e se destacam em todo Território Nacional. Com estes recursos e apesar das limitações, os resultados obtidos em termos de mortalidade neonatal e controle de infecção hospitalar se equiparam aos melhores centros de atendimento neonatal do país. É importante ressaltar que todo este atendimento é prestado via Sistema Único de Saúde, sendo a dedicação, o carinho, a sofisticação e o cuidado da assistência aos bebês independentes do nível socioeconômico de suas famílias.

HOSPITAL MUNICIPAL VEREADOR JOSE STOROPOLLI O Hospital Municipal Vereador José Storopolli é uma instituição afiliada à Escola Paulista de Medicina /UNIFESP, sendo também conhecido como Hospital Vila Maria pelos seus funcionários e pela comunidade a que presta serviços. A parceria deste hospital com a UNIFESP teve início em 1994, buscando sempre unir a atividade acadêmica ao bom atendimento ao paciente. Em suas dependências circulam alunos de medicina, enfermagem, fisioterapia e fonoaudiologia que buscam a complementação dos ensinamentos a eles transmitidos em suas escolas de origem, tanto no campo teórico como no prático. A instituição caracteriza-se por ser um hospital geral, que presta atendimento de enfermaria e pronto-socorro nas áreas de clínica médica, pediátrica, ortopédica, obstétrica e ginecológica, dispõe de uma unidade de cuidados intensivos para adultos e uma pediátrica, além da unidade neonatal. Todos os pacientes são atendidos via Sistema Único de Saúde, recebendo todos os recursos disponibilizados pelo hospital, independente do nível socioeconômico a que pertencem, assim como o de suas famílias.

Cerca de 1900 crianças nascem anualmente no hospital e, apesar de não ser considerada uma referência para neonatos de alto risco, 0,7% dos nascidos vivos tem peso igual ou inferior a 1000 gramas (média no país de 0,2%), 1% pesam entre 1001 e 1500 gramas (média nacional de 1%) e 7% tem peso entre 1501 a 2500 gramas (média brasileira de 8%), apresentando uma taxa média de ocupação de 5% para os leitos de cuidados intensivos, 18% para aqueles de cuidados semi-intensivos e 77% para os de alojamento conjunto. Esta unidade possui 5 leitos de Terapia Intensiva, 12 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Convencional e 4 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Canguru. Na alta hospitalar todos saem com a consulta agendada na UBS de origem. Os prematuros com peso de nascimento 1500g, são encaminhados para acompanhamento no Ambulatório de Prematuros da Escola Paulista de Medicina/UNIFESP. Este ambulatório é composto por uma equipe multiprofissional, envolvida no acompanhamento especializado de bebês prematuros. Os recémnascidos com peso 1501-2500g são encaminhados para acompanhamento nas Unidades Básicas de Saúde.

HOSPITAL ESTADUAL DE DIADEMA Além das Unidades existentes no município de São Paulo, a Unidade Neonatal do Hospital Estadual de Diadema está afiliada à Escola Paulista de Medicina /UNIFESP, localizada no município de Diadema, contando com 12 leitos de Terapia Intensiva, 12 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Convencional e 6 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Canguru HOSPITAL GERAL DE PIRAJUSSARA

A Unidade Neonatal do Hospital Geral de Pirajussara, localizado no município de Taboão da Serra, iniciou suas atividades em novembro de 1999. A população atendida compreende as gestantes de baixo e alto risco da região de Taboão da Serra e do município de Embu, sendo referência vaga zero para gestantes de alto risco ou recém-nascidos de alto risco para a Maternidade do Embu, localizada em Embu das Artes. Esta unidade também esta afiliada à Escola Paulista de Medicina /UNIFESP e possui atualmente: 10 leitos de Terapia Intensiva, 15 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Convencional e 6 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Canguru. Em dezembro de 2008 foi instituída a Unidade de Ambulatório com equipe multidisciplinar, que atende prematuros com peso ao nascer inferior a 2000 g e crianças a termo com patologias específicas residentes no Município de Taboão da Serra. Os pacientes residentes no Embu são encaminhados para o Projeto Desenvolver, situado no Município do Embu. BANCO DE LEITE HUMANO O Banco de Leite Humano é um centro especializado, responsável pela promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Deve estar obrigatoriamente vinculado a um hospital materno-infantil e seguir as regulamentações do Ministério da Saúde e da Rede Nacional de Bancos de Leite Humano Fiocruz.

O Banco de Leite Humano da Escola Paulista de Medicina /UNIFESP está vinculado ao Centro de Incentivo e Apoio ao Aleitamento Materno - CIAAM, órgão suplementar da UNIFESP. A sede do CIAAM foi inaugurada no dia 12 de dezembro de 2002, localizada à Rua Loefgreen, 2010. As instalações do Banco de Leite Humano propriamente ditas constam de consultório, sala de coleta, de processamento e conservação do leite humano e local de expurgo e limpeza. As atividades de pasteurização tiveram início em 18 de agosto de 2003, após a capacitação de pessoal e vem acontecendo 2 vezes por semana, conforme a coleta do leite humano cru se intensifica. Em 01 de junho de 2009 começamos a coleta e distribuição do leite cru da própria mãe para o seu recém-nascido. Uma equipe multiprofissional, constituída por médico, enfermeiro, fonoaudiólogo, nutricionista, dentista, fisioterapeuta, psicólogo, técnico de enfermagem, técnico de nutrição e escriturário, atua no banco de leite. Os funcionários foram habilitados pela comissão Estadual de Bancos de Leite Humano. As atividades do Banco de Leite Humano incluem: Implementar estratégias de incentivo ao aleitamento materno nos diversos setores da Instituição. Atender às nutrizes, internadas ou não, com dificuldades no aleitamento materno. Oferecer atendimento telefônico às nutrizes nas questões relacionadas a amamentação. Colaborar e realizar pesquisas científicas relacionadas ao aleitamento materno. Oferecer treinamento e capacitação em aleitamento materno aos profissionais da área da saúde e afins. Oferecer cursos em aleitamento materno aos demais segmentos da sociedade. Por ano são realizados 2300 atendimentos entre ambulatório de aleitamento materno, icterícia, nutrição, psicologia, fonoaudiologia e ordenha e são pasteurizados ao redor de 150 litros de leite humano.

AMBULATÓRIO DE PREMATUROS O Ambulatório de Prematuros da UNIFESP é um centro especializado no acompanhamento de prematuros que foi criado em 1981 com o objetivo de prestar assistência multiprofissional a crianças nascidas prematuras, desde a alta hospitalar até o fim da adolescência, buscando promover seu crescimento e desenvolvimento. Nele são atendidos os prematuros com peso ao nascer inferior a 2000 gramas nascidos no Hospital São Paulo e aqueles com peso inferior a 1500 gramas nascidos no Hospital Municipal Vereador José Storopolli. A cada ano, cerca de 120 prematuros ingressam no Ambulatório, sendo que atualmente temos aproximadamente 1000 crianças e adolescentes em acompanhamento, alguns deles com 19 anos de idade. O atendimento no Ambulatório de Prematuros da UNIFESP é realizado por profissionais de diversos segmentos da área da saúde, tais como pediatra, neurologista infantil, oftalmologista, fonoaudiólogo, psicólogo, fisioterapeuta, odontologista, assistente social, nutricionista e dermatologista. A equipe conta com vários profissionais que prestaram assistência às crianças durante a internação nas Unidades Neonatais, o que facilita o acompanhamento, pois a equipe conhece os problemas apresentados por esses bebês no início de suas vidas. Além disso, como

as crianças chegam a ficar internadas por dois a três meses, cria-se um vínculo grande entre a família e a equipe. Quando a criança recebe alta da unidade neonatal os familiares recebem um vídeo com duração de 34 minutos, que apresenta os diversos profissionais que atuam no ambulatório e mostram a importância do acompanhamento multiprofissional. Além disso, sua primeira consulta no ambulatório já está agendada e ela ocorre logo na primeira semana após a alta, visto que é imperioso saber como está a adaptação do bebê com os pais e com a sua nova casa. As consultas pediátricas de rotina são planejadas para serem mensais nos primeiros 12 meses de idade corrigida e bimestrais nos 6 meses subseqüentes. Entre 18 e 24 meses as consultas são planejadas para serem trimestrais e a partir daí semestrais. As consultas pediátricas são realizadas pelo médico residente de terceiro ou quarto ano da Disciplina de Pediatria Neonatal da Escola Paulista de Medicina/UNIFESP, sendo sempre supervisionadas por um médico assistente da disciplina. As consultas de rotina com o neurologista pediátrico, fonoaudiólogo e odontologista são planejadas para serem semestrais e as de fisioterapia semanais. Os atendimentos com psicólogo, assistente social, nutricionista e dermatologista são agendadas de acordo com a necessidade da criança. O acompanhamento ambulatorial especializado permite o diagnóstico e tratamento precoce das possíveis sequelas da prematuridade, minimizando suas repercussões. Os objetivos específicos de cada especialidade no atendimento aos prematuros são descritos a seguir. Pediatria Avaliar o crescimento e desenvolvimento, investigando e tratando seus desvios. Fornecer orientações relacionadas a aspectos nutricionais e de medidas para estimulação neurosensorial. Encaminhar para realização de vacinas e de outras medidas para prevenção de infecções. Diagnosticar e tratar as doenças clínicas que se apresentarem. Neurologia Diagnosticar e orientar o tratamento das complicações neurológicas que são frequentemente associadas à prematuridade, tais como crises convulsivas, distúrbios motores e déficits de desenvolvimento. Fonoaudiologia (Setor de Linguagem) Caracterizar o desenvolvimento da linguagem receptiva e expressiva em crianças nascidas prematuras. Realizar grupos de pais com orientação de estímulos para desenvolvimento

da linguagem. Encaminhar para terapia fonoaudiológica as crianças com atraso de desenvolvimento da linguagem. Fonoaudiologia (Setor de Áudio) Avaliar a presença de déficits auditivos, por meio de exame de emissão otoacústica e potencial evocado auditivo de tronco cerebral, além da avaliação comportamental. Encaminhar as crianças com deficiência auditiva para implantação de prótese. Psicologia Acompanhar o desenvolvimento psíquico da criança e realizar diagnóstico e trabalho psicoterapêutico quando necessário. Fisioterapia Avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor e promover estimulação sensório-motora. Prevenir disfunções relacionadas à prematuridade e à hospitalização, estimular precocemente habilidades motoras, de acordo com a faixa etária da criança, minimizando a prevalência de atrasos no desenvolvimento. Orientar pais ou responsáveis na assistência à criança. Odontologia Educar para prevenir a cárie, a doença periodontal e as mal oclusões e tratar essas alterações quando presentes. Assistente Social Realizar avaliação social das famílias, identificando fatores que possam interferir negativamente na preservação da saúde e no tratamento da doença. Auxiliar na busca de recursos sociais. Nutrição Promover a educação alimentar e corrigir erros alimentares. Fornecer orientação nutricional e acompanhar as crianças com desnutrição energético-proteica ou obesidade. Dermatologia - Orientar sobre o significado das alterações cutâneas ao nascimento e os cuidados com a pele conforme o desenvolvimento corporal. Diagnosticar e tratar as doenças de pele. Para estimular ainda mais o vínculo das famílias com o Ambulatório de Prematuros e a integração entre os profissionais que prestam assistência, todos os atendimentos são realizados na Casa do Prematuro, localizada à Rua Doutor Diogo de Faria, 764. Essa proximidade propicia melhor conhecimento e cuidado dos pacientes, e maior evolução técnico-científica dos profissionais. O Ambulatório dispõe de 5 salas de atendimento multidisciplinar (pediatria, neurologia, dermatologia, pedagogia, nutrição,

fonoaudiologia e assistente social), além de uma sala para atendimento de fisioterapia, uma para oftalmologia, uma para psicologia e outra para a assistência odontológica, totalizando 9 salas. O local tem sido reformulado continuamente para oferecer um local adequado e agradável de trabalho e acolhimento das famílias. AMBULATÓRIO DE ALEITAMENTO/ ICTERÍCIA O Ambulatório de Aleitamento Materno/Icterícia está localizado no CIAAM - Centro de Apoio ao Aleitamento Materno da UNIFESP, Rua Loefgreen, 2010. O residente de neonatologia e o residente de 1º ano do Departamento de Pediatria, sob supervisão do médico assistente, atende de 3 a 4 consultas diárias, de recém-nascidos de termo nascidos no Hospital São Paulo, em aleitamento materno e com icterícia. Esse atendimento é fundamental para evitar que casos de risco de hiperbilirrubinemia desenvolvam encefalopatia bilirrubínica, que é uma causa evitável de problemas neurológicos no desenvolvimento infantil. Além disso, medidas para promover o aleitamento materno, que é prioritário em termos de saúde pública são amplamente discutidas, habilitando pediatras e neonatologistas a otimizar o aleitamento materno em sua vida profissional. AMBULATÓRIO DE PERINATOLOGIA Constitui-se em um ambultaório de atendimento conjunto com a Disciplina de Medicina Fetal do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina - UNIPESP, com os seguintes objetivos: Em gestações com fetos de risco para prematuridade, para intercorrências neonatais ou em fetos portadores de malformações congênitas, fornecer informação à família de modo coordenado entre as equipes de obstetrícia e neonatologia, tomar decisões conjuntas, planejar, oferecer informações à equipe da Unidade Neonatal dos futuros nascimentos de neonatos de alto risco, estabelecer uma relação com a família e prepará-la para situações que possam ocorrer no período peri parto; tudo isso visando não só a assistência, mas a formação de profissionais de saúde capacitados a se comunicar com a

família em situações nas quais as notícias nem sempre são boas e ensinandoos a trabalhar em equipe. Propiciar a melhor comunicação entre pediatra e obstetra para as pacientes de risco, visando melhorar o entendimento e preparo das pacientes. Assim, os residentes do segundo em neonatologia são capacitados antes do nascimento do bebê, a otimizar a comunicação entre médico-paciente, a qual se constitui elemento importante no tratamento do paciente e/ou seus familiares. Os residentes defrontam-se muitas vezes, com a comunicação de más notícias, tais como, diagnósticos de doenças, intercorrências em procedimentos médicos e malformações fetais, propiciando um amadurecimento profissional. Para cumprir seus objetivos o Viver e Sorrir Grupo de Apoio ao Prematuro conta com a participação de sua diretoria, que atua na divulgação da ONG e na captação de recursos, e do voluntariado. As voluntárias atuam na Sala de Convivência das Mães, localizada no 8 0 andar do Hospital São Paulo ao lado da UTI Neonatal, que tem o objetivo de proporcionar conforto e bem-estar para as mães nos momentos em que elas não podem estar ao lado de seus filhos internados. No entanto, a maior atuação tem sido no Ambulatório de Prematuros, onde as voluntárias fazem o acolhimento das crianças e de seus familiares, realizam bazares e participam da aquisição e doação dos benefícios para as famílias. Diretoria Presidente Prof. Dr. Benjamin Israel Kopelman Vice-presidente Liliana Aparecida Vespoli Takaoka Presidente Emérito Dr. Eduardo Rahme Amaro Diretora Médica Profa. Dra. Ana Lucia Goulart Diretor Social Marcos Aurélio Santana Bitelli Tesoureiro Roberto Miranda Lima Vice-tesoureiro Silvia Yoshie Sugawara Secretária Juliana Seabra de Amaro Vice-secretária Maria Amélia Carmagnani Pestana

2.1 Histórico da Organização (com apresentação de dados e informações relevantes sobre a área de atuação ) O Viver e Sorrir, sobretudo por meio de sua atuação no Ambulatório de Prematuros, presta apoio social às famílias contribuindo para a melhoria da saúde e bem-estar dos prematuros, fornecendo alguns beneficios como: fórmula láctea, fraldas, cestas básicas, transporte para as crianças e seus familiares, óculos, cadeiras de rodas, medicamentos. No último ano foram doados: - R$ 100.103,88 em fórmula láctea - R$ 8.387,00 em fraldas - R$ 4.092,00 em cestas básicas - R$ 16.524,00 em medicamentos - R$ 1.944,00 em vale transporte - R$ 10.209,00 em cadeira de rodas - R$ 4.681,00 em órteses e óculos - R$ 36.230,00 para aquisição de materiais para a UTI Neonatal do Hospital São Paulo - R$ 33.675,00 de equipamentos para o Ambulatório de Prematuros, Para a Casa do Prematuro, o Viver e Sorrir captou recursos para reforma e ampliação do imóvel e aquisição de equipamentos para implantação dos consultórios de odontologia e oftalmologia. Também captou recursos para a reforma da Unidade Neonatal do Hospital São Paulo e para aquisição de alguns equipamentos, tais como bilirrubinômetro e aparelho de ecocardiograma e ultrassom para as Unidades Neonatais do Hospital São Paulo e do Hospital Municipal Vereador José Storopolli. 3 - Apresentação do Projeto

3.1 Nome do Projeto Implantação de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de Alta Complexidade no Hospital São Paulo Hospital Universitário da UNIFESP 3.2 Justificativa A Disciplina de Pediatria Neonatal do Departamento de Pediatria da Escola Paulista de Medicina Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) vem desempenhando atividades nas áreas de assistência, ensino e pesquisa há mais de cinco décadas. Na área de ensino, a Disciplina tem atividades no curso de graduação em medicina, residência médica em pediatria e pós-graduação em pediatria e ciências aplicadas à pediatria. Coordena as atividades assistenciais no âmbito hospitalar nas unidades neonatais do Hospital São Paulo Hospital Universitário da UNIFESP, Hospital Municipal Vereador José Storopolli, Hospital Estadual de Diadema e Hospital Geral de Pirajussara e, em âmbito ambulatorial, nos Ambulatórios de Prematuros, de Icterícia e de Perinatologia do Hospital São Paulo. A relevância desse trabalho está alinhada com três grandes projetos mundiais que tomam por base o fato das mortes no período neonatal representarem 40% dos óbitos de crianças abaixo de cinco anos de idade e que os óbitos decorrentes das complicações da prematuridade são as principais causas: As Metas do Milênio uma declaração de compromissos adotada pelos estados membros da ONU em melhorar o destino da humanidade neste século, principalmente nas regiões mais carentes. Entre as oito metas propostas encontrase a meta n o 4,que dispõe em reduzir a mortalidade infantil. Born too soon programa da Organização Mundial da Saúde lançado em maio de 2013 que aponta a prematuridade como um problema mundial grave e crescente de saúde pública, com uma estimativa de 15 milhões de nascimentos de bebês prematuros a cada ano, e que propõe as medidas de prevenção e de cuidados com o prematuro. Every New born programa da Organização Mundial de Saúde e da Unicef, lançado em maio de 2014. Este programa que estipula metas para redução da mortalidade

neonatal, parte da premissa de que, no mundo, três milhões de recém-nascidos, aproximadamente, morrem a cada ano e mais, 2,6 milhões são natimortos. Quase metade das mortes ocorre no período que envolve o parto. Na última década, a taxa de redução das mortes neonatais foi cerca de metade daquela atingida para crianças menores do que 5 anos. Como resultado, as mortes neonatais agora são responsáveis por uma enorme porcentagem das mortes de crianças menores de 5 anos: 44% em 2012 vs. 36% em 1990. Sem investimentos de monta, nos próximos 20 anos (até 2035), haverá 116 milhões de mortes neonatais e 31 milhões de bebês e crianças que sobreviverão com sequelas (www.everynewborn.com). Nesse contexto, a formação de médicos e de profissionais de saúde que atuam na área neonatal é primordial para a melhoria da qualidade da saúde no Brasil, ressaltando-se, ainda, que existe uma carência enorme desses profissionais especializados no país todo. A Disciplina de Pediatria Neonatal desempenha atividades nas áreas de graduação, residência médica, pós-graduação e extensão, contribuindo para a formação desses profissionais para todo o país. A Disciplina de Pediatria Neonatal possui duas missões principais. A primeira, difundir o conhecimento dentro da Universidade e para todo o país, buscando a formação de profissionais capacitados a trabalhar na área neonatal e oferecendo a alunos de graduação de medicina, residentes de pediatria, residentes de neonatologia, pós-graduandos e aos profissionais da área de saúde em geral, conhecimentos atualizados sobre a neonatologia. A segunda, oferecer terapia de excelência aos recém-nascidos, em especial aos prematuros, visando diminuir a mortalidade neonatal e melhorar o prognóstico em longoprazo destes pacientes. A Unidade Neonatal do Hospital São Paulo tem um papel importante no cumprimento dessas missões. Em outubro de 2012, a nova Unidade Neonatal foi inaugurada graças ao trabalho e esforço de pessoas interessadas em promover melhorias na qualidade da assistência aos bebês que nascem no Hospital São Paulo. Na nova Unidade, ocorreu a ampliação e a modernização da infraestrutura física, com aumento da capacidade de atendimento de 25 para 31 leitos. Sendo 16 leitos para cuidados intensivos, 9 leitos para cuidados intermediários, 5 leitos para cuidados intermediários canguru e 1 leito para isolamento.

Unidade de Cuidados Intensivos: área destinada para o cuidado de recém-nascidos instáveis e que necessitam de uma vigilância contínua, em geral, reservada para os prematuros com peso de nascimento abaixo de 1.000 gramas e para os portadores de malformações congênitas graves que necessitem de estabilização e/ou tratamento cirúrgico. Unidade de Cuidados Intermediários: espaço destinado para os bebes que tiveram alta da UTI ou que necessitem de investigação diagnóstica. Unidade de Cuidados Intermediários Canguru: o setor dispõe de cinco vagas destinadas aos bebes prematuros estáveis e com peso acima de 1.500 g junto com a mãe. Estas mães têm a opção de permanecer por 24 horas na Unidade, prestando atendimento

ao seu bebe pelo método mãe-canguru. Compõe ainda a estrutura para o atendimento ao recém-nascido no Hospital São Paulo Hospital Universitário da UNIFESP: Sala de Parto: localizada no Centro Obstétrico, a sala de parto está equipada com infraestrutura para o atendimento (estabilização e reanimação) do bebê logo após o nascimento e para o transporte para a UTI neonatal, de acordo com as recomendações mais recentes do InternationalLiaisonCommitteeonResuscitation. Alojamento Conjunto: espaço destinado ao binômio mãe-bebe com capacidade para 12 vagas.

A Unidade Neonatal do Hospital São Paulo Hospital Universitário da Escola Paulista de Medicina atende exclusivamente aos bebês nascidos no próprio Hospital São Paulo. A Maternidade, coordenada pelo Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina-UNIFESP, está inserida como centro de referência terciária de alta complexidade para o programa do munícipio de São Paulo a Rede de Proteção à Mãe Paulistana. O serviço de obstetrícia atende as mães com gestação de alto risco, seja por doenças maternas (doenças hipertensivas da gravidez, diabetes, doenças autoimunes, doenças infecciosas durante a gestação, isoimunização Rh, doença renal crônica, entre outras),seja por doenças fetais, em particular, os fetos portadores de malformações congênitas (cardiopatias congênitas, defeitos de fechamento do tubo neural e de parede abdominal entre outras). É importante ressaltar que a Disciplina de Medicina Fetal do Departamento de Obstetrícia, juntamente ao Departamento de Neurocirurgia da Escola Paulista de Medicina-UNIFESP, é pioneira na introdução da técnica de correção intrauterina da mielomeningocele fetal no Brasil. Devido ao fato do Serviço de Obstetrícia atender quase que exclusivamente as gestantes de alto risco não só materno, mas também fetal, os bebês resultantes dessas gestações tem colocado, constantemente, em cheque a infraestrutura de atendimento da Unidade Neonatal. Na tabela a seguir são colocadas as caraterísticas dos bebes por peso de nascimento e a proporção de pacientes com malformações congênitas nascidas no Hospital São Paulo. Vale lembrar que estas crianças apresentam, em geral, um padrão complexo de malformações, requerendo intervenções de múltiplas especialidades médicas (cardiologistas, cirurgiões cardíacos, neurologistas, neurocirurgiões, cirurgiões pediátricos e geneticistas, entre outros) e muitas vezes permanecem internadas por um período prolongado. Desta forma, as taxas médias de ocupação, nos últimos dois anos têm girado ao redor de 120% para os leitos de terapia intensiva e de 80% para os leitos de cuidados intermediários, sendo que os bebês portadores de malformações congênitas contribuem com cerca de 60% dessa ocupação. Tabela. Números da Unidade Neonatal do Hospital São Paulo em 2012 e 2013 Brasil* 2011 HSP 2012 HSP 2013

Número de nascidos vivos 2.913.160 863 757 Peso nascimento < 1.000 gramas 0,58% 19 (2,3%) 29 (3,8%) Peso nascimento 1.000 1.499 gramas 0,74% 25 (3,0%) 27 (3,6%) Peso nascimento 1.500 2.499 gramas 7,2% 152 (18,4%) 148 (19,6%) Presença de malformação congênita 150 (18,2%) 140 (18,5%) *Brasil 2011 - fonte: DATASUS (15/05/2014) Ou seja, a Disciplina de Pediatria Neonatal da Escola Paulista de Medicina atua de maneira intensa e extensa para promover a saúde do recém-nascido brasileiro, seja de forma direta, através de suas diversas frentes de atendimento ambulatorial e hospitalar, mas principalmente capacitando profissionais de todo o país a prestar atendimento qualificado, digno e humano aos nossos pequenos pacientes. Nesse foco, a capacitação dos profissionais de saúde em assistência neonatal de alta complexidade ainda requer melhorias que dependem da disponibilidade de recursos tecnológicos, apresentados no projeto que se segue. Para cumprir a missão essencial de prestar assistência aos recém-nascidos doentes e, ao mesmo tempo, servir de campo de aprendizado prático para médicos pediatras e neonatologistas e para profissionais de saúde essenciais para o cuidado neonatal, a Unidade conta com uma equipe multidisciplinar de profissionais (médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogas e assistentes sociais) que atuam em estreita relação com a Universidade Federal de São Paulo. Com estes recursos humanos, aliados à reestruturação física da Unidade, apesar das limitações de recursos tecnológicos, os resultados obtidos em termos de mortalidade e morbidade neonatal se equiparam aos melhores centros (públicos e privados) de atendimento neonatal do país, mas ainda estão distantes dos dados internacionais, obtidos por unidades neonatais de países desenvolvidos. No entanto, acreditamos que, com os recursos humanos disponíveis, podemos avançar nos cuidados aos recém-nascidos cada vez mais imaturos e com malformações complexas, implementando uma Unidade de Terapia Intensiva de Alta Complexidade na Unidade Neonatal do Hospital São Paulo Hospital Universitário da

UNIFESP que nada deixe a dever, em termos de resultados, ao obtidos por centros internacionais. Com tal desenvolvimento, pretendemos oferecer aos bebês (e suas famílias) um tratamento de excelência, visando diminuir a mortalidade neonatal e as sequelas em longo-prazo e, também, capacitar os profissionais de saúde em formação a trabalhar com os recursos tecnológicos para o diagnóstico e tratamento de recém-nascidos criticamente doentes, de acordo com o estado da arte. Com estes objetivos em mente, os seguintes recursos tecnológicos serão necessários para a implementação de uma Unidade de Terapia Intensiva de Alta Complexidade. I. Ventilador de Alta Frequência Embora a ventilação convencional tenha contribuído decisivamente para reduzir a mortalidade dos recém-nascidos com insuficiência respiratória, em cerca de um quinto desses bebes observa-se falha desta forma de ventilação seja por complicações como pneumotórax, enfisema intersticial e displasia broncopulmonar, seja pelo aparecimento da hipertensão pulmonar. Essas falhas ocorrem com maior frequência nos prematuros extremos e nos recém-nascidos portadores de malformações pulmonares. Para reverter a insuficiência respiratória nesses casos, indica-se uma forma não convencional de suporte ventilatório, a ventilação de alta frequência. Pela facilidade de uso e pelo menor custo de manutenção, os aparelhos mais utilizados nas unidades neonatais mundiais são os ventiladores híbridos, que possibilitam a ventilação convencional e a alta frequência. A opção disponível no mercado é o aparelho da Dräger, o DrägerBabylog 8000 plus. Para atender a demanda da Unidade seriam necessários três aparelhos com custo estimado de R$ 120.000,00 cada um. II. Aparelho de Ecocardiograma Nas unidades de terapia intensiva neonatais, à semelhança de outras especialidades como obstetrícia e cardiologia, o uso do ultrassom à beira do leito vem sendo utilizado de forma crescente. A avaliação hemodinâmica no período neonatal sempre foi um grande desafio devido a fatores como a complexidade do rearranjo circulatório logo após o nascimento e a baixa acurácia dos sinais clínicos e laboratoriais para detecção de comprometimento hemodinâmico. As vantagens do uso do ultrassom (ecocardiografia funcional) pelo neonatologista vêm sendo exploradas, já que se trata de método não invasivo, realizado à

beira do leito, sem necessidade de transporte do paciente, executado em tempo real, ou seja, no momento que o recém-nascido gravemente enfermo necessita, e de forma horizontal, permitindo o acompanhamento evolutivo. Vários dados hemodinâmicos específicos podem ser estudados, como a função miocárdica, pré e pós-carga, detecção e magnitude dos shunts cardíacos e a relação dos débitos cardíacos e fluxos. Tudo isso em conjunto tem possibilitado o estudo da fisiologia cardiocirculatória deste período, sua relação com o prognóstico neonatal e auxiliado na condução terapêutica. Atualmente a ecocardiografia funcional (eco funcional) tem sido empregada nas unidades de terapia intensiva neonatais em diversas partes do mundo, com publicações de artigos e consensos mostrando as indicações, as técnicas para avaliação hemodinâmica, as limitações do uso e os programas de treinamento. O eco funcional pode auxiliar no diagnóstico e no acompanhamento terapêutico de vários cenários clínicos frequentemente encontrados na UTI com elevadas taxas de morbimortalidade, como o choque do período transicional no prematuro, a persistência do canal arterial e suas repercussões hemodinâmicas, a asfixia perinatal, a hipertensão pulmonar persistente neonatal e nos pósoperatórios entre outros. A capacitação em eco funcional, assim como a compreensão de suas limitações, é adquirida por meio de cursos específicos com duração variável conforme o centro. Em países como a Austrália, este processo de treinamento já está bem definido, inclusive com certificação. No Brasil, o primeiro curso para o ensino do eco funcional foi realizado em 2011 pela Disciplina de Pediatria Neonatal e, ainda, hoje poucos centros brasileiros promovem este treinamento. No processo de capacitação dos neonatologistas e incorporação desta ferramenta nas unidades de terapia intensiva neonatais, a presença do cardiologista pediátrico especializado em ecocardiografia é fundamental. As cardiopatias congênitas são parte do diagnóstico diferencial dos quadros com comprometimento hemodinâmico. Assim, o trabalho colaborativo das duas especialidades é essencial, tornando-se mandatória a avaliação do cardiologista na suspeita de malformação cardíaca. Na Disciplina de Pediatria Neonatal existe um programa específico de treinamento em ecocardiografia funcional desde 2011, sendo coordenado por cardiologista pediátrico especialista em ecocardiografia da Disciplina de Cardiologia do Departamento de Medicina da Escola Paulista de Medicina-UNIFESP. O programa, curso de extensão oficial da Pró- Reitoria de Extensão, consiste em aulas teórico-práticas com duração de um ano dirigido aos Residentes do segundo ano de Neonatologia e aos médicos assistentes da Unidade

Neonatal do Hospital São Paulo. Durante o curso, os exames são realizados pelos alunos sob supervisão de médicos neonatologistas treinados. Semanalmente ocorrem reuniões com a cardiologista coordenadora para discussão desses casos, de protocolos do serviço e de projetos de pós-graduação. A Unidade Neonatal do Hospital São Paulo surgiu como o primeiro centro brasileiro composto por cardiologistas e neonatologistas com a missão de integrar a assistência ao bebe gravemente enfermo ao ensino com capacitação de novos médicos e à pesquisa científica validando o uso desta ferramenta. No nosso serviço, o eco funcional tem melhorado muito o atendimento ao neonato, já que o exame é realizado a qualquer hora pelo médico de plantão capacitado, não atrasando a assistência nos casos de urgência, além do mais apresentando papel essencial no auxílio diagnóstico e na alteração de inúmeras condutas terapêuticas. A implantação deste recurso na Unidade tem gerado importantes discussões acadêmicas e assistenciais integrando o quadro clínico com este recurso de imagem, permitindo melhor compreensão fisiopatológica de cada situação clínica e com isso, um tratamento mais direcionado. No ensino e capacitação, estamos na capacitação da 5ª turma. Nesse período, 46 médicos já fizeram o curso, sendo médicos com vários graus de formação, de residentes de neonatologia, médicos assistentes e plantonistas do Hospital a docentes de outras universidades brasileiras. Em relação à pesquisa, vários protocolos foram implantados com o eco funcional para direcionar o diagnóstico de diversas patologias bem como o acompanhamento das suas evoluções e das respostas às intervenções terapêuticas. Atualmente, três projetos de pós-graduação (uma tese de doutorado, e duas de mestrado) sobre o uso do eco funcional estão em andamento na Disciplina de Pediatria Neonatal. Infelizmente, existe uma grande limitação ao ensino, ao crescimento do curso com capacitação de maior número de médicos e à pesquisa científica, pois dispomos somente de um aparelho de ecocardiograma. Este aparelho, além de ser usado pela equipe de eco funcional, é intensamente utilizado por outras Disciplinas, como a radiologia e a cardiologia, que auxiliam na condução terapêutica dos recém-nascidos com doenças de alta. Como este único aparelho é usado por diversos médicos de várias especialidades, ele frequentemente necessita de manutenção e muitas vezes por períodos prolongados, dificultando a assistência e o ensino na Unidade. A necessidade de um novo aparelho é crucial para melhorar a assistência, o ensino e a pesquisa na Disciplina.Portanto, a aquisição de um novo aparelho de ecocardiograma em

uma Unidade de Terapia Intensiva de Alta Complexidade é essencial, tendo como finalidades: aprimorar o diagnóstico hemodinâmico e o acompanhamento terapêutico dos RN gravemente enfermos; capacitar maior número de neonatologistas no emprego dessa ferramenta e ensinar as suas limitações; colocar em andamento os protocolos já desenhados para direcionar a utilização do eco funcional, aprimorando a cada dia o conhecimento e experiência da equipe; concluir os atuais projetos de pós-graduação para o estudo da aplicação deste instrumento e criar novas linhas de pesquisa nessa área, com publicação de trabalhos científicos e expansão do conhecimento deste recurso no Brasil. O aparelho de ecocardiografia é da marca Siemens, Modelo Acuson X300 Ultrasound System, Premium Edition, com valor aproximado segundo de R$ 80.000,00. III. Colchão térmico servo-controlado para a hipotermia terapêutica em recém-nascido com encefalopatia hipóxico-isquêmica A lesão cerebral permanente decorrente da asfixia perinatal é um problema devastador para os bebes, suas famílias e para a sociedade de modo geral. A encefalopatia hipóxicoisquêmica ocorre em 1,5 por 1000 recém-nascidos a termo ao redor do mundo, sendo a sua frequência inversamente proporcional ao grau de desenvolvimento socioeconômico do país. No Brasil, os poucos dados disponíveis mostram que 20% dos óbitos neonatais precoces estão associados à presença de asfixia perinatal, segundo busca ativa de todas as declarações de óbitos neonatais nas 27 unidades federativas entre 2005 e 2010. Estes mesmos dados indicam que cinco recém-nascidos a termo morrem a cada dia no país devido a asfixia. Na encefalopatia com acometimento moderado, há evolução para o óbito em cerca de 10% dos pacientes e 30% dos sobreviventes mostram déficits motores e cognitivos significantes. Nos que atingem o estádio grave, o risco de morte pode chegar a 85%, e 100% dos sobreviventes evoluem com sequelas neurológicas, ou seja, o prognóstico é ruim em 100% dos casos. No que se refere às sequelas, os problemas motores mais comuns são a quadriparesia ou a hemiparesia espástica. Os problemas visuais e auditivos incluem alterações da motricidade ocular, dificuldades na visão e audição e, eventualmente, cegueira e surdez. As alterações do desempenho intelectual são extremamente frequentes e abrangem um grande espectro de problemas, desde a presença de dificuldade escolar leve até retardo mental grave.

Até recentemente, não havia nenhuma estratégia específica para prevenir ou minimizar a lesão cerebral em bebes a termo e prematuros tardios, submetidos à asfixia perinatal. O tratamento da encefalopatia era limitado ao suporte clínico geral, não se direcionando a qualquer componente da sequência fisiopatológica responsável pela lesão cerebral. A hipotermia terapêutica é a primeira estratégia neuroprotetora testada em seres humanos por meio de estudos clínicos randomizados, controlados e com grande poder amostral. Hoje em dia, pode-se afirmar que a hipotermia terapêutica é o tratamento de escolha para recém-nascidos com encefalopatia hipóxico-isquêmica moderada/grave, desde que haja infraestrutura adequada para sua aplicação, em unidades neonatais terciárias e de referência para assistir recém-nascidos criticamente doentes. Ela tem se desenhado como um passo fundamental na abordagem ao bebe com encefalopatia hipóxico-isquêmica, com resultados concretos quanto à melhora de seu prognóstico, com melhora do prognóstico em 30% dos pacientes submetidos à terapêutica. A hipotermia terapêutica é indicada por meio da avaliação de vários critérios que incluem a presença de eventos associados à asfixia perinatal no trabalho de parto e parto, a vitalidade do recém-nascido logo após o nascimento e a necessidade de manobras de reanimação, a análise das condições do equilíbrio acidobásico relacionadas à magnitude da hipóxia e/ou isquemia a que o paciente foi submetido e a evolução neurológica nas primeiras horas de vida. O tratamento com hipotermia deve ser realizado em recémnascido acima 35 semanas de idade gestacional que preencham os critérios de encefalopatia hipóxico-isquêmica moderada e grave, com início nas primeiras 6 horas de vida e mantido por 72 horas. Existem duas formas para aplicar a hipotermia: a seletiva para a cabeça e a sistêmica. A hipotermia seletiva em cabeça cria um gradiente térmico entre as estruturas mais externas do cérebro, como o córtex, e aquelas mais internas, como os gânglios da base, sendo as últimas aquelas mais afetadas pela asfixia perinatal. A hipotermia sistêmica tem sido a mais estudada e aplicada com maior frequência na clínica, devido à sua praticidade e maior facilidade de utilização. A forma mais eficiente de alcançar um ajuste adequado e evitar grandes variações de temperatura se dá por meio de colchões térmicos servocontrolados. Neste método de resfriamento, os recém-nascidos são colocados em berço de procedimento desligado sobre colchões com um sistema de água circulante cuja

temperatura é ajustada por servo-controle pelo termômetro retal ou esofágica do paciente. O reaquecimento é realizado após 72 horas de tratamento com hipotermia terapêutica. Especial atenção deve ser dado a este momento, sendo essencial a realização de forma lenta, elevando-se a temperatura retal em 0,5ºC por hora, até atingir temperatura central entre 36,5 a 37º C, em outras palavras, o processo de reaquecimento deve durar no mínimo 6 horas. Há grande preocupação com a fase de reaquecimento, pois, se muito rápido, há relatos de deterioração clínica, piora do EEG de amplitude integrada e recorrência de convulsões. Com isso, para o reaquecimento, a hipotermia sistêmica realizada com colchão térmico servo-controlado também se mostra mais segura que as técnicas de controle térmico manual devido ao controle mais efetivo no aumento de temperatura. De acordo com as várias revisões sistemáticas, os recém-nascidos submetidos à hipotermia terapêutica mostraram uma redução de 36% no risco desse desfecho desfavorável com 18 meses de vida (RR: 0.74; 95% CI: 0.65, 0.83), sendo necessário tratar sete neonatos com encefalopatia hipóxico-isquêmica moderada/grave com hipotermia para evitar um caso de morte ou sequelas moderadas a graves. Ou seja, a hipotermia apresenta uma eficácia alta, se aplicada com os critérios e métodos utilizados nos ensaios clínicos publicados. Vale lembrar que o efeito positivo no desfecho combinado, em especial na redução de sequelas maiores do ponto de vista neurológico, parece preponderar entre os pacientes que apresentam encefalopatia hipóxico-isquêmica moderada, comparados àqueles graves. Na Unidade Neonatal foi iniciado o tratamento da encefalopatia hipóxico-isquêmica moderada/grave com hipotermia terapêutica em 2010 após desenvolver um protocolo detalhado sobre a condução desses casos. Como a encefalopatia hipóxico-isquêmica é ainda um grande problema no Brasil com elevada taxa de morte e sequelas, temos como missão manter um programa de educação continuada da equipe multidisciplinar para aprimorar o atendimento desses bebes, e ensinar a aplicação deste recurso para os residentes médicos de pediatria e neonatologia bem como para e enfermagem, fisioterapia e fonoaudiologia, da forma mais correta e com a melhor infraestrutura que possamos fornecer. Infelizmente, o ensino e assistência na Disciplina têm sido comprometidos, pois a atual técnica de hipotermia utilizada na Unidade tem sido o controle da temperatura retal

com métodos artesanais, necessitando da atenção extrema da equipe médica e de enfermagem para o controle da temperatura, e mesmo assim levando a frequentes oscilações indesejadas de temperatura retal durante a terapêutica, e a dificuldades no processo de reaquecimento que deve ser lento. Com isso, a necessidade do colchão térmico servo-controlado tem sido de extrema importância para aprimorar tanto o cuidado a esses RN como melhorar o ensino nessa área que é um grande problema de saúde na atualidade. O aparelho para hipotermia é o Gaymar, Modelo Meditherm- MTA 6900, com preço aproximado de R$ 20.000,00. IV. BilirrubinômetroTranscutâneo O aumento da bilirrubina sanguínea ocorre na maioria dos recém-nascidos durante a primeira semana de vida e, por vezes, é decorrente de um processo patológico devido a valores elevados de bilirrubina, com consequente sequelas neurológicas como paralisia cerebral, distúrbios de deglutição e fonação, deficiência auditiva grave e mental leve a moderada. Para evitar tais condições, em especial em prematuros e recém-nascidos com doenças graves, é necessário determinar a evolução diária da bilirrubina total e instituir prontamente a fototerapia, que é aplicada na maioria das vezes nas duas primeiras semanas de vida. Atualmente a dosagem da bilirrubina é feita por meio de coletas múltiplas de sangue com consequente espoliação do volume sanguíneo, além de provocar dor repetitiva devido à punção vascular. Dessa forma, o uso do bilirrubinômetrotranscutâneo justifica-se por possibilitar a determinação da bilirrubina várias vezes antes e durante o tratamento, na região da fronte ou esterno do recém-nascido, constituindo-se em método não invasivo e não doloroso ao recém-nascido criticamente doente. Existe disponível no mercado o BilirrubinômetroTranscutâneo Modelo JM 103 Dräger com valor estimado de R$ 30.000,00. V. Espectroscopia de raios próximos ao infravermelho (NIRS): O período neonatal representa uma época de muita vulnerabilidade do sistema nervoso central em desenvolvimento de sofrer lesões devastadoras, levando muitas vezes a sequelas neurocognitivas definitivas. O avanço nos cuidados intensivos neonatais resultou