TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 018.835/2013-9



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Transcrição:

GRUPO I CLASSE II Plenário TC 018.835/2013-9 Natureza(s): Solicitação do Congresso Nacional Órgão/Entidade: não há Interessada: Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal Advogado constituído nos autos: não há SUMÁRIO: SOLICITAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS. AVALIAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO DISPOSTO NA LEI 12.372/2012. TRABALHOS DE AUDITORIA EM ANDAMENTO. ENCAMINHAMENTO DE INFORMAÇÕES PRELIMINARES. ARQUIVAMENTO. RELATÓRIO Trata-se do Requerimento 40/2013-CMA da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal, encaminhada ao Tribunal por seu presidente, Senador Blairo Maggi, por meio do qual é solicitada a realização de auditoria nos registros de câncer nas unidades hospitalares de alta complexidade em oncologia do Sistema Único de Saúde - SUS com a finalidade de avaliar o cumprimento do disposto na Lei 12.372, de 22/11/2012. 2. A referida lei dispõe sobre o primeiro tratamento de paciente com neoplasia maligna comprovada e estabelece o prazo máximo de sessenta dias, contado a partir do diagnóstico, para a realização do primeiro tratamento no SUS (peça 1). 3. Além disso, foi solicitado que o Tribunal avaliasse a situação em que se encontra a atenção à saúde dos portadores de câncer no tocante: (i) a incidência; (ii) à realização de exames complementares para diagnóstico, estadiamento e pré-tratamento operatório, radioterápico ou quimioterápico; (iii) ao estadiamento da doença na ocasião do diagnóstico e no início do tratamento; (iv) ao referenciamento do paciente para unidades de atenção oncológica; (v) ao tempo de início de tratamento a partir do diagnóstico confirmatório da doença, (vi) à mortalidade com causa do óbito; (vii) à idade, sexo e localidade. 4. A presente Solicitação do Congresso Nacional foi apreciada preliminarmente por meio do Acórdão 2973/2013-TCU-Plenário (peça 8), quando o Tribunal decidiu informar àquela Comissão que: 9.2.1. foi autuado o TC-016.913/2013-2 para monitoramento das determinações e recomendações exaradas por meio do Acórdão 2843/2011-Plenário, proferido em sede de auditoria operacional realizada com o intuito de avaliar a implementação da Política Nacional de Assistência Oncológica, especialmente em relação à oferta de serviços de diagnóstico e tratamento oncológicos à população; 9.2.2. foram solicitadas ao Ministério da Saúde, no âmbito do citado monitoramento, informações para atendimento ao disposto no Requerimento 40/2013-CMA; 9.2.3. o resultado desse monitoramento irá compor o Relatório Sistêmico da Saúde, em elaboração pelo Tribunal com a finalidade de oferecer uma visão geral dessa função de governo e subsidiar o Congresso Nacional na fiscalização da aplicação dos recursos públicos na área de saúde; 1

9.2.4. tão logo haja julgamento de mérito do TC-016.913/2013-2, o Tribunal remeterá a essa Comissão o acórdão que vier a ser proferido, acompanhado do relatório e voto que o fundamentarem; (grifei) 5. Trata-se, neste momento, das informações enviadas pelo Ministério da Saúde em resposta a diligência efetuada no âmbito do TC 016.913/2013-2 para atendimento ao Requerimento em tela. 6. A unidade técnica assim se manifestou: 2. Registre-se que foram juntadas aos presentes autos cópias dos seguintes documentos oriundos do referido TC 016.913/2013-2: a) Ofício 0307/2013-TCU/SecexSaúde, diligência ao Ministério da Saúde (peça 11); b) Ofício GAB/SAS/Nº 1.421, resposta do Ministério, sem as informações solicitadas para atendimento ao Requerimento (peça 13); c) Ofício Nº 2618/AECI/GM/MS (peça 14) e Nota Técnica 221/2013, da Coordenação Geral de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas, do Departamento de Articulação das Redes de Atenção à Saúde (peça 15), em complementação à primeira resposta; d) Pronunciamento da Diretora em substituição (peça 16). 3. A Lei 12.732/2012 estabelece no art. 5º que sua vigência será iniciada 180 dias após sua publicação no DOU, ocorrida em 23/11/2012. Assim, a norma legal entrou em vigor apenas em 22/5/2013. 4. Após a edição da referida lei, o Ministério da Saúde publicou a Portaria GM/MS 252, de 19/2/2013, para instituir a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do SUS, e a Portaria GM/MS 874, de 16/5/2013, que institui a Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do SUS. 5. O objetivo da Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer é reduzir a mortalidade e a incapacidade causadas pela doença e, ainda, possibilitar a diminuição da incidência de alguns tipos de câncer, bem como contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos usuários com câncer, por meio de ações de promoção, prevenção, detecção precoce, tratamento oportuno e cuidados paliativos. De acordo com seus temos, foi organizada de maneira a possibilitar o provimento contínuo de ações de atenção à saúde da população, mediante a articulação dos distintos pontos de atenção à saúde, estruturados por sistemas de apoio, sistemas logísticos, regulação e governança da rede de atenção à saúde. 6. O Ministério informou que o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022 inclui muitas dessas ações, entre as quais se destacam o plano de fortalecimento de prevenção e diagnóstico do câncer de colo do útero e de mama, que objetiva a organização das redes de atenção para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do câncer, e o plano de ampliação e implantação de serviços de radioterapia no Brasil nos hospitais habilitados na alta complexidade em oncologia, ambos em andamento (peça 15, p. 4). 7. O Ministério ressalta que o Eixo I do citado Plano refere-se à Vigilância, Informação, Avaliação e Monitoramento, cuja Estratégia 3 visa Consolidar um sistema nacional padronizado e integrado de informação sobre o câncer. Para tanto, foi construído o Sistema de Informação do Câncer (SISCAN), já em funcionamento, para realizar o seguimento e o monitoramento dos pacientes portadores de câncer. O objetivo é que a base do SISCAN contenha 100% dos exames realizados na rede SUS, permitindo a atualização automática do histórico de seguimento. 8. O SISCAN disponibiliza, entre outros, o Módulo de gerenciamento do tempo entre o diagnóstico e o tratamento das neoplasias malignas, meio pelo qual os gestores devem fazer o 2

monitoramento dos pacientes que estão em fila de espera para o tratamento, e de quando estes iniciam o tratamento, possibilitando, assim, a verificação do cumprimento do prazo estabelecido na Lei 12.732/2012. 9. Segundo informações prestadas pelo Ministério, o SUS dispõe de 277 hospitais de alta complexidade em oncologia, com diferentes perfis de produção, sendo 44 hospitais habilitados como Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) e 225 habilitados como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia, oito Hospitais Gerais com Cirurgia Oncológica (UNACON) e onze Serviços Isolados de Radioterapia (peça 15, p. 3). 10. Ainda segundo o Ministério, foram liberadas senhas de acesso ao SISCAN para todos os estados, que foram capacitados a utilizar o sistema e ficaram responsáveis por replicar o treinamento e liberar as senhas para as regionais, os municípios e os serviços de saúde. Atualmente, há 164 Regiões de Saúde, 1.989 municípios, 584 prestadores de serviço e 1.449 unidades de saúde que já receberam liberação de senha para utilização do sistema (peça 15, p. 15). 11. O SISCAN deverá ser implantado em todos os laboratórios de citopatologia e de anatomia patológica, nas unidades fixas e móveis de radiologia, nos hospitais habilitados em alta complexidade em oncologia (CACON, UNACON e Hospitais Gerais com Serviço de Cirurgia Onco1ógica), que realizam o tratamento para câncer nas modalidades de cirurgia, quimioterapia e radioterapia no âmbito do SUS, nos ambulatórios de especialidades relacionados ao câncer, e nas coordenações estaduais e municipais que acompanham as ações de controle do câncer. 12. Os Registros Hospitalares de Câncer (RHC) operantes, além do cadastro de usuários com câncer, geram dados que permitem o cálculo e a análise da sobrevida dos pacientes do respectivo hospital. No sítio eletrônico do Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) é possível estabelecer o intervalo de tempo entre a primeira consulta e o início do tratamento em cada hospital e por estado, nos anos com dados já cadastrados (https://irhc.inca.gov.br/rhcnet//prepararconsultarconsultarelatoriotempo.action). 13. O Ministério registra, no entanto, que as informações referentes aos RHC do Estado de São Paulo não foram ainda incorporadas, pois o processo de homologação da importação das bases da Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP) está em curso, com previsão de conclusão e incorporação ao Integrador RHC ferramenta de consolidação nacional das informações dos RHC (https://irhc.inca.gov.br/rhcnet//index.vm) no primeiro trimestre de 2014, para posterior liberação para divulgação. 14. O Ministério encaminhou informações trazidas pelo Departamento de Atenção Especializada e Temática da SAS (DAET/SAS/MS), pelo Inca e pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) (peça 14). Essas informações são assim resumidas: a) Registros hospitalares de câncer (RHC) nas unidades habilitadas em alta complexidade em oncologia; e registros de câncer de base populacional (RCBP); b) Mortalidade geral segundo o tipo de neoplasia; c) Mortalidade por tipo de neoplasia segundo o sexo; d) Mortalidade por estabelecimento de saúde; e) Produção dos exames citopatológicos por estado de residência do paciente; f) Produção da mamografia bilateral para rastreamento por estado de residência do paciente; g) Produção ambulatorial e hospitalar de procedimentos cirúrgicos registrados com CID câncer (C00 a C97 e D37 a D48), por ano (2011 a 2013-primeiro semestre) e por Unidade da Federação (UF); 3

h) Produção total em Radioterapia; i) Produção de Radioterapia dos procedimentos para tratamento: Cobaltoterapia (por campo), Radioterapia com Acelerador Linear de Fótons e Elétrons e Radioterapia com Acelerador Linear só de Fótons (por campo); j) Produção ambulatorial em Quimioterapia; k) Incidência de Câncer Dados estimados para 2014/15; l) Distribuição dos casos segundo faixa etária; estadiamento do tumor; base mais importante para a confirmação diagnóstica e início do tratamento; origem do encaminhamento para a assistência nas unidades de Alta Complexidade em Oncologia; e tempo entre o primeiro diagnóstico confirmado de câncer e o início do primeiro tratamento todos referentes a casos que chegaram nos CACON/UNACON no período de 2009 a 2011. 15. O Ministério registra que os dados referem-se a 69,5% dos registros hospitalares de câncer implantados no país e que encaminharam informações para o Integrador RHC. Entre eles, destacamos os seguintes (peça 14). 16. O Inca estima a ocorrência de cerca de 580 mil casos novos de câncer para o período de 2014-2015. Os mais incidentes na população brasileira nesse período serão: pele não melanoma (182 mil); próstata (69 mil); mama (57 mil); cólon e reto (33 mil); pulmão (27 mil); e estômago (20 mil). Excetuando-se pele não melanoma, a ocorrência será de 394 mil novos casos, sendo 52% em homens e 48% entre as mulheres (peça 14, p. 13-16). 17. No que se refere à produção em oncologia, segundo informações do Departamento de Atenção Especializada e Temática da SAS/MS, temos os seguintes quantitativos (peça 14, p. 7-11): Citopatológico s Mamografia bilateral para rastreamento Procedimentos cirúrgicos CID câncer TOTAL Produção em oncologia Exame 2011 2012 11.393.65 9 2013 (1º semestre) 10.934.69 6 4.735.354 Na faixa etária preconizada (25 a 64 anos) 8.893.025 8.564.992 3.729.201 TOTAL 3.560.007 4.023.387 1.893.800 Na faixa etária preconizada (50 a 69 anos) 1.849.468 2.127.066 1.025.814 Produção ambulatorial (SIA 1 ) 95.492 62.988 29.053 Produção ambulatorial (SIH 2 ) 237.437 248.946 125.386 Radioterapia 9.249.376 9.552.614 4.884.004 Quimioterapia 2.340.601 2.502.071 1.312.168 1 SIA: Sistema de Informações Ambulatoriais 2 SIH: Sistema de Informações Hospitalares 18. Quanto ao estadiamento do tumor, tem-se os seguintes dados (peça 14, p.18): 4

Estadiamento do tumor Estadiamento Nº de casos % clínico In situ 4.076 1,6 I 20.599 8,0 II 34.416 13,3 III 33.861 13,1 IV 28.613 11,1 Não estadiável 58.403 22,6 Sem informação 78.244 30,3 Total 258.212 100,0 19. O número de mortes notificadas por neoplasias no Brasil aumentou em 56,9% no período de 2000 a 2012, passando do total de 120.517 para 189.103. Entre as dez neoplasias malignas mais frequentes, as de maior incremento foram as de pâncreas, reto e fígado. Em 2012, as causas mais frequentes foram pulmão, mama, estômago e próstata. Informações detalhadas sobre mortalidade geral segundo tipo de neoplasia; taxa bruta de mortalidade por neoplasias; principais neoplasias malignas segundo sexo; e mortalidade por estabelecimento de saúde encontram-se na peça 14, p. 4-6. 20. Acerca da distribuição de casos segundo faixa etária, tem-se (peça 14, p. 17): Distribuição de casos segundo faixa etária Faixa etária Nº de casos % 0 a 4 anos 1.755 0,7 5 a 9 anos 1.048 0,4 10 a 14 anos 1.350 0,5 15 a 19 anos 1.763 0,7 20 a 24 anos 2.736 1,1 25 a 29 anos 5.065 2,0 30 a 34 anos 7.242 2,8 35 a 39 anos 9.686 3,8 40 a 44 anos 15.080 5,8 45 a 49 anos 21.125 8,2 50 a 54 anos 25.834 10,0 55 a 59 anos 29.918 11,6 60 a 64 anos 31.672 12,3 65 a 69 anos 31.487 12,2 70 a 74 anos 29.074 11,3 75 a 79 anos 22.012 8,5 80 a 84 anos 12.980 5,0 5

Distribuição de casos segundo faixa etária Faixa etária Nº de casos % 85 ou mai 8.377 3,2 Sem informação 8 0,0 Total 258.212 100,0 21. No que se refere aos dados de tempo entre o primeiro diagnóstico confirmado de câncer e o início do primeiro tratamento, o Ministério apresentou informações para três situações distintas: a) Situação 1: todos os pacientes (com ou sem diagnóstico prévio à chegada no CACON/UNACON) Tempo entre o primeiro diagnóstico confirmado de câncer e o início do primeiro tratamento Situação 1: todos os pacientes % % Tempo Nº de casos acumulado Até 15 dias 67.789 26,3 26,3 Até 30 dias 21.432 8,3 34,6 Até 60 dias 39.375 15,3 49,8 Até 90 dias 28.135 10,9 60,7 Até 120 dias 18.188 7,0 67,7 Até 150 dias 11.429 4,4 72,2 Até 180 dias 7.310 2,8 75,0 Até 210 dias 5.015 1,9 76,9 Até 240 dias 3.433 1,3 78,3 Até 270 dias 2.428 0,9 79,2 Até 300 dias 1.842 0,7 79,9 Até 330 dias 1.370 0,5 80,5 Até 365 dias 1.296 0,5 81,0 Até 366 dias 49.170 19,0 100,0 Total 258.212 100,0 b) Situação 2: pacientes que chegaram para fazer o primeiro diagnóstico no CACON/UNACON Tempo entre o primeiro diagnóstico confirmado de câncer e o início do primeiro tratamento Situação 2: primeiro diagnóstico no CACON/UNICON % % Tempo Nº de casos acumulado Até 15 dias 58.338 52,1 52,1 6

Tempo entre o primeiro diagnóstico confirmado de câncer e o início do primeiro tratamento Situação 2: primeiro diagnóstico no CACON/UNICON % % Tempo Nº de casos acumulado Até 30 dias 7.931 7,1 59,2 Até 60 dias 11.697 10,5 69,6 Até 90 dias 6.621 5,9 75,6 Até 120 dias 3.514 3,1 78,7 Até 150 dias 2.022 1,8 80,5 Até 180 dias 1.209 1,1 81,6 Até 210 dias 773 0,7 82,3 Até 240 dias 507 0,5 82,7 Até 270 dias 361 0,3 83,0 Até 300 dias 254 0,2 83,3 Até 330 dias 182 0,2 83,4 Até 365 dias 212 0,2 83,6 Até 366 dias 18.322 16,4 100,0 Total 111.943 100,0 c) Situação 3: pacientes que chegaram com diagnóstico prévio à chegada no CACON/UNACON Tempo entre o primeiro diagnóstico confirmado de câncer e o início do primeiro tratamento Situação 3: diagnóstico prévio à chegada no CACON/UNICON % % Tempo Nº de casos acumulado Até 15 dias 9.451 6,5 6,5 Até 30 dias 13.501 9,2 15,7 Até 60 dias 27.678 18,9 34,6 Até 90 dias 21.514 14,7 49,3 Até 120 dias 14.674 10,0 59,4 Até 150 dias 9.407 6,4 65,8 Até 180 dias 6.101 4,2 70,0 Até 210 dias 4.242 2,9 72,9 Até 240 dias 2.926 2,0 74,9 Até 270 dias 2.067 1,4 76,3 7

Tempo entre o primeiro diagnóstico confirmado de câncer e o início do primeiro tratamento Situação 3: diagnóstico prévio à chegada no CACON/UNICON % % Tempo Nº de casos acumulado Até 300 dias 1.588 1,1 77,4 Até 330 dias 1.188 0,8 78,2 Até 365 dias 1.084 0,7 78,9 Até 366 dias 30.848 21,1 100,0 Total 146.269 100,0 22. Como se pode observar, o processo de consolidação nacional das informações relativas aos RHC está em andamento, não tendo sido concluído ainda, apesar dos esforços do Ministério da Saúde. Também se pode observar que é alto o número de casos cujo tempo entre o primeiro diagnóstico confirmado e o primeiro tratamento superou os sessenta dias estabelecidos na Lei 12.732/2012. 23. Cabe ressaltar, no entanto, que as informações trazidas se referem aos casos que chegaram aos CACON/UNICON entre 2009 e 2011, portanto, antes da vigência da referida lei. 24. Em 13/1/2013, foi emitido o Relatório de Intervalo de Tempos, disponível no Integrador RHC, para as primeiras consultas realizadas entre 2012 e 2013, obtendo-se dados relativos aos estados de AL, BA, ES, MG, MT, PA, PB, PR, RJ, RN, RS e SC (peça 17). Para os demais estados e DF, o sistema não retorna resultados. Ressalte-se que as informações referentes ao Estado de São Paulo não foram ainda incorporadas nem validadas, com previsão de ocorrer somente a partir de abril/2014 (v. item desta instrução). 25. Para os estados com dados disponíveis, tem-se os casos cujo tempo decorrido entre o diagnóstico e o tratamento é de até sessenta dias: Estado Total de casos Casos cujo tempo decorrido entre o diagnóstico e o tratamento é de até 60 dias Nº % AL 1423 901 63,3 BA 114 40 35,1 ES 89 85 95,5 MG 3 2 66,6 MT 80 58 72,6 PA 330 199 60,3 PB 22 19 86,4 PR 1676 1253 74,8 RJ 527 156 29,6 RN 316 203 64,3 8

Estado Total de casos Casos cujo tempo decorrido entre o diagnóstico e o tratamento é de até 60 dias Nº % RS 1427 966 67,7 SC 526 368 69,9 26. A análise preliminar desses dados aponta para inconsistências das informações do sistema, a exemplo do Paraná que apresenta o total de casos de 1.676 entre 2012 e 2013, enquanto Minas Gerais apresenta apenas três, no mesmo período. 27. Observa-se que o Ministério da Saúde tem envidado esforços para obter o registro das informações sobre o câncer, inclusive daquelas que permitam gerenciar o tempo entre o diagnóstico e tratamento, com vistas à verificação do cumprimento do prazo estabelecido na Lei 12.732/2012. No entanto, o SISCAN ainda se encontra em implementação, demandando tempo de amadurecimento para que possa ser avaliado por este Tribunal. 28. Registre-se que o item 9.1.5.5 do Acórdão 2843/2011-TCU-Plenário, deliberação cujo monitoramento é objeto do referido TC 016.913/2013-2, recomendou à Secretaria de Atenção à Saúde (SAS/MS) que adotasse medidas no sentido de assegurar a efetividade do sistema Registro Hospitalar de Câncer (RHC) que contemplassem, entre outros, o cálculo e a divulgação de indicadores de desempenho acerca da tempestividade dos atendimentos e de sobrevida dos pacientes. 29. No âmbito da análise efetuada naquele processo, ainda não apreciado, concluiu-se que o Ministério da Saúde, ao desenvolver o SISCAN integrando os sistemas SISCOLO e SISMAMA, demonstrou a adoção de medidas para alcançar informações sobre o diagnóstico e tratamento dos pacientes com câncer. Nesse contexto, a qualidade e confiabilidade dos registros no sistema é de extrema importância, uma vez que os números existem, todavia resta avaliar sua fidedignidade. Em razão disso, considerou-se que a recomendação efetuada pelo item 9.1.5.5 da deliberação estava em implementação, sendo proposta a continuidade do monitoramento da questão. 30. O Tribunal realizou Auditoria Operacional na Política Nacional de Atenção Oncológica com o objetivo de avaliar se a rede de atenção oncológica tem permitido aos doentes com câncer acesso tempestivo e equitativo ao diagnóstico e ao tratamento, bem como se as condutas terapêuticas disponibilizadas aos pacientes do SUS se mostram suficientemente atualizadas, apreciada por meio do Acórdão 2843/2011-TCU-Plenário. As correspondentes determinações e recomendações são objeto do primeiro monitoramento no âmbito do citado TC 016.913/2013-2, onde já se busca acompanhar a implementação do SISCAN e a qualidade e confiabilidade de seus registros, bem como se propõe a manutenção desse acompanhamento no futuro. 31. Em razão disso, consideramos que a verificação do cumprimento do disposto na Lei 12.732/2012 pode ser feita no âmbito daqueles autos de monitoramento, atendendo-se ao requerido pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal. 32. Ante o exposto, submeto os autos à consideração do Relator, Exmo. Sr. Ministro Benjamin Zymler, propondo: a) informar à Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal que: i. o sistema SISCAN do Ministério da Saúde que disponibiliza, entre outros, o Módulo de gerenciamento do tempo entre o diagnóstico e o tratamento das neoplasias malignas, meio 9

pelo qual será possível verificar o cumprimento do prazo estabelecido na Lei 12.732/2012 encontra-se ainda em implementação, demandando tempo de amadurecimento para que possa ser avaliado por este Tribunal; ii. o acompanhamento da implementação do SISCAN e a verificação do cumprimento do disposto na Lei 12.732/2012 serão realizados no âmbito do TC 016.913/2013-2 que trata do primeiro monitoramento das deliberações decorrentes da Auditoria Operacional realizada pelo TCU na Política Nacional de Atenção Oncológica e nos monitoramentos subsequentes; b) encaminhar à referida Comissão cópia da deliberação que vier a ser adotada, do relatório e voto que a fundamentarem, bem como do inteiro teor dos presentes autos; c) considerar esta solicitação integralmente atendida e arquivar os presentes autos, nos termos do art. 17, 1º, inciso II, da Resolução TCU 215/2008. É o relatório. VOTO Trata-se de requerimento efetuado pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal por meio do qual é solicitada a realização de auditoria nos registros de câncer nas unidades hospitalares de alta complexidade em oncologia do Sistema Único de Saúde - SUS com a finalidade de avaliar o cumprimento do disposto na Lei 12.372/2012. 2. A referida lei dispõe sobre o primeiro tratamento de paciente com neoplasia maligna comprovada e estabelece o prazo máximo de sessenta dias, contado a partir do diagnóstico, para a realização do primeiro tratamento no SUS (peça 1). 3. Foi solicitado também que o Tribunal avaliasse "a situação em que se encontra a atenção à saúde dos portadores de câncer" em relação aos seguintes aspectos: (i) incidência; (ii) realização de exames complementares para diagnóstico, estadiamento e pré-tratamento operatório, radioterápico ou quimioterápico; (iii) estadiamento da doença na ocasião do diagnóstico e no início do tratamento; (iv) referenciamento do paciente para unidades de atenção oncológica; (v) ao tempo de início de tratamento a partir do diagnóstico confirmatório da doença, (vi) mortalidade com causa do óbito; (vii) idade, sexo e localidade. 4. A presente Solicitação do Congresso Nacional foi apreciada preliminarmente por meio do Acórdão 2973/2013-Plenário, de cujo voto condutor constou que: 4. Sobre a matéria, registre-se que o Tribunal realizou auditoria operacional na Política Nacional de Assistência Oncológica, apreciada por meio do Acórdão 2.843/2011-Plenário, com o objetivo de avaliar a implementação da política pública, especialmente em relação à oferta de serviços de diagnóstico e tratamento oncológicos à população. 5. Entre outras questões, consoante informado pela unidade técnica, foi avaliado nesses trabalhos se a estrutura da rede de atenção oncológica possibilitava aos doentes de câncer acesso 10

tempestivo e equitativo ao diagnóstico e ao tratamento. Também foi verificado se as condutas terapêuticas disponibilizadas aos pacientes do SUS estão suficientemente atualizadas, segundo a percepção dos especialistas que atuam na área da oncologia. 6. As determinações e recomendações efetuadas por meio do mencionado acórdão estão sendo objeto de monitoramento (TC-016.913/2013-2), o qual, consoante as informações da SecexSaúde, tratará também das questões colocadas pelo requerimento em tela. 7. Esse monitoramento, cabe registrar, irá compor o capítulo 3 do Relatório Sistêmico da Saúde, que trata de um dos projetos prioritários do Tribunal neste ano com o objetivo de oferecer uma visão geral dessa função de governo e informar o Congresso Nacional e, em última instância, a sociedade brasileira, sobre os resultados da aplicação dos recursos públicos na área de saúde. 8. Nesse quadro, de forma a atender integralmente o requerimento, tão logo haja julgamento de mérito do monitoramento referente ao Acórdão 2.843/2011-Plenário, deverá haver a remessa das suas conclusões à Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal. 5. De acordo com a parte dispositiva dessa decisão, foi informado à Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal que: 9.2.2. foram solicitadas ao Ministério da Saúde, no âmbito do citado monitoramento, informações para atendimento ao disposto no Requerimento 40/2013-CMA; 6. Trata-se, pois, neste momento, das informações enviadas pelo Ministério da Saúde em resposta à mencionada diligência efetuada no âmbito do TC 016.913/2013-2. 7. Consoante exposto pela unidade técnica, o processo de consolidação nacional das informações relativas aos Registros Hospitalares de Cancer RHC está em andamento, não tendo sido concluído ainda, apesar dos esforços do Ministério da Saúde. 8. Isso porque o Sistema de Informação do Câncer (SISCAN) do Ministério da Saúde que disponibiliza, entre outros, o Módulo de gerenciamento do tempo entre o diagnóstico e o tratamento das neoplasias malignas e por meio do qual será possível verificar o cumprimento do prazo estabelecido na Lei 12.732/2012 encontra-se ainda em implementação, demandando tempo de amadurecimento para que possa ser avaliado por este Tribunal. 9. Por outro lado, consoante consta do item 9.2.1. do Acórdão 2973/2013-Plenário, foi autuado o TC-016.913/2013-2 para monitoramento das determinações e recomendações exaradas por meio do Acórdão 2843/2011-Plenário, proferido em sede de auditoria operacional realizada com o intuito de avaliar a implementação da Política Nacional de Assistência Oncológica, especialmente em relação à oferta de serviços de diagnóstico e tratamento oncológicos à população. 10. Desta feita, a verificação do cumprimento do disposto na Lei 12.732/2012 e as respostas às demais demandas constantes do requerimento da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal devem ocorrer no âmbito desses autos de monitoramento, quando também se avaliará o processo de implementação do SISCAN e a qualidade e confiabilidade de seus registros. 11. Diante do exposto, de acordo com a proposta da unidade técnica, voto por que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à deliberação deste Colegiado. TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 26 de março de 2014. 11

BENJAMIN ZYMLER Relator ACÓRDÃO Nº 708/2014 TCU Plenário 1. Processo nº TC 018.835/2013-9. 2. Grupo I Classe de Assunto: II Solicitação do Congresso Nacional 3. Interessada: Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal 4. Órgão/Entidade: Ministério da Saúde. 5. Relator: Ministro Benjamin Zymler. 6. Representante do Ministério Público: não atuou. 7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo da Saúde (SecexSaude). 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Solicitação do Congresso Nacional em que a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal (Requerimento 40/2013-CMA) solicita a realização de auditoria nos registros de câncer nas unidades hospitalares de alta complexidade em oncologia do Sistema Único de Saúde SUS, ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão do Plenário, ante as razões expostas pelo Relator, com fundamento nos arts 38, inciso I, da Lei 8.443/1992 e 231 do Regimento Interno do TCU, em: 9.1. informar à Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal que: 9.1.1. o sistema SISCAN do Ministério da Saúde que disponibiliza, entre outros, o Módulo de gerenciamento do tempo entre o diagnóstico e o tratamento das neoplasias malignas, meio pelo qual será possível verificar o cumprimento do prazo estabelecido na Lei 12.732/2012 encontra-se ainda em implementação, demandando tempo de amadurecimento para que possa ser avaliado por este Tribunal; 9.1.2. o acompanhamento da implementação do SISCAN e a verificação do cumprimento do disposto na Lei 12.732/2012 serão realizados no âmbito do TC 016.913/2013-2 que trata do primeiro monitoramento das deliberações decorrentes da Auditoria Operacional realizada pelo TCU na Política Nacional de Atenção Oncológica e nos monitoramentos subsequentes; 9.2. encaminhar cópia deste Acórdão, acompanhado do Relatório e Voto que o fundamentam, à Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal; 9.3. considerar esta solicitação integralmente atendida e arquivar os presentes autos, nos termos do art. 17, 1º, inciso II, da Resolução TCU 215/2008. 10. Ata n 9/2014 Plenário. 12

11. Data da Sessão: 26/3/2014 Ordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0708-09/14-P. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Augusto Nardes (Presidente), Valmir Campelo, Walton Alencar Rodrigues, Benjamin Zymler (Relator), Raimundo Carreiro, José Jorge, José Múcio Monteiro e Ana Arraes. 13

13.2. Ministros-Substitutos presentes: Augusto Sherman Cavalcanti, Marcos Bemquerer Costa e Weder de Oliveira. (Assinado Eletronicamente) JOÃO AUGUSTO RIBEIRO NARDES Presidente (Assinado Eletronicamente) BENJAMIN ZYMLER Relator Fui presente: (Assinado Eletronicamente) PAULO SOARES BUGARIN Procurador-Geral 14