CARTOGRAFIA SOCIAL COMO LINGUAGEM NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM GEOGRAFIA: UMA EXPERIÊNCIA DO PIBID- GEOGRAFIA/UFPE

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Transcrição:

CARTOGRAFIA SOCIAL COMO LINGUAGEM NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM GEOGRAFIA: UMA EXPERIÊNCIA DO PIBID- GEOGRAFIA/UFPE Josias Ivanildo Flores de Carvalho 1, Laryssa de Aragão Sousa 2, Valdemira Pereira Canêjo 3, Francisco Kennedy Silva dos Santos 4 e Otávio Cezar Juliano Souza 5 1 Graduando do Curso de Geografia Licenciatura - UFPE e Bolsista PIBID/CAPES; E-mail: josiasivanildo@hotmail.com, 2 Graduanda do Curso de Geografia Licenciatura - UFPE e Bolsista PIBID/CAPES; E- mail: larivuska.a.s@hotmail.com; 3 Graduanda do Curso de Geografia Licenciatura - UFPE e Bolsista PIBID/CAPES; E-mail: valdemyra@outloook.com ; 4 Docente/pesquisador do Departamento de Ciências Geográficas CFCH UFPE e Coordenador de Área do PIBID/Geografia. E-mail: kennedyufpe@gmail.com; e 5 Professor da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco e Supervisor de Área do PIBID/Geografia. E-mail: julianosouza@gmail.com RESUMO Este trabalho tem como proposta apresentar uma experiência do subprojeto PIBID-Geografia da UFPE. A experiência é produto do Projeto Cartografia Social como linguagem no processo de ensino e aprendizagem em Geografia, onde visa desenvolver com os alunos um novo olhar de ler e observar seu meio. A iniciativa visou colaborar com o aprendizado com os discentes do Ensino Médio, mais especificamente com a turma do 1º ano do turno da tarde da Escola Senador Novaes Filho, visando desta forma a produção de mapas sociais que demostre em suas apresentações temas ligados ao seu cotidiano. Neste sentido, a cartografia social como forma de linguagem para o ensino de Geografia é importante para que os alunos faça uma leitura de realidade e tenha criticidade ao tema estudado, proporcionando interação ao conteúdo formal e os conhecimentos do espaço. Palavras-chave: Cartografia Social. Ensino da Geografia. Aprendizagem Significativa. INTRODUÇÃO Ensinar os conteúdos de Cartografia presente no livro didático aos alunos não é tarefa fácil, pois muitos professores não sabem nem por onde iniciar seu trabalho. Durante sua formação inicial não foram apresentados os meios mínimos para trabalhar essa temática decorrente de um currículo desarticulado e fragmentado, como aponta (GIRARD, 2011). Diante deste cenário, o conteúdo de Cartografia, campo de nossas análises, mas existem outros temas que apresentam a mesma problemática condicionam o professor a negligenciar sua apresentação em situação de aula e ficam restritos ao plano didático e ao sumário do livro didático (SANTOS, 2015). Como enfrentar esses desafios, se o problema emerge da formação inicial, estando hoje estes profissionais em situação de ensino? Como descontruir o imaginário discente de ser um conteúdo a mais para decorar, memorizar? Questionam, porque devo aprender este assunto? Nesta perspectiva, mediar e promover situações problematizadoras para uma desconstrução e reconstrução de uma Cartografia situada, com sentido e significados

apresenta-se como um desafio para o docente, professor de Geografia. Neste sentido para aprimorar os conteúdos já vistos no livro e levá-los a questionamentos, reflexão sobre a finalidade da Cartografia é desafiador para o professor. O intuito é que a partir de uma leitura de mundo e seus rebatimentos nas múltiplas escalas, compreendam os problemas de seu bairro. Para tal, apresenta-se a Cartografia Social como meio mediático do entender o meio e o lugar em suas múltiplas dimensões. A Cartografia Social, portanto, possibilita um novo aprendizado, tornando-os críticos diante de situações pertinentes ao seu cotidiano, e, sobretudo do domínio da linguagem cartográfica, o que antes envolvia cálculos e memorização, agora contempla aos alunos um novo olhar de ler e observar seu meio. Diante disso, Farias e Lima (2014, p. 250) afirma que, o domínio dessa linguagem é essencial para que sua formação como cidadão seja completa, pois o individuo que pensa o espaço deve dispor de instrumentos para atuar de forma consciente sobre o mesmo. Além disso, o mapa pode se tornar um instrumento de poder para quem sabe interpretá-lo, pois a compreensão do espaço possibilita atuar sobre o mesmo de forma intelectual. Como surgiu a Cartografia Social? Como trabalhar em sala de aula os conteúdos de Geografia com uso da Cartografia Social? Será que os alunos gostam, relacionam com seu cotidiano? Este trabalho tem como proposta apresentar uma experiência do subprojeto Pibid- Geografia da UFPE, realizada no primeiro semestre de 2016. A experiência é produto do Projeto Cartografia Social como linguagem no processo de ensino e aprendizagem em Geografia: uma experiência do PIBID-Geografia/UFPE. A iniciativa visou colaborar com o aprendizado com os discentes do Ensino Médio, mais especificamente com a turmas do 1º e 3 anos do turno da tarde da Escola Senador Novaes Filho, visando desta forma, a produção de mapas sociais que demostre em suas apresentações temas ligados à seu meio um mergulho no lugar, no cotidiano. Neste sentido, a Cartografia Social como forma de linguagem para o ensino de Geografia é relevante, pois possibilita de forma direta que os discentes façam leitura crítica-reflexiva de sua realidade. FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA No Brasil, o conceito de cartografia social surge no início da década de 1990, com o Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia. As primeiras iniciativas foram desenvolvidas em territórios da Amazônia Legal, e depois se estenderam para outras regiões brasileiras, especialmente na área rural; no entanto, já há experiências envolvendo comunidades urbanas.

O mapeamento social geralmente envolve populações tradicionais extrativistas, ribeirinhos, agricultores familiares e indígenas, e são instrumentos utilizado para fazer valer os direitos desses grupos frente a grandes empreendimentos econômicos (GORAYEB, 2014). As informações contidas no mapa social retrata o cotidiano, suas referências, expõe seus processos de territorialização e sua identidade numa base cartográfica, pois por meio do mapeamento social as pessoas buscam visibilidade através dos interesses das comunidades na conquista de seus direitos. São mapeadas localidades, rios, lagos, cemitérios, casas, igarapés, grotas independentemente de seu tamanho ou condição, os temas abordados são relevantes pelas próprias comunidades estudadas (GORAYEB, 2014). Um aspecto importante sobre a elaboração dos mapas é que são feitos pelas pessoas que ocupam um território, nos quais apresentam a forma como vivem, trabalham os espaços simbólicos e afetivos. A produção do mapa envolve toda a comunidade, a participação na construção do mapa é uma forma de fortalecer a mobilização de grupos que se apropriam de uma ferramenta, a cartografia, para uso de seus interesses. O mapa sempre foi utilizado como ferramenta pelo homem para sua localização e comunicação, importantes para que o indivíduo entenda o seu território. A leitura do mapa requer que o leitor interprete e reflita sobre as informações representadas. A cartografia escolar encontradas no livro didático reflete contextos diferentes dos alunos, que não tem interesse em aprender. É importante frisar que o mapa apresenta informações muito técnicas, distante da realidade dos leitores (GIRARD, 2011). Sobretudo, nas últimas décadas a Cartografia vem se tornando como linguagem visual fundamental, pois com a crescente demanda das tecnologias, destacando neste contexto o georeferenciamento, advindo da revolução na década de 1980 com a microinformática acompanhada com a internet. Através desta ação a Cartografia propiciou uma popularização já que os mapas tem disponibilidade gratuita na rede com imagens de satélite, dados, cartas ambos georefenciados (ALVES, 2013). O acesso à produção e acesso cartográfico propiciaram outras finalidades, a exemplo, consoante (ACSELRAD e COLI, 2008), o da inclusão dos diferentes grupos sociais, o que antes era voltado para uma minoria, agora abrange um grupo maior interessados neste trabalho, destacando os contextos dos indivíduos. Neste aspecto, a Cartografia não serve apenas para localização, mas também entender o espaço e o território, onde os grupos possam expressar seus direitos, entender que o mapa feito por outras pessoas não apresenta informações prontas e acabadas, mas que por trás deste desenho, o ser humano pode auto cartografar o seu território, identificando os pontos importantes para sua formação.

A Cartografia Social como um ramo da Ciência Cartográfica é um exemplo disso, pois na medida em que o professor busca outros meios para entendimento do assunto, o aluno perceberá a aula atrativa e inovadora. Analisando que a Cartografia não é de difícil interpretação como muitos pensam, em contrapartida possibilitar que os educandos tenham facilidade de produzir o próprio mapa, abordando bem o tema e seus elementos necessários para construção. METODOLOGIA A Escola Senador Novaes Filho, pertencente à Rede Pública Estadual de Pernambuco, está inserida no Bairro da Várzea na cidade do Recife constitui-se espaço privilegiado para as ações do Subprojeto Geografia/PIBID-UFPE. A ação formativa do Subprojeto, aqui apresentada, foi realizada com alunos do 1 ano e 3 anos do Ensino Médio no turno da tarde. A experiência é produto do Projeto Cartografia Social: como linguagem no processo de ensino e aprendizagem em Geografia, onde visa desenvolver com os alunos um novo olhar de ler e observar seu meio. O projeto foi executado durante o segundo semestre letivo de 2016. O Projeto Cartografia Social se realizou em 5 etapas: 1ª Etapa: Organização do cronograma e apresentação do projeto a turma escolar da proposta, informando-lhes que seria trabalhada a Cartografia Social como linguagem no processo de ensino e aprendizagem em Geografia, visando compreender os conteúdos de Geografia, problematizar com o seu meio, no qual teriam aulas expositivas dialogadas e acompanhamento da atividade. 2ª Etapa: Aula expositiva dialogada onde foram abordados assuntos para compreensão da Cartografia Social: 1- Conceito de Cartografia Social, 2- Como e Onde surgiu, 3- Importância de se trabalhar a Cartografia Social no processo de ensino e aprendizagem em Geografia. 3ª Etapa: Formação dos grupos temáticos, a definição das temáticas associadas ao ensino de Geografia para produção dos mapas. Nesta etapa foram trabalhados por meio de debates e outras atividades em sala de aula, os temas relacionados e que seria construído no mapa, selecionados previamente pelo grupo-escola. Dessa forma, o professor/supervisor junto com os pibidianos estimularam a observação mais acurada e o senso crítico dos alunos quanto a Cartografia Social. Foram formados seis grupos de 4 a 5 discentes, onde discutiram sobre o tema para construção do mapa social, apresentando tanto os problemas encontrados no bairro, como pontos de lazer e cultura. As temáticas para construção do mapa social constituem-se nos

seguintes elementos presentes no cotidiano dos educandos: Saúde; Acesso à educação; Pontos de cultura da Várzea; Uso do espaço Lazer/Feira; Saneamento Básico; Pavimentação. 4ª Etapa: Acompanhamento da atividade nesta etapa foram distribuídas as temáticas e os pibidianos mediaram na construção do mapa social, dando subsídios necessários para produção, dicas, sistematização do tema, bibliografia e materiais. Diante deste cenário, criouse um espaço para o desenvolvimento de diferentes habilidades intelectuais, atitudes e valores morais de cada aluno e da sociedade como um todo, com o objetivo de estimular os alunos a identificar os problemas e outros pontos do local a partir da Cartografia Social. 5ª Etapa: Apresentação e discussão da Cartografia Social como linguagem para o ensino e aprendizagem em Geografia através da construção dos mapas, por meio da Cartografia Social, os discentes identificaram os diversos problemas locais que muitas vezes são evidenciados ou se o são não tem uma total atenção. RESULTADOS É importante salientar, que a construção do mapa, por meio da Cartografia Social possibilitou aos alunos uma reflexão do meio, pois no decorrer da apresentação os educandos deixaram claro que a partir do mapeamento em grupo e com a participação de todos, os problemas que o bairro vem enfrentando descortinou-se aos seus olhares. São informações que muitas vezes é despercebido no mapa escolar. O mapa escolar, construindo fora do contexto do discente, apresenta informação muito distante da realidade (GIRARD, 2011), e que por meio da Cartografia Social tiveram outra percepção quando mapearam o local. Nas apresentações e no decorrer da discussão do tema, os alunos apresentaram de forma referenciada os elementos necessários para o entendimento do assunto. A Cartografia Social proporcionou, em linhas gerais, aos alunos trabalhar de forma crítica e participativa demarcando seu local e identificando os pontos que merece destaque. CONSIDERAÇÕES FINAIS Buscar outras formas mediáticas para um ensino situado e referencializado, nos encontramos com a Cartografia Social com possibilidade mediática do desenvolvimento de habilidades cognitivas que despertem a criticidade e autonomia discente e ao mesmo tempo tenha um rebatimento positivo na prática docente. O trabalho com a Cartografia Social sinalizou que é possível uma ação crítica, conduzindo o aluno a uma autonomia vinculada a sua realidade. Diante desta premissa,

construir com autonomia sua realidade é descortinar as problemáticas vigentes do cotidiano e dos elementos que ilustram o desenvolvimento local e as atividades do lugar. Neste sentido, descontrói-se a ideia de que a Cartografia é um assunto difícil e que não existem alternativas de entendê-la e sua materialidade é simples representação inanimada, abstrata. O PIBID, como Programa de incentivo à docência, ao eleger diferentes linguagens para se trabalhar o ensino de Geografia, sinaliza meios para valorização da prática docente e seus impactos na formação dos licenciandos. Oportuniza, portanto a vivência na escola e sua contribuição direta na aprendizagem discente. A experiência com Cartografia Social possibilitou o acesso às diversas formas de interpretar e entender o meio, o vivido e o cotidiano em dimensões escalares, levando o aluno a refletir, questionar, indagar, pois a construção do conhecimento não é algo pronto e acabado que se circunscreve em um fim, mas é um meio em constante movimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACSELRAD, Henri. COLI, Luis Régis. Disputas Territoriais e Disputas Cartográficas. In: ACSELRAD, H. (org.). Cartografias sociais e território. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, 2008. ALVES, T. S.. Cartografia da ação social: entre disputas e ações no ensino da Geografia. In: V Fórum Internacional de Pedagogia, 2013, Vitória da Conquista. Anais Fiped V. Campina Grande: 2013. FARIAS, Paulo Sérgio Cunha; LIMA, Valeska Nogueira de. Práticas de iniciação cartográfica da criança na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. In: FARIAS, Paulo Sérgio Cunha; OLIVEIRA, Marlene Mácario de. A formação docente em Geografia: Teorias e Práticas. 1ª ed. Campina Grande: EDUFCG, 2014. p. 247-277. GIRARD, Eduardo Paulon. A Construção de uma Cartografia Geográfica Crítica. In: Revista Geográfica de América Central. Número Especial EGAL. Costa Rica. II Semestre 2011. GORAYEB, Adryane. Cartografia Social e Populações Vulneráveis. Rede Nacional de Mobilização Social, 2014. SANTOS, F. K. S. O professor de geografia na perspectiva do profissional comunicativotransformativo. Revista de Ensino de Geografia, Uberlândia, v. 6, n. 11, p. 123-136, jul.- dez. 2015.