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Modernismo Brasileiro Palavras em liberdade Semana de Arte Moderna 13, 15, 17 de fevereiro de 1922 Teatro Municipal de São Paulo Antecedentes da Semana A Exposição de Lasar Segall (1913) Revista O Pirralho (1911), dirigida por Oswald de Andrade e Emílio de Menezes Participação de Ronald de Carvalho, em 1915, na fundação da Revista Orpheu que deu início ao Modernismo em Portugal. Lasar Segall - Aldeia russa, 1912 1

A Exposição de Anita Malfatti (1917) Anita Malfatti A boba (1915-16). A estudante (1915-1916) O homem amarelo. 1915 Modernismo 1ª Fase (1922-1930) Destruidora e Heroica Da esquerda para direita e de cima para baixo: o jornalista italiano Francesco Pettinati, René Thiollier, Manuel Bandeira, Afonso Shimidt, Paulo Prado, Graça Aranha, Manoel Vilaboin, Goffredo da Silva Telles, Couto de Barros, Mário de Andrade, Cândido Mota Filho. Sentados: Rubens Borba de Morais, Luiz Aranha, Tácito de Almeida, Oswald de Andrade. 2

Representantes na Literatura Oswald de Andrade Pau Brasil (1924) Mário de Andrade Macunaíma (1928) Manuel Bandeira Libertinagem (1930) Alcântara Machado Brás, Bexiga e Barra Funda (1927) Os sapos Enfunando os papos, Saem da penumbra, Aos pulos, os sapos. A luz os deslumbra. Em ronco que aterra, Berra o sapo-boi: - "Meu pai foi à guerra!" - "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!". O sapo-tanoeiro, Parnasiano aguado, Diz: - "Meu cancioneiro É bem martelado. Vede como primo Em comer os hiatos! Que arte! E nunca rimo Os termos cognatos. Clame a saparia Em críticas céticas: Não há mais poesia, Mas há artes poéticas..." Urra o sapo-boi: - "Meu pai foi rei!"- "Foi!" - "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!". Brada em um assomo O sapo-tanoeiro: - A grande arte é como Lavor de joalheiro. Longe dessa grita, Lá onde mais densa A noite infinita Veste a sombra imensa; Lá, fugido ao mundo, Sem glória, sem fé, No perau profundo E solitário, é Que soluças tu, Transido de frio, Sapo-cururu Da beira do rio... (Manuel Bandeira) Poética Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor. Estou farto do lirismo namorador Político Raquítico Sifilítico Quero antes o lirismo dos loucos O lirismo dos bêbados O lirismo difícil e pungente dos bêbados O lirismo dos clowns de Shakespeare - Não quero mais saber do lirismo que não é libertação (Manuel Bandeira) 3

Pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro. (Oswald de Andrade) As meninas da Gare Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis Com cabelos mui pretos pelas espáduas E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas Que de nós as muito bem olharmos Não tínhamos nenhuma vergonha Ode ao Burguês Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, o burguês-burguês! A digestão bem-feita de São Paulo! O homem-curva! o homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! (Mário de Andrade) Eu sou trezentos... Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta, As sensações renascem de si mesmas sem repouso, Ôh espelhos, ôh! Pireneus! Ôh caiçaras! Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro! (Mário de Andrade) (Oswald de Andrade) A Pintura Modernista Tarsila do Amaral Abapuru (1928), Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires (MALBA). A negra (1923), Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Antropofagia (1929), Estação Pinacoteca, em SP. 4

Di Cavalcanti - Samba (1925). O quadro valia, em 2012, US$ 10 milhões e era de propriedade do marchand Jean Boghici, quando na noite de 13 de agosto de 2012, foi destruído por um incêndio no apartamento de Jean Tarsila do Amaral operários (1933) A Escultura e a Música Modernista Vítor Brecheret - Monumento às bandeiras (1936-1953). Heitor Villa Lobos (1887-1959) No Dimensões 50m comprimento, 16m de largura, 10m de altura, Brasil, sua data de nascimento (5 de 37 figuras, Parque do Ibirapuera, São Paulo março) é celebrada como Dia Nacional da Música Clássica. 5