ESTÁGIO SUPERVISIONADO: EXPERIÊNCIAS, REFLEXÕES E PRÁTICAS 1. Autor: Carliane Cruz de Melo Oliveira Graduanda em Linguagens e Códigos Português

Documentos relacionados
A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO - UM MOMENTO DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO III NA FORMAÇÃO DOCENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Estágio Supervisionado no Núcleo de Educação da Infância NEI/CAp UFRN: contribuições para a formação docente na educação infantil

UMA REFLEXÃO SOBRE AS CONCEPÇÕES DE ESTÁGIO CURRICULAR E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O FUTURO LICENCIADO EM CIÊNCIAS AGRÍCOLAS.

ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DO LICENCIADO EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS

O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO E A FORMAÇÃO DOCENTE. CARDOZO, Luciana Pereira 1. PINTO, Dra. Maria das Graças C. S. M. G. 2

A IMPORTÂNCIA DO PIBID NA FORMAÇÃO DOS LICENCIANDOS EM QUÍMICA DO IFPB CAMPUS SOUSA

ESTÁGIO DOCENTE: UMA ATIVIDADE DE FORMAÇÃO CONTINUADA E DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO DE INTEGRAÇÃO DOCENTE: PERSPECTIVAS CONCEITUAIS INOVADORAS RESUMO

INTRODUÇÃO

ENSINO DE CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) FORMAÇÃO INICIAL DE UM DOCENTE

Desenvolvendo o Pensamento Matemático em Diversos Espaços Educativos

RELATO DE EXPERIÊNCIA: O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA FORMAÇÃO DOCENTE

IDENTIDADE E SABERES DOCENTES: O USO DAS TECNOLOGIAS NA ESCOLA

PERSPECTIVAS NA FORMAÇÃO DA PRÁTICA DOCENTE DOS ALUNOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA DA UESB

A DIFERENÇA ENTRE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E O PIBID NA FORMAÇÃO INICIAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA

A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O PIBID E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DA GEOGRAFIA NAS ESCOLAS PÚBLICAS

ALIANDO A TEORIA E A PRÁTICA DOCENTE NO COTIDIANO DA ESCOLA ATRAVÉS DO PIBID

APRENDER E ENSINAR: O ESTÁGIO DE DOCÊNCIA NA GRADUAÇÃO Leise Cristina Bianchini Claudiane Aparecida Erram Elaine Vieira Pinheiro

OS DESAFIOS DA PESQUISA NA FORMAÇÃO DOS ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA OFERECIDO PELA PLATAFORMA FREIRE, NO MUNICÍPIO DE BOM JESUS DA LAPA BA

XVIII ENDIPE Didática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: O PENSAR E O FAZER NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES

A UTILIZAÇÃO DAS TIC COMO RECURSO PEDAGÓGICO: EXPLORANDO LITERATURA INFANTIL NO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA DOCENTE: ALESSANDRA ASSIS DISCENTE: SILVIA ELAINE ALMEIDA LIMA DISCIPLINA: ESTÁGIO 2 QUARTO SEMESTRE PEDAGOGIA

ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO E A FORMAÇÃO DE LEITORES EM MATEMÁTICA

A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: PRODUZIR SABERES DOCENTES NO CONTEXTO DO ESTÁGIO NA PESQUISA E EXTENSÃO

RESOLUÇÃO Nº. 075, DE 20 DE ABRIL DE 2016.

Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal Catarinense - Campus Sombrio

PERCEPÇÃO DE PROFESSORES QUANTO AO USO DE ATIVIDADES PRÁTICAS EM BIOLOGIA

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO. SEMESTRE ou ANO DA TURMA: 5º semestre

PROJETO DE EXTENSÃO ALFABETIZAÇÃO EM FOCO NO PERCURSO FORMATIVO DE ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA

REGULAMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO CURRICULAR OBRIGATÓRIO DO CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA TITULO I DO ESTÁGIO E SEUS OBJETIVOS

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO COMO OPORTUNIDADE DE PRÁXIS DOCENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA VIVENCIADO PELOS LICENCIANDOS EM QUÍMICA DO IFCE CAMPUS

A ATUAÇÃO E O PERFIL DO PEDAGOGO NO ESPAÇO NÃO ESCOLAR: FORMAÇÃO DE PROFESSORES

REFLEXÃO DOCENTE SOBRE A FORMAÇÃO OFERECIDA NO MUNICIPIO DE FORTALEZA

Rosa Maria Torres No livro Banco Mundial e as políticas educacionais, p. 127

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DO LICENCIANDO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS: ANSEIOS E DIFICULDADES

Professor ou Professor Pesquisador

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO CURRICULAR NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: VIVÊNCIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

RELATO DE EXPERIENCIA DO ESTAGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO INFANTIL

CRIATIVIDADE E PRODUÇÃO TEXTUAL: PRÁTICAS DE INCENTIVO À LEITURA

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO

O ENSINO NA CONSTRUÇÃO DE COMPETÊNCIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

PALAVRAS CHAVE: Formação docente.saberes dos professores. Estágio Supervisionado.

GÊNERO TEXTUAL GUIA DE VIAGEM: CAMINHOS E POSSIBILIDADES

MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO DO CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA DA UTFPR CÂMPUS CURITIBA

RELAÇÕES INTERPESSOAIS ENTRE PROFESSOR DO ENSINO BÁSICO E ESTAGIÁRIO: UM ESTUDO DE CASO NO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TOCANTINS

A IMPORTÂNCIA DA OBSERVAÇÃO NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA II

A CONCEPÇÃO DE LICENCIANDOS DO 7º SEMESTRE DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA FACEDI-UECE SOBRE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO INICIAL.

ESTÁGIO SUPERVISIONADO COMO CONSTRUÇÃO DA FORMAÇÃO DOCENTE

MANUAL DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CEAD PLANO DE ENSINO. Código: EST-II Carga Horária: 72h Créditos: 5

A REFLEXÃO COMO NÚCLEO ESSENCIAL DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Anais da Jornada Científica Integração: Educação, Sociedade e Tecnologia RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO DO ESTAGIO SUPERVISIONADO DE LICENCIATURA III

DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES PRÁTICAS NO ENSINO APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS DURANTE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

RELATO DE EXPERIÊNCIAS ADQUIRIDAS NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO ENSINO DE CIÊNCIAS EM UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE ALAGOA GRANDE-PB.

Supervisão de Estágios

ABORDAGEM DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE A PESQUISA: ATIVIDADES PRÁTICAS EM SALA DE AULA. 1

FORMAÇÃO DOCENTE: O PIBID E A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES 1

CURSO DE LICENCIATURA EM ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO Turma. Da: Universidade Estadual de Goiás Câmpus Jussara Para:

SOCIEDADE E INDIVÍDUO EM DISCUSSÃO

ESTÁGIO SUPERVISIONADO: QUESTÕES E DESAFIOS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM EAD

DICOTOMIA ENTRE TEORIA E PRÁTICA? O PAPEL DO ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DOCENTE

ESTÁGIO DE PORTUGUÊS II. Aula

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GEOGRAFIA: POSSIBILIDADE DA APRENDIZAGEM DA PROFISSÃO DOCENTE

Unidades de Aprendizagem: refletindo sobre experimentação em sala de aula no ensino de Química

PLANO DE ENSINO. Curso: Pedagogia

CONCEPÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA ENTRE DOCENTES DE ENSINO SUPERIOR: A EDUCAÇÃO FÍSICA EM QUESTÃO

FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES NO ENSINO SUPERIOR: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Palavras-chave: Formação de Professores; Produção Textual; Almanaque.

PRÁTICA DE ENSINO E O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA.

Contribuições do Pibid na construção dos conhecimentos específicos na formação inicial de professores de Ciências

A IMPORTÂNCIA DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS MATEMATICOS NO ENSINO FUNDAMENTAL E NO ENSINO MÉDIO

O ESTÁGIO COMO ATIVIDADE TEÓRICA INSTRUMENTALIZADORA DA PRÁXIS E A REALIDADE LEITORA DOS ALUNOS DE EAD

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E OS DESAFIOS E POSSIBILIDADES DO PROFESSOR NA SALA DE AULA. ANDRADE, Calebe Martes¹; OLIVEIRA, Claudimary Moreira Silva²

FORMAÇÃO CONTINUADA DOCENTE: UM ESTUDO NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA ZONA RURAL E ZONA URBANA DE SÃO LUÍS.

VISÃO DO PIBID SOB O OLHAR DO SUPERVISOR SUBPROJETO EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

O PIBID E A RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE DOCENTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA 1

ENTRE VERSOS, RIMAS E EXPRESSÕES MATEMÁTICAS. Eixo Temático: A docência na escola e na formação de professores

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO ESPORTE CEFID

PIBID UMA BREVE REFLEXÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA DOCENTE

FORMAÇÃO CONTINUADA DE DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR: POSSIBILIDADES DE CONSTRUÇÃO GRUPAL DE SABERES DOCENTES EM INSTITUIÇÃO PARTICULAR DE ENSINO

O NÚCLEO AUDIOVISUAL DE GEOGRAFIA (NAVG) TRABALHANDO A GEOGRAFIA COM CURTAS: EXPERIÊNCIA DO PIBID SUBPROJETO DE GEOGRAFIA.

A INFLUÊNCIA DA MATEMÁTICA NOS BORDADOS

LIBRAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: CURRÍCULO, APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO DE SURDOS

CONSTRIBUIÇÕES DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE

PRÁTICA DE ENSINO E O ESTÁGIO SUPERVISIONADO: DESENVOLVIMENTO DE ATITUDES INVESTIGATIVAS PARA A DOCÊNCIA

RESOLUÇÃO CONSEPE Nº 59/2017

A VISÃO DOS ALUNOS SOBRE A PRESENÇA DOS ESTAGIÁRIOS EM SALA DE AULA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO. Profª Isabel de O. e S. Monguilhott Profª Maria Izabel de Bortoli Hentz Profª Nelita Bortolotto

Letras - Língua Portuguesa

O REPENSAR DO FAZER DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR NO PROCESSO DE REFLEXÃO COMPARTILHADA COM PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS. Patrícia Cugler 1 Nathalia Azevedo 2, Lucas Alencar, Margareth Mara 4

ETNOMATEMÁTICA E LETRAMENTO: UM OLHAR SOBRE O CONHECIMENTO MATEMÁTICO EM UMA FEIRA LIVRE

REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO EM ITAPETINGA-BA: FORMAÇÃO INICIAL EM FÍSICA

Pensando a Didática sob a perspectiva humanizadora

PLANETA LIMPO. PROJETO DE INTERVENÇÃO DESENVOLVIDO NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.

MONITORIA DA DISCIPLINA SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA:

Transcrição:

ESTÁGIO SUPERVISIONADO: EXPERIÊNCIAS, REFLEXÕES E PRÁTICAS 1 Autor: Carliane Cruz de Melo Oliveira Graduanda em Linguagens e Códigos Português Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Carliane.20@outlook.com Orientador: Bergson Pereira Utta Graduado em Pedagogia/Mestre em Educação pela UFMA Universidade Federal do Maranhão bergsonutta@hotmail.com RESUMO Esta pesquisa objetiva refletir sobre experiências vivenciadas no estágio do curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos/UFMA São Bernardo-MA, no I. E. Cônego Nestor de Carvalho Cunha. Acreditamos que o estágio é uma fase importante do desenvolvimento acadêmico, porque contribui na formação do aluno, oportunizando vivências associadas aos conteúdos curriculares, que poderão ajudá-lo na aquisição de conhecimentos e atitudes relacionadas com a profissão. A partir das observações do trabalho docente, vimos a necessidade de pensar a formação de professores e sua prática pedagógica. A metodologia que utilizamos foi a pesquisa qualitativa pela observação da prática docente de quatro professores de português. Teoricamente, contamos com as contribuições de Carvalho (1985), Lima (2008), Pimenta (2004) e Zabala (1998), dentre outros. Concluímos que o estágio supervisionado remete-nos à compreensão de desafios que podemos enfrentar na formação docente, pela relação entre a escola e a universidade por ocasião da realização do estágio supervisionado. Palavras-chave: Estágio supervisionado. Formação docente. Atuação profissional. 1 INTRODUÇÃO O estágio supervisionado é um momento essencial na formação integral do discente, considerando que cada vez mais são requisitados profissionais com habilidades e que estejam seguros de suas ações no exercício profissional. No campo de estágio, o aluno precisa aliar conhecimento teórico e relacioná-lo à prática para um melhor direcionamento de suas ações. É uma experiência em que o aluno precisa mostrar sua criatividade, independência e conhecimentos, diante das situações vivenciadas na escola, o que podem ser desafiadoras, já que agora ele precisa gerenciar melhor o espaço educativo. 1 Este trabalho é de cunho curricular que visou refletir sobre o estágio supervisionado como experiência acadêmica.

No entanto, algumas dessas experiências partem da prática realizada pelos professores da escola-campo, no momento da observação do trabalho docente, o que pode dar aos estagiários maior segurança na hora de realizarem suas regências. Esta pesquisa se justifica pelo fato de que todo aluno de licenciatura terá, obrigatoriamente, que cumprir o mínimo de 400h de estágio supervisionado, tornando importante uma reflexão sobre esta vivência, podendo dar-lhes maior segurança para futuras experiências docentes, ou até mesmo, fazê-los desistir de ser professores. Definimos um problema a ser elucidado nesta pesquisa, a saber: Qual(is) concepção(ões) de aula tem os professores da escola-campo? Evidenciam segurança na realização de seu trabalho docente? Dessa forma, como objetivos temos: Identificar qual(is) concepção(ões) de aula tem os professores de português durante a realização do seu trabalho; Perceber se os alunos parecem se interessar pela aula realizada, prestando atenção e realmente aprendendo o que se ensina a eles. Por meio da observação das aulas dos professores da escola-campo, pudemos refletir sobre a forma como ministravam suas aulas, as metodologias utilizadas e os resultados do trabalho docente. Para dar suporte teórico a esta pesquisa, contamos com as contribuições de Carvalho (1985), Lima (2008), Pimenta (2004) e Zabala (1998), dentre outros, que nos ajudaram a pensar o estágio supervisionado e sua contribuição na formação de futuros professores. Na sequência, apresentamos a revisão de literatura que contribuiu com este trabalho, bem como os resultados e discussões e a nossa conclusão. 2 CONTORNOS METODOLÓGICOS 2.1 Revisão de Literatura Pela identificação das palavras-chave ou descritores [...]; fontes secundárias [...]; fontes primárias [...]; ler criticamente e resumir a literatura [...] e, lê-la criticamente. Isto envolve questionar, especular, avaliar, repensar, e sintetizar o que lê (BENTO, 2012, p. 2-3), é que apresentamos algumas pesquisas sobre nosso objeto, a saber, o Estágio Supervisionado. Uma delas é a de Scalabrin e Molinari (2010) que discorrem sobre a importância da prática do estágio supervisionado nas licenciaturas. Elas acreditam que o estágio pode dar uma

noção ao futuro professor, sobre aquilo que ele vai enfrentar no seu cotidiano, para assim poder aprender a lidar com as contingências diárias e conseguir atingir o objetivo de promover a aprendizagem. Sob o tema Estágio supervisionado: concepções e práticas em ambientes escolares, Milanesi (2012) apresenta algumas concepções de estágio de professores regentes e sua avaliação quanto aos aspectos que consideram positivos na realização do estágio. Por fim, mas não se esgotando tais reflexões, Rodrigues (2013) discute quatro diferentes visões sobre o estágio supervisionado, passando por quatro diferentes vozes envolvidas diretamente nestes estágios, a saber: a voz da legislação que rege a realização dos estágios, as concepções de alguns teóricos da atualidade sobre o que é o estágio supervisionado e qual a sua função, a de alunos na realização de seus estágios e a dos professores colaboradores, que recebem e supervisionam os estagiários nas escolas. 2.2 Resultados e Discussões As observações realizadas aconteceram nos turnos matutino e noturno. No turno matutino observamos que por falta de estrutura do prédio e da lotação de alunos em cada sala, os professores não conseguiam utilizar recursos metodológicos, tornando as aulas cansativas, monótonas, sem a participação dos alunos. Com isso, os alunos não prestavam muita atenção e se distraiam com facilidade, ocasionando variados comportamentos, o que dificultava bastante o trabalho do professor. No turno da noite, observamos que os jovens e adultos tinham interesse de estudar, mais o cansaço do dia de trabalho não facilitava, e com isso, o ensino do professor não rendia bons frutos, caindo significativamente o rendimento nas aulas. No entanto, observamos nos dois turnos que, apesar das dificuldades apresentadas, os professores buscavam interagir com os alunos demonstrando interesse sobre a vida deles, tentando associar o conhecimento que deveria ser aprendido com a sua vida cotidiana. Vimos também alguns grupos formados por alunos que ficavam em espaços da sala, conversando, fazendo outras coisas e dificultando o trabalho do professor, precisando estes, agir as vezes como se fossem babás. Metodologicamente, um dos recursos mais utilizados foi o quadro negro para a exposição de informações, escritas pelo professor, copiadas pelos alunos, sem nenhum tipo de reflexão. Isso é um dos aspectos que vem ocasionando que as aulas se tornem monótonas e com

pouca participação, já que os alunos não são estimulados à criatividade e criticidade dentro da sala de aula. Vimos também que dois desses professores não tinham total domínio dos alunos em sala, e a estrutura física não ajudava, haja vista grande quantidade de alunos, o que dificultava a atenção e controle destes pelo professor. Quanto a concepção de aula passada pelos professores, percebemos que, pelo planejamento antecipado, pela organização das ideias e estrutura da aula, dois desses professores veem a aula como real momento de aprendizagem e interação, em que todos devem ser participes do processo e devem contribuir com o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. 3 CONCLUSÃO Concluímos que estar em sala de aula exige uma grande responsabilidade por parte do professor, pois ele sem dúvida exerce uma influência direta sobre seus alunos, a partir de suas atitudes e métodos utilizados para o ensino dos conteúdos curriculares, devendo aproximá-los do cotidiano do aluno. Entendemos que o estágio se caracteriza como um período de aprendizagem sobre a realidade educacional, em que o estagiário poderá ter contato com a realidade da comunidade escolar, com a profissão, a experiência observada pela ação dos professores durante o ensino, o comprometimento que as condições físicas, administrativas e pedagógicas da escola podem dar ao trabalho docente e de presenciar a realidade da sala de aula, reavaliando as formas de ensinar, a fim de readaptá-las. Este é um período de aquisição de experiências para aquele que será um professor no futuro, para que possa exercer a função docente com confiança e organização, ciente dos desafios que lhes serão impostos, bem como buscar sua identificação com a profissão e poder iniciar o seu quefazer docente com significado e preparo pedagógico. Assim, chegamos a conclusão que o estágio supervisionado é o meio pelo qual os acadêmicos poderão aproximar-se da escola, antes de exercer a profissão docente como licenciados, adquirindo experiências e analisando sua futura ação como professor. Tem também a possibilidade de colocar em prática o que aprendeu na academia e com isso se tornar um profissional competente, pois o estagiário começa a construir oportunidades, perspectivas e ferramentas para o exercício profissional. Além do mais, o estágio nos proporcionou uma visão mais ampla sobre o que é o

ensino e como este está situado na escola, podendo aprender, enquanto estagiário, como lidar no dia a dia com as dificuldades encontradas no ambiente escolar. REFERÊNCIAS BENTO, A. Como fazer uma revisão da literatura: Considerações teóricas e práticas. Revista JA (Associação Académica da Universidade da Madeira), nº 65, ano VII, 2012, p. 42-44. CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. Prática de ensino: os estágios na formação do professor. São Paulo: Editora Bisordi, 1985. FRANÇA, Dimair de Souza. Formação de professores: a parceria escola-universidade e os estágios de ensino. UNIrevista (UFMS), v. 1, n. 2, abr. 2006. Disponível em: <http:// www.unirevista.unisinos.br/_pdf/unirev_franca.pdf>. Acesso em: 21/05/10. KUREK, Deonir Luis. O professor é ator quando tem consciência de estar representando. In: OLIVEIRA, Valeska Fortes (Org.). Imagens de professor: significações do trabalho docente. Ijuí- RS: Unijuí, 2000. LIMA, Maria Socorro Lucena. Reflexões sobre o estágio supervisionado na formação de professores. Revista Diálogo Educ., Curitiba-PR, v. 8, n. 23, jan./abr/2008, p. 195-205. MILANESI, Irton et al. O estágio interdisciplinar no processo de formação docente. Cáceres- MT: UNEMAT Editora, 2008. MILANESI, Irton. Estágio supervisionado: concepções e práticas em ambientes escolares. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 46, p. 209-227, out./dez. 2012. Editora UFPR. PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2004. ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Tradução Ernani F. da F. Rosa Porto Alegre: Artmed, 1998.