Claudia S. Rodrigues de Carvalho. Eletrônico: crcarvalho@rb.gov.br Telefônico: 55-21- 32894676 Núcleo de Preservação Arquitetônica



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Transcrição:

CMI Dados do Projeto e do(a) Coordenador do Projeto CMI Centro de Memória e Informação Título do Projeto Coordenador do Projeto: Endereços para contato: Setor: Plano de Conservação Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa: conservação das superfícies arquitetônicas do Museu Casa De Rui Barbosa (continuação) Claudia S. Rodrigues de Carvalho Eletrônico: crcarvalho@rb.gov.br Telefônico: 55-21- 32894676 Núcleo de Preservação Arquitetônica Data: março de 2012 1. Justificativa/Caracterização do Problema As superfícies arquitetônicas desempenham importante papel no valor e na permanência dos bens culturais, na medida em que dão identidade e imagem histórico cultural para o patrimônio; contribuem para a percepção volumétrica e evidenciam toda uma lógica compositiva; sendo o elemento que protege a edificação dos fatores ambientais. 1 Nesta pesquisa pretendo definir parâmetros para execução de conservação de superfícies arquitetônicas históricas, tendo como objeto de análise e estudo as superfícies arquitetônicas do conjunto edificado do Museu Casa de Rui Barbosa. O conjunto edificado do Museu Casa de Rui Barbosa, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional pelo seu valor histórico e artístico, é uma construção de 1850. O sistema construtivo apresenta soluções da arquitetura tradicional brasileira, entre elas paredes externas portantes, em alvenarias mistas de tijolos e pedras, paredes divisórias internas em tabiques estucados, estrutura de pisos, forros e telhado em madeira, e cobertura em telhas cerâmicas do tipo francesas. As fachadas apresentam nas suas linhas gerais e na modenatura a influência da arquitetura neoclássica, e nos detalhes 1 KÜHL, Beatriz. O tratamento das superfícies arquitetônicas como problema teórico da restauração. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v.12, p.309-330, jan/dez.2004. 1

e elementos decorativos o gosto belle-époque. As superfícies arquitetônicas têm acabamento em pintura na cor rosa salmão que confere ao conjunto uma unidade formal. Desde a sua concepção arquitetônica e construção, há mais de 150 anos, a edificação vem passando por inúmeras transformações que estão relacionadas principalmente aos processos históricos, de uso, de envelhecimento natural dos seus materiais constitutivos e das agressões ambientais decorrentes das transformações do seu entorno. A sua preservação vem sendo objeto da preocupação de técnicos e especialistas desde o seu tombamento, em 1938, que têm dirigido inúmeras intervenções de manutenção e conservação. Nos anos 1970, a Casa foi submetida a extensas obras de restauração, que atingiram a totalidade do edifício, destacando-se a introdução de extensas áreas cimentadas nas fachadas, coordenadas pelo arquiteto Lucio Costa, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artística Nacional. O desconhecimento da extensão das mudanças resultantes destas intervenções, incluindo as variações de cores e detalhes, bem como alterações na integridade das alvenarias, motivou o desenvolvimento da presente pesquisa cujo objetivo é estabelecer parâmetros para conservação das superfícies arquitetônicas alinhando a correta definição de princípios e diretrizes ao aumento da qualidade da execução e ao controle de contratos e de gestão de obras deste tipo, além de envolver também a definição de estratégias para a experimentação, treinamento e capacitação no campo da preservação do patrimônio edificado. Esta pesquisa relaciona-se com os trabalhos que vimos desenvolvendo, desde 1997, para dotar a preservação do Museu Casa de Rui Barbosa de procedimentos mais sistemáticos, buscando um alinhamento com as transformações conceituais daquele campo disciplinar, nas quais os bens móveis e imóveis de valor patrimonial deixaram de ser encarados de maneira isolada, passando a ser entendidos de maneira integrada. Desta forma, o edifício histórico e as coleções que abriga passaram a ser entendidos como um conjunto, e como conseqüência a abordagem da preservação vem se dando de forma integrada, com base nas ações de prevenção, para minimizar os processos de deterioração, evitar intervenções invasivas e garantir a sua transmissão para as gerações futuras. Com o estabelecimento, em 1998, de um Plano de Conservação Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa, as ações preservação do patrimônio vêm sendo realizadas numa escala de prioridades que garantem a aplicação dos recursos de forma equilibrada e sustentável. Desde 2005, vimos orientando bolsistas em pesquisas aplicadas para dar suporte ao Plano para Conservação Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa, dentro da linha de pesquisa Estratégias de conservação preventiva para edifícios históricos que abrigam coleções, do grupo de pesquisa da FCRB/CNPQ : Museu-Casa de Rui Barbosa: memória, espaço e representações. A linha de pesquisa tem por objeto a busca de soluções sustentáveis para preservação integrada do edifício-histórico e da coleção, está focada no perfil museu-casa e abrange a identificação do patrimônio tutelado pela Fundação Casa de Rui Barbosa, na sua historicidade, composição e materialidade; a avaliação dos riscos para sua preservação; o desenvolvimento de métodos para prevenção e tratamento e a criação de instrumentos didáticos para difusão da conservação preventiva no Brasil. O primeiro módulo de pesquisas foi realizado de 2006 a 2007, e tratou da Conservação Programada das Coberturas. Em 2008, iniciaram-se os estudos para a Conservação Programada das Alvenarias e seus Revestimentos Internos e Externos. Deu-se prioridade ao estudo dos revestimentos em papel de parede, nos interiores do edifício, em função dos problemas existentes que afetam a integridade e legibilidade do Monumento. 2

As superfícies arquitetônicas da Casa de Rui Barbosa apresentam inúmeras dificuldades para a sua conservação/restauração, considerando o valor de patrimônio da edificação, a sua função atual como Museu e o fato das superfícies atuais, embora não sendo as originais, possuírem historicidade e conformarem o valor figurativo do monumento nas últimas quatro décadas. Em 2008, a fachada de uma parte do conjunto edificado do Museu - a antiga cavalariça foi objeto de intervenção de restauro das suas superfícies internas e externas, tendo o projeto indicado a utilização de argamassas a base de cal para substituir as áreas com argamassa de cimento deterioradas, dado que a utilização de argamassas a base de cal vem apresentando bons resultados como argamassas de substituição para a conservação de superfícies históricas, e a partir daquela experiência foi estabelecida uma estratégia para preservação das demais fachadas envolvendo pesquisa, experiências de campo, treinamento e educação. Assim, a pesquisa Plano de Conservação Preventiva do Museu Casa de Rui Barbosa: Conservação das Superficies Arquitetônicas do Museu Casa de Rui Barbosa, iniciada em 2011, e de acordo com a metodologia proposta, já conta com as seguintes etapas realizadas: a pesquisa arquivística e bibliográfica, o registro das intervenções anteriores, o estudo da envolvente do edifício, a análise tipológica, inspeções visuais e análise estratigráfica de alguns trechos da fachada. Na etapa referente a identificação das patologias, procedeu-se a um diagnóstico de conservação, incluindo mapeamento de danos, e análises in situ da caracterização das superfícies. Foi realizada também uma primeira etapa experimental utilizando uma variação de argamassas de emboço e reboco, diversos tipos de acabamento e texturas, bem como diversas pinturas, com a intenção de conhecer melhor o comportamento dos revestimentos exteriores a base em cal, verificar a sua eficácia, e estabelecer especificações para as argamassas de substituição que serão empregadas para a conservação das superfícies arquitetônicas do Museu Casa de Rui Barbosa. Após a aplicação das argamassas-teste os paineis foram monitorados por 6 meses, e findo este período foram recolhidas amostras para análises laboratoriais. Estão ainda em andamento as etapas relativas a conclusão do diagnóstico das superfícies que demandam métodos de análises in situ do revestimento, para conhecimento da sua técnica, da sua história e do seu estado de conservação; a definição de parâmetros visando a melhor especificação das distintas técnicas de restauro; bem como a identificação de materiais compatíveis com o revestimento e que sejam economicamente viáveis e testar produtos disponíveis no mercado. Estas etapas estão contempladas nesta continuação da pesquisa, objeto do presente projeto que insere-se no conjunto de trabalhos que visam sistematizar as ações de preservação do monumento, e se justifica pela complexidade das ações para conservação destas superfícies, exigindo a sitematização de procedimentos que previna e evite a necessidade de intervenções de maior porte e que permita controlar de modo racional as transformações do monumento em estreita relação com a natureza dos materiais, as características técnicas e a interação com o ambiente circundante. 2. Objetivos 3

O objetivo geral da presente pesquisa é a definição de critérios, modalidade e tempo das ações de preservação futuras no Museu Casa de Rui Barbosa, no contexto da necessária preservação conjunta do edifício e das coleções que abriga. No contexto do objetivo geral, a presente pesquisa pretende contribuir atingindo os seguintes objetivos específicos: Fornecer parâmetros técnicos para a conservação das superfícies arquitetônicas do Museu Casa de Rui Barbosa, com base no valor do monumento e nas necessidades de preservação do acervo que ele abriga, de modo a prolongar a sua existência e transmiti-lo na sua autenticidade material para as gerações futuras. Estabelecer fundamentação teórica para tomada de decisões em relação a conservação das superfícies arquitetônicas, dado que na sua maior extensão não são mais elementos originais da construção. Contribuir para a melhoria dos projetos, contratações e execução de obras de conservação do patrimônio cultural Contribuir para o avanço do treinamento e educação no campo da preservação arquitetônica. 3. Metodologia e Estratégias de Ação 1-Levantamento e Consolidação de Informações incluindo a atualização do cadastro do monumento, acrescentando informações sistemáticas sobre a sua estrutura, materiais e técnicas construtivas; consolidação dos dados relativos a investigação histórica, bibliográfica e arquivística e iconográfica sobre a edificação e o seu uso; identificação de acréscimos e remoções ao tecido histórico já efetuados até os dias de hoje. (etapa concluída) 2-Análise tipológica e formal, com vista ao juízo histórico-crítico e definição das especificidades das superfícies arquitetônicas do Museu Casa de Rui Barbosa no que se refere a permeabilidade, textura, tonalidade, luminosidade, consistência, transparência entre outros, que devem ser considerados no processo de conservação. (etapa concluída) 3-Diagnóstico de Conservação, identificação e mapeamento de patologias específicas, utilizando métodos científicos quando necessário. (etapa em andamento) 4- Estabelecimento de parâmetros para execução de conservação de superfícies arquitetônicas históricas, contemplando a identificação dos acréscimos a remover e a conservar; identificação dos elementos originais a serem conservados; identificação dos elementos perdidos que deverão ser reintegrados; identificação dos tratamentos das patologias específicas. (etapa em andamento) 5- Definição dos procedimentos técnicos para a conservação das superfícies, incluindo experimentação e monitoramento.(etapa em andamento) 4. Resultados e os impactos esperados 4

Possibilitar o projeto de intervenções futuras com base em critérios que levem em consideração a vulnerabilidade da parte considerada e as instâncias específicas da sua conservação, com indicação dos tempos de realização e dos resultados obtidos em intervenções anteriores, corretamente analisados. Estabelecer procedimentos para controlar culturalmente os processos de degradação e as necessidades de transformação, com ações planejadas com base em intervenções mínimas, conjugando assim as necessidades de conservação da obra para o futuro às necessidades da sua fruição e funcionamento no presente. Publicar artigos científicos para ampliar as discussões sobre o tema 5. Cronograma Consolidação das informações 1º sem 2º sem 3º sem 4º sem 5ºsem 6ºsem 7ºsem Análise tipológica e formal Diagnóstico de conservação Estabelecimento de parâmetros (fase experimental 1 (análises laboratoriais) (fase experimental 2) (monitoramento) Relatório Final Etapa realizada Etapa a realizar 5

6. Referências Bibliográficas CAMPOS, M. A. N., REIS, A. S.,TRISTÃO, F. A., ROCHA-GOMES, L. V.- A Utilização da Cal Conchífera em Monumentos Históricos no Espírito Santo. Universidade Federal do Espírito Santo. 2º Congresso Nacional de Argamassas de Construção. Lisboa, 2007. CINCOTTO, M. A., RAGO, F. - Influência do Tipo de Cal Hidratada na Reologia de Pastas. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP - ISSN 0103-9830 - BT/PCC/233. Departamento de Engenharia de Construção Civil. São Paulo, Brasil, 1999. HENRIQUES, F. M. A., FARIA, P. - O papel da investigação no estudo das argamassas de substituição na conservação do património. Universidade Nova de Lisboa, Departamento de Engenharia Civil. Monte da Caparica, Portugal. KANAN, M. I. - Manual de conservação e intervenção em argamassas e revestimentos à base de cal. Brasília, DF : Iphan / Programa Monumenta - Cadernos Técnicos - n 8, 2008. KÜHL, Beatriz. O tratamento das superfícies arquitetônicas como problema teórico da restauração. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v.12, p.309-330, jan/dez.2004. MARGALHA, M. G., VEIGA, M.R., BRITO, J. - Algumas Vantagens do Uso da Cal em Pasta em Revestimentos. 2º Encontro sobre Patologia e Reabilitação de edifícios. Porto: FEUP, 20 e 21 de Março de 2006. O'HARE, G. - Tradução por António de Borja Araújo, eng.º civil I.S.T. - Argamassas e Rebocos de Cal : As Vantagens Relativas de se Adicionar Cimento. 04 de maio de 2003. Disponível em: www.buildingconservation.com. Acesso em: 19 de outubro de 2009. PINHO, F. F. S., BAIÃO, M. F. C., LÚCIO, V. J. G. - Consolidation techniques of ancient building walls. 3 º ENCORE LNEC - Encontro Sobre Conservação e Reabilitação de Edifícios, 2003. Lisboa, Portugal. SEABRA, M.P., PAIVA, H., LABRINCHA, J.A., FERREIRA, V. M. Efeito dos Adjuvantes no Comportamento Reológico de Argamassas de Cal Aérea. Universidade de Avieiro/CICECO, Portugal. SILVA, N. G. - Argamassa de Revestimento de Cimento, Cal e Areia Britada de Rocha Calcária. Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção de grau de Mestre, pelo Programa de Pós-Graduação em Construção Civil PPGCC/UFPR, Setor de Tecnologia, da Universidade Federal do Paraná. Curitiba, Brasil, 2006. TAVARES, M. V., AGUIAR, J., VEIGA, M. R. Uma Metodologia de Estudo para a Conservação de Rebocos Antigos O Restauro Através da Técnica de Consolidação. 6

VEIGA, M. R. - Intervenções em Revestimentos Antigos: Conservar, Substituir ou... Destruir. 2º Encontro sobre Patologia e Reabilitação de edifícios. 20 e 21 de Março de 2006, Porto, Portugal. VEIGA, M. R. Comportamento de rebocos para edifícios antigos: Exigências gerais e requisitos específicos para edifícios antigos. Seminário Sais solúveis em argamassas de edifícios antigos. Lisboa, LNEC, 14-15 de Fevereiro de 2005. Plano de Traballho do bolsista ( categoria DTC1) O Plano de Trabalho tem como objetivo, dentro do projeto de pesquisa, contribuir, através de orientação para a formação do bolsista como pesquisador no campo da Preservação Arquitetônica. Através desta proposta de trabalho, pretende-se dotar o bolsista de capacidade crítica e analítica das informações coletadas, que o qualifiquem para a elaboração de trabalhos científicos. Neste sentido, além das atividades da pesquisa, serão realizados seminários com o orientador e pesquisadores convidados para avaliação do trabalho e orientação. 8.1- Etapas da Pesquisa: a- Reuniões com o orientador para discussão metodologia de pesquisa a ser desenvolvida. b- Leitura de textos e levantamento de informações relacionadas com os pressupostos temáticos da pesquisa. c- Monitoramento dos procedimentos técnicos estabelecidos para conservação das superfícies arquitetônicas d- Redação final de relatórios 8.2- Cronograma do trabalho a ser desenvolvido pelo bolsista: Esta proposta de trabalho está dimensionada para uma bolsa de 24 meses. Neste período, as atividades do bolsista estará assim distribuídas: Reuniões de orientação Leituras e levantamento informações Monitoramento procedimentos Relatórios 1º semestre 2ºsemestre 3º semestre 4º semestre. 7