DIREITO FINANCEIRO. O Orçamento: Aspectos Gerais. Tramitação Legislativa Parte 2. Prof. Thamiris Felizardo

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Transcrição:

DIREITO FINANCEIRO O Orçamento: Aspectos Gerais Tramitação Legislativa Parte 2 Prof. Thamiris Felizardo

Por fim, ressalte-se que, embora a competência para a elaboração das leis orçamentárias já seja dos Chefes do Executivo de cada ente federativo, nos termos do at. 165 da CF/88 ainda é possível a alteração das propostas já encaminhadas ao Legislativo, desde, contudo, que ainda não tenha sido iniciada a votação, pela Comissão Mista Permanente, da parte cuja alteração é proposta. Isso é o que expressa o art. 166, 5, da Carta Magna: " 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta".

(1) Iniciativa do Chefe do Executivo consolidando as propostas de todos os órgãos e Poderes --- (2) recebimento dos projetos orçamentários pela Comissão Mista Permanente --- (3) emissão de pareceres pela Comissão Mista e controle orçamentário --- (4) possibilidade de recebimento de emendas parlamentares, com restrições --- (4) redação final dos projetos dada pela Comissão Mista e encaminhamento para o Plenário do CN --- (5) votação em sessão conjunta pelo Plenário do CN.

Obedecidas as regras especiais da tramitação legislativa dos projetos orçamentários, são aplicadas as demais normas relativas ao processo legislativo ordinário, naquilo que não lhe contrariar, nos termos do art. 166, 7º, da Carta Magna, in verbis: " 7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo".

Por fim, vale ressaltar que o procedimento ora analisado aplica-se à tramitação dos projetos de lei pertinentes ao plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias, lei orçamentária anual e, ainda, os projetos de créditos adicionais, salvo os créditos extraordinários, admitidos para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, que se operam por meio de medida provisória e não lei ordinária, por isso seguem procedimento próprio, conforme estabelecido no art. 62 da CF/88.

-Rejeição da Proposta Orçamentária: O referido art. 166, 8º, da Constituição Federal, prevê expressamente a possibilidade de rejeição da lei orçamentária anual, nos seguintes termos: " 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa".

A princípio, ressalte-se desde logo que, que embora o Poder Legislativo tenha a prerrogativa de rejeitar a Lei Orçamentária Anual, isso não poderá ocorrer com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, porque o art. 57, 2, da CF/88, determina que a sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. Ou seja, não se admite rejeição da LDO, devendo a sua discussão e apreciação continuar, inclusive não se interrompendo a sessão legislativa, até que ocorra a sua aprovação. Por outro lado, há quase consenso na doutrina também acerca da impossibilidade jurídica de rejeição do Plano Plurianual, embora não haja vedação expressa, tal como ocorre com a LDO.

Assim, a única possibilidade em que a CF/88 possibilita a rejeição é expressamente no caso da Lei Orçamentária Anual (LOA). Assim, é possível admitir que, diante de graves distorções e incongruências na proposta pelo Chefe do executivo, não sanadas por vias de emendas, vislumbre-se a possibilidade de rejeição, inclusive total, da proposta orçamentária. Por outro lado, se ao Legislativo é possível a rejeição total, também ao Executivo é possível o veto (parcial ou total). Nesse sentido, o próprio art. 166, 8º, da CF/88, deixa expresso isso. Seja veto, seja rejeição, nesse caso os recursos devem ser utilizados mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

-Não Envio da Proposta Orçamentária: Não sendo o caso de não devolução da proposta orçamentária, mas tratando da hipótese de não envio da lei orçamentária pelo Chefe do Executivo no prazo estipulado, nesse caso, a solução a ser adotada é diversa, havendo expressa previsão legal para a hipótese, nos termos do art. 32 da Lei n. 4320/64: "Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente".

A omissão do Chefe do Executivo caracteriza crime de responsabilidade, justamente porque a situação do não envio das leis orçamentárias acarreta situação de enorme gravidade.***