DIREITOS HUMANOS. Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos: Instituições e Mecanismos. Corte Internacional de Justiça. Profª.

Documentos relacionados
Parte 5 Prof. Renata Menezes

Direito Internacional Público

DIREITO INTERNACIONAL

DIREITO INTERNACIONAL PUBLICO CACD Blenda Lara

Fontes do Direito Internacional Público

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Prof. Daniel Sica da Cunha

DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA

DIREITOS HUMANOS. Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos: Instituições. Comissão Interamericana de Direitos Humanos - Parte 1.

Direito internacional público. Aula 3 As fontes de DIP

Prof. Daniel Sica da Cunha

Conselho de Segurança, Corte Internacional de Justiça e o Direito Internacional Público. Projeto Universitários pela Paz- UFRJ e UNIC-ONU

Direito Internacional Público Mag. Federal 6ª fase Solução de Litígios Internacionais e Direito Comunitário

DIREITOS HUMANOS Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos: Instituições Corte Interamericana de Direitos Humanos Profª.

DIREITOS HUMANOS. Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos: Instituições e Mecanismos. Assembleia Geral das Nações Unidas. Profª.

Direito Internacional Público

Artigo 1 CAPÍTULO I. Artigo 2

Estatuto da Corte Internacional de Justiça

Estatuto da Corte Internacional de Justiça

Organização das Nações Unidas - ONU

MATERIAL DE APOIO - MONITORIA

Artigo 8 A Assembléia Geral e o Conselho de Segurança procederão, independentemente um do outro, à eleição dos membros do Tribunal (*).

Estatuto da Corte Interamericana de Direitos Humanos UNISIM 2015

SUMÁRIO. 3. TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL 3.1 Introdução 3.2 Competência 3.3 Composição do tribunal 3.4 Órgãos do tribunal

CONTATO DO DE LUCA Facebook: profguilhermedeluca Whatsapp: (18)

Manual de Negociação

Direitos Humanos. Comissão Interamericana. Professor Mateus Silveira.

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Formas de solução Tribunal Penal Internacional

DIREITO CONSTITUCIONAL

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE CABO VERDE TITULO V DO PODER JUDICIAL CAPITULO 1 PRINCÍPIOS GERAIS. Artigo 209º (Administração da Justiça)

2. Fontes do Direito Internacional Público

Tribunal do Contencioso e os Litígios Administrativos na Constituição da República do Uruguai.

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DIREITOS HUMANOS. Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos: Instituições. Comissão Interamericana de Direitos Humanos Parte 2.

DIREITO INTERNACIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL

Visão geral da arbitragem no Brasil. Giovanni Ettore Nanni

Preparação da União Europeia para os importantes alargamentos de 1 de Maio de 2004 e 1 de Janeiro de 2007 a Leste e a Sul

MECANISMOS DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS ENTRE ESTADOS

ESTUDO SOBRE AS POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS DO PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS DO FNPETI, JUNTO À ONU

PROTOCOLO ADICIONAL AO TRATADO CONSTITUTIVO DA COMISSÃO DO GOLFO DA GUINÉ (CGG) RELATIVO AO MECANISMO ARBITRAL AD HOC

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DIREITOS HUMANOS. Estatuto de Roma e o Tribunal Penal Internacional Parte 2. Profª. Liz Rodrigues

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 1. CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA (HAIA) - 15 juízes independentes com imunidades diplomáticas

DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

Direito Processual Civil

TEORIA GERAL DOS DH (Prova: CESPE 2012 DPE-ES

Solução de Controvérsias na Área de Propriedade Intelectual Tatiana Campello Lopes Todos os Direitos Reservados.

Aula 06 SOLUÇÃO DE LITÍGIOS INTERNACIONAIS

Esta Política aplica-se aos membros do Conselho de Administração, de seus Comitês e da Diretoria Executiva da Companhia.

Aula 20. Comissão Interamericana de Direitos Humanos. 2. Reconhecimento de outros direitos (art. 31 do Pacto de San José da Costa Rica)

PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

Instituições de Direito Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p 49

Direito Internacional Público. D. Freire e Almeida


O trabalho da Conferência da Haia

DIREITO INTERNACIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITOS HUMANOS E A CONSTITUIÇÃO

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

DIREITOS HUMANOS. Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos: Instrumentos Normativos

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

PRINCÍPIOS RELATIVOS AO ESTATUTO DAS INSTITUIÇÕES NACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS (PRINCÍPIOS DE PARIS)

Sumário. Parte I. Introdução ao estudo das organizações internacionais

DIREITOS HUMANOS. Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos: Instrumentos Normativos

PODER NORMATIVO DA JUSTIÇA DO TRABALHO. Davi Furtado Meirelles

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

DIREITOS HUMANOS. Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos: Instrumentos Normativos. Convenção sobre os Direitos da Criança

A EFETIVIDADE DO SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS NO CASO XIMENES LOPES. 1

DIREITOS HUMANOS. Sistema Europeu de Direitos Humanos. Profª. Liz Rodrigues

Brasil e a vigência, em 2014, da Convenção de Viena das Nações Unidas de 1980 sobre Contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias (CISG)

A CONCILIAÇÃO E A MEDIAÇÃO

AÇÃO DECLATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE. Jurisdição Constitucional Profª Marianne Rios Martins

natureza jurídica da DUDH:

A proteção internacional dos Direitos Humanos

Direito Internacional Público

Comitê Brasileiro de Arbitragem Projeto de Lei do Senado nº 559, de 2013

Direito Internacional Público. D. Freire e Almeida

CARMEN TIBURCIO Professora Adjunta da Universidade, do Estado do Rio de Janeiro UERJ. Consultora de Direito Internacional

TABELA 1 Protocolos do Mercosul

PÚBUCO DIREITO INTERNACIONAL. VALE RIO DE OLIVEIRA MAZZUOLl PARTE GERAL edição revista, atualizada e ampliada STJ

DIREITOS HUMANOS Professor Luis Alberto

CONVENÇÃO SOBRE A PARTICIPAÇÃO DE ESTRANGEIROS NA VIDA PÚBLICA A NÍVEL LOCAL

Direito Internacional Público Mag. Federal 6ª fase Asilo e Diplomacia

DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL CAPÍTULO I DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL

Art 2º O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, em 2 de dezembro de 1997; 176º da Independência e 109º da República.

Organização da justiça Bélgica

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DIREITOS HUMANOS. Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos: Instituições e Mecanismos. Conselho de Direitos Humanos Parte 1.

ESTATUTOS DA SPG. Capítulo I - Constituição e Fins

ARBITRAGEM. TIRE SUAS DÚVIDAS

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITOS HUMANOS. Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos: Instrumentos Normativos

DIREITO CONSTITUCIONAL

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

PAINEL 5. Nome de Domínio Solução de Conflitos pelo Sistema Administrativo de Conflitos de Internet (SACI), Mediação ou Arbitragem

Transcrição:

DIREITOS HUMANOS Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos: Instituições e Mecanismos Corte Internacional de Justiça. Profª. Liz Rodrigues

- A Corte Internacional de Justiça (CIJ) é o principal órgão judicial da Organização das Nações Unidas. - Foi criada pela Carta da ONU e sucede a antiga Corte Permanente de Justiça Internacional (Liga das Nações). - Funções da CIJ: resolver, em conformidade com o direito internacional, as controvérsias jurídicas apresentadas pelos Estados e emitir opiniões consultivas sobre questões jurídicas.

- A CIJ é composta por 15 juízes, eleitos para mandatos de nove anos e que podem ser reeleitos. Não pode haver dois juízes de mesma nacionalidade. - Os juízes são eleitos pela Assembleia Geral da ONU e pelo Conselho de Segurança. Para ser eleito, o candidato deve obter a maioria absoluta dos votos nos dois órgãos. - Todos os Estados-partes do Estatuto da CIJ podem propor candidatos.

- Art. 2º, Estatuto: A Corte será composta de um corpo de juízes independentes, eleitos sem atenção à sua nacionalidade, entre pessoas que gozem de alta consideração moral e possuam as condições exigidas em seus respectivos países para o desempenho das mais altas funções judiciárias, ou que sejam jurisconsultos de reconhecida competência em direito internacional.

- Procedimento contencioso: é utilizado pela Corte para solucionar controvérsias jurídicas apresentadas pelos Estados. - Apenas Estados podem ser partes em casos perante a Corte. Nem indivíduos e nem organizações internacionais.

- Aceitação da jurisdição: a CIJ só pode julgar um caso se os Estados envolvidos aceitarem a sua jurisdição ( princípio do consentimento das partes ). - Os Estados são soberanos e podem escolher os meios pelos quais irão solucionar suas controvérsias. Por outro lado, uma vez aceita a jurisdição da CIJ, a sentença é inapelável e de cumprimento obrigatório (veja o art. 94 da Carta da ONU).

- A aceitação da jurisdição da CIJ pode se dar por um acordo especial dos Estados envolvidos na controvérsia, que concordam em submeter o caso à Corte, por uma cláusula em um tratado ou por uma declaração unilateral de reconhecimento da jurisdição da CIJ. - É a chamada cláusula facultativa todos os Estados que a adotam podem demandar contra qualquer outro Estado que também tenha se manifestado neste sentido.

- Direito aplicável: o art. 38 do Estatuto da CIJ indica quais fontes podem ser utilizadas para a solução das controvérsias apresentadas: 1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;

b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas Nações civilizadas; d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes Nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.

- Note que isso não impede que a controvérsia seja solucionada por equidade, se os Estados envolvidos assim o quiserem. - Se a sentença não for cumprida, o caso pode ser encaminhado ao Conselho de Segurança, para eventuais recomendações ou outras medidas cabíveis.

- Procedimento consultivo: os pareceres consultivos podem ser dados sobre qualquer questão jurídica a pedido de um órgão (ou organização internacional autorizada veja o art. 65 do Estatuto) e exprimem a opinião da Corte sobre determinado assunto. - Estados não podem pedir opiniões consultivas. - Pareceres consultivos não tem caráter vinculante.

- Mesmo não sendo, tecnicamente, uma Corte de direitos humanos e mesmo que não atue diretamente na verificação da responsabilidade internacional dos Estados por violação a este tema em específico, a CIJ frequentemente tangencia o tema; suas sentenças e pareceres são fundamentais para a definição de categorias importantes para o direito internacional dos direitos humanos.