Orientador: Osvaldo dos Santos Barros Doutor em Educação em Ciências Sociais e Aplicada Universidade Federal do

Documentos relacionados
APRENDER E ENSINAR: O ESTÁGIO DE DOCÊNCIA NA GRADUAÇÃO Leise Cristina Bianchini Claudiane Aparecida Erram Elaine Vieira Pinheiro

Raquel Taís Breunig 2

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

Secretaria de Educação do Estado do Pará.

GD 5: Estágio Curricular e Supervisionado na formação de professores que ensinam Matemática

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO

INSTITUTO DE PESQUISA ENSINO E ESTUDOS DAS CULTURAS AMAZÔNICAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO ACRIANA EUCLIDES DA CUNHA

O JOGO COMO RECURSO METODOLÓGICO PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS

ETNOMATEMÁTICA E LETRAMENTO: UM OLHAR SOBRE O CONHECIMENTO MATEMÁTICO EM UMA FEIRA LIVRE

APLICAÇÃO DA DIDÁTICA MATEMÁTICA EM SALA DE AULA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES ALFABETIZADORES: CONCEPÇÃO E PRÁTICA DE ALFABETIZAÇÃO EM QUESTÃO NO ÂMBITO DO PIBID

O USO DE MATERIAL CONCRETO PARA ESTIMULAR A APRENDIZAGEM DO CONTEÚDO DE FRAÇÕES NUMA TURMA DA PRIMEIRA SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

APLICAÇÃO DAS RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS NO COTIDIANO

IDENTIFICANDO SABERES DA DOCÊNCIA NA FORMAÇÃO INICIAL DE LICENCIANDOS DO PIBID DE QUÍMICA

CONSTRIBUIÇÕES DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE

SABERES E PRÁTICAS DA DOCÊNCIA: EXPERIÊNCIAS DO LABORATÓRIO DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL I.

TÍTULO: HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DE MUDANÇA NA PRÁTICA DE ENSINO

FORMAÇÃO CONTINUADA NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: A EXTENSÃO QUE COMPLEMENTA A FORMAÇÃO DOCENTE. Eixo temático: Educación, Comunicación y Extensión

NÚMEROS RACIONAIS OPERAÇÕES

NÚMEROS RACIONAIS. operações

Para isto, a estrutura formativa proposta se organiza em três blocos: básica, específica e acompanhamento formativo.

Plano de Ensino. Identificação. Câmpus de Bauru. Curso 2503L - Licenciatura em Artes Visuais. Ênfase. Disciplina A - Didática

ANÁLISE DAS PRÁTICAS DOCENTES: BUSCANDO O SENTIDO DADO À FORMAÇÃO MATEMÁTICA

O USO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA POR PROFESSORES NO ENSINO FUNDAMENTAL

ALIANDO A TEORIA E A PRÁTICA DOCENTE NO COTIDIANO DA ESCOLA ATRAVÉS DO PIBID

UM PANORAMA DAS PESQUISAS ACERCA DE NÚMEROS RACIONAIS NOS ANAIS DO XII ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (ENEM) REALIZADO ANO DE

ESTUDO DA OPERAÇÃO DE SUBTRAÇÃO: DA INTERPRETAÇÃO TEXTUAL À APLICAÇÃO DO ALGORITMO POR ESTUDANTES SURDOS

A ESCRITA NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO MATEMÁTICO

Palavras chave: Monitoria; Relato de Experiência; Educação de Jovens e Adultos; Projeto de TCC.

Universidade dos Açores Campus de angra do Heroísmo Ano Letivo: 2013/2014 Disciplina: Aplicações da Matemática Docente: Ricardo Teixeira 3º Ano de

*Cintia Luz 1 *Ramona Müller da Silva 2 AS CONTRIBUIÇÕES DA PARTICIPAÇÃO DE DUAS ACADEMICAS BOLSISTAS DO PIBID TITULO

ENSINO DE FRAÇÕES NA RESIDENCIA PEDAGÓGICA COM O DOMINÓ FRACIONÁRIO

Palavras-chave: Ensino de Frações; Material Concreto; Prática Pedagógica.

FORMAÇÃO DE EDUCADORES A PARTIR DA METODOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO TEMÁTICA FREIREANA: UMA PESQUISA-AÇÃO JUNTO

O REPENSAR DO FAZER DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR NO PROCESSO DE REFLEXÃO COMPARTILHADA COM PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

PESQUISA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO: UMA POSSIBILIDADE METODOLÓGICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

O PIBID COMO DIVISOR DE ÁGUAS PARA UMA PEDAGOGIA LIVRE E CRIATIVA

O USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA: UMA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES ALFABETIZADORES EM FOCO

Agente de transformação social Orientador do desenvolvimento sócio-cognitivo do estudante Paradigma de conduta sócio-política

REGULAMENTO DOS ESTÁGIOS UNICRUZ - UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA REGULAMENTO DOS ESTÁGIOS CURRICULARES

PLANO DE FORMAÇÃO DO AGRUPAMENTO Ano letivo: 2015/2016

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A MODELAGEM MATEMÁTICA NA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR

ESTÁGIO DOCENTE: UMA ATIVIDADE DE FORMAÇÃO CONTINUADA E DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

A ANÁLISE DE ERROS NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA. Autor: José Roberto Costa 1 (Coordenador do projeto)

A INSERÇÃO DO PIBID NA SALA DE AULA: RELATO DE UMA PRÁTICA DE ENSINO VIVENCIADA 1

PEDAGOCIA UNIVERSITÁRIA desafios e possibilidades ao trabalho docente

Educação integral no Ensino Médio. Uma proposta para promover a escola do jovem do século 21

CICLO DE Aprendizagem DESAFIOS E PERSPECTIVAS

ENSINO DE GEOMETRIA NOS DOCUMENTOS OFICIAIS DE ORIENTAÇÃO CURRICULAR NO ENSINO MÉDIO: BREVE ANÁLISE

MATEMÁTICA UNIVERSOS. Por que escolher a coleção Universos Matemática

GD Formação maio 2015

Formação continuada na escola: um espaço para pensar a prática docente

PRÁTICA DE ENSINO E O ESTÁGIO SUPERVISIONADO: DESENVOLVIMENTO DE ATITUDES INVESTIGATIVAS PARA A DOCÊNCIA

LABORATÓRIO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA: UM AMBIENTE PRÁTICO, DINÂMICO E INVESTIGATIVO

FORMAÇÃO INICIAL E CONTÍNUA NA DOCÊNCIA: UMA ANÁLISE A PARTIR DO PIBID/GEOGRAFIA/UEPB NA E.E.E.F.M. SÃO SEBASTIÃO, CAMPINA GRANDE/PB.

Plano de Ensino. Identificação. Câmpus de São Paulo. Curso null - null. Ênfase. Disciplina LAC1732T1 - Didática. Docente(s) Eliane Bambini G.

(1)Campus Mata Norte-UPE; (1)Campus Mata Norte-UPE;

O ESTÁGIO NA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR QUE ENSINA MATEMÁTICA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DO LICENCIADO EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS

Palavras-chaves: Educação Matemática; formação continuada; formação inicial; ensino e aprendizagem.

ESTUDO DE CASO: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO DE ELETROMAGNETISMO NO CURSO DE TECNOLOGIA EM SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES DO IFPA/CAMPUS BELÉM 1

Narrativas de Professores Alfabetizadores sobre o PNAIC de Alfabetização Matemática: Desafios e Possibilidades

RELATO DE OBSERVAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA CELSO RAMOS

A ORGANIZAÇÃO DOS DESCRITORES NA PROVINHA BRASIL

REGULAMENTO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

ANEXO F QUADRO RESUMO DOS NÚCLEOS DE SENTIDO POR ESTÁGIO

4.3 A solução de problemas segundo Pozo

PROJETO PROLICEN: VIVÊNCIAS, OPORTUNIDADE E CONTRIBUIÇÕES A FORMAÇÃO ACADÊMICA.

CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS DO PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA

Palavras chave: Pedagogia Universitária; desenvolvimento profissional docente; assessoria pedagógica;

A DISCIPLINA DE DIDÁTICA NO CURSO DE PEDAGOGIA: SEU PAPEL NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL

A prática como componente curricular na licenciatura em física da Universidade Estadual de Ponta Grossa

Conferência MODELAGEM MATEMÁTICA: EXPERIÊNCIAS PARA A SALA DE AULA

perspectivas para o futuro

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO-CCE PROGRAMA PIBIC/UFPI BASE DE PESQUISA FORMAR

VII CONGRESSO INTERNACIONAL DE ENSINO DA MATEMÁTICA CONHECENDO SÓLIDOS GEOMÉTRICOS: UMA EXPERIÊNCIA COM ESTUDANTES DE 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

CADERNO IV ÁREAS DE CONHECIMENTO E INTEGRAÇÃO CURRICULAR

ANEXO II EDITAL Nº 80/2013/PIBID/UFG PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA - PIBID

GT1: Formação de professores que lecionam Matemática no primeiro segmento do ensino fundamental

Contribuições do Pibid na construção dos conhecimentos específicos na formação inicial de professores de Ciências

ORIENTAÇÕES DE PLANO DE TRABALHO DOCENTE. É um documento que registra o que se pensa fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer e com quem fazer;

ORIENTAÇÕES DE PLANO DE TRABALHO DOCENTE. É um documento que registra o que se pensa fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer e com quem fazer;

A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NA AMAZÔNIA RIBEIRINHA: PESQUISA E FORMAÇÃO DE PROFESSOR COMO FOCO DE REFLEXÃO

ESTÁGIO CURRICULAR E FORMAÇÃO DOCENTE: A ESCOLA COMO ESPAÇO PARA PRODUÇÃO DE SENTIDOS SOBRE A RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA

Parecer Criação: RESOLUÇÃO Nº257/CONSEA

Palavras-chave: História, conhecimento, aprendizagem significativa.

CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PARA A FORMAÇÃO DOCENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

COMO SER UM PROFESSOR AUTÔNOMO? DA TEORIA À PRÁTICA, REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE ALEMÃO COMO LE

7. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO III NA FORMAÇÃO DOCENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Didática e Formação de Professores: provocações. Bernardete A. Gatti Fundação Carlos Chagas

PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA: UMA AÇÃO DO PIBID/MATEMÁTICA/CCT/UFCC

JOGOS BOOLE: A MANEIRA DIVERTIDA DE APRENDER

O ENSINO DE DIDÁTICA E O PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO PROFISSIONAL DOCENTE

UMA EXPERIÊNCIA COM O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NO ÂMBITO DO PIBID

NARRATIVAS DE FORMAÇÃO: UMA PERSPECTIVA A PARTIR DO OLHAR DO FUTURO PROFESSOR

O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA VISÃO DOS (AS) MESTRANDOS (AS) DO PROFLETRAS/CH/UEPB

Orientação teórica:princípios A teoria histórico-cultural

FORMAÇÃO DE PROFESSOR: A CONSTRUÇÃO DO SABER DOCENTE¹

Transcrição:

FRAÇÃO: ATIVIDADES COM ÁBACO DE FRAÇÕES E ESCALA DE CUISINAIRE 1 Autor: Regiane da Silva Reinaldo Mestranda em Docência em Educação Ciências e Matemáticas Secretaria de Educação do Estado do Pará-regianereinaldo@gmail.com Co-autor : Nazaré do Socorro Moraes da Silva Mestranda em Docência em Educação Ciências e Matemáticas Secretaria de Educação do Estado do Pará-nazaresocorro@hotmail.com Orientador: Osvaldo dos Santos Barros Doutor em Educação em Ciências Sociais e Aplicada Universidade Federal do Pará-o.barros@yahoo.com.br RESUMO Abordamos nesta comunicação um estudo pautado na utilização do ábaco de frações e escala de cuisenaire nas formações continuadas oferecidas aos professores da Secretaria Municipal de Educação de Belém-Pa, na qual desenvolvemos ações formadoras. Os professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos momentos de formação, dizem conhecer os conteúdos matemáticos a serem ensinados, mas dizem ter pouco domínio da linguagem matemática que lhes permita possibilitar aos educandos um conhecimento significativo, neste sentido, descrevemos atividades vivenciadas nas formações que evidenciam formas de trabalhar esses conceitos matemáticos, utilizando a linguagem matemática que oriente os professores na compreensão destes e a segurança para ensiná-los aos alunos. Objetivamos exercitar orientações didáticas para que o professor, a partir do uso de materiais didáticos, consiga tornar o ensino de fração mais acessível aos alunos. Descrevemos as formações e em seguida relatamos uma das atividades desenvolvidas e por fim enfatizamos alguns dos resultados alcançados. Palavras-chave: Formação continuada. Conceitos matemáticos. Fração. Linguagem matemática. INTRODUÇÃO Fração é um conteúdo que faz parte da matriz curricular do ensino fundamental e comumente é deixado para o final do ano letivo, trabalhamos fração nas formações a partir do descritor 24 que será detalhado a seguir. As formações são organizadas pelo programa ALFAMAT: Alfabetização, Leitura e Escrita. Esse programa configura-se como uma proposta de formação continuada da Secretaria Municipal de Educação de Belém-Pa, desenvolvida e aplicada pelo Núcleo de Informática Educativa-NIED, cujo objetivo é proporcionar a vivência e discussão de metodologias para o ensinoaprendizagem de Língua Portuguesa e Matemática que ajudem os professores a trabalhar os conceitos matemáticos, através da linguagem matemática que os possibilite 1 Esta comunicação científica é resultado da participação em formação continuada promovida pela Secretaria Municipal de Educação de Belém.

um ensino mais eficaz, no sentido de tornar a Matemática mais próxima da realidade dos alunos. As referidas metodologias são norteadas pelos descritores da Prova Brasil, instrumento de avaliação do Ministério da Educação (MEC). Em sua maioria os docentes, nos momentos de formação, dizem conhecer os conteúdos matemáticos ensinados, mas tem dificuldade na linguagem matemática que lhes permita possibilitar aos educandos um conhecimento significativo, neste sentido, as proposições visam trabalhar os conceitos matemáticos, utilizando a linguagem matemática que oriente os professores na compreensão destes para ensiná-los aos alunos. Nas formações objetivamos exercitar orientações didáticas para que o professor, a partir do uso de materiais didáticos, consiga tornar o ensino de fração mais acessível aos alunos. Os descritores são instrumentos que orientam a avaliação dos conteúdos estudados no 5º ano do Ensino Fundamental na Prova Brasil. Cada tópico (Matemática) ou tema reúne um grupo de descritores que visa à avaliação de diferentes competências do estudante. Segundo Machado (1991), competência é a capacidade de se mobilizar o que se sabe num determinado contexto para se realizar aquilo que se projeta, neste sentido, estudamos os conteúdos disciplinares como meios para desenvolver ampliações de si e do outro na perspectiva de compreender o mundo, ou seja, ter a capacidade de entender, analisar, argumentar e, além disso, ter o poder de sintetizar, contextualizar o que se aprende na escola, na vida e extrapolar, criar e recriar amparado nos conteúdos para desenvolver competências. Muitos professores relatam nas formações a dificuldade em ensinar matemática, a maioria deles sabe a matemática ensinada nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o problema está na maneira de ensinar esta matemática. Alarcão (1996), nos diz que a socialização das experiências, oportunizadas por momentos de estudos, trocas e reflexões são primordiais na vida dos professores. Carneiro (2014), nos diz que a formação continuada deve ser permanente na vida do professor como o próprio nome já diz, pois é necessário oportunizar a reflexão de nossas ações para buscarmos compreendê-las e melhorá-las a cada dia, neste sentido, nos debruçamos a pesquisar e propor metodologias viáveis que venham ao encontro das dificuldades relatadas pelos professores, pois a docência exige uma atualização constante, pois sempre há algo a aprender, repensar e transformar, mas para isso é necessário estar aberto a mudanças e novas perspectivas de ensinar e de aprender. Nesses encontros, temos a oportunidade de propor, mas também de aprender com os demais professores que participam e socializam suas experiências.

DESENVOLVIMENTO Abordamos a descrição de uma das atividades propostas aos docentes que participam do referido programa. Descrevemos a atividade em que foi enfatizado o descritor 24 do tema números e operações/álgebra e funções, cujo objetivo é identificar fração como representação que pode estar associada a diferentes significados (Belém, 2013). Ao iniciar o encontro, fizemos uma abordagem teórica sobre o surgimento da fração a partir da necessidade de se medir objetos fracionados, contextualizamos as dificuldades no seu ensino que foram compartilhadas por quase todos ali presentes, feito isto, foram propostos vários desafios e apresentados materiais didáticos como a escala de cuisenaire e ábaco de frações, que até então, não era de conhecimento da maioria dos professores ali presentes, a proposição era utilizar esses materiais para solucionar e apresentar as formas encontradas para os desafios propostos. A escala de cuisenaire é constituída por barrinhas coloridas de tamanhos variados de 1 a 10 unidades em que cada tamanho corresponde a uma cor específica, este material possibilita desenvolver várias atividades no ensino da matemática e o ábaco de frações também dividido de 1 a 10 com tiras coloridas evidenciado o todo e suas divisões. Um dos desafios propostos foi demonstrar, com a barra de cuisenaire, de qual número o seis corresponde a um quinto, de imediato os professores demonstraram um certo desconforto, alguns pelo conhecimento acumulado fizeram a conta seis vezes cinco e encontraram o valor trinta, mas para explicar as possíveis situações através do material concreto utilizado foi mais difícil. Os docentes foram divididos em grupos, pois as formações oportunizam as discussões entre os pares e juntos chegaram a algumas possibilidades. Seguindo o raciocínio de que seis corresponde a um quinto, pegaram a barra verde escuro que corresponde ao valor seis e então se ela representa um quinto precisariam de mais quatro quintos representados por mais quatro peças verde escuro. Se cada peça verde escuro representa seis podemos multiplicar seis vezes cinco e encontrar o resultado trinta, ou ainda podemos, também, somar seis mais seis as cinco vezes. Esse processo de construção é fundamental para a compreensão dos conceitos e que muitas vezes não é oportunizado aos alunos.

Após isso, cada grupo chegou a sua conclusão e foi muito interessante, pois na socialização foram apresentadas várias formas de se chegar ao resultado, fizemos a mediação enfatizando que é importante ao propormos aos alunos um desafio, deixar que eles construam seus significados orientados pelo professor sem deixar de fazer a associação com o algoritmo para que compreendam o processo e não somente o produto. A manipulação desses materiais oportunizou aos docentes compreender como se dá o processo de construção dos conceitos para fazer a relação com os algoritmos, em sua maioria eles disseram que tinham aprendido fração, repetindo várias vezes o exercício no caderno sem fazer relação com material concreto e que agora vislumbravam possibilidades de ensinar fração evidenciando outros caminhos, o que antes era totalmente abstrato, começou a fazer sentido para eles. Enfatizar o processo de construção coletiva utilizando elementos pedagógicos alternativos oportuniza a criação e recriação de estratégias e metodologias diferenciadas. ALGUNS RESULTADOS Com a utilização do ábaco os professores perceberam que fica mais fácil os alunos compreenderem concretamente quando uma fração é maior do que a outra, pois muitas vezes não fazem a relação de quanto maior for o denominador, menor será a fração, muitas vezes apenas no campo da abstração o aluno pode pensar que um décimo é maior que um quarto pela própria dinâmica de dez ser maior que quatro, por exemplo, a partir da visualização do ábaco de frações é possível perceber a relação da divisão em maior parte relacionada ao todo, ou seja um quarto foi dividido em quatro partes por tanto é maior que um décimo que foi dividido em dez partes e, portanto, menor. A compreensão de fração imprópria também fica evidente no ábaco de frações, pois compreender que cinco terços são constituídos por um inteiro (três terços) e mais dois terços, somente por meio da abstração não é tarefa fácil, mas ao utilizarmos o ábaco de frações evidenciando o todo e mais as duas partes conseguimos perceber e formular este conceito.

CONCLUSÕES O processo de formação continuada nos oportuniza perceber a importância de estarmos continuamente em busca de respostas aos questionamentos que aparecem em cada situação de dificuldade apresentada pelos alunos, tanto na condição de formadora como na condição de aprendiz, pois ao mesmo tempo que ensinamos, aprendemos com a experiência dos professores que tem uma bagagem muito grande e nos impulsionam a fazermos cada vez mais e melhor. Desta forma, é necessário refletir sobre a própria prática, vislumbrando possibilidades de superação das dificuldades oportunizando o ensino da matemática desde as séries iniciais dando ênfase a aplicação prática e ao desenvolvimento do raciocínio lógico. O professor deve perceber a necessidade de se pensar em metodologias que permitam ao educando aprender e saber utilizar a Matemática nas várias situações sociais em que ela se apresenta. As experiências, socializadas com os seus pares no momento das formações continuadas articulam teoria e prática na formação e na construção do conhecimento profissional do professor associado ao sucesso na aprendizagem dos alunos. Esses encontros de formação contribuem para refletirmos sobre as dificuldades dos alunos e professores no sentido de encontrar alternativas possíveis de ajudá-los a superá-las, na compreensão de determinados conteúdos, mas principalmente por nos fazer refletir e enxergar as próprias fragilidades no exercício da docência na intenção de compreender cada vez mais os processos de ensino e aprendizagem, destacamos que as formações ajudam a vencer as dificuldades em relação ao ensino da fração, oportunizando pensar em possibilidades de tornar este conhecimento mais acessível a alunos e professores. REFERÊNCIAS ALARCÃO, I. Ser professor reflexivo In.: ALARCÃO, I. Formação reflexiva de professores-estratégias de supervisão. Ed. Porto. Porto, Portugal, 1996. BELÉM. Secretaria Municipal de Educação. Nied. Alfamat: Oficina 10, 2013. CANREIRO, M. A. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva, artigo a artigo. 22 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

MACHADO, Nilson José. Matemática e Língua Materna: análise de uma impregnação mútua. 2. Ed. Cortez, São Paulo, 1991.