RESUMO. CARDOSO FILHO, Geraldo Magela MAGAZONI, Valéria Sachi

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Transcrição:

PRESENÇA DA DISCIPLINA DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR NOS CURSOS DE FISIOTERAPIA E ODONTOLOGIA DO BRASIL AFONSO, Kelly Cristina Silva (Unitri, kellyoncofisio@gmail.com) GUIMARÃES, Élcio Alves (Unitri, elcio@unitri.edu.br) MAKHOUL, Kelly Duarte Lima (Unitri, kellyduartelima@hotmail.com) BOAVENTURA, Cristina de Matos. (Unitri, c_boaventura@hotmail.com) CARDOSO FILHO, Geraldo Magela (Unitri,gmcardoso25@hotmail.com) MAGAZONI, Valéria Sachi (Unitri,valeriasachi@gmail.com) RESUMO Introdução: As Disfunções temporomandibulares compreendem as doenças que afetam a articulação e diferentes áreas extrínsecas a ela. Estudos recentes demonstram que existe um déficit educacional da disciplina de DTM considerável na matriz curricular dos cursos de graduação de Fisioterapia e Odontologia. Portanto é necessário um planejamento para ampliar o conhecimento teórico e prático para melhor compreender a articulação temporomandibular (ATM), favorecendo a melhora na qualidade dos tratamentos dos portadores de tais disfunções, sendo assim o objetivo foi quantificar a presença da disciplina de DTM nas matrizes curriculares dos cursos de Odontologia e Fisioterapia no Brasil. Participarão da pesquisa todas as faculdades de Odontologia e Fisioterapia que possuem matriz curricular disponível em seus sites ou as que enviaram por e-mail, e que estão registrados e aprovados pelo Ministério da Educação (MEC) no Brasil. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significante entre as faculdades que ministram a disciplina de DTM em Odontologia e Fisioterapia. Conclusão Diante dos aspectos citados, e conforme os resultados obtidos entende-se que a presença da disciplina DTM nas IES ainda é baixa caracterizando apenas 26% de IES ofertando DTM, e que não houve diferença significativa comparando as faculdades de Odontologia e Fisioterapia que ofertam tal disciplina.

2 Palavras-chaves: DTM, matriz curricular, Odontologia, Fisioterapia INTRODUÇÃO As disfunções temporomandibulares (DTM) são definidas pelos pesquisadores como uma doença multifatorial caracterizada por um conjunto de distúrbios que acomete os músculos mastigatórios e ambas as articulações temporomandibulares. (SANTIAGO et al; 2016). Segundo a literatura, a DTM é uma patologia comum, cujos sinais e sintomas clínicos e subclínicos chegam a afetar em torno de 50% da população geral. (SCHMIDT et al; 2015). Entre essas disfunções destaca a dor miofascial que tem sido documentada como sendo a causa mais prevalente de dor nessa região, podendo afetar a rotina de seus portadores em maior e menor grau. Sua etiologia ainda não é bem determinada, tendo como cofatores condições psicossociais, desarmonia oclusal, hábitos parafuncionais oral, desequilíbrios posturais, variações hormonais. Os sinais e sintomas incluem diminuição do movimento mandibular dor muscular e/ ou articular, ruídos articulares, limitação da função e desvio mandibular na abertura da boca. (GROSSI et al; 2014). As DTMs são resultantes de um desequilíbrio no funcionamento do sistema estomatognático (SE) que é composto por estruturas como, ossos do crânio, maxila, mandíbula, articulações, dentes, músculos, ligamentos, vasos e nervos que junto com o sistema nervoso realizam funções estomatognáticas que são: mastigação, respiração, fonação, deglutição, sucção (SANTIAGO et al; 2016). De acordo com Abib et al, 2011 O tema DTM e dor orofacial são pouco discutidos na saúde por ser uma atuação inovadora tanto na Odontologia quanto na Fisioterapia. Segundo Santiago et al, 2016 a especialidade de DTM e dor orofacial foi criada pelo conselho federal de Odontologia em 2002, ainda assim, até o momento, o tema não faz parte como tópico obrigatório do conteúdo programático das instituições de ensino superior principalmente de Odontologia, mesmo segundo Pancin

3 et al, 2010 o Dentista sendo o profissional primário responsável pela anamnese completa, identificando os fatores causais e a formação do diagnóstico. A estrutura curricular delineada pelos parâmetros norteadores do MEC não determina a obrigatoriedade de alguma disciplina com cunho didático pedagógico nas IES (Instituições de Ensino Superior), ainda que busque o desenvolvimento de habilidades e competências que influenciaram nesse processo. (PEDRINE et al; 2016). Para Siqueira et al, 2014 ainda são pobres os currículos acadêmicos para a formação de profissionais da saúde em dor orofacial na graduação. Tal postura leva à falta de preparo dos profissionais em reconhecer e orientar os pacientes portadores de tais distúrbios. A semiologia incompleta subtrai do paciente a oportunidade de ter um tratamento adequado com melhora em sua qualidade de vida. Portanto é evidente a necessidade de se dedicar mais atenção à DTM, por motivos óbvios: alta prevalência na população, elevado custo social e, principalmente, elevado custo pessoal. (ABIB et al; 2011) Portanto o objetivo do presente estudo foi identificar e quantificar a presença da disciplina de disfunção temporomandibular na grade curricular dos cursos de graduação em Fisioterapia e Odontologia do Brasil e verificar a existência ou não de diferenças significativas entre ambos os cursos que apresentam DTM. METODOLOGIA Este estudo foi constituído de uma pesquisa teórica, quantitativa, descritiva analisando a presença da disciplina de DTM nas grades curriculares dos cursos de Odontologia e Fisioterapia do Brasil. Participaram da pesquisa todas as faculdades que possuem matrizes

4 curriculares disponíveis nos sites ou que enviaram a matriz por e-mail, e estão registrados e aprovados pelo Ministério da Educação (MEC) do Brasil. Foram incluídas todas as faculdades de Odontologia e Fisioterapia, públicas, federal, estadual ou municipal e privadas registradas e aprovadas no MEC e no CFO até o ano de 2017. Foram excluídas as que não apresentaram matriz curricular online e que contatadas por e-mail não responderam mesmo após a réplica. Os dados da pesquisa foram coletados através do banco de dados do site E-MEC e através do Conselho Federal de Odontologia (CFO) e posteriormente na matriz curricular. A coleta foi realizada no período de Setembro a Outubro de 2017 sendo realizada uma busca online, inicialmente no site E-MEC e pelo banco de dados do Conselho Federal de Odontologia (CFO). Foram avaliadas as universidades devidamente registradas. Posteriormente, foi feito uma busca da matriz curricular através do site de cada instituição, verificando a não disponibilidade, enviamos um e-mail para a universidade solicitando a mesma a informação sobre a presença da disciplina no curso e não havendo resposta em 8 dias, enviamos uma réplica, concedendo novamente o prazo de 8 dias para resposta. A instituição que não respondeu foi excluída da coleta de dados. Os dados dos números de faculdades dos cursos de Odontologia e Fisioterapia foram quantificados e posteriormente tabulados por estados e regiões. Posteriormente foram analisados e separados por grupos, de acordo com os que apresentavam e não apresentavam a disciplina de DTM onde foram expostos em forma de gráfico e tabelas. RESULTADOS

5 Foram pesquisadas um total de 827 instituições de ensino superior de Odontologia e Fisioterapia, das regiões Sul, Sudeste, Norte, Nordeste e Centro Oeste do Brasil. No curso de Odontologia foram analisadas 217 IES, destas 169 possuem matriz curricular, 55 ministram a disciplina DTM e 114 não ministram, foram excluídas 48 faculdades por não responderem aos e- mails replicados. No curso de Fisioterapia analisamos 610 IES destas 495 apresentam matriz curricular,115 ministram a disciplina e 386 não ministram, foram excluídas 109 IES por não responderem aos e-mails enviados. Os dados a seguir demostram as porcentagens e um comparativo das Faculdades, que ministram a referida disciplina, nos cursos de Odontologia e Fisioterapia de acordo com as regiões do Brasil e seus resultados. (Tabela 1). Tabela 1- distribuição da presença e porcentagens das faculdades de Odontologia, que apresentam a referida disciplina de acordo com as regiões do Brasil e resultados totais. ODONTOLOGIA FISIOTERAPIA Regiões Apres. Apres. Apres. Apres. Freq. % Freq. % Nordeste 12 21,83 61 53,05 Norte 4 7,27 13 11,3 Centro Oeste 4 7,27 11 9,56 Sudeste 26 47,27 26 22,61 Sul 9 16,36 4 3,48 Total 55 100 115 100 Na tabela 1, verificamos que das 55 instituições de ensino superior de Odontologia 26 estão concentradas na região Sudeste representando um maior percentual, de faculdades que ministram a disciplina de DTM. Podemos ver também que das 115 IES de Fisioterapia o maior percentual se localiza na região Nordeste com 61 faculdades que ministram a disciplina de DTM.

6 O gráfico a seguir demostra a presença a porcentagem e um comparativo das Faculdades de Odontologia e Fisioterapia que apresentam e que não apresentam a disciplina de DTM. (Figura 01,02) 400 350 300 250 200 150 100 50 0 169 IES de Odontologia Analisadas 55 33% Ministram DTM 114 67% Não ministram DTM 495 IES de Fisioterapia Analisadas 115 386 23% Ministram DTM 78% Não ministram DTM Figura 01,02- percentual comparativo de instituiçoes que oferecem e não oferecem DTM na matriz curricular dos cursos de Odontologia e Fisioterapia. Com interesse em verificar a existência ou não de diferenças, significantes entre as faculdades de Fisioterapia e de Odontologia que apresentam e que não apresentam a disciplina de Disfunção Temporomandibular, foi aplicado o teste de Wilcoxon (SIEGEL, 1975), aos dados em questão. O nível de significância foi estabelecido em 0,05 em um teste bilateral. Os resultados estão demonstrados na tabela 3. Tabela 3 Probabilidades encontradas, quando da aplicação do teste de Wilcoxon, entre as IES que apresentam e não apresentam a disciplina Disfunção Temporomandibular. Variáveis Analisadas Probabilidades Apresentam a disciplina Fisio x Odont. 0,1441 Não apresentam a disciplina Fisio x Odont. 0,0431* (*) p < 0,05 De acordo com os resultados demonstrados na tabela 3. Não houve diferença estaticamente significante entre as faculdades que ministram a disciplina de DTM, porém houve diferença entre as

7 Faculdades que não apresentam a referida disciplina, sendo que as presenças mais elevadas foram obtidas nas Faculdades de Fisioterapia. DISCUSSÃO No presente estudo, das 610 IES de Fisioterapia avaliadas 495 possuem matriz curricular o equivalente a 80%, e somente 23% ministram DTM. Apesar da região Sudeste apresentar a maior concentração de IES de Fisioterapia, a região Nordeste obteve o maior percentual de faculdades que oferecem DTM 53,05%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística( IBGE), a população do nordeste é a segunda maior do Brasil, Segundo Nunes et al, 2016 a região Nordeste foi palco da disseminação de muitas doenças nestes últimos 4 anos, apesar do autor não relacionar tais doenças com as DTMs, porém, levando em consideração que as causas das DTMs são multifatoriais, subentende-se que as disfunções resultantes de tais doenças, promoveu um momento oportuno para inserção de novos cursos superiores nas faculdades, principalmente de Fisioterapia, assim podemos ter a hipótese de que essa seja a causa da maior concentração de IES oferecendo na Matriz curricular a disciplina de DTM no Nordeste Brasileiro. Em um estudo realizado por Borges et al, 2017 em faculdades de Odontologia, 304 IES foram pesquisadas destas 72% ofereciam matriz curricular e 23% a disciplina de DTM, neste estudo a região Sudeste apresentou o maior percentual de IES com matriz curricular com 14% ministrando a disciplina de DTM. Este estudo corrobora com o atual estudo, quando se trata da concentração de faculdades ofertando DTM na região Sudeste, relatando que das 217 IES pesquisadas, 78% possui matriz curricular, e que somente 33% oferecem a disciplina de DTM. Destas a maior concentração também se localiza na região Sudeste cerca de 47,27% totalizando 26 IES. Este estudo nos mostra que o

8 número de faculdades foi reduzido, porém houve um aumento na oferta da disciplina de DTM. Dentro deste contexto de estudos e apesar do aumento na oferta da disciplina, percebemos que existe uma carência da disciplina de DTM no Brasil pois das 827 instituições pesquisadas 26% ofertam a disciplina. Pedrine et al; 2016 afirmam que a preocupação com a formação tem sido tema de vários estudos. Este cenário afeta diretamente o aspecto da formação do aluno, pois a estrutura curricular delineada pelos parâmetros norteadores do MEC não determina a obrigatoriedade de algumas disciplinas com cunho didático-pedagógico, ainda que busque o desenvolvimento de habilidades e competências que influenciarão neste processo. Em razão disto existe resistência e insegurança a modificações no modelo curricular. Jeolas; 2010 assegura que não há acordo entre todo o corpo docente para transformá-lo e inová-lo. Pode se dizer então que grande parte da IES não ofertam a disciplina de DTM por receio da mudança, pelo receio em não haver profissionais capacitados para ministrarem a matéria e por ser um tema novo abordado pela fisioterapia, tendo em vista tal variável, é possível afirmar que isso compromete sobre maneira a inclusão da disciplina na matriz curricular. De acordo com o estudo de Simm et al, 2013 foi encontrado um déficit na oferta da disciplina de DTM em faculdades de Odontologia, em se tratando dos profissionais que trabalham constantemente com as articulações do crânio e suas disfunções, aplicaram um questionáriopiloto, tendo como referência as diretrizes para o ensino de DTM, tal instrumento foi enviado para instituições de Odontologia localizados em diferentes regiões do Brasil, onde visaram avaliar a forma como o tema DTM era abordado na graduação do curso, para avaliar o ensino de disfunção temporomandibular em nível de graduação. Foi observado que a disciplina de DTM é abordada em um departamento especifico em apenas 28,4% das faculdades de Odontologia participantes, sendo que na maioria dos casos de DTM a responsabilidade é do Departamento de

9 Prótese Dentária. Apenas 38,5% indicaram que eles tinham um professor especialista em DTM em suas faculdades, isto vai de encontro aos resultados do presente estudo, relatando que apenas 33% da IES ofertam a disciplina. Este resultado junto aos demais citados corroboram com a necessidade de uma implementação teórica maior sobre as DTM nas instituições de ensino superior. Bonfim et al; 2017 relatam que em 2002, foi criada a especialidade de DTM e dor orofacial pelo Conselho Federal de Odontologia, tendo por objetivo promover e desenvolver uma base de conhecimento cientifico para melhor compreensão do diagnóstico e no tratamento das dores e distúrbios do sistema mastigatório, região orofacial e estruturas relacionadas. Não obstante, mesmo entre profissionais da área, essa especialidade ainda é pouco difundida. Há, portanto, uma grande significância em relação à falta do ensino de DTM em instituições que ofertam o curso de Fisioterapia. Algumas faculdades ofertam essa disciplina dentro da ementa de outra matéria; isso faz com que haja menos conhecimento adquirido pelos egressos ao saírem da faculdade e diversas dificuldades ao entrarem no mercado de trabalho, necessitando de complementar a graduação por meio de especializações. Os currículos atuais seguem as bases de estudo propostas pelas diretrizes curriculares nacionais( DCNs), que não têm como proposta obrigatória a inserção de certas disciplinas em suas grades curriculares, a exemplo da matéria de DTM, Conforme dito anteriormente, diversas instituições aderem a certas disciplinas de acordo com as necessidades da região; logo, este estudo levanta uma grande questão: Se a DTM é uma patologia que acomete várias pessoas nos dias atuais, as faculdades deveriam estar mais atentas aos seus currículos e ofertar a disciplina em suas grades, afim de terem egressos capacitados e aptos com conhecimento para tratar tal disfunção. De acordo com o presente estudo a maior concentração de IES de fisioterapia está na região nordeste logo podemos levantar a hipótese de que a necessidade de tal região é maior.

10 Sendo assim, os responsáveis pelos cursos devem se atentar à mudança nos currículos, assim será possível repensar novas propostas curriculares para proporcionar aos discentes, estrutura, conhecimento e preparação sobre a conduta correta diante das DTMs. Para Borges, 2014 os conteúdos poderão diversificar, mas os conhecimentos de diversas área precisam ser equilibrados. Teixeira, 2012 corrobora com essa assertiva ao discorrer que as instituições estudadas possuem uma matriz curricular com construção interdisciplinar. Na graduação, o aluno deve ter saberes e habilidades que o tornem mais capacitado, de modo a prepará-lo para uma formação continuada, já que é comum encontrar a DTM como um curso de Especialização; assim, torna-se essencial uma base teórica sobre o assunto durante a graduação. Viana et al 2016, cita que educar no modelo interdisciplinar envolve compartilhar aspectos comuns de conhecimento e de atuação, podendo representar avanços significativos na formação profissional, proporcionando o atendimento humanizado, visto a responsabilidade das Instituições de Ensino Superior (IES) em formar profissionais da saúde capacitados na abordagem de diversas situações. Para Santiago et al, 2016, as DTMs são encontradas nos diferentes níveis populacionais e tem repercussão negativa na qualidade de vida das pessoas e poucos centros de graduação, apresentam, entre os componentes, a disciplina ou mesmo um programa de extensão em dor orofacial e desordens temporomandibulares, corroborando com o atual estudo de que apenas 21% oferecem a disciplina de DTM. Tal déficit curricular acarreta prejuízos na formação profissional, levando o mesmo a sensação de incapacidade para intervir no diagnóstico e plano de tratamento de pacientes portadores de DTM/ dor orofacial. Desta forma é essencial que haja um atendimento multidisciplinar, principalmente entre Dentistas e Fisioterapeutas, dessa forma, centros especializados em DTM e dor orofacial deveriam contar com equipes multiprofissionais,

11 porém para isso e necessário o conhecimento e prática acumulado em sala de aula durante a graduação. CONCLUSÃO Diante dos aspectos citados, e conforme os resultados obtidos entende-se que a presença da disciplina DTM nas IES ainda é baixa caracterizando apenas 26% de IES ofertando DTM, e que não houve diferença significativa comparando as faculdades de Odontologia e Fisioterapia que ofertam tal disciplina. REFERÊNCIAS ABIB. S; NEVES. V.C. Guia de orientação e informação à população sobre a disfunção temporo mandibular: folhetim informativo com diretrizes para o diagnóstico e prevenção. 2011 P. 24. BONFIM.R.V.F; SILVA.J.M; SILVA.D.R.C; OLIVEIRA.M.C.B. Analise da eficácia de recursos terapêuticos no tratamento das disfunções temporomandibular: uma revisão da literatura. Revista Interdisciplinar ciências e saúde, v. 2, n. 1, 2017 BORGES. F.S; MAKHOUL. K.D.L. Frequência da disciplina de disfunção temporomandibular nas faculdades de Odontologia do Brasil. Monografia, Centro Universitário do triângulo, 2017. BORGES, K.P; Políticas para o ensino superior e a formação do fisioterapeuta no brasil. Revista saúde e pesquisa, v. 7, n. 3, p. 531-540, set. /dez. 2014 GROSSI. M.L; NUNES.L, Avaliação dos resultados de tratamento em pacientes com disfunção temporomandibular (dtm) atendidos no ambulatório de oclusão da faculdade de odontologia da pucrs utilizando o questionário rdc/dtm - um estudo longitudinal. pontifícia universidade católica do rio grande do sul faculdade de odontologia, p 78, maio 2014. JEOLÁS. L.S, Processos de mudanças na formação do fisioterapeuta: as transiçoes curriculares e seus desafios. Human and social sciences. Maringa, v. 32, n. 1, p. 47-53, 2010.

12 NUNES. M.L; CARLINE. C.R.; MARINOWIC. D ; NETO. F.K; FIORI. H.H; SCOTTA. M.C; ZANELLA. P.L.A; SODER. R.B; COSTA. G.C, Microcephaly and Zika vírus: a clinical and epidemiological analysis of the current outbreak in Brazil. Jornal de pediatria ( RJ) fevereiro 2016 92(3): p. 230---240. PANCIN. A.C; MONTE, D.F; SILVA, P.C; PIRES, R.R; HILDEBRAND, A.S, Interdisciplinaridade entre odontólogos fisioterapeutas no tratamento com pacientes com a disfunção temporomandibular na região leme-sp. Anuário da Produção acadêmica Docente, vol. 4, Nº. 7, ano 2010 PEDRINI. J.C.B.F; SANTOS. E.B. Formação pedagógica e suas implicações no processo de ensino-aprendizagem. Evidência, Araxá, v. 12, n. 12, p. 79-95, 2016. SANTIAGO. A.K.T.A.C. Programa de atenção ao portador de disfunção da articulação temporomandibular (DTM) e dor orofacial: experiência de 10 anos. Campina Grande, mai. 2016 SIMM. W; GUIMARAES. A. S; O Ensino da disfunção temporomandibular e dor orofacial em nível de graduação em faculdades de odontologia do Brasil. Journal of applied oral science, Bauru, v. 21, n. 6, nov/dez. 2013. SCHIMIDT.D.R; FERREIRA.V.R.T; WAGNER.M.F,Disfunção temporomandibular: sintomas de ansiedade,depressão e esquemas iniciais desadaptativos. temas em psicologia, v.23,n.4,p 973-985, 2015. SIQUEIRA. S.R.D.T. Orofacial pain and the international year. rev dor. São paulo, p. 15(1) jan/mar.2014 TEIXEIRA, R.C; Aderência dos cursos de fisioterapia da região norte às diretrizes curriculares nacionais. Fisioter. Mov. Curitiba, v. 25, n. 1, p. 47-54, jan/mar. 2012. VIANA. M.O; OLEGARIO. N.BC; VIANA. M.O; SILVA. G.P.F; SANTOS. J.L.F; CARVALHO. S.T.R.F, Effect of a physical therapy protocol on the health related quality of life of patients with temporomandibular disorder. Fisioter. Mov. Curitiba, v. 29, n. 3, p. 507-514, jul/set. 2016