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Transcrição:

DIREITO CONSTITUCIONAL Poder Legislativo Vedações, Garantias e Imunidades Parlamentares Parte 2 Profª. Liz Rodrigues

- Perda do mandato: Vedações, Garantias e Imunidades Parlamentares Art. 55, CF/88: Perderá o mandato o Deputado ou Senador: I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição; VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. - Silva explica que a perda do mandato pode se dar por cassação ou por extinção. - Cassação é a decretação de perda do mandato em razão de falta funcional, definida em lei e punida com esta sanção - Extinção é resultado da ocorrência de fato ou ato que torna inexistente a investidura, como a morte, renúncia,

desinteresse (não-comparecimento) e perda/suspensão de direitos políticos. - Cassação: incisos I, II e IV. Dependem de decisão da Câmara ou do Senado, em voto aberto e maioria absoluta, mediante provocação da Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional. - É assegurada a ampla defesa e depende da instauração de processo político de apuração das causas que podem justificar a decretação da perda do mandato (art. 55, 2º, CF/88). - Extinção: incisos III, IV e V. Nestes casos, a manifestação da Mesa pela perda do mandato é meramente declaratória,

pois é o mero reconhecimento da ocorrência do ato ou fato que levou ao perecimento. - É feito por ato de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros ou partido político representado no Congresso, assegurada a ampla defesa (art. 55, 3º, CF/88). Art. 55, 1º, CF/88: É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.

- Teixeira: a conceituação de decoro parlamentar se dá, portanto, em torno de dois eixos: tipificação de atos impróprios ao exercício do mandato; e avaliação da (in)dignidade ou (des)honra do comportamento do parlamentar. O primeiro se limita a normatizar o desempenho de um papel social específico, o de representante político; o segundo pretende abarcar a totalidade da conduta do sujeito em questão, esteja ou não no exercício de suas funções políticas. - Vale lembrar que, além da perda do mandato propriamente dito, em alguns casos (incidência dos incisos I e II do art. 55 da CF/88) pode ocorrer a

Aplicação do art. 1º, 1, b da LC n. 64/90, que torna o parlamentar inelegível para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos oito anos subsequentes ao término da legislatura (caso Eduardo Cunha). - Observação: Na AP n. 470, o STF entendeu que a perda do mandato é pena acessória e é decretada pelo órgão que impôs a pena principal, não cabendo à Casa deliberar sobre isso. A perda, no caso, seria afeito da sentença condenatória. - Na prática, isso afastou a incidência do art. 55, 2º da CF/88 em casos de condenação pelo Poder Judiciário.

- Porém, este entendimento foi ponderado em 2013, quando se entendeu que a perda do mandato não era automática, mas sim condição necessária para a perda cuja aplicação ou não dependeria de decisão da Casa. - No entanto, este entendimento não foi aplicado na decisão de medida cautelar no MS n. 32.326, pois, no caso, foi decretada a perda do mandato do Dep. Natan Donadon: A. A Constituição prevê, como regra geral, que cabe a cada uma das Casas do Congresso Nacional, respectivamente, a decisão sobre a perda do mandato de Deputado ou Senador que sofrer condenação criminal transitada em julgado; B.

Esta regra geral, no entanto, não se aplica em caso de condenação em regime inicial fechado, por tempo superior ao prazo remanescente do mandato parlamentar. Em tal situação, a perda do mandato se dá automaticamente, por força da impossibilidade jurídica e física de seu exercício; C. Como consequência, quando se tratar de Deputado cujo prazo de prisão em regime fechado exceda o período que falta para a conclusão de seu mandato, a perda se dá como resultado direto e inexorável da condenação, sendo a decisão da Câmara dos Deputados vinculada e declaratória (MS n. 32.326/MC). - Renúncia (art. 55, 4º, CF/88) A renúncia de

parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os 2º e 3º. - O STF já entendeu que o ato de renúncia é legítimo, mas não poderá ser usado como subterfúgio para o deslocamento de competências (AP n. 396). Art. 56, CF/88: Senador: Não perderá o mandato o Deputado ou I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão

diplomática temporária; II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa. 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias. 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato. 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá

optar pela remuneração do mandato. Vedações, Garantias e Imunidades Parlamentares