Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública



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Transcrição:

Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública MARCIA HACHICHO DOS SANTOS ALMEIDA O PODER PÚBLICO E A ERRADICAÇÃO DA MISÉRIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA: PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA Maringá 2011

1 MARCIA HACHICHO DOS SANTOS ALMEIDA O PODER PÚBLICO E A ERRADICAÇÃO DA MISÉRIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA: PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá. Orientadora: Profª. Wânia Rezende Silva.

2 MARCIA HACHICHO DOS SANTOS ALMEIDA O O PODER PODER PÚBLICO PÚBLICO E E A A ERRADICAÇÃO ERRADICAÇÃO DA DA MISÉRIA MISÉRIA NA NA SOCIEDADE BRASILEIRA: PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA IEDADE BRASILEIRA Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá, sob apreciação da seguinte banca examinadora: Aprovado em / /2011 Professora..., Dra. Wânia Rezende Silva. Assinatura Professor..., Dr. Assinatura Professora..., Dra. Assinatura

3 MARCIA HACHICHO DOS SANTOS ALMEIDA TÍTULO O PODER PÚBLICO E A ERRADICAÇÃO DA MISÉRIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA: PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA RESUMO O Programa Fome Zero é considerado um dos itens mais importantes do governo, e tem como objetivo rever conceitos através de estudos da situação de pobreza e fome na sociedade brasileira, verificando-se identificar as populações mais atingidas, as condições sócio-econômicas, o nível de alfabetização e saúde dentro da localização geográfica a qual pertence esses grupos. A criação do Programa Bolsa Família que unificou os principais programas sociais, veio para promover a inclusão social dessas famílias ao direito à cidadania, com recursos adequados a sua realidade social, desenvolvendo, aumentando e facilitando a transferência de renda aos seus beneficiários. As famílias ao se cadastrarem nesse Programa, estando dentro das normas e regulamentos exigidos, sendo selecionadas, passam a receber um benefício, pago pela Caixa Econômica Federal CEF, através do Cartão Cidadão Cartão Bolsa Família. A metodologia utilizada para compor este estudo foi realizada através de sites da Internet, programas específicos, Leis, artigos e decretos. Palavras-chave: Fome, pobreza, exclusão social, transferência de renda.

4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...05 2. DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA...05 2.1. Finalidade do Programa Bolsa Família...06 2.1.1. Condicionalidades...07 2.2. Objetivo do Programa Bolsa Família...08 2.3. Funcionamento do Programa...09 2.3.1. Utilização dos Recursos Recebidos...09 2.4. Cadastramento no Programa Bolsa Família...10 2.4.1. Planejamento para o Cadastro da População...10 2.5. Destinação dos Benefícios...11 2.6. Controle Social...12 2.7. Fiscalização...12 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS...13 4. REFERÊNCIAS...16

5 1. INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo a apresentação do Programa Fome Zero especialmente a implantação do Projeto Bolsa Família, na política pública de nosso país, para a erradicação da miséria da sociedade brasileira, suas propostas, benefícios, objetivos, implementos, problemas, execuções e desafios. O Presidente Luis Inácio Lula da Silva tinha como proposta política emergencial o combate a fome, visando à união das três esferas do governo (federal, estadual e municipal) para a construção de políticas públicas interligadas a segurança alimentar da população brasileira, classificadas como: estruturais relacionadas à área sócio-econômica da fome; e, especificas relacionada à responsabilidade dos governos estaduais e municipais, na ampliação da segurança alimentar nos locais mais necessitados. O Programa Bolsa Família foi gerado através da união dos principais programas de transferência de rendas existentes: Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e o Auxílio Gás, sancionado pela Lei n.º 10.836/2004, que vem para aumentar a transferências de rendas e dos recursos as famílias de baixa renda. 2. DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA O Programa Bolsa Família é um Programa de transferência de renda, que foi criado para atender as necessidades das famílias pobres da sociedade brasileira, é o maior desafio para combater a fome, a miséria e a exclusão social, no intuito de promover a emancipação das famílias através de repasses mensais de benefícios em dinheiro aos mais necessitados, possibilitando-as ao acesso dos direitos sociais básicos: saúde, alimentação, educação e assistência social. O Presidente Lula com a implantação do Programa Bolsa Família unificou todos os benefícios sociais (Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Cartão Alimentação e o Auxílio Gás) do governo federal num único programa social, diminuindo as burocracias e promovendo a transparência e o melhor controle dos recursos, possibilitando com as inovações a proteção não só de um único indivíduo, mas a de uma família inteira, aumentando o valor dos benefícios e dos recursos pagos destinado à complementação de renda no país, um maior comprometimento das

6 famílias atendidas, de acordo com o potencial das ações do governo (União, Estados e Municípios). 2.1. Finalidade do Programa Bolsa Família O Programa Bolsa Família integra a Fome Zero, objetivando assegurar o direito humano á alimentação adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional, contribuindo para a conquista da cidadania, atendendo milhões de famílias em toda a sociedade brasileira. Vários estudos apontam que o programa contribui para a redução das desigualdades sociais e da pobreza. Possui três eixos principais: - transferência de renda, que promove o alívio imediato da pobreza; - condicionalidades, reforçam o acesso a direitos sociais básicos nas áreas de educação, saúde e assistência social; e, - programa complementar, tem como objetivo o desenvolvimento das famílias, de modo que os beneficiários consigam superar a situação de vulnerabilidade. A transferência de renda promove o alívio imediato da pobreza. A gestão do Bolsa Família é descentralizada e compartilhada por União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Os três entes federativos trabalham em conjunto para aperfeiçoar, ampliar e fiscalizar a execução do Programa, instituído pela Lei n.º 10.836/04 e regulamentado pelo Decreto nº 5.209/04. A lista de beneficiários é pública e pode ser acessada por qualquer cidadão. Os Programas unificados no Bolsa Família são: I Programa Nacional de Renda Mínima vinculada a Educação Bolsa Escola, instituída pela Lei n.10.219 de 11 de abril de 2001; II Programa Nacional de Acesso a Alimentação PNAA Cartão Alimentação, criado pela Lei n.º 10.689 de 13 de junho de 2006; III Programa nacional de Renda Mínima vinculada a Saúde Bolsa Alimentação, instituído pela Medida Provisória n.º 2.206-1 de 06 de setembro de 2001; e, IV Programa Auxílio-Gás, instituído pelo Decreto n.º 4.102 de 24 de janeiro de 2002.

7 2.1.1. Condicionalidades O programa de transferência de renda com condicionalidades constitui uma estratégia adequada para o alívio imediato da situação de pobreza, promovendo a justiça social para as famílias beneficiárias da sociedade, buscando reduzir as desigualdades, para a melhoria da alimentação, moradia, educação, políticas sociais E cuidados com a saúde e outras necessidades básicas, na maior parte das vezes relacionadas ao bem-estar dos filhos, para garantir um processo de inclusão social sustentável, visando compromisso e responsabilidades das famílias atendidas, quanto do poder público em ampliar o acesso dessas famílias a geração e condições de oportunidades de aumentar a renda familiar, através de oferta de serviços públicos de saúde, educação e assistência social. O acompanhamento das condicionalidades é realizado através de relatórios e registros de informações pertencentes ao núcleo familiar do Programa Bolsa Família, onde os gestores contam com o controle da freqüência escolar das crianças e adolescentes de 06 a 15 anos de idade. Na área de saúde, as famílias beneficiárias assumem o compromisso de acompanhar o cartão de vacinação e o crescimento e desenvolvimento das crianças menores de 07 anos. As mulheres na faixa de 14 a 44 anos, também devem fazer o acompanhamento e, se gestantes ou lactantes, devem realizar o pré-natal e o acompanhamento da sua saúde e do bebê. Na área da educação, todas as crianças e adolescentes entre 06 e 15 anos, devem estar devidamente matriculados e com frequência escolar mensal mínima de 85% da carga horária. Já os estudantes entre 16 e 17 anos, devem ter frequência de no mínimo 75%. Na área de assistência social, crianças e adolescentes com até 15 anos em risco ou retiradas do trabalho infantil pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - Peti, devem participar dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - SCFV do Peti e obter freqüência mínima de 85% da carga horária mensal. O poder público deve fazer o acompanhamento gerencial para identificar os motivos do não cumprimento das condicionalidades. A partir daí, são implementadas ações de acompanhamento das famílias em descumprimento, consideradas em situação de maior vulnerabilidade social. A família que encontra dificuldades em cumprir as condicionalidades deve, além de buscar orientações com o gestor

8 municipal da Bolsa Família, procurar o Centro de Referência de Assistência Social - CRAS, o Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS) ou a equipe de assistência social do Município. O objetivo é auxiliar a família a superar as dificuldades enfrentadas. Esgotadas as chances de reverter o descumprimento das condicionalidades, a família pode ter o benefício do Bolsa Família bloqueado, suspenso ou até mesmo cancelado. 2.2. Objetivos do Programa Com a unificação dos principais Programas Sociais: Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e Auxílio-Gás, vieram à criação do Programa Bolsa Família, que facilitou e aumentaram os recursos e a transferência de renda as famílias beneficiárias, objetivando a melhoria da qualidade de vida. O Programa Bolsa Família no Brasil tem como principais objetivos: - erradicação da miséria; - inovação da política pública no combate a pobreza; - combate a fome com alimentação de qualidade, através da Segurança Alimentar; - redução da desigualdade e da exclusão social; - aumento dos recursos e transferência de rendas as famílias beneficiárias; - fortalecimento das redes de proteção social; - atuação e desenvolvimento do programa dentro da realidade da sociedade que será beneficiada; - parcerias com envolvimento e responsabilidade das três esferas do governo: Federal, Estadual e Municipal, bem como de todos os Ministérios; - crescimento econômico com a inclusão social; - maior proteção as famílias beneficiárias; - aumento nos valores dos benefícios pagos; - maiores complementação de rendas no país; - maior compromisso das famílias atendidas; - desperdícios dos recursos públicos; - entre outros.

9 2.3. Funcionamento do Programa É um programa de transferência de Renda destinada às famílias de extrema pobreza com renda per capita de R$ 70,01 (setenta reais e um centavo), bem como às famílias pobres com renda per capita de R$ 70,01 (setenta reais e um centavo) até R$ 140,00 (cento e quarenta reais) mensais, que necessitam de benefícios para o acesso dos direitos sociais básicos a saúde, alimentação, educação e assistência social. Para fazer parte desse programa, as famílias se comprometem a manter seus filhos na escola e vacinados. São mais de 13 milhões de famílias atendidas em todos os estados brasileiros, e de acordo com o governo os três eixos principais do Programa Bolsa Família, atendem de forma imediata e também em longo prazo as necessidades brasileiras. O primeiro programa realiza a transferência de renda, ajudando de imediato as famílias que precisam urgentemente desta ajuda. O segundo programa - é preciso que as famílias tenham comprometimento com os seus diretos básicos nas áreas da educação, saúde e assistência social, por motivo das condicionalidades existentes no programa. E o terceiro, são os programas complementares que ajudam no desenvolvimento do Programa Bolsa Família, ou seja, integrando as famílias e incentivando seus membros a participarem e superarem a situação em que se encontram, criando condições favoráveis à estabilidade econômica familiar. As famílias que atenderem aos requisitos necessários para participarem devem fazer sua inscrição no setor responsável pelo programa de sua cidade, apresentando o documento, Título de eleitor ou CPF. 2.3.1. Utilização do recurso recebido pelas famílias beneficiadas De acordo com pesquisas realizadas pelo governo federal junto às famílias beneficiárias o dinheiro recebido é gasto em comida, material escolar, roupas e sapatos.

10 2.4. Cadastro no Programa Bolsa Família Para se cadastrarem no Programa Bolsa Família, é necessário que as famílias com renda mensal per capita de até R$ 140,00 (cento e quarenta reais) mensais, procurem a prefeitura de seu Município e informe seus dados no Cadastro Único dos Programas Sociais. O benefício é liberado por um processo de seleção realizado pela Caixa Econômica Federal, impossibilitando que haja interferência política, buscando favorecer as famílias de menor renda, tendo às mulheres a prioridade no cadastramento. O benefício é repassado aos beneficiários através do Cartão Cidadão - Cartão do Bolsa Família emitido pela Caixa Econômica Federal, ou através de uma conta aberta na CEF, que são enviados pelo correio, que tendem a evitar a corrupção das normas de distribuição dos recursos, e que estão disponíveis no Portal da transparência. 2.4.1. Planejamento do Cadastro da População Ao planejar o cadastramento da população, o gestor municipal deve assegurar que os formulários sejam preenchidos de forma criteriosa, verificando o maior número possível de documentos que identifiquem o entrevistado. Destaca-se que, no caso de responsável familiar maior de 16 anos, deve-se registrá-lo com base em um documento com controle de emissão nacional (CPF ou título de eleitor). Os formulários deverão ser arquivados em local adequado por um período mínimo de cinco anos sob a responsabilidade do Município. As informações para o Cadastro Único relativas às condições sócioeconômicas da família são obtidas por meio de declarações, não sendo necessária a sua comprovação. O conjunto de formulários deve ser mantido sob responsabilidade do Poder Executivo Municipal e, estar disponível para consultas e eventuais ações de fiscalização. O cadastramento e a atualização de dados são atividades continuadas, de responsabilidade dos gestores municipais do Bolsa Família e das famílias respectivamente. A atualização deve ser feita sempre que houver alguma alteração nas informações familiares ou a cada dois anos.

11 2.5. Destinação dos Benefícios O Programa Bolsa Família dispõe de benefícios financeiros que são transferidos mensalmente às famílias beneficiárias. As informações cadastrais das famílias são mantidas no Cadastro Único para Programas Sociais, e para receber o benefício é levada em consideração a renda mensal per capita da família e também o número de crianças e adolescentes até 17 anos. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) trabalham com quatro tipos de benefícios: I - Benefício Básico correspondente a R$ 70,00 (setenta reais) pagos apenas as famílias extremamente pobres, com renda per capita igual ou inferior a R$ 70,00 (setenta reais); II - Benefício Variável correspondente a R$ 32,00 (trinta e dois reais) pagos para a família com crianças de 0 a 15 anos, no limite de até 05 crianças por família; III - Benefício Variável Vinculado ao Adolescente, correspondente a R$ 38,00 (trinta e oito reais) pagos a família de jovens entre 16 e 17 anos, até o limite de 02 jovens por família; e, IV - Benefício Variável de Caráter Extraordinário, correspondente ao valor calculado caso a caso. Esses valores são o resultado do reajuste anunciado em 1º de março e vigoram a partir dos benefícios pagos em abril de 2011. O meio de identificação do beneficiário é o Cartão Social Bolsa Família, que é um cartão magnético e personalizado, emitido para o responsável familiar, utilizado para o saque integral dos benefícios em toda a rede da Caixa Econômica Federal. Para realizar as atividades de gestão desses benefícios, é utilizado o Sistema de Benefícios ao Cidadão (Sibec): na gestão descentralizada, o Município realiza as atividades diretamente no módulo municipal do Sibec; e, na gestão centralizada, os Municípios que não possuem acesso ao Sibec, as atividades são enviadas por meio de ofício ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome MDS. O objetivo dessa gestão de benefícios é garantir a continuidade da transferência de renda às famílias do Programa Bolsa Família. São realizadas atividades de bloqueio, desbloqueio cancelamento, reversão de cancelamento, suspensão e reversão de benefícios, em conformidade com os dispositivos da legislação vigente.

12 2.6. Controle Social O Controle do Programa Bolsa Família deverá ser realizado por conselhos municipais, respeitando a paridade entre o governo e a sociedade, composto por profissionais integrantes das áreas da Assistência Social, da Saúde, da Educação, e da Segurança Alimentar, bem como de outras áreas que se julgarem necessárias. Seguem alguns itens importantes para o controle social: - acompanhar, avaliar, subsidiar e fiscalizar a execução do programa, dentro do ambiente municipal; - acompanhar a oferta por parte dos governos locais dos serviços necessários; - elaborar, aprovar e modificar seu regimento interno; e, - outras atribuições estabelecidas em normas complementares. Em dezembro de 2006, foi implantado um sistema de controle e monitoramento do Programa Bolsa Família, através de satélites e internet via ondas de rádio, permitindo a troca de dados com as Prefeituras de diversas localidades, mesmo em regiões em que não há energia elétrica ou telefone. O Brasil vem exportando essa tecnologia que desenvolveu para programas similares de transferência de renda, tendo firmado em agosto de 2007, com a República Dominicana um acordo de cooperação técnica. A parceria compreende o auxílio brasileiro na modernização do sistema de cadastros das famílias e na troca de informações entre instâncias governamentais. A presença dos alunos às aulas é acompanhada bimestralmente pelo Ministério da Educação e Cultura - MEC e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS. A família que descumprir a condicionalidade por cinco vezes consecutivas tem seu benefício definitivamente cancelado. 2.7. Fiscalização Fiscalização é uma forma de controle que visa garantir eficiência, eficácia, efetividade e transparência na gestão do Bolsa Família, assegurado que os benefícios cheguem às famílias que atendem aos critérios de elegibilidade do Programa, em conformidade com as normas vigentes. Qualquer cidadão pode

13 participar da fiscalização da Bolsa Família. Denúncias de possíveis irregularidades podem ser feitas pelo e-mail ouvidoria@mds.gov.br ou pelo telefone 0800-707-2003. A Consulta Pública Benefícios é um instrumento transparente e eficaz aberto ao público, com pesquisas em nível municipal. Além disso, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) desenvolve ações de fiscalização in loco e à distância com base no cruzamento de dados do Cadastro Único para Programas Sociais. Enquanto isso, outras ações são desenvolvidas pelas Instancias de Controle Social da Bolsa Família (ICSs), que devem acompanhar as atividades desenvolvidas pelo gestor municipal. As auditorias e ações de fiscalização são realizadas também pelas instituições de controle interno e externo do Poder Executivo, que compõem a Rede Pública de Fiscalização (RPF): Ministérios Públicos Federal, Estaduais e do Distrito Federal, Controladoria-Geral da União - CGU e Tribunal de Contas da União - TCU. O trabalho conjunto dessas instituições, integrado ao do MDS, tem como objetivo fortalecer o monitoramento e o controle das ações voltadas à execução do Bolsa Família. Todo esse processo é realizado sem que cause qualquer interferência na autonomia e competência de cada uma das instituições. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Programa Bolsa Família (PBF) é o maior programa de transferência condicional de renda do mundo. Além de promover o acesso aos serviços públicos como saúde, educação e proteção social, visa o combate a fome e o incentivo a capacitação sustentável de famílias que vivem em situação de extrema pobreza. Apesar de possuir teoria estruturada, ainda necessita de resultados fortalecidos. Os programas de transferência condicional de renda têm sido sujeitos a avaliações rigorosas de sua eficácia através de métodos experimentais ou quaseexperimentais, em uma tentativa de fortalecimento dos resultados de sua implantação. Hoje no Brasil, são mais de 13 milhões de famílias atendidas em todos os estados e conta com dois desafios: oferecer às famílias que já estão no programa, mais condições para superarem a extrema pobreza; e, buscar as famílias extremamente pobres, que ainda não fazem parte do programa. Esses desafios

14 requererem ações cada vez mais abrangentes, e um envolvimento ainda maior dos Estados, Distrito Federal e Municípios na operacionalização e complementação dos benefícios do Bolsa Família e a utilização do Cadastro Único como porta de entrada prioritária dos brasileiros para todos os programas sociais, proporcionando às famílias e aos governos as vantagens e facilidades de um atendimento integrado. O Governo Federal está empenhado nesse esforço de Estado para a erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos, atuando em três grandes eixos. Um deles é o da garantia de renda, por meio do Bolsa Família, do Benefício de Prestação Continuada e dos benefícios Contributivos da Previdência Social. Outro é o da garantia dos direitos básicos, com o pleno acesso dos cidadãos aos serviços de educação, saúde, assistência social, saneamento e energia elétrica, entre outros. E o terceiro é o da inclusão produtiva do maior número possível das famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, conforme diz FALCÃO. Para tanto, precisaremos dar continuidade às políticas, aos programas e às ações que estão funcionando, como é o caso do Programa Bolsa Família, aperfeiçoando a gestão para o uso cada vez mais eficiente dos recursos disponíveis. Mas também teremos de inovar naquelas áreas em que os mecanismos tradicionais já não são suficientes. Erradicar a pobreza extrema não é uma meta trivial. Será necessária boa dose de ousadia, tanto em relação às políticas que já estão em prática quanto no que diz respeito a novas iniciativas, para atingir esse objetivo e construir o Brasil que queremos. Um país rico, um país sem pobreza. Uma das mais importantes decisões do governo Dilma Rousseff é o lançamento do Programa Brasil sem Miséria, que dará a continuidade do Bolsa Família, com o objetivo de resolver problemas que são considerados quase impossíveis para a nossa sociedade, como capacitar às pessoas para que possam ter o seu próprio sustento, visando localizar todas as famílias que não estão incluídas no Bolsa Família, como moradores de ruas, buscando dar o mínimo de dignidade, qualificação e meios para que possam sobreviver do seu próprio trabalho. Em 01.03.2011, em entrevista Dilma afirma: "Estou hoje aqui para cumprir esse papel fundamental que é priorizar os mais pobres desse país. Vocês ouviram sempre, desde a campanha eleitoral, eu assumi um compromisso. País rico é país sem miséria. Daí porque esse compromisso de acabar com a miséria absoluta, com a pobreza extrema, é algo que assumo com muita fé e emoção."

15 É preciso verificar as ações mais vulneráveis da população: a complementação de renda; a ampliação do acesso a serviços sociais básicos; e a melhora da inclusão produtiva, para que até 2014 seja alcançado o desafio de tirar cerca de 16 milhões de brasileiros da miséria. Ao contrário de planos anteriores contra a pobreza, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil sem Miséria terá diferentes atuações nas regiões, e por isso haverá planos regionais, sendo essa a receita do sucesso do programa lançado. A miséria rural é diferente da miséria urbana. Há vários cenários, vamos tratar cada um deles com diferença, e nós precisamos da parceira dos prefeitos. Eles serão os grandes protagonistas, disse. Alguns especialistas foram unânimes ao reconhecer o sucesso dos programas governamentais de transferência de renda, mas alertam que o desafio contra a pobreza está apenas começando. A transferência de renda foi associada à transferência de oportunidades, onde as medidas de combate à pobreza têm que ser adotadas com critério e sensibilidade, pois lidar com a pobreza requer criatividade e muita atenção. O Bolsa-Família e o Brasil sem Miséria se completam, enquanto o Bolsa- Família exige a freqüência do aluno na escola, o Brasil sem Miséria é um programa voltado para pessoas sem qualquer rendimento.

16 4. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Calendário Bolsa Família 2011. Consulta Valor e Cadastro. Sábado, 08 de janeiro de 2011. http://twitter.com/rafael_zucco. CARVALHO, Gilberto. Plano Brasil sem Miséria, continuidade do Bolsa Família. Secretaria de Direitos Humanos.12.05.2011. Agência Brasil. COIMBRA, Marcos. O Bolsa Família de Dilma Rousseff. 13.05.2011. Sociólogo e Presidente do Instituto VOX Populi. Colunista do Correio Braziliense. Decreto n.º 5.209 de 17 de setembro de 2004. FALCÃO, Tiago. Secretário Nacional de Renda de Cidadania do Ministério Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O Desafio da Erradicação da Miséria e Bolsa Família e a Erradicação da Extrema Pobreza. 26.04.2011. Enviado por luisnassif, terça, 26/04/2011-20h01min. FERNANDES, Renata Goulart. Programa Bolsa Família: Promoção de Cidadania. MADEIRO, Carlos. Brasil sem Miséria Quer Incluir mais 800 mil Famílias Pobres no Bolsa Família. Especial para o UOL Notícias. Em Arapiraca (AL). 25.07.2011 15h46m. MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Programa Bolsa Família. Acesso 03.10.2011. MENEZES, Dyelle. Novidades Aumentam Previsão de Gastos com Bolsa Família. Portal do Contas Abertas. 23.09.2011. INESC Instituto de Estudos Socioeconômicos - 30 anos. MS DATASUS - Ministério da Saúde. PASSARINHO, Nathalia. Do G1, em Brasília. 01/03/2011 as 14h16 - Atualizado as 17h30. Secretaria Nacional de Renda de Cidadania. Orientações para a Fiscalização e Controle Social do Programa Bolsa Família. Brasília, 2010. Sistema de Condicionalidades do Programa Bolsa Família (Sicon).

17 VETTORE, Mario; LAMARCA, Gabriela. Programa de Transferência Condicional de Renda: Um Possível Redutor das Iniqüidades Sociais no Brasil? 21.07.2011. WIKIPÉDIA. A enciclopédia livre. Bolsa Família.