MANUAL PRÁTICO DE AVALIAÇÃO E CONTROLE DE VIBRAÇÃO PPRA

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Transcrição:

MANUAL PRÁTICO DE AVALIAÇÃO E CONTROLE DE VIBRAÇÃO PPRA

1ª edição 2009 2ª edição 2013 3ª edição 2014 4ª edição 2016 5ª edição 2018

TUFFI MESSIAS SALIBA Engenheiro Mecânico. Engenheiro de Segurança do Trabalho. Advogado. Mestre em meio ambiente. Ex-pesquisador da FUNDCACENTRO-MG. Ex-Professor dos cursos de Pós-Graduação de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Diretor Técnico da ASTEC Ltda. Colaboradoras MÁRCIA ANGELIM CHAVES CORRÊA Engenheira de Segurança do trabalho MARIA BEATRIZ DE FREITAS LANZA Engenheira de Segurança do Trabalho MANUAL PRÁTICO DE AVALIAÇÃO E CONTROLE DE VIBRAÇÃO PPRA 5ª edição

R EDITORA LTDA. Todos os direitos reservados Rua Jaguaribe, 571 CEP 01224-003 São Paulo, SP Brasil Fone (11) 2167-1101 www.ltr.com.br Março, 2018 Versão impressa LTr 5958.8 ISBN 978-85-361-9564-3 Versão digital LTr 9329.9 ISBN 978-85-361-9587-2 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Saliba, Tuffi Messias Manual prático de avaliação e controle de vibração : PPRA / Tuffi Messias Saliba ; colaboradoras Márcia Angelin Chaves Corrêa, Maria Beatriz de Freitas Lanza. 5. ed. São Paulo : LTr, 2018. Bibliografia 1. Direito do trabalho 2. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 3. Vibração Controle I. Corrêa, Márcia Angelin Chaves. II. Lanza, Maria Beatriz de Freitas. III. Título. 18-12751 CDU-34:331.471 Índice para catálogo sistemático: 1. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais : Controle de vibração : Direito do trabalho 34:331.471

SUMÁRIO PARTE I 1.1. Considerações... 9 1.2. Defi nições e parâmetros utilizados... 10 1.2.1. Classifi cação das vibrações... 11 1.2.2. Intensidade de vibração Aceleração... 12 1.2.3. Aceleração r.m.s. (raiz média quadrática)... 13 1.2.4. Frequência... 14 1.2.5. Banda de frequência em terça de oitava... 15 1.2.6. Aceleração ponderada nas frequências... 15 1.2.7. Máximo Valor de Vibração MTV... 16 1.2.8. Fator de crista... 16 1.2.9. Aceleração total ou soma resultante dos eixos... 17 1.2.10. Aceleração equivalente ponderada... 17 1.2.11. Aceleração normalizada para jornada... 18 1.2.12. Grupo homogêneo de exposição... 19 1.2.13. Ciclo de trabalho... 19 PARTE II CRITÉRIO LEGAL 2.1. Critério NR-15... 20 2.2. Outras normas legais sobre vibração... 21 PARTE III VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO 3.1. Direção da vibração... 23 3.2. Efeitos sobre a saúde... 24 5

3.3. Aceleração ponderada... 25 a) Ponderação nas frequências Norma ISO 2631/85... 25 b) Ponderação nas frequências Norma ISO 2631-1: 1997... 26 3.4. Avaliação ocupacional da vibração de corpo inteiro... 29 3.4.1. Aceleração total ou vetor soma dos eixos... 29 3.4.2. Aceleração equivalente e normalizada... 30 3.4.3. Valor da Dose de Vibração VDV... 31 3.4.4. Limites de exposição ocupacional... 32 a) Critério da norma ISO 2631-1:1997... 32 b) Valor da aceleração a ser comparado com o limite... 34 c) Critério da Comunidade Europeia... 35 d) Critério NHO 09 da FUNDACENTRO... 35 e) Critério da ACGIH... 36 f) Limites de exposição NR-15 anexo 8... 40 PARTE IV VIBRAÇÃO LOCALIZADA EM MÃOS E BRAÇOS 4.1. Direção da vibração... 46 4.2. Efeitos sobre a saúde... 46 4.3. Aceleração ponderada... 48 a) Ponderação nas frequências Norma ISO 5349/86 e ACGIH... 48 b) Ponderação nas frequências Norma ISO 5349-1:2001... 48 4.5. Avaliação ocupacional da vibração de mão e braço... 50 4.5.1. Avaliação ocupacional de vibração de mão e braço Critério da Norma ISO 5349-1:2001... 50 4.5.2. Critério da Norma ISO 5349/86 e ACGIH... 52 4.5.3. Critério da Comunidade Europeia e NHO 10... 54 4.5.4. Critério NR-15 anexo 8... 54 4.6. Aceleração total ou vetor soma dos eixos... 55 4.7. Aceleração equivalente e normalizada... 56 PARTE V INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO 5.1. Medição de corpo inteiro... 58 5.2. Medição de mão e braço... 60 6

PARTE VI PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO 6.1. Metodologia... 63 6.2. Aplicação prática... 65 a) Vibração de corpo inteiro... 65 b) Vibração de mão e braço... 70 PARTE VII AVALIAÇÃO DE VIBRAÇÃO PARA FINS DE CONFORTO 7.1. Conforto e percepção... 73 7.2. Dose do Movimento de Enjoo MSDV... 75 7.3. Vibração de edifícios... 77 a) Considerações... 77 b) Limite de percepção ISO 2631-1:1997 Anexo C... 77 PARTE VIII AVALIAÇÃO DE VIBRAÇÃO PARA FINS DE INSALUBRIDADE E APOSENTADORIA ESPECIAL 8.1. Insalubridade... 78 8.2. Aposentadoria especial... 80 PARTE IX MEDIDAS DE CONTROLE 9.1. Medidas de controle coletivas... 83 a) Velocidade de deslocamento... 85 b) Manutenção... 85 c) Ferramentas antivibratórias... 85 d) Substituição do processo ou método de trabalho... 85 9.2. Medidas administrativas ou de organização do trabalho... 85 a) Equipamentos de Proteção Individual EPI... 86 b) Controle médico... 86 c) Monitoramento... 87 7

APÊNDICES Apêndice I Modelo de laudo de avaliação de vibração... 89 Apêndice II Norma Regulamentadora NR-09 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA... 91 Apêndice III Norma Regulamentadora NR-12 Anexo V... 100 Apêndice IV Decreto n. 3.048/99 Regulamento da Previdência Social... 101 Apêndice V Convenção n. 148 da OIT... 105 Referências Bibliográficas... 113 8

PARTE I 1.1. Considerações A exposição ocupacional à vibração não era tão estudada e avaliada quanto os outros agentes, devido ao alto custo da instrumentação e procedimentos técnicos de avaliação normalizados. Todavia, com a comercialização no país de instrumentação com preço mais acessível; normalização dos procedimentos de avalição pela FUNDA- CENTRO e alteração do anexo 8 da NR-15, as medições de vibrações tornaram-se frequentes. A Convenção n.148 da OIT ratifi cada pelo Brasil e promulgada por meio do Decreto n. 93.413 de 15.10.86 determina que a legislação nacional deva dispor sobre a adoção de medidas no local de trabalho para prevenir e limitar os riscos profi ssionais à vibração e para proteger os trabalhadores contra tais riscos. O Ministério do Trabalho e Emprego nas NR-15 e NR-09 trata desse fator de risco; entretanto, como veremos a NR-15, anexo 8, determinava que a avaliação da exposição ocupacional de vibração deveria ser feita com base nas normas ISO 2631:1997 e 5349 e suas substitutas. Considerando que essas normas não estabeleciam limites certos e determinados, os profi ssionais da área encontravam muita difi culdade no procedimento de avaliação e interpretação correta da caracterização do risco de exposição ocupacional a esse agente. Assim, ao estabelecer essa regra, o MTE deveria ter, no mínimo, disponibilizado essas normas, mesmo que de forma simplifi cada, para os profi ssionais. No ano de 2012, a FUNDACENTRO editou a NHO 09 Avaliação ocupacional a vibrações de corpo inteiro e NHO 10 Avaliação da exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços. Essas normas contribuíram muito para a avaliação ocupacional de vibração. Recentemente, a Portaria n. 1.297 de 13.08.14 do MTE deu nova redação ao anexo 8 da NR-15, incluindo os limites de exposição ocupacional para vibração de corpo inteiro e mãos e braços. Ao regulamentar a matéria, o poder público dirimiu as dúvidas e interpretações equivocadas especialmente na aplicação dos limites de exposição. 9

Em razão da difi culdade dos profi ssionais em aplicar os critérios de avaliação das normas ISO citadas anteriormente e o alto custo da instrumentação, algumas vezes, a exposição à vibração era omitida no PPRA, PCMSO, PPP e outros documentos. Essa omissão prejudicava o trabalhador, especialmente, nos processos administrativos e judicias de aposentadoria especial. Com a alteração do anexo 8 da NR-15, não há razão para omitir esse agente nos referidos documentos. Aliás, a nova regulamentação incluiu o anexo I no PPRA determinando a análise preliminar da exposição à vibração e as medidas de controle. Para o higienista Irlon Cunha, a ausência de quaisquer abordagens em relação à exposição dos trabalhadores à vibração, conforme verifi cado junto às empresas avaliadas e seus respectivos PPRAs, indica a necessidade de intervenção por parte dos diversos fatores que atuam no âmbito dessas empresas de forma a dar visibilidade ao agente e promover à sua prevenção e controle. Do ponto de vista legal, o agente deveria ser abordado nos PPRAs. A sua ausência resulta em falha grave no processo de reconhecimento do risco (1). Esse manual visa a fornecer orientações básicas e práticas na avaliação ocupacional e controle da vibração, analisando a metodologia e o critério de avaliação das normas ISO mencionadas na NR-15, bem como as normas NHO 09 e 10. 1.2. Definições e parâmetros utilizados A vibração é um movimento oscilatório de um corpo provocado por causa de forças desequilibradas de componentes rotativos e movimentos alternados de uma máquina ou equipamento. Se o corpo vibra, descreve um movimento oscilatório e periódico, envolvendo deslocamento num tempo. Teremos, então, envolvida no movimento, uma velocidade, aceleração e frequência (número de ciclos completos/minuto). Desse modo, na avaliação da exposição a esse agente, é necessário coletar informações desses parâmetros, especialmente da aceleração e frequência da vibração. (1) CUNHA, Irlon Ângelo da. São Paulo. Tese (doutorado) Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo São Paulo, 2006. p. 139. 10