Michel Oliveira Gouveia

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Transcrição:

Michel Oliveira Gouveia Michel Gouveia Prof. Michel Gouveia Professor Michel Gouveia / Previtube michelogouveia michel@michelgouveia.adv.br

Assistência Social CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

Assistência Social Nos termos do artigo 203 da Constituição Federal, a assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social. Logo, todos que necessitarem, terão direito aos benefícios e serviços oferecidos pela Assistência Social. Independentemente de contribuições

Assistência Social. Conceito: Marisa Ferreira Santos, conceitua Assistência Social como: Assistência Social é instrumento de transformação social, e não meramente assistencialista. As prestações da assistência social devem promover a integração e a inclusão do assistido na vida comunitária, fazer com que, a partir do recebimento das prestações assistenciais, seja menos desigual e possa exercer atividades que lhe garantam a subsistência

Assistência Social. Objetivos: As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, além de outras fontes. Ou seja, além do orçamento da seguridade social, para ações de assistência social, poderão ser utilizadas outras fontes de recursos.

Assistência Social. Objetivos: 1. Proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 2. Amparo às crianças e adolescentes carentes; 3. Promover a integração ao mercado de trabalho; 4. Promover a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; 5. garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

Assistência Social. Objetivos: Proteção à família, maternidade, infância, adolescência e velhice objetivos Proteção Social Vigilância socioassistencial Defesa dos direitos Amparo às crianças e adolescentes carentes Proteção da integração ao mercado de trabalho Habilitação, reabilitação e integração das pessoas com deficiência Benefício de prestação continuada de 1 salário mínimo Análise territorial da capacidade protetiva das famílias Garantia de pleno acesso aos direitos socioassistenciais

Assistência Social. Legislação: A lei Orgânica da Assistência Social é a 8.742/93 regulada pelo Decreto 6.214/07 e alterações.

Assistência Social. Legislação: O artigo 203 da Constituição Federal foi regulamentado pela Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, conhecida popularmente como LOAS. LOAS não é o benefício, LOAS é abreviação da Lei. O benefício de um salário mínimo não é LOAS, é previsto na Lei Orgânica e é conhecido como Benefício de Prestação Continuada, ou melhor, BPC ao Idoso ou Deficiente.

Assistência Social. Benefício: A Lei Orgânica da Assistência Social, além de outros benefícios garante aos idosos (65 anos) e aos deficientes o benefício de prestação continuada de um salário-mínimo, que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. O BPC é tratado nos artigos 20, 21 e 21-A da Lei 8742/93.

Assistência Social. Benefício: O Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social - BPC é um benefício da Política Nacional de Assistência Social - PNAS que integra a proteção social básica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social - SUAS, previsto no inciso V do art. 203 da Constituição Federal, normatizado nos artigos 20, 21 e 21-A da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e regulamentado pelo Regulamento do Benefício de Prestação Continuada, aprovado pelo Anexo Decreto nº 6.214, de 26 de setembro de 2007.

Assistência Social. Objetivo: O benefício tem por objetivo proteger as pessoas idosas e as pessoas com deficiência em face de vulnerabilidades agravadas pela insuficiência de renda, assegurando-lhes o sustento e favorecendo o acesso às políticas, programas e serviços de assistência social, bem como a superação das desvantagens sociais enfrentadas e a conquista de sua autonomia, conforme diretrizes, princípios e objetivos estabelecidos na Lei nº 8.742, de 1993, e no Regulamento do Benefício de Prestação Continuada, aprovado pelo Anexo do Decreto nº 6.214, de 2007.

Assistência Social. Benefício: Lei 8.742/93: Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família.

Assistência Social. Benefício: Para a Lei da LOAS, família é composta pelo requerente, cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiro, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. ( 1º do art. 20 da Lei 8.742/93)

MESMO TETO Requerente / cônjuge ou companheiro Filhos solteiros/enteados Pais ou padrasto ou madrasta

Assistência Social. BPC: Decreto 6.214/07: Art. 1 o O Benefício de Prestação Continuada previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, é a garantia de um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso, com idade de sessenta e cinco anos ou mais, que comprovem não possuir meios para prover a própria manutenção e nem de têla provida por sua família.

Assistência Social. BPC: Decreto 6.214/07: Art. 4 º Para os fins do reconhecimento do direito ao benefício, considera-se: IV - família incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou do idoso: aquela cuja renda mensal bruta familiar dividida pelo número de seus integrantes seja inferior a um quarto do salário mínimo;

Assistência Social. BPC: O BPC é benefício personalíssimo. Só o destinatário recebe; Não gera direito à pensão por morte; Necessário perícia médica e assistencial (quando for para o deficiente); Deve ser revisto à cada dois anos.

Assistência Social. Requisitos: O BPC de amparo ao idoso ou deficiente é administrado financeiramente pelo INSS. Para que o beneficiário possa requerer o benefício junto ao INSS, precisa fazer e/ou manter atualizado o cadastro do grupo familiar no CADÚNICO. Esse cadastro é feito pelo CRAS/CREAS/CRAES Esses órgãos representa os centros de referências da assistência social e são mantidos pelas prefeituras.

Assistência Social. Requisitos: Inscrição do requerente e do grupo familiar no cadúnico do Governo Federal; Deficiência + necessidade; Idade de 65 anos + necessidade; Para o INSS => Renda familiar per capita inferior a ¼ do salário mínimo; Para o Judiciário => Grau de Miséria = Avaliação da situação fática.

Assistência Social. BPC: De acordo com a Lei 8.742/93 e a Lei 10.741/03, sendo respectivamente, a Lei da LOAS e o Estatuto do Idoso, ambas dispõem que para fins do percebimento do BPC, a idade mínima é de 65 anos. Este critério é absoluto?

Assistência Social. BPC: Requisitos: Idade A discussão é a possibilidade de relativizar esse critério da idade. O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03), dispõe no artigo 1º que considerasse idoso à pessoa com 60 anos ou mais. Por sua vez, o artigo 34, garante o BPC ao idoso com 65 ou mais. A Constituição Federal, no artigo 203, transcreve que a Assistência Social será prestada a quem dela necessitar. O inciso V, prevê a garantia de um salário mínimo ao deficiente e ao idoso, remetendo os requisitos para a Lei Ordinária.

Assistência Social. BPC: Requisitos: Idade A Constituição garante a todos uma prestação, que será prestada pela Assistência Social, a quem precisar. A Lei especifica do Idoso, no artigo 1º transcreve que é idoso à pessoa com idade superior a 60 anos e a ressalva para o BPC é feita no artigo 34. Maria Helena Diniz, ensina sobre a derrogação interna ou intrínseca da norma, onde o artigo anterior deve prevalecer, se sobrepor, ao artigo posterior.

Assistência Social. BPC: Relativização do critério idade: PREVIDENCIÁRIO E CONSTITUCIONAL. BENEFÍCIO DE AMPARO SOCIAL À PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA E AO IDOSO. ART. 203, V, CF/88. LEI 8.742/93. ESTUDO SOCIOECONÔMICO. REQUISITOS ATENDIDOS. PEDIDO PROCEDENTE. TERMO A QUO. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. HONORÁRIOS. CUSTAS PROCESSUAIS. IMPLANTAÇÃO DO BENEFÍCIO. SENTENÇA MODIFICADA. 1. A sentença julgou improcedente o pedido de concessão de benefício assistencial (LOAS/deficiente), ao entendimento de que a parte autora não reúne os requisitos exigidos constitucionalmente para a concessão do benefício (renda mensal inferior a 1/4 do salário mínimo). Houve prévio requerimento administrativo. 2. A concessão do benefício de prestação continuada denominado amparo social à pessoa portadora de deficiência física e ao idoso (art. 203 da CF/88 e art. 2º, V, Lei 8.742/93) exige apenas a comprovação de que a parte requerente é deficiente e/ou idosa e que não possui meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.

Assistência Social. BPC: Relativização do critério idade: 3. No caso concreto, o laudo pericial, realizado em 2008, constata que a parte autora é portadora de síndrome coronariana isquêmica, apresentando incapacidade para a atividade laborativa de subsistência, mas sem incapacidade para os atos da vida diária independente. 4. No que se refere ao limite da renda per capita, o Relatório de Estudo Social, realizado em 2008 (fls. 76/77), noticia, no campo socioeconômico, que o grupo familiar é composto por 2 (dois) membros, sendo: a autora (62 anos) e seu filho (35 anos) que vivem em casa própria (do filho) construída de madeira, composta de 5 cômodos, de boa conservação e higiene. A renda familiar gira em torno de R$ 500,00 e é proveniente do salário do filho que trabalha como autônomo de moto-táxi. 5. Os filhos maiores de 21 anos de idade não integram o conceito de família, nos termos do art. 16 da Lei n. 8.213/91, aplicado subsidiariamente ao caso, não podendo ser computado na renda per capita o rendimento auferido por ele. Neste sentido: AC 0003924-26.2007.4.01.3810/MG, Rel. Desembargador Federal Francisco de Assis Betti, Rel. Conv. Juiz Federal Cleberson José Rocha (conv.), Segunda Turma, e-djf1 p.332 de 08/05/2013.

Assistência Social. BPC: Relativização do critério idade: 6. A parte requerente foi considerada incapacitada para o trabalho, preenchendo o requisito invalidez/incapacidade, bem como preencheu o requisito da miserabilidade, pelo que faz jus ao benefício assistencial. Com efeito, comprovado o preenchimento dos requisitos exigidos pela Lei 8.742/93, deve ser deferido o benefício de amparo social ao deficiente. 12. Apelação provida para condenar o INSS a conceder o benefício de prestação continuada, denominado Amparo Social à Pessoa Portadora de Deficiência, previsto no inciso V do art. 203 da CF/88 (LOAS/deficiente), no valor de um salário mínimo mensal, desde a data do requerimento administrativo, fixando os juros e correção monetária com base nos índices do Manual de Cálculos da Justiça Federal, bem como estabelecer os honorários advocatícios em 10% (dez por cento) sobre o valor das parcelas vencidas até a prolação da sentença. (AC 0025793-38.2011.4.01.9199 / RO, Rel. JUIZ FEDERAL LINO OSVALDO SERRA SOUSA SEGUNDO (CONV.), SEGUNDA TURMA, e-djf1 p.234 de 14/10/2014)

Assistência Social. BPC: Igualdade e isonomia, no que toca a idade: Lei 9.719/98 (trabalhadores portuários) Art. 10-A. É assegurado, na forma do regulamento, benefício assistencial mensal, de até 1 (um) salário mínimo, aos trabalhadores portuários avulsos, com mais de 60 (sessenta) anos, que não cumprirem os requisitos para a aquisição das modalidades de aposentadoria previstas nos arts. 42, 48, 52 e 57 da Lei n o 8.213, de 24 de julho de 1991, e que não possuam meios para prover a sua subsistência.

Assistência Social. BPC: Qual ou quais rendimentos que não entram no cálculo?

Assistência Social. BPC: Rendimentos que entram no cálculo da renda per capita: Inciso IV do Art. 4.º do Decreto 6.214/07: salários, proventos, pensões, pensões alimentícias, benefícios de previdência pública ou privada, seguro-desemprego, comissões, prolabore, outros rendimentos do trabalho não assalariado, rendimentos do mercado informal ou autônomo, rendimentos auferidos do patrimônio, Renda Mensal Vitalícia e Benefício de Prestação Continuada, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 19. Art. 19. O Benefício de Prestação Continuada será devido a mais de um membro da mesma família enquanto atendidos os requisitos exigidos neste Regulamento.

Assistência Social. BPC: Portaria Conjunta MDS n.º 1, de 3 de janeiro de 2017: Não é todo valor de pensão alimentícia. Art. 8º, inciso III: d) o recebimento de pensão alimentícia não impede o recebimento do BPC, desde que observado o critério de renda per capita mensal bruta familiar;

Assistência Social. BPC: Decreto 6.214/07: Art. 4 º Para os fins do reconhecimento do direito ao benefício, considera-se: 2 o Para fins do disposto no inciso VI do caput, não serão computados como renda mensal bruta familiar: I - benefícios e auxílios assistenciais de natureza eventual e temporária; II - valores oriundos de programas sociais de transferência de renda; III- bolsas de estágio supervisionado; IV - pensão especial de natureza indenizatória e benefícios de assistência médica, conforme disposto no art. 5 o ; V - rendas de natureza eventual ou sazonal, a serem regulamentadas em ato conjunto do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do INSS; e VI - rendimentos decorrentes de contrato de aprendizagem.

Assistência Social. BPC: Decreto 8.742/93: Art. 20: 3 o Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo. 9 o Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e de aprendizagem não serão computados para os fins de cálculo da renda familiar per capita a que se refere o 3 o deste artigo.

Assistência Social. BPC: Portaria Conjunta MDS n.º 1, de 3 de janeiro de 2017 Art. 8º: 1º Não compõem o grupo familiar, para efeitos do cálculo da renda mensal familiar per capita: II - O filho ou o enteado que tenha constituído união estável, ainda que resida sob o mesmo teto; III - O irmão, o filho ou o enteado que seja divorciado, viúvo ou separado de fato, ainda que vivam sob o mesmo teto do requerente;

Assistência Social. BPC: Membro da família do requerente contribui para o RGPS como segurado facultativo. A contribuição como facultativo de um dos do membros ou de todos do grupo familiar, impede a concessão do benefício ao requerente?

Assistência Social. BPC: Portaria Conjunta n.º 1, de 3 de janeiro de 2017: A contribuição como facultativo de qualquer membro da família, não será considerada para fins do cálculo da renda per capita. Art. 8º, inciso III: c)o salário de contribuição não integra a renda mensal bruta familiar quando o requerente do BPC, o beneficiário ou os demais membros do grupo familiar contribuírem como segurados facultativos do Regime Geral da Previdência Social - RGPS;

Assistência Social. BPC: Artigo 34 do Estatuto do Idoso, Lei 10.741/03: Parágrafo único: o benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita...

Assistência Social. BPC: ACP: 0004265-82.2016.4.03.6105 8º VARA DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE CAMPINHAS Ante o exposto, julgo procedente o pedido do autor, nos termos do art. 487, I do CPC para determinar ao INSS em âmbito nacional que, na análise do requerimento de benefício assistencial de prestação continuada, não seja computado na renda per capta do grupo familiar o benefício de um salário mínimo concedido a outro ente familiar idoso ou deficiente, nos termos da fundamentação supra, bem como para que o réu promova a publicidade ao ora determinado com a fixação de cartazes e informativo em todas as suas agências, adotando as medidas necessárias ao cumprimento no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de multa diária de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por cada situação de descumprimento. Tendo sido proposta pelo Ministério Publico Federal a presente ação, não há condenação em honorários, nos termos da lei n. 7.347/1985.P.R.I

Assistência Social. BPC: Cálculo da renda per capita PET 7203 Exclusão do cálculo a renda de qualquer benefício no valor do salário mínimo, independente se tem origem previdenciária ou assistencial. No mesmo sentido: Repetitivo 1.355.052

Assistência Social. BPC: PREVIDENCIÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL PREVISTO NA LEI N. 8.742/93 A PESSOA COM DEFICIÊNCIA. AFERIÇÃO DA HIPOSSUFICIÊNCIA DO NÚCLEO FAMILIAR. RENDA PER CAPITA. IMPOSSIBILIDADE DE SE COMPUTAR PARA ESSE FIM O BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO, NO VALOR DE UM SALÁRIO MÍNIMO, RECEBIDO POR IDOSO. 1. Recurso especial no qual se discute se o benefício previdenciário, recebido por idoso, no valor de um salário mínimo, deve compor a renda familiar para fins de concessão ou não do benefício de prestação mensal continuada a pessoa deficiente. 2. Com a finalidade para a qual é destinado o recurso especial submetido a julgamento pelo rito do artigo 543-C do CPC, define-se: Aplica-se o parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/03), por analogia, a pedido de benefício assistencial feito por pessoa com deficiência a fim de que benefício previdenciário recebido por idoso, no valor de um salário mínimo, não seja computado no cálculo da renda per capita prevista no artigo 20, 3º, da Lei n. 8.742/93. 3. Recurso especial provido. Acórdão submetido à sistemática do 7º do art. 543-C do Código de Processo Civil e dos arts. 5º, II, e 6º, da Resolução STJ n. 08/2008. (REsp 1355052/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/02/2015, DJe 05/11/2015)

Assistência Social. BPC: Particularidades da Necessidade: Necessidade é quando a pessoa não por ser mantida por sua família ou a renda da família seja inferior a ¼ do salário mínimo. O critério de ¼ do salário mínimo, como parâmetro, também foi declarado inconstitucional pelo STF, quando do julgamento do RE 567.985. Todavia, antes disso, já haviam várias Reclamações julgadas pelo STF, a qual destaco à Reclamação 4374, onde o Min. Gilmar Mendes, disse que o critério de ¼ do salário mínimo não é absoluto, devendo ser levado em consideração o grau miséria da família.

Assistência Social. BPC: Judiciário: Grau de Miséria RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. ART. 105, III, ALÍNEA C DA CF. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. POSSIBILIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA CONDIÇÃO DE MISERABILIDADE DO BENEFICIÁRIO POR OUTROS MEIOS DE PROVA, QUANDO A RENDA PER CAPITA DO NÚCLEO FAMILIAR FOR SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 4. Entretanto, diante do compromisso constitucional com a dignidade da pessoa humana, especialmente no que se refere à garantia das condições básicas de subsistência física, esse dispositivo deve ser interpretado de modo a amparar irrestritamente a o cidadão social e economicamente vulnerável. 5. A limitação do valor da renda per capita familiar não deve ser considerada a única forma de se comprovar que a pessoa não possui outros meios para prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, pois é apenas um elemento objetivo para se aferir a necessidade, ou seja, presume-se absolutamente a miserabilidade quando comprovada a renda per capita inferior a 1/4 do salário mínimo. (REsp 1112557/MG)

Assistência Social. BPC: Judiciário: Grau de Miséria RE 567.985 Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao recurso extraordinário e declarou incidenter tantum a inconstitucionalidade do 3º do art. 20 da Lei nº 8.742/93. Vencidos, parcialmente, o Ministro Marco Aurélio (Relator), que apenas negava provimento ao recurso, sem declarar a inconstitucionalidade da norma referida, e os Ministros Teori Zavascki e Ricardo Lewandowski, que davam provimento ao recurso. Não foi alcançado o quorum de 2/3 para modulação dos efeitos da decisão para que a norma tivesse validade até 31/12/2015. Votaram pela modulação os Ministros Gilmar Mendes, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Celso de Mello. Votaram contra a modulação os Ministros Teori Zavascki, Ricardo Lewandowski e Joaquim Barbosa (Presidente). O Relator abstevese de votar quanto à modulação. Impedido o Ministro Dias Toffoli. Redigirá o acórdão o Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 18.04.2013.

Assistência Social. BPC: Judiciário: Grau de Miséria AGRAVO LEGAL. PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. VULNERABILIDADE SOCIOECONÔMICA DO GRUPO FAMILIAR. ESTUDO SOCIAL. TEMA DA COMPOSIÇÃO DO CÁLCULO DA RENDA FAMILIAR PER CAPITA, QUANTO AO LIMITE OBJETIVO POSTO PELA LOAS (LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL). 1. O requisito econômico para a concessão do benefício consistente na exigência de que a renda familiar per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo (art. 20, caput e 3º da Lei nº 8.742/1993), deve ser entendido como um limite objetivo, sendo que a avaliação da miserabilidade do grupo familiar, na hipótese de superação daquele limite, seja procedida não de modo abstrato, mas considerando as peculiaridades do caso concreto. Afinal, despesas decorrentes dos necessários cuidados com a parte autora, em razão de sua deficiência, incapacidade ou avançada idade, importam em gastos -notadamente com medicamentos, alimentação, tratamento médico, entre outros -, que são, nesse sentido, relevantes para a avaliação da real situação econômica do grupo familiar. (TRF4, AGRAVO LEGAL EM APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº 2009.71.99.001550-2, 6ª TURMA, Des. Federal CELSO KIPPER, POR UNANIMIDADE, D.E. 13/05/2010, PU BLICAÇÃO EM 14/05/2010

Assistência Social. BPC: Judiciário: Grau de Miséria PREVIDENCIÁRIO E PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO NO RECURSO ESPECIAL. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. POSSIBILIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA CONDIÇÃO DE MISERABILIDADE DO BENEFICIÁRIO POR OUTROS MEIOS DE PROVA, QUANDO A RENDA PER APITA DO NÚCLEO FAMILIAR FOR SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. FATOS PROVADOS PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS PERMITEM CONCLUIR PELA MISERABILIDADE DO BENEFICIÁRIO. NÃO INCIDÊNCIA DASÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL DO INSS DESPROVIDO. PREC EDENTES DO STJ. Nos termos do art. 20 da Lei nº 8.742/93, alterado pela Lei nº 9.720/98, será devida a concessão de benefício assistencial aos idosos e às pessoas portadoras de deficiência que não possuam meios de prover à própria manutenção, ou cuja família possua renda mensal per capita inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo. Entretanto, o STJ já pacificou o entendimento de que o critério de aferição da renda mensal previsto no 3º do art. 20 da Lei 8.742/93 deve ser tido como um limite mínimo, um quantum considerado insatisfatório à subsistência da pessoa portadora de deficiência ou idosa, não impedindo, contudo, que o julgador faça uso de outros elementos probatórios, desde que aptos a comprovar a condição de miserabilidade da parte e de sua família (Resp 841.060/SP. Relator Ministra Maria Thereza de Assis Moura, DJU de 25.06. 2007).

Assistência Social. BPC: Judiciário: Grau de Miséria RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. ART. 105, III, ALÍNEA C DA CF. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. POSSIBILIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA CONDIÇÃO DE MISERABILIDADE DO BENEFICIÁRIO POR OUTROS MEIOS DE PROVA, QUANDO A RENDA PER CAPITA DO NÚCLEO FAMILIAR FOR SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. A CF/88 prevê em seu art. 203, caput e inciso V a garantia de um salário mínimo de benefício mensal, independente de contribuição à Seguridade Social, à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. 2. Regulamentando o comando constitucional, a Lei 8.742/93, alterada pela Lei 9.720/98, dispõe que será devida a concessão de benefício assistencial aos idosos e às pessoas portadoras de deficiência que não possuam meios de prover à própria manutenção, ou cuja família possua renda mensal per capita inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo.

Assistência Social. BPC: Judiciário: Grau de Miséria RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. ART. 105, III, ALÍNEA C DA CF. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. POSSIBILIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA CONDIÇÃO DE MISERABILIDADE DO BENEFICIÁRIO POR OUTROS MEIOS DE PROVA, QUANDO A RENDA PER CAPITA DO NÚCLEO FAMILIAR FOR SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 3. O egrégio Supremo Tribunal Federal, já declarou, por maioria de votos, a constitucionalidade dessa limitação legal relativa ao requisito econômico, no julgamento da ADI 1.232/DF (Rel. para o acórdão Min. NELSON JOBIM, DJU 1.6.2001). 4. Entretanto, diante do compromisso constitucional com a dignidade da pessoa humana, especialmente no que se refere à garantia das condições básicas de subsistência física, esse dispositivo deve ser interpretado de modo a amparar irrestritamente a o cidadão social e economicamente vulnerável.

Assistência Social. BPC: RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. ART. 105, III, ALÍNEA C DA CF. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. POSSIBILIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA CONDIÇÃO DE MISERABILIDADE DO BENEFICIÁRIO POR OUTROS MEIOS DE PROVA, QUANDO A RENDA PER CAPITA DO NÚCLEO FAMILIAR FOR SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 5. A limitação do valor da renda per capita familiar não deve ser considerada a única forma de se comprovar que a pessoa não possui outros meios para prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, pois é apenas um elemento objetivo para se aferir a necessidade, ou seja, presume-se absolutamente a miserabilidade quando comprovada a renda per capita inferior a 1/4 do salário mínimo. 6. Além disso, em âmbito judicial vige o princípio do livre convencimento motivado do Juiz (art. 131 do CPC) e não o sistema de tarifação legal de provas, motivo pelo qual essa delimitação do valor da renda familiar per capita não deve ser tida como único meio de prova da condição de miserabilidade do beneficiado. De fato, não se pode admitir a vinculação do Magistrado a determinado elemento probatório, sob pena de cercear o seu direito de julgar. 7. Recurso Especial provido. (REsp 1112557/MG, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 20/11/2009)

Assistência Social. BPC: No que toca a questão da miserabilidade, o que pode ou não ser deduzido da renda familiar per capita, o MPF ingressou com uma ACP, pedindo que fosse excluído do cálculo todas as despesas que a família ostenta com o beneficiário. A ACP teve parcial procedência, porém com algumas observações. Veja-se:

Assistência Social. BPC: APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº 504487422.2013.4.04.7100/RS RELATOR: VÂNIA HACK DE ALMEIDA APELANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL Ante o exposto, voto por não conhecer da remessa oficial e dar parcial provimento ao recurso do Ministério Público Federal, julgando parcialmente procedente o pedido para condenar o INSS a deduzir do cálculo da renda familiar, para fins de verificação do preenchimento do requisito econômico ao benefício de prestação continuada do art. 20 da Lei nº 8.742/93, apenas as despesas que decorram diretamente da deficiência, incapacidade ou idade avançada, com medicamentos, alimentação especial, fraldas descartáveis e consultas na área da saúde, requeridos e negados pelo Estado, estendendo os efeitos deste julgado a todo o território nacional.

Assistência Social. BPC: Miserabilidade: Ainda, sobre a questão da miserabilidade, a Lei 13.146/2015, introduziu o 11.º ao artigo da Lei 8.742/93: 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste artigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios da condição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnerabilidade, conforme regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

Assistência Social. Requisitos. Deficiência: Art. 20-2º da Lei 8.742/93 (...) pessoa com deficiência é aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas 10º => impedimentos de longo prazo = 02 (anos). Assim, podemos concluir que o deficiente só terá direito ao BPC se comprovar que sua incapacidade/deficiência é superior a 02 anos.

Assistência Social. Requisitos. Deficiência: Agora, o que é deficiência? O que é incapacidade? O Decreto 3.298/99, em seu artigo 4º, conceitua a pessoa com deficiência, como a que se enquadra nas seguintes categorias, que também têm definição especifica: física, auditiva, visual, mental e deficiência múltipla. Para a Lei do LOAS, benefício será devido, para aqueles que sejam incapaz para o trabalho. Ou seja, para a Lei, o direito ao BPC, no caso do deficiente, tem que comprovar, além da miserabilidade, estar incapaz o trabalho.

Assistência Social. Requisitos. Deficiência: Para a Jurisprudência, basta somente a existência da incapacidade para o trabalho. A pessoa portadora do vírus HIV, que necessita de cuidados freqüentes de médico e psicólogo e que se encontra incapacitada, tanto para o trabalho, quanto de prover o seu próprio sustento ou de tê-lo provido por sua família - tem direito à percepção do benefício de prestação continuada previsto no art. 20 da Lei 8.742/93, ainda que haja laudo médico-pericial atestando a capacidade para a vida independente. II - O laudo pericial que atesta a incapacidade para a vida laboral e a capacidade para a vida independente, pelo simples fato da pessoa não necessitar da ajuda de outros para se alimentar, fazer sua higiene ou se vestir, não pode obstar a percepção do benefício, pois, se esta fosse a conceituação de vida independente, o benefício de prestação continuada só seria devido aos portadores de deficiência tal, que suprimisse a capacidade de locomoção do indivíduo - o que não parece ser o intuito do legislador. III - Recurso desprovido (STJ - REsp: 360202 AL 2001/0120088-6, Relator: Ministro GILSON DIPP, Data de Julgamento: 04/06/2002, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJ 01.07.2002 p. 377 RADCOASP vol. 41 p. 27 RSTJ vol. 168 p. 508)

Assistência Social. Requisitos. Deficiência: Para a TNU incapacidade é aquela que impossibilita o próprio sustento. Súmula 29 da TNU Para os efeitos do art. 20, 2º, da Lei n. 8.742, de 1993, incapacidade para a vida independente não é só aquela que impede as atividades mais elementares da pessoa, mas também a impossibilita de prover ao próprio sustento.

Assistência Social. Requisitos. Deficiência: Súmula 30 da AGU A incapacidade para prover a própria subsistência por meio do trabalho é suficiente para a caracterização da incapacidade para a vida independente, conforme estabelecido no art. 203, V, da Constituição Federal, e art. 20, II, da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993

Assistência Social. Requisitos. Deficiência: Incapacidade deve ser permanente para a concessão do benefício? Súmula 48 da TNU A incapacidade não precisa ser permanente para fins de concessão do benefício assistencial de prestação continuada.

Assistência Social. Requisitos. Incapacidade: Para o STJ: PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL À PESSOA DEFICIENTE. A LOAS, EM SUA REDAÇÃO ORIGINAL, NÃO FAZIA DISTINÇÃO QUANTO À NATUREZA DA INCAPACIDADE, SE PERMANENTE OU TEMPORÁRIA, TOTAL OU PARCIAL. ASSIM NÃO É POSSÍVEL AO INTÉRPRETE ACRESCER REQUISITOS NÃO PREVISTOS EM LEI PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. ACÓRDÃO QUE MERECE REPAROS. RECURSO ESPECIAL DO SEGURADO PROVIDO PARA RESTABELECER O BENEFÍCIO CONCEDIDO NA SENTENÇA. 1. A Constituição Federal/1988 prevê em seu art. 203, caput e inciso V a garantia de um salário mínimo de benefício mensal, independente de contribuição à Seguridade Social, à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. 2. Regulamentando o comando constitucional, a Lei 8.742/1993, em seu art. 20, 2o., em sua redação original dispunha que a pessoa portadora de deficiência é aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho.

Assistência Social. Requisitos. Incapacidade: 3. Em sua redação atual, dada pela Lei 13.146/2015, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 4. Verifica-se que em nenhuma de suas edições a lei previa a necessidade de capacidade absoluta, como fixou o acórdão recorrido, que negou a concessão do benefício ao fundamento de que o autor deveria apresentar incapacidade total, de sorte que não permita ao requerente do benefício o desempenho de qualquer atividade da vida diária e para o exercício de atividade laborativa (fls. 155). 5. Não cabe ao intérprete a imposição de requisitos mais rígidos do que aqueles previstos na legislação para a concessão do benefício. 6. Recurso Especial do Segurado provido para restaurar a sentença que reconheceu que a patologia diagnosticada incapacita o autor para a vida independente e para o trabalho. (REsp 1404019/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 27/06/2017, DJe 03/08/2017)

Assistência Social. Requisitos. Deficiência: Particularidades da perícia: A perícia sócio-econômica do Requerente pode ser substituída por laudo técnico de assistente social, auto de constatação de oficial de justiça ou oitiva de testemunha. Enunciado nº. 50 FOANJEF Sem prejuízo de outros meios, a comprovação da condição sócioeconômica do autor pode ser feita por laudo técnico confeccionado por assistente social, por auto de constatação lavrado por oficial de justiça ou através de oitiva de testemunha.

Assistência Social. Requisitos. Deficiência: Particularidades da perícia: Súmula 79 da TNU. Nas ações em que se postula benefício assistencial, é necessária a comprovação das condições socioeconômicas do autor por laudo de assistente social, por auto de constatação lavrado por oficial de justiça ou, sendo inviabilizados os referidos meios, por prova testemunhal.

Assistência Social. Requisitos. Deficiência: Particularidades da perícia: Súmula 80 da TNU: Nos pedidos de benefício de prestação continuada (LOAS), tendo em vista o advento da Lei 12.470/11, para adequada valoração dos fatores ambientais, sociais, econômicos e pessoais que impactam na participação da pessoa com deficiência na sociedade, é necessária a realização de avaliação social por assistente social ou outras providências aptas a revelar a efetiva condição vivida no meio social pelo requerente.

Assistência Social. Requisitos. Deficiência: O portador de visão monocular tem direito ao BPC? Segundo o STJ, o portador de visão monocular equipara-se ao deficiente, veja: Súmula 377 do STJ O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos deficientes

Assistência Social. Requisitos. Deficiência: O portador de visão monocular tem direito ao BPC? Corrobora com a súmula do STJ a súmula 45 da AGU: Os benefícios inerentes à Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência devem ser estendidos ao portador de visão monocular, que possui direito de concorrer, em concurso público, à vaga reservada aos deficientes Conjugando as duas súmulas, o portador de visão monocular tem direito ao BPC, na condição de deficiente.

Assistência Social. BPC: O beneficiário do LOAS pode contribuir como facultativo para o INSS, com objetivo de preencher a carência para uma eventual aposentadoria por idade?

Assistência Social. BPC: Portaria Conjunta MDS n.º 1, de 3 de janeiro de 2017: Art. 26. A contribuição do beneficiário como segurado facultativo da Previdência Social não acarretará a suspensão do pagamento do BPC.

Assistência Social. O BPC pode ser pago para mais de um membro da mesma família? O valor recebido pelos membros, entrariam no cálculo da renda per capita familiar?

Assistência Social. BPC: Cálculo da renda per capita PET 7203 Exclusão do cálculo a renda de qualquer benefício no valor do salário mínimo, independente se tem origem previdenciária ou assistencial. No mesmo sentido: Repetitivo 1.355.052

Assistência Social INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 2, DE 9 DE JULHO DE 2014 DA AGU Art. 1º Fica autorizada a desistência e a não interposição de recursos das decisões judiciais que, conferindo interpretação extensiva ao parágrafo único do art. 34 da Lei nº 10.741/2003, determinem a concessão do benefício previsto no art. 20 da Lei nº 8.742/93, nos seguintes casos: I) quando requerido por idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais, não for considerado na aferição da renda per capita prevista no artigo 20, 3º, da Lei n. 8.742/93: a) o benefício assistencial, no valor de um salário mínimo, recebido por outro idoso com 65 anos ou mais, que faça parte do mesmo núcleo familiar; b) o benefício assistencial, no valor de um salário mínimo, recebido por pessoa com deficiência, que faça parte do mesmo núcleo familiar; c) o benefício previdenciário consistente em aposentadoria ou pensão por morte instituída por idoso, no valor de um salário mínimo, recebido por outro idoso com 65 anos ou mais, que faça parte do mesmo núcleo familiar.

Assistência Social. O BPC por ser benefício da assistência social, pode ser pago ao estrangeiro?

Assistência Social. Estrangeiro. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 587.970 SÃO PAULO ASSISTÊNCIA SOCIAL ESTRANGEIROS RESIDENTES NO PAÍS ARTIGO 203, INCISO V, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ALCANCE. A assistência social prevista no artigo 203, inciso V, da Constituição Federal beneficia brasileiros natos, naturalizados e estrangeiros residentes no País, atendidos os requisitos constitucionais e legais.

Assistência Social. Particularidades. A falta de comprovante de endereço não é óbice para o protocolo do requerimento do benefício, uma vez que o beneficiário pode substituir o comprovante de endereço mediante uma declaração, conforme consta do anexo VII da portaria conjunta MDS/MPS/INSS Nº 2, de 19 de setembro de 2014.

Assistência Social. Particularidades.

Assistência Social. Além do benefício de um salário mínimo, a Assistência Social prevê outros benefícios, como exemplo o auxílio funeral, bolsa família são benefícios da Assistência Social. Preenchendo os requisitos da Lei, o assistido terá direito a todos os benefícios e serviços oferecidos pela Assistência Social.

Bibliografia