Ofício nº 0953/2015_CNM/BSB Brasília, 22 de outubro de 2015. Excelentíssima Senhora Presidenta da República,



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Transcrição:

Ofício nº 0953/2015_CNM/BSB Brasília, 22 de outubro de 2015. A Sua Excelência a Senhora Dilma Vana Rousseff Presidente da República Palácio do Planalto Brasília/DF Assunto: Pleitos do Movimento Municipalista. Excelentíssima Senhora Presidenta da República, 1. Ao momento em que reconhecemos sua atuação em busca de ações e caminhos para superar as dificuldades de nosso País, lembramos a dramática situação enfrentada pelo Ente que não tem medido esforços para manter os serviços essenciais de nossos cidadãos: o Município. Manifestações com verdadeiros pedidos de socorro estão ecoando por todo o Brasil. Os nossos gestores municipais já esgotaram, há muito tempo, a capacidade de, com o pouco que arrecadam suas administrações, manter a saúde, a educação e as obras que a comunidade exige, dentro de parâmetros apenas razoáveis. 2. Nos últimos 60 dias, em mais de 3 mil Municípios, foram registradas manifestações, que receberam o apoio da sociedade, a qual reconheceu e foi às ruas para oferecer apoio ao Movimento Municipalista. A XVIII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, promovida pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) e as entidades estaduais, transformou-se em grito de alerta para o governo federal e o Congresso Nacional, clamando por reconhecimento da crise que se prolonga há pelo menos 5 anos, sugerindo e apelando por soluções. O evento foi o maior realizado até hoje e contou com a participação de 8 mil gestores de todo o País. 3. Neste evento, prefeitos e prefeitas, vereadores e demais agentes políticos defenderam medidas urgentes capazes de superar os desafios que podem comprometer, inclusive, alguns avanços sociais. O atual cenário motiva sentimentos de desesperança, angústia e até frustação em nossas comunidades. O fato é que o governo federal tem mecanismos para ajustes; enquanto os Municípios já fizeram o que estavam a seu alcance. A partir deste breve relato, apresentamos o que defendemos como medidas e ações necessárias para resolver ou minimizar a crise. Reivindicamos o apoio oficial do governo

para quatro medidas emergenciais e importantes para os Entes da Federação: União, Estados e Municípios. i. Imposto Sobre Serviços (ISS). Apoio favorável da base do governo à emenda aglutinativa aprovada pela Câmara dos Deputados que tramita no Senado Federal, sob a relatoria do senador Roberto Rocha (PSB/MA), SCD 15/2015. Estudos da CNM estimam que a aprovação da citada proposta garantiria R$ 8 bilhões a mais para os cofres municipais. Por outro lado, solicitamos o posicionamento contrário da base do governo no Senado ao projeto do Simples Nacional (PLP nº25/2007), que amplia o limite de faturamento para 14,4 milhões, impactando negativamente os cofres municipais em cerca de R$ 2,3 bilhões. ii. Piso do Magistério O piso nacional do magistério público da educação básica é reajustado anualmente, conforme o critério estabelecido na Lei 11.738/08 (art. 5 e parágrafo único). Este critério ocasionou um aumento nos últimos 5 anos de 87,9%, enquanto o Fundeb cresceu apenas 59%, sem considerar o agravante da redução do número de matrícula e o impacto do Plano de Cargos e Salários. A CNM e o Movimento Municipalista pedem a aprovação urgente do Projeto de Lei 3.776/2008 do Executivo Federal, por considerá-lo mais viável para as finanças municipais e gerar aumentos reais negociados pelo governo local e os professores. iii. Cumprimento do Acordo de 1% do FPM Do acordo firmado entre Governo, Congresso e CNM, nasceu o aumento no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de 1%, assim dividido: 0,5% concedidos em julho de 2015 e 0,5%, em julho de 2016. A primeira parcela do acordo, porém, foi de apenas 0,25%, pois foi estimada apenas sobre o primeiro semestre de 2015, a partir de interpretações da Emenda Constitucional 84/2014, promulgada pelo Congresso. Entretanto, o compromisso assumido pelo governo foi o cálculo no período de julho de

2014 a junho de 2015. Reivindicamos o pagamento da alíquota restante, por meio de Apoio Financeiro aos Municípios. iv. Atualização dos Programas Federais Além de reforçar a necessidade dos repasses em dia dos programas federais, solicitamos a correção dos valores da série de programas que o governo federal oferece aos Municípios, pelo INPC, uma vez que os valores, em maioria, não são reajustados há mais de 10 anos. v. CPMF A Proposta de Emenda Constitucional (PEC), enviada pelo Executivo sobre a CPMF, defende a sua repartição com o Estados e Municípios. Alíquota a ser sugerida é de 0,38%, assim dividido: 0,20% para União; 0,09% para Estados; 0,09% para Municípios. O recurso seria destinado a saúde e educação, vinculado ao Fundo de Participação Municipal. 5. Assim, permanecemos certos de sua sensibilidade e reconhecimento da crise dos Municípios e de que todos esses apelos serão prontamente atendidos pelo seu governo dentro da preocupação em manter os serviços públicos de qualidade para a população. Respeitosamente, Luiz Lázaro Sorvos 2º Vice-Presidente Hugo Lembeck 1º Tesoureiro Valdecir Luiz Colle 2º Tesoureiro Eduardo Gonçalves Tabosa Júnior 1º Secretário Anderson Barcia Zanon Presidente AEMERJ Marcelo Beltrão Siqueira Presidente da AMA Maria Quitéria Mendes de Jesus Presidente da UPB Expedito José do Nascimento Presidente da APRECE Dalton Perim Presidente da AMUNES Cleudes Bernandes da Costa Presidente da AGM

Divino Alexandre da Silva Presidente da FGM Antônio Júlio de Faria Presidente da AMM Neurilan Fraga Presidente da AMM José Antônio Vasconcelos da Costa Presidente da FAMUP José Coimbra Patriota Filho Presidente da AMUPE Luiz Carlos Folador Presidente da FAMURS Marcos Roberto Casquel Monti Presidente da APM João Emídio Felipe de Miranda Presidente da ATM Cristiano Beltrão FAMES Erney Cunha Bazzano Barbosa ASSOMASUL Marcos Vinicius Cunha Dias APPM Clécio Luís Vilhena Vieira Presidente da AMEAP