Política Nacional de Recursos Hídricos Lei Nº 9.433/1997 Princípios (denominados fundamentos) - Lei Nº 9433/97, Art 1º I- domínio público; II - recurso natural limitado, dotado de valor econômico; III uso prioritário em caso de escassez de água: consumo humano e dessedentação de animais; IV gestão dos RH proporcional ao uso múltiplo das águas; V - a bacia hidrográfica como unidade territorial para implementação da PNRH e atuação do SNGRH; VI - a gestão descentralizada e participativa.
Princípios - Lei Nº 9433/97, Art 1º a. Domínio público: diz-se de domínio público aqueles bens afetados ao gozo e serviço comum do povo, como estradas, canais, rios, lagos, etc. O domínio dos recursos hídricos pela União e pelos Estados não tem a conotação de propriedade inscritível no registro imobiliário, mas, significa a responsabilidade pela preservação do bem, guarda e gerenciamento, objetivando a sua perenidade e uso múltiplo, bem como do poder de editar as regras aplicáveis. DOMINIALIDADE = GESTÃO.
Domínio da União Art. 20. São bens da União III: - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais. Domínio do Estado Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União.
Princípios - Lei Nº 9433/97, Art 1º b. Recurso Natural limitado e dotado de valor econômico água é um bem limitado, e todo bem limitado é passível de sofrer escassez, e em função disso, possui valor econômico.
Princípios - Lei Nº 9433/97, Art 1º c. Usos Múltiplos da Água A disponibilidade dos recursos das águas deve ser repartida entre os múltiplos usuários com igualdade de oportunidades, mas de modo tal que o benefício social líquido seja maximizado. Ex. Uso da água para produzir alimentos ou para lavar carro.
d. Bacia Hidrográfica: Princípios - Lei Nº 9433/97, Art 1º A ideia de bacia hidrográfica está associada a noção de nascentes e divisores de água e características de cursos de água principais e secundárias denominadas afluentes; Unidade fisíco-territorial de planejamnto e gerenciamento; Novo conceito de administração espacial; Relacionada a causa e efeito a serem consideradas na gestão dos recursos hídricos.
Princípios - Lei Nº 9433/97, Art 1º e. Gestão Descentralizada e Participativa: A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação: Do Poder Público; Dos Usuários da Água; Da Sociedade Civil Organizada (Ongs, Oscip, Entidades civis).
Sistema Estadual de Recursos Hídricos CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS (CEHIDRO) Órgão Colegiado - Deliberativo Representante do Poder Público e da Sociedade Civil COMITÊS ESTADUAIS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS: Órgão Colegiado- Não deliberativo Representantes do Poder Público e Usuários da Águas da Bacia ÓRGÃO COORDENADOR GESTOR da Política Estadual de Recursos Hídricos: SEMA
Objetivos- Lei Nº 9433/97, Art 2º I- assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; II- III- a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável; a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.
Instrumentos da PNRH Art. 5º 1 Planos de recursos hídricos 2 - Enquadramento Dos Corpos De Água Em Classes, Segundo Os Usos Preponderantes Da Água 3 -Da Outorga De Direitos De Uso De Recursos Hídricos 4 - Da Cobrança Do Uso De Recursos Hídricos 5 - Do Sistema De Informações Sobre Recursos Hídricos
Instrumentos - Lei Nº 9.433/97, Art. 5º, I A. Planos de recursos hídricos Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a fundamentar e orientar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos. São planos de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o período de implantação de seus programas e projetos.
Instrumentos - Lei Nº 9.433/97, Art. 5º, I Os planos devem conter, no mínimo os seguintes conteúdos: a. diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos; b. análise de crescimento demográfico, de evolução de atividades produtivas e de modificações dos padrões de ocupação do solo; c. balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos RH, em quantidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais; d. metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis com as respectivas medidas, programas e projetos a serem implantados, para o atendimento das metas previstas; e. prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos; f. diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos; g. propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos.
Instrumentos - Lei 9433/97, Art 5º, II B. Enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água, visa a: assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas; diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes; Para tanto é necessário um diagnóstico do corpo d agua a ser enquadrado.
Instrumentos - Lei 9433/97, Art 5º, II B. Enquadramento dos corpos de água (Cont...) A Resolução CONAMA N 20/86, determinou o enquadramento dos RH em corpos de água doces, salobras, salinas, etc... Também separou em classes, para demonstrar a qualidade da água. Os rios do MT são classificados na classe II (sem problemas). Já os de SP não. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos aprovou a Resolução N 12/2000, que estabeleceu procedimentos para o enquadramento de corpos de água, seguindo os preceitos da Lei das Águas.
Instrumentos - Lei 9433/97, Art 5º, II C. Da Outorga De Direitos De Uso De Recursos Hídricos: Ato administrativo da autoridade competente com vistas a assegurar o controle quali-quantitativo dos usos da água e o efetivo direito de acesso à água (União, Estados ou DF). Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de recursos hídricos, por ex. retirada de água para consumo público ou privado (de aquífero subterrâneo ou superficial); lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, aproveitamento dos potenciais hidrelétricos e outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo de água. Independem de outorga pelo Poder Público, por ex. o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais, distribuídos no meio rural; as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes; entre outros.