TRATAMENTO DA LIPODISTROFIA EM ABDOME INFERIOR ATRAVÉS DA FONOFORESE



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Transcrição:

Marina Aparecida de Morais 001200500025 Tatiane Mori Marcassa 001200500190 TRATAMENTO DA LIPODISTROFIA EM ABDOME INFERIOR ATRAVÉS DA FONOFORESE Bragança Paulista 2008

Marina Aparecida de Morais 001200500025 Tatiane Mori Marcassa 001200500190 TRATAMENTO DA LIPODISTROFIA EM ABDOME INFERIOR ATRAVÉS DA FONOFORESE Monografia apresentada à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, sob a orientação da Prof. Ms. Katiuscia Rosette Scasni, como exigência parcial para conclusão do curso de graduação. Bragança Paulista 2008

MORAIS, Marina Aparecida; MARCASSA, Tatiane Mori. Tratamento da lipodistrofia em abdome inferior através da fonoforese. 2008. 70f. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, Bragança Paulista. Prof.ª Katiuscia Rosette Scasni USF Orientadora Temática Prof.ª Rosimeire Simprini Padula USF Orientadora Metodológica Prof.ª Maria Fernanda Fruttuoso USF Banca Examinadora

Dedicamos esse trabalho primeiramente à Deus, pois sem ele nada seria possível e não estaríamos aqui reunidas desfrutando juntas esse momento tão importante. Em especial aos nossos pais, Mário e Adélia, e, Paulo e Denise, pois nunca mediram esforços para a realização deste sonho. Marina e Tatiane

AGRADECIMENTOS À Professora Ms Katiuscia Rosette Scasni, pela orientação, ajuda e disponibilidade na elaboração deste trabalho de conclusão de curso, e todo seu carinho nos momentos difíceis encontrados ao longo deste ano. Às voluntárias desta pesquisa, pela atenção, colaboração e disponibilidade para a pesquisa. À Professora Dra. Maria Fernanda Frutuoso, pela atenção, pela disponibilidade do laboratório de Nutrição e pelos materiais cedidos gentilmente. Ao Professor Ms Fabiano Peres Pinheiro pela grandiosas orientações e pelos materiais cedidos. Ao Professor Ms. Cláudio Fusaro, pela colaboração e materiais cedidos. À Professora Dra. Rosimeire Simprini Padula pelas valiosas orientações ao longo de toda pesquisa. À todos aqueles que, direta ou indiretamente, colaboraram para que esse trabalho atingisse seus objetivos, muito obrigado.

Foi o tempo que perdeste com a tua rosa, que fez a tua rosa tão importante. Antoine Saint Exupèry

MARCASSA, Tatiane Mori; MORAIS, Marina Aparecida de. Tratamento da lipodistrofia em abdome inferior através da fonoforese. 2008. 50f. Monografia (Graduação em Fisioterapia) Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, Bragança Paulista, 2008. RESUMO Introdução: A Lipodistrofia é considerada uma alteração do tecido adiposo que retém líquido e toxinas provenientes do metabolismo, promovendo uma alteração circulatória do local atingido, podendo ocorrer em diversas regiões do corpo, acometendo principalmente as mulheres. Objetivo: O trabalho teve como objetivo verificar o efeito da fonoforese com cafeína Amigel à 5% no tratamento da lipodistrofia em abdome inferior. Método: A pesquisa consistiu em um estudo descritivo, onde foram estudadas três mulheres, com idade entre 20 e 25 anos que apresentavam visualmente lipodistrofia em abdome inferior. As voluntárias foram submetidas a fonoforese com cafeína à 5%, sendo utilizado o ultrassom com freqüência de 3MHz, no modo contínuo, com dose terapêutica de 0,8 W/cm², aplicado em região abdominal inferior durante o tempo de 20 minutos. O tratamento consistiu em 12 sessões realizadas duas vezes por semana em dias alternados. As avaliações ocorreram em quatro etapas, sendo a primeira na pré intervenção, a segunda após a décima segunda sessão, a terceira após 30 dias do término do tratamento e a quarta após 60 dias do término do tratamento. Resultados: As voluntárias apresentaram discreta redução das variáveis analisadas durante o tratamento, e, nas duas últimas avaliações, realizadas pós tratamento, essa redução não foi observada. Conclusão: Foi observado que o uso da fonoforese associada a cafeína apresentou melhora da lipodistrofia durante o tratamento, mas não se mantendo a longo prazo. Palavras- chave: LIPODISTROFIA, CAFEÍNA, ULTRASSOM, FONOFORESE

ABSTRACT Introduction: The Lipodystrophy is considered an amendment of adipose tissue that holds fluid and toxins from the metabolism, promoting an amendment circulatory reached the site and can occur in different parts of the body, affecting mainly women. Objective: This study aimed to evaluate the effect of caffeine fonoforese with Amigel to 5% in the treatment of lipodystrophy in the lower abdomen. Method: The study consisted of a descriptive study, where three women were studied, aged 20 to 25 years who presented visually lipodystrophy in lower abdomen. The volunteers were subjected to fonoforese with caffeine to 5% and is used with the ultrasound frequency of 3MHz, in a continuous, therapeutic dose of 0.8 W / cm ², applied in the lower abdominal region during the time of 20 minutes. The treatment consisted of 12 sessions held twice a week on alternate days. The evaluations occurred in four stages, the first being in pre intervention, the second after the twelfth session, the third after 30 days of the end of treatment and fourth after 60 days of the end of treatment. Results: The volunteers showed a slight reduction of the variables analyzed during treatment, in the last two evaluations, carried out after treatment, this reduction was not observed. Conclusion: It was observed that the use of fonoforese associated with caffeine showed improvement in lipodystrophy during treatment, but not keeping the long term. Key words: lipodystrophy, caffeine, ultrasound, fonoforese

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...14 2. OBJETIVOS...21 2.1. Objetivos Gerais...21 2.2. Objetivos Específicos...21 3. SUJEITOS E MÉTODOS...22 3.1. Sujeitos...22 3.2. Métodos...22 3.3. Materiais...26 4. ANÁLISE DE DADOS...27 5. RESULTADOS...28 6. DISCUSSÃO...46 7. CONCLUSÃO...50 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...51 ANEXOS...54

LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1.Relação do peso das voluntárias obtidas nas sessões de tratamento...28 GRÁFICO 2.Valores de perimetria no pré e pós tratamento da voluntária 1...29 GRÁFICO 3.Valores de perimetria no pré e pós tratamento da voluntária 2...30 GRÁFICO 4.Valores de perimetria no pré e pós tratamento da voluntária 3...31 GRÁFICO 5.Medidas relacionadas com a prega abdominal Direita da voluntária 1...32 GRÁFICO 6.Medidas relacionadas com a prega abdominal Direita da voluntária 2...33 GRÁFICO 7.Medidas relacionadas com a prega abdominal Direita da voluntária 3...34 GRÁFICO 8.Medidas relacionadas com a prega abdominal Esquerda da voluntária 1...35 GRÁFICO 9.Medidas relacionadas com a prega abdominal Esquerda da voluntária 2...36 GRÁFICO 10.Medidas relacionadas com a prega abdominal Esquerda da voluntária 3...37

GRÁFICO 11.Medidas relacionadas com a prega supra-ilíaca Direita da voluntária 1...38 GRÁFICO 12.Medidas relacionadas com a prega supra-ilíaca Direita da voluntária 2...39 GRÁFICO 13.Medidas relacionadas com a prega supra-ilíaca Direita da voluntária 3...40 GRÁFICO 14.Medidas relacionadas com a prega supra-ilíaca Esquerda da voluntária 1...41 GRÁFICO 15.Medidas relacionadas com a prega supra-ilíaca Esquerda da voluntária 2...42 GRÁFICO 16.Medidas relacionadas com a prega supra-ilíaca Esquerda da voluntária 3...43

LISTA DE TABELAS TABELA 1. Questionário de freqüência alimentar das voluntárias durante a pesquisa...44

LISTA DE FIGURAS FIGURA 1. Perimetria...24 FIGURA 2.Balança antropométrica...24 FIGURA 3.Prega cutânea supra-ilíaca...25 FIGURA 4.Prega cutânea abdominal...25 FIGURA 5.Adipômetro Lange...26

1. INTRODUÇÃO A estética do contorno corporal tem sido de grande importância nos dias atuais. A busca pelo corpo ideal e esteticamente belo tem feito parte da vida de muitos homens e mulheres nos últimos tempos, gerando diversos sacrifícios, tais como: exercícios exaustivos, dietas vigorosas, terapias alternativas e tratamentos estéticos. O público feminino, na busca pelo belo, tem recorrido a métodos e técnicas com uma expectativa cada vez maior de resultados. Isto motivou uma verdadeira revolução na indústria de cosméticos e aparelhos de estética, assim como na pesquisa de introdução de novos conceitos que, quando interpretados e aplicados convenientemente, proporcionam resultados que certamente virão ao encontro dos anseios dos pacientes e profissionais (CASTRO, 1997; ROSSI, 2001). Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Estética (2007) a preocupação com a auto-imagem e a estética não são privilégios do ser humano, já que a necessidade de dispor de um padrão estético é condição de sobrevivência que vem se incorporando ao seu comportamento de forma cada vez mais acentuada através dos tempos. O sentimento de pertencer ao grupo social, possuindo traços e contornos corporais condizentes com os padrões existentes, tão necessários para o equilíbrio psíquico do indivíduo, faz da imagem corporal um elemento fundamental para a caracterização da saúde plena dos indivíduos. No Brasil um dos problemas mais encontrados hoje em dia é a lipodistrofia que pode ser considerada uma alteração do tecido adiposo que retém líquido e toxinas provenientes do metabolismo, promovendo uma alteração circulatória do local atingido, e pode ocorrer em diversas regiões do corpo como quadril, pernas, costas e o mais comum sendo o aumento de gordura no abdome. Este tecido encontra-se imediatamente abaixo da derme onde fica uma camada de tecido adiposo que contém células de gordura. Na mulher, a localização pode ser influenciada por seu biotipo, classificada como ginóide, acúmulo em metade

inferior do corpo, ou andróide, metade superior (CIPORKIN e PASCHOAL, 1992; STARKEY, 2001). Quanto aos aspectos preventivos sabe-se que uma alimentação adequada, práticas de atividades físicas regulares e cuidados com uso de roupas muito apertadas que possam prejudicar a circulação. Mas também existem outros tipos de tratamento como remédios, cirurgias, técnicas manuais como massagens e aparelhos terapêuticos como o ultrassom (STARKEY, 2001). Para análise das medidas antropométricas como preditoras da adiposidade pode-se citar: massa corporal, estatura, dobras cutâneas e circunferências (FRAINE et al., 2007). As variações de valores de medidas antropométricas entre populações do mesmo sexo e faixa etária, em diferentes estudos, podem estar relacionadas às características genéticas e étnicas, bem como às condições sócio-econômicas e de estilo de vida da população estudada. Para garantir a precisão dessas medidas é indispensável o treinamento da equipe de coleta de dados e a determinação de índices que possam averiguar a confiabilidade das medidas antropométricas realizadas pelos avaliadores (FRAINER et al., 2007). A confiabilidade de uma medida antropométrica pode ser determinada através do coeficiente de confiabilidade (R), que indica o grau no qual a variabilidade é devida a fatores alheios à variância da mensuração ou a variação fisiológica. Quanto menor a variabilidade entre medidas repetidas de um mesmo sujeito (diferenças intra-avaliador) ou de dois ou mais observadores (diferenças interavaliador), maior é a precisão. Outra medida recomendada para o controle de qualidade é o erro técnico de medição (ETM), que é um índice de imprecisão, determinado pelo desvio padrão entre medidas repetidas. O uso dessas duas estimativas de erro (R e ETM) fornece a informação necessária para determinar o grau de precisão de uma série de mensurações (FRAINER et al., 2007). O ultrassom é uma modalidade que através de ondas eletromagnéticas é capaz de produzir alterações nos tecidos, por mecanismos térmicos e atérmicos. Ele tem sido empregado em virtude de seus efeitos de aquecimento profundo, obtendo efeitos biofisiológicos, como o aumento da taxa de metabolismo no tecido, aumento da extensibilidade do colágeno, aumento do fluxo sanguíneo,

aumento da cicatrização, diminuição da sensibilidade de elementos neurais, alívio de dor e espasmos musculares. O elevado conteúdo de água presente no tecido adiposo torna-o um meio ideal para a passagem do ultra-som. Porém a eficácia dos agentes térmicos fica reduzida quando o objetivo é atingir fáscias e músculos localizados abaixo de grossas camadas de tecido adiposo. Dependendo do parâmetro utilizado, os efeitos do ultrassom podem incluir o aumento da velocidade de reparo do tecido e da cura das lesões, aumento do fluxo sanguíneo, aumento da distensibilidade do tecido, dissolução de depósitos de cálcio, redução de espasmo e da dor e para liberar medicamentos em tecidos subcutâneos (KITCHEN, 2003; STARKEY, 2001). O efeito mecânico do ultrassom é chamado de micromassagem celular, sendo responsável por quase todos os efeitos da terapia, e para isso ele pode ser usado tanto no modo contínuo quanto no modo pulsado tendo influência favorável ou não de acordo com a intensidade. Os tecidos se movimentam aumentando assim a circulação de fluídos intra e extracelulares, facilitando a retirada de catabólitos e a oferta de nutrientes, a microcorrente acústica aumenta a permeabilidade, podendo alterar a taxa de difusão dos íons, causando assim alterações terapêuticas como o aumento na secreção pelos mastócitos, aumento da captação de cálcio e maior produção de fator de crescimento pelos macrófagos, o aumento da permeabilidade da membrana que é a base para fonoforese (BORGES, 2006). O ultrassom é capaz de proporcionar alteração no potencial de membrana e aceleração dos processos osmóticos, o efeito térmico que é causado pela absorção de suas ondas ultrassônicas, é capaz de aumentar o fluxo sanguíneo, a permeabilidade de membrana e a extensibilidade dos tecidos ricos em fibras colágenas, a vasodilatação que tem a função de manter a temperatura corporal dentro de limites fisiológicos e liberação de substâncias capazes de provocar aumento do fluxo sanguíneo, conseqüentemente vai ocorrer o aumento do metabolismo que está relacionado com o aumento da temperatura e da permeabilidade, a ação tixotrópica que é a propriedade de amolecer as estruturas com maior consistência física e permitir o aumento da elasticidade tecidual, a

liberação de substâncias ativas farmacológicas como a de histamina, o efeito sobre os nervos periféricos, estimulação da angiogênese, aumento das propriedades viscoelásticas dos tecidos conjuntivos ricos em colágeno, e o aumento das atividades dos fibroblastos, da síntese de colágeno e proteína, e elevação dos níveis intracelulares de cálcio (BORGES, 2006). Alguns outros exemplos de efeitos terapêuticos são regeneração tissular e reparação de tecidos moles que é caracterizada pela cicatrização pós-cirurgia plástica, e é dividida em três fases: antiinflamatória que é onde ocorrem mudanças fisiológicas que irão ajudar na cicatrização. Esta fase ocorre nas primeiras doze horas após a lesão (BORGES, 2006). A fase proliferativa ocorre cerca de três dias após a lesão, havendo grande proliferação de fibroblastos e células endoteliais, que irão promover uma angiogênese. E a remodelagem que trata-se da formação de um novo tecido podendo levar meses para acontecer (BORGES, 2006). Outros efeitos que também valem a pena lembrar são antiinflamatório, analgésico, fibrinolítico que é usado para dissolver massas solidificadas desenvolvidas por um longo tempo ou processos de calcificação óssea, antiedematoso onde o calor gerado na terapia parece liquefazer como gel os restos celulares, reflexo que é um tratamento segmentar onde se estimula uma região distante da região a ser tratada e o relaxamento muscular (BORGES, 2006; FUIRINI e LONGO, 1996; GUIRRO e GUIRRO, 2002; MACHADO, 1991; STARKEY, 2001). O ultrassom tem as seguintes indicações: processos fibróticos e processos calcificados, transtornos circulatórios, tecidos em cicatrização, espasmos musculares, neuromas, pontos gatilhos, condições inflamatórias agudas e crônicas, pós-lipoaspiração, celulite, pós-subcisão e tratamento de gordura localizada, sendo esta indicação avaliada neste estudo (FUIRINI e LONGO,1996; GUIRRO e GUIRRO, 2002; MACHADO, 1991; STARKEY, 2001). O ultrassom possui também uma lista de contra-indicações e precauções como: áreas com hipoestesia, área com insuficiência vascular, aplicação ao nível dos olhos, útero gravídico, área cardíaca, tumores malignos, testículos, varizes

trombosadas, inflamação séptica, osteoporose, afecções localizadas em tecidos ósseos, implante metálico, epífises férteis, endopróteses, diabetes mellitus, seqüela pós-traumática aguda, diretamente sobre o marca-passo e em feridas abertas. (FUIRINI e LONGO, 1996; GUIRRO e GUIRRO, 2002; LOW e REED, 2001; STARKEY, 2001; YOUNG, 1998). As técnicas de aplicação ultrassônicas podem ser das seguintes formas: a primeira delas e o contato direto que é uma técnica usada sem propriedades medicamentosas e/ou cosméticas. Normalmente é a mais utilizada por ser de fácil aplicação, indicada para regiões planas para que tenha um perfeito contato de toda a superfície do cabeçote com a pele, também existe o método subaquático aonde se utiliza água como meio de transmissão. Indicada para regiões de superfície irregular, onde não se tem um perfeito contato do cabeçote com a pele ou quando o paciente refere sentir dor à pressão do cabeçote (BORGES, 2006). Outro método utilizado é a da bolsa de água, consistindo na utilização de uma bolsa de plástico ou de borracha cheia de água desgaseificada e sem bolhas de ar coberto de gel acoplador, que deve ser colocada sobre a região a ser tratada. Deve-se utilizar substância de acoplamento entre a pele e a bolsa e entre a bolsa e o transdutor para então deslizar o cabeçote do ultrassom sobre a bolsa. Encontramos entre as técnicas o método do reflexo segmentar: técnica pouco utilizada, trata-se do uso do ultra-som para estimular áreas que não possam ser estimuladas diretamente (BORGES, 2006). E por fim a técnica da fonoforese, termo que descreve a habilidade do ultrassom em incrementar a penetração de agentes farmacológicos ativos através da pele. Trata-se de uma eficiente alternativa de transporte de substâncias, ou seja, consiste em um método direto que utiliza substâncias cosmecêuticas em forma de gel como meio de acoplamento mediante a energia ultrassônica. Esses efeitos permitem que o ativo se difunda através da pele e penetre mais profundamente nos tecidos. É a técnica mais usada na fisioterapia dermatofuncional, e possui algumas vantagens como: ausências de possíveis efeitos colaterais decorrentes de ações sistêmicas, a somatória de efeitos do ultrassom associados aos da substância terapêutica introduzida (BORGES, 2006,

GUIRRO e GUIRRO, 2002; LOW e REED, 2001; MACHADO, 1991; STARKEY, 2001). A aplicação da fonoforese pode ser de três formas: a primeira utiliza o próprio produto terapêutico como meio acoplante durante toda a sessão, a segunda o produto cosmecêutico é massageado na pele até sua absorção total e depois aplica-se gel comum para a utilização do ultrassom, e a terceira consiste na aplicação normal do ultra-som com o gel comum, em seguida limpa-se a região com papel e massageia-se a região com o gel terapêutico (BORGES, 2006; STARKEY, 2001). Segundo BORGES (1996), os princípios ativos usados no tratamento de lipodistrofia podem atuar promovendo aumento da circulação e ativando a permeabilidade da pele. Dentre esses ativos encontra-se as algas e ativos naturais, sendo os ativos mais utilizados com ação no tecido conjuntivo, destacam-se o silício, Centella asiática e as metilxantinas (teobromina, teofilina, aminofilina, cafeína, etc.), que tem ação na microcirculação de modificar favoravelmente a permeabilidade capilar venosa e linfática (GUIRRO e GUIRRO, 2002). A hidrólise de gorduras no nosso organismo é realizada efetivamente pela enzima monofosfato cíclico de adenosina (AMPc), substância liberada na célula adipócita por ação efetiva da mitocôndria. Logo, o acúmulo de gorduras nas células está diretamente relacionado a quantidade insuficiente de AMPc que está sendo produzida para a queima dessas gorduras acumuladas. Assim, os procedimentos para tratamentos da gordura localizada podem ser orientados no sentido de aumentar a produção desta enzima, para que ocorra maior combustão das gorduras acumuladas em excesso (BORGES, 1996). No presente estudo foi escolhido para a aplicação da fonoforese com gel hidroalcoólico a 5% com o princípio ativo da cafeína, um derivado das metilxantinas, que é largamente utilizada como um potencializador da resposta lipolítica, pois inibe a fosfodiesterase, que degrada o AMP cíclico além de antagonizar farmacologicamente os receptores de adenosinas (GUIRRO e GUIRRO, 2002; SATTIN e RALL, 1970; SHUM et al., 1997).

O receptor de adenosina A1 é responsável por inibir a lipólise e a cafeína e seus metabólitos, teofilina e teobromina, são responsáveis por inibir a ação neste receptor 13. A cafeína também exerce um papel importante no sistema de neurotransmissão/neuromodulação do sistema nervoso central, inibindo a ação da adenosina. Receptores pré-sinápticos de adenosina A1 em ativação abrem os canais de sódio e potássio, diminuindo a liberação de neurotransmissores voltagem-dependentes. Assim, a cafeína com sua ação bloqueadora dos receptores de adenosina pode aumentar liberação de neurotransmissores e aumenta a excitabilidade neuronal (OLAH e STILES, 1995). Por representar um problema de grande parte da sociedade, a lipodistrofia, que atinge especificamente as mulheres que na maioria das vezes se encontram insatisfeitas com seu corpo, isso pode ser notado não somente do ponto de vista estético, mas também do ponto de vista da qualidade de vida, como por exemplo: a baixa da auto-estima, diminuição da produtividade, por isso verifica-se a necessidade de estudos nessa área. E, também justifica-se este estudo pela importância de novas pesquisas quanto ao uso do ultrassom terapêutico no tratamento da lipodistrofia, pois, há escassez de estudos nessa linha de pesquisa.

2. OBJETIVO 2.1. GERAL: Avaliar o efeito da fonoforese com cafeína em Amigel à 5% no tratamento da lipodistrofia em abdome inferior. 2.2. ESPECÍFICOS: Avaliar alteração de peso em abdome inferior antes e depois de cada sessão; Avaliar variação de perimetria em abdome inferior antes e depois de cada sessão; Avaliar e prega cutânea abdominal e supra ilíaca antes e depois de cada sessão; Verificar a manutenção, agravamento ou melhora dos resultados obtidos após 2 meses do término da intervenção; Analisar o grau de satisfação com relação à resposta ao tratamento.

3. SUJEITOS E MÉTODOS 3.1. Sujeitos Primeiramente esta pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética, consistindo em um estudo de casos descritivos, onde foram estudadas três mulheres com idades entre 20 e 25 anos, nuligestas, caucasianas e alunas do curso de fisioterapia, que apresentavam visualmente lipodistrofia em abdome inferior. Não foram incluídas mulheres que fizeram tratamento fisioterapêutico prévio para lipodistrofia, ou que realizaram lipoaspiração ou qualquer outra técnica cirúrgica para melhorar a lipodistrofia. Também foram excluídas mulheres que faziam uso ou com histórico de uso prolongado de corticóides. O uso de contraceptivos orais não foi considerado critério de exclusão, porém, foi solicitado às voluntárias manter o uso durante a coleta de dados não mudando o seu medicamento. As voluntárias só se tornaram sujeitos de pesquisa após lerem e concordarem com o termo de consentimento livre e esclarecido. Essas voluntárias foram orientadas à informar as pesquisadoras caso ocorresse alguma variação ou interferência externa á pesquisa, tais como ansiedade, doença, medicação para que sejam descritas e acompanhadas e não descontinuadas do estudo. 3.2. Métodos Ao início da sessão o local a ser tratado foi higienizado com álcool, para que não houvesseresíduos de outros produtos que possam interferir no resultado. Foram realizadas doze sessões de ultrassom com intensidade 0.8 w/cm2, cabeçote de 3MHz no modo contínuo em região de abdome inferior com tempo

calculado através da área a ser tratada/era (área efetiva de reação do ultrassom), representada pela escolha do cabeçote. Essas voluntárias então passaram por uma avaliação inicial e três reavaliações, sendo a primeira em pré-intervenção, a segunda após a décima segunda sessão, a terceira após 30 dias do término do tratamento e a quarta após 60 dias do término do tratamento. Nestas avaliações foram observados os seguintes itens: a perimetria, sendo esta realizada com uma fita métrica colocada sobre a pele e sem pressioná-la, 2 cm acima da espinha ilíaca Ântero-superior (Figura 1), segundo o Padrão Lohman (1988), realizada em todas as sessões pré e pós intervenção; o peso foi verificado em balança antropométrica (Figura 2) a cada sessão, pré e pós o tratamento e a prega cutânea em abdome inferior que foi medida em região supra-ilíaca (Figura 3) e abdominal (Figura 4) através do adipômetro Lange (Figura 5) que foi mensurado a cada sessão, antes e após o tratamento, realizado extra avaliadores. Nas reavaliações foram observados pesos, perimetria, prega cutânea abdominal e supra-ilíaca e também foram aplicados os questionários específicos de nutrição e atividade física. Na quarta reavaliação foi adicionado a aplicação do questionário específico sobre a satisfação das voluntárias. Na avaliação pré-tratamento foi verificado além de todos os itens citados acima, a altura para a verificação do IMC.

FIGURA 1- Perimetria FIGURA 2- Balança antropométrica

FIGURA 3- Prega cutânea supra-ilíaca FIGURA 4- Prega cutânea abdominal

FIGURA 5- Adipômetro Lange 3.3. Materiais Para a intervenção foi utilizado ultrassom terapêutico da marca KLD, com dois cabeçotes de 1 e 3 MHz, com cristal piezoelétrico de quartzo e cafeína com concentração de 5% em gel de Amigel, tendo como função ser o agente lipolítico para o tratamento da lipodistrofia. Para a avaliação foi utilizada a fita métrica para verificar a perimetria da região abdominal, a balança para o controle do peso da paciente, o adipômetro para a medição da prega adiposa, e questionários sobre a freqüência alimentar (Anexo II) e atividade física (Anexo III), e outro para sabermos a satisfação do paciente em relação ao tratamento (Anexo IV). As voluntárias assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. (Anexo V).

4. ANÁLISES DE DADOS Os dados coletados foram anotados em fichas específicas (Anexo I) descritas nos métodos, posteriormente transcritos para um programa de bases de dados. As apresentações dos resultados foram analisados por meio de tabelas e gráficos.

5. RESULTADOS No estudo sobre o efeito da cafeína por meio da fonoforese em abdome inferior foram obtidos os seguintes resultados que serão a seguir descritos detalhadamente. O Gráfico 1 demonstra os resultados obtidos em relação ao peso das três voluntárias durante as sessões de tratamento. Peso (kg) 90 88 86 84 82 80 78 76 74 72 70 68 66 64 62 60 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessões Voluntaria 1 Voluntaria 2 Voluntaria 3 Gráfico 1. Relação do peso das voluntárias obtidas nas sessões de tratamento. Com relação a variável peso, entre as voluntárias observou-se a manutenção do mesmo durante as três primeiras sessões. Na análise dos resultados entre a 4 ª e a 10 ª sessão foi verificado um comportamento similar entre as três voluntárias com pouca variação de peso (Gráfico 1). Observa-se que as voluntárias 2 e 3 apresentaram aumento de peso corporal nas reavaliações, após 30 e 60 dias do término da terapia com a cafeína, representados pelos números 13 e 14 respectivamente (Gráfico 1).

O Gráfico 2 relaciona a perimetria pré e pós tratamento para a voluntária 1. Medida (cm) 110 108 106 104 102 100 98 96 94 92 90 88 86 84 82 80 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessões Pré tratamento Pós tratamento Gráfico 2. Valores de perimetria no pré e pós tratamento da voluntária 1 A voluntária 1 obteve uma diminuição da perimetria em todas as sessões com excessão da 9ª e 10ª sessões, sendo observado a manutenção da mesma (Gráfico 2). E nas reavaliações de 30 e 60 dias após o termino houve uma perimetria com valor abaixo do inicial (Gráfico 2).

. O Gráfico 3 relaciona a perimetria pré e pós tratamento para as voluntária 2 Medida (cm) 110 108 106 104 102 100 98 96 94 92 90 88 86 84 82 80 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessões Pré Tratamento Pós Tratamento Gráfico 3. Valores de perimetria no pré e pós tratamento da voluntária 2 Observou-se que a voluntária 2, apresentou diminuição da perimetria em todas as sessões com excessão da 5ª e 11ª sessões onde manteve manutenção da perimetria (Gráfico 3). Nas reavaliações foi observado que a voluntária 2 mostrou um comportamento similar ao da voluntária 1, com perimetria abaixo da pré intervenção.

O Gráfico 4 relaciona a perimetria pré e pós tratamento para voluntária 3. Medida (cm) 110 108 106 104 102 100 98 96 94 92 90 88 86 84 82 80 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessões Pré Tratamento Pós Tratamento Gráfico 4. Valores de perimetria no pré e pós tratamento da voluntária 3 Foi observado manutenção desta variável em todas as sessões, com excessão da 6ª sessão em que houve uma redução da mesma (Gráfico 4). Após o término do tratamento a terceira voluntária apresentou aumento da perimetria, mostrando um comportamento controverso ao das voluntárias anteriores (Gráfico 4). Na análise da variável perimetria pré e pós tratamento com a cafeína, verificou-se que as voluntárias 1 e 2 apresentaram um comportamento similar, demonstrando redução da perimetria na maioria das sessões. Enquanto a voluntária 3 obteve a manutenção da perimetria na maioria das sessões (Gráfico 2, 3, 4).

O gráfico 5 demonstra o resultado obtido com relação à prega abdominal Direita, pré e pós tratamento da primeira voluntária. Medida (mm) 66 62 58 54 50 46 42 38 34 30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessões Pré tratamento Pós tratamento Gráfico 5. Medidas relacionadas com a prega abdominal Direita da voluntária 1 A voluntária 1 apresentou manutenção da medida da prega abdominal Direita nas 2ª, 5ª, 8ª, 10ª, 11ª sessões, e nas demais apresentou redução da mesma (Gráfico 5). Após o término do tratamento com a cafeína, a primeira voluntária demonstrou aumento da medida da prega abdominal Direita (Gráfico 5). O gráfico 6 demonstra o resultado obtido com relação à prega abdominal Direita, pré e pós tratamento da voluntária 2.

Medida (mm) 66 62 58 54 50 46 42 38 34 30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessões Pré tratamento Pós tratamento Gráfico 6. Medidas relacionadas com a prega abdominal Direita da voluntária 2 Foi observado que a voluntária 2 obteve manutenção da prega abdominal Direita na 2ª,4ª, 5ª, 9ª e 10ª sessões, mantendo-se redução das medidas nas demais sessões (Gráfico 6). A voluntária 2 apresentou aumento da medida da prega abdominal Direita somente na segunda reavaliação, após 60 dias do término (Gráfico 6). O gráfico 7 demonstra o resultado obtido com relação à prega abdominal Direita, pré e pós tratamento da voluntária 3.

Medida (mm) 66 62 58 54 50 46 42 38 34 30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessões Pré tratamento Pós tratamento Gráfico 7. Medidas relacionadas com a prega abdominal Direita da voluntária 3 A voluntária 3 obteve redução da prega abdominal Direita na 2ª, 4ª, 9ª, 10ª, 11ª e 12ª sessões, mantendo-se manutenção nas demais sessões (Gráfico 7). Na segunda reavaliação a voluntária 3, apresentou a mesma medida da prega abdominal, avaliada no primeiro dia de tratamento (Gráfico 7). Verificando os resultados da variável prega cutânea abdominal Direita, notou-se que as voluntárias 1 e 2 obtiveram a maior mensuração de perda durante as sessões da terapia com cafeína, seguida da voluntária 3, que demonstrou um equilíbrio entre redução e manutenção da prega abdominal Direita durante o estudo, sendo notável a diversidade de resultados entre as voluntárias (Gráfico 5, 6, 7). O Gráfico 8 relaciona a prega abdominal Esquerda para a voluntária 1, no pré e pós tratamento.

Medida (mm) 66 62 58 54 50 46 42 38 34 30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessões Pré tratamento Pós tratamento Gráfico 8. Medidas relacionadas com a prega abdominal Esquerda da voluntária 1 A voluntária 1 obteve redução das medidas durante a maioria das sessões, com excessão da 6ª, 9ª, 10ª, 11ª em que manteve a mesma medição (Gráfico 8). Nas reavaliações foi observado que a voluntária 1 aumentou as medidas da prega abdominal Esquerda (Gráfico 8). O Gráfico 9 relaciona a prega abdominal Esquerda para a voluntária 2, no pré e pós tratamento.

Medida (mm) 66 62 58 54 50 46 42 38 34 30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessões Pré tratamento Pós tratamento Gráfico 9. Medidas relacionadas com a prega abdominal Esquerda da voluntária 2 Foi observado que a voluntária 2 apresentou apenas manutenção nas sessões 2ª, 4ª, 8ª, 9ª,10ª, e redução durante as sessões restantes (Gráfico 9). Após 60 dias do término do tratamento, a voluntária 1 apresentou aumento da medida da prega abdominal Esquerda (Gráfico 9). O Gráfico 10 relaciona a prega abdominal Esquerda para a voluntária 3, no pré e pós tratamento.

Medida (mm) 66 62 58 54 50 46 42 38 34 30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessões Pré tratamento Pós tratamento Gráfico 10. Medidas relacionadas com a prega abdominal Esquerda da voluntária 3. Observou-se manutenção na 2ª, 4ª, 6ª e 7ª sessões das medidas relacionadas a prega abdominal Esquerda, com redução da medidas nas demais sessões (Gráfico 10). Foi verificado que com relação a prega abdominal Esquerda, a voluntária 3 diminuiu suas medidas (Gráfico 10). Quando comparada a mesma prega cutânea no lado Esquerdo, notou-se variação dos resultados, pois no intervalo da 2ª e da 7 ª sessão a voluntária 1 e 3 apresentaram manutenção dessa prega cutânea, porém durante as outras sessões de terapia foi verificado uma redução da prega cutânea abdominal Esquerda entre as voluntárias. Quando comparada as medidas da prega abdominal Direita com a prega Abdominal Esquerda foi notado comportamento similar das voluntárias 1 e 2 em relação ao tratamento pré e pós, porém os mesmos resultados não foram verificados para a voluntária 3, que teve variação dos valores dessas medidas. O gráfico 11 relaciona a prega supra-ilíaca Direita da primeira voluntária.

Medida (mm) 56 52 48 44 40 36 32 28 24 20 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessões Pré tratamento Pós tratamento Gráfico 11. Medidas relacionadas com a prega supra-ilíaca Direita da voluntária 1 Foi observado que na voluntária 1 as medidas da prega supra-ilíaca obtiveram redução na maioria das sessões (Gráfico 11). Nas reavaliações, foi observado o aumento da prega supra ilíaca Direita da voluntária 1 (Gráfico 11). O gráfico 12 relaciona a prega supra-ilíaca Direita da segunda voluntária.

Medida (mm) 56 52 48 44 40 36 32 28 24 20 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessões Pré tratamento Pós tratamento Gráfico 12. Medidas relacionadas com a prega supra-ilíaca Direita da voluntária 2 Na voluntária 2 pode-se observar um comportamento similar ao da voluntária 1, apresentando redução da prega supra-ilíaca direita na maioria das sessões (Gráfico 12). Na segunda reavaliação a voluntária 2, apresentou a mesma medida da prega abdominal, avaliada no primeiro dia de tratamento (Gráfico 12). O gráfico 13 relaciona a prega supra-ilíaca Direita da terceira voluntária.

Medida (mm) 56 52 48 44 40 36 32 28 24 20 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessões Pré tratamento Pós tratamento Gráfico 13. Medidas relacionadas com a prega supra-ilíaca Direita da voluntária 3 Quando observada as medidas da voluntária 3 notou-se também que a mesma reduziu a medida da prega supra-ilíaca direita na maioria das sessões (Gráfico 13). Após o término do tratamento foi observado uma diminuição significativa das medidas da prega supra ilíaca (Gráfico 13). Com relação a variável prega supra ilíaca Direita, os resultados analisados demonstraram que as três voluntárias reduziram as medidas da mesma na maioria das sessões, verificando-se que cada voluntária apresentou três sessões de manutenção durante toda pesquisa (Gráficos 11, 12, 13). Os resultados obtidos em relação à prega supra-ilíaca Esquerda estão demonstrados no Gráfico 14.

Medida (mm) 50 46 42 38 34 30 26 22 18 14 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessões Pré tratamento Pós tratamento Gráfico 14. Medidas relacionadas com a prega supra-ilíaca Esquerda da voluntária 1. Com relação aos resultados obtidos pela voluntária 1 na medida da prega supra-ilíaca esquerda, observou-se que a mesma reduziu as medidas em oito das sessões (Gráfico 14). Na segunda reavaliação a voluntária 1, apresentou a mesma medida da prega abdominal, avaliada no primeiro dia de tratamento (Gráfico 14). O gráfico 15 demonstra os resultados obtidos em relação à prega suprailíaca Esquerda da voluntária 2.

Medida (mm) 50 46 42 38 34 30 26 22 18 14 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessões Pré tratamento Pós tratamento Gráfico 15. Medidas relacionadas com a prega supra-ilíaca Esquerda da voluntária 2. A voluntária 2 apresentou 5 sessões de manutenção das medidas, sendo que as sete sessões restantes foi observado redução das medidas da prega supra-ilíaca Esquerda (Gráfico 15). Nas reavaliações, os resultados demonstraram diminuição das medidas relacionadas com a prega supra ilíaca Esquerda (Gráfico 15). Os resultados obtidos em relação à prega supra-ilíaca Esquerda da voluntária 3, que estão demonstrados no Gráfico 16.

Medida (mm) 50 46 42 38 34 30 26 22 18 14 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessões Pré tratamento Pós tratamento Gráfico 16. Medidas relacionadas com a prega supra-ilíaca Esquerda da voluntária 3 Foi verificado que a voluntária 3 apresentou comportamento semelhante a voluntária 2 (Gráfico 16). Foi verificado que após 30 e 60 dias do término do tratamento houve um aumento das medidas (Gráfico 16). Ao comparar a prega supra ilíaca Direita e os resultados analisados obtidos com a variável prega supra ilíaca Esquerda, foi possível verificar grande semelhança nos resultados, pois ambas demonstraram redução da prega supra ilíaca (Gráficos 14, 15, 16). Em relação à alimentação observa-se em questionários específico, aplicados pré intervenção comparando com a décima segunda sessão (representado pela tabela 1 pela letra A) e na segunda reavaliação, após 60 dias do término (representado pela letra B), obtendo-se os seguintes resultados. Tabela 1.Questionário de freqüência alimentar das voluntárias durante a pesquisa Itens Avaliados Voluntária 1 Voluntária 2 Voluntária 3 A B A B A B

Grupos Alimentares Leite e Derivados (11) 3 6 2 4 2 2 Carnes e Ovos (7) 0 1 0 3 1 1 Cereais (11) 0 2 2 2 2 2 Tubérculos (4) 0 0 0 2 0 1 FLV (2) 0 1 2 0 0 0 Frutas (2) 0 1 0 2 0 0 Leguminosas (2) 0 0 0 1 0 0 Refrigerante (2) 0 2 0 1 1 1 Bebida alcoólica (2) 0 0 1 0 0 0 Suco Industrializado 0 4 1 0 0 0 (5) 0 3 1 3 0 0 Óleos e Frituras (6) 0 3 3 2 3 3 Doces (13) 0 1 0 0 1 0 Molhos (3) 0 0 1 2 0 1 Diversos (4) Ingestão Aumentada 3 24 13 23 10 11 Foram analisados os questionados onde foi verificado ao comparar a ingestão de alimentos durante o tratamento que as voluntárias controlaram a alimentação e após o término do mesmo houve aumento da ingestão de vários grupos alimentares. Quando comparada às tabelas da primeira avaliação com a décima segunda sessão e a segunda reavaliação, houve maior ingestão alimentar da voluntária 1 que aumentou o numero de itens de 3, na 12 sessão, para 24 na segunda reavaliação, seguida da voluntária 2. A avaliação da atividade física mostrou que as três voluntárias responderam não praticá-la a mais de três meses, impossibilitando o detalhamento da segunda, terceira e quarta questão, pois estavam correlacionadas a esta variável. Este

questionário foi aplicado com as voluntárias pré intervenção, décima segunda sessão e na primeira e segunda reavaliação. Ainda relacionado ao questionário sobre a atividade física, quando investigadas com relação a intensidade das atividades físicas comparando-a com pessoas de mesma idade, em seu tempo livre, as respostas estavam contempladas com intensidade entre baixas e muito baixas para a pergunta em questão, reafirmando a rara atividade física entre as voluntárias. Quando questionadas sobre a transpiração durante as atividades de lazer ou ocupação, as respostas obtidas foram que apresentam transpiração freqüentemente. Na última questão do formulário quando questionadas a pratica de esportes nas atividades de lazer, as três voluntárias responderam que o faziam raramente. Quando questionadas sobre o grau de Satisfação em relação ao tratamento, duas das voluntárias relataram Parcialmente satisfeitas e uma voluntária relatou que estava satisfeita. Quando questionadas sobre a Nota para o tratamento foi obtido a nota com média 5,5 ± 2,1. Os resultados verificaram que todas as voluntárias relataram Sim para a continuação do tratamento ou indicação do mesmo. Porém, em contradição com as respostas anteriores, as voluntárias relataram que não houve melhoria da estética física do abdome.

6. DISCUSSÃO Na pesquisa observou-se com relação aos dados relacionados à idade e atividade física que a amostra mostrou-se homogênea. Porém as voluntárias constituíram um grupo heterogêneo com relação as variáveis peso, ingesta alimentar, prega cutânea abdominal e prega supra- ilíaca. As mulheres da pesquisa apresentaram discreta variação com relação ao peso, sendo possível relacioná-lo a uma restrição alimentar, como sendo uma estratégia comportamental e cognitiva, usada para controlar o peso corporal, enquanto estavam em tratamento, porém o mesmo comportamento não foi observado após o término do mesmo. O termo restrained eating foi definido como uma tendência de restringir o consumo alimentar conscientemente, a fim de prevenir o ganho de peso ou promover sua perda (BERNARDI et al., 2005). Além disso, há uma possível correlação com a alimentação inconsciente, pois as voluntárias encontravam-se em sobrecarga emocional, pois relatavam ter compromissos relacionados ao estágio em fisioterapia, tais como serem avaliados pelos supervisores, pelas condutas realizadas nos atendimentos, trabalhos ou fichas a serem entregues. Lembrando que o comportamento alimentar envolve o apetite (sensação de fome e saciedade), os estados motivacionais e a necessidade de ingestão energética (processos fisiológicos e metabólicos), coordenados pela atividade dos sistemas nervosos periférico e central (vias neurais e receptores) (BERNARDI et al., 2005). A ingesta alimentar, em diferentes condições emocionais, parece ocorrer mais evidentemente na vigência de excesso de peso, pois os indivíduos obesos consomem mais alimentos em situação de estresse emocional, mas esse tipo de ingesta acomete principalmente o gênero feminino, que comem excessivamente como mecanismo compensatório em situações de ansiedade, depressão, tristeza, raiva (BERNARDI et al., 2005). Apesar do estresse não ter sido uma variável estudada neste trabalho, este estado foi referido pelas voluntárias informalmente durante a intervenção.

Encontra-se na literatura, que durante a fase lútea do ciclo menstrual, ocorre um aumento da concentração de estrógeno, que por sua vez produz a retenção hídrica gerando o edema, ou seja, infiltração de líquido dentro e fora das células, mantendo os níveis de LH e FSH baixos. A mulher possui grande quantidade de estrógeno circulante que estimula enzimas que produzem o acúmulo de gordura nos adipócitos, com conseqüente aumento de tamanho. (BERTRANOU, 2003; BEREK, 1998). Isto influencia diretamente as medidas antropométricas femininas das voluntárias, como a perimetria e peso. Outro tipo de interferência hormonal na variação de peso é a anticoncepção hormonal oral, através dos hormônios estrogênio e prosgestogênio, podendo ocorrer efeitos colaterais como aumento de peso corporal, bem como a retenção hídrica, que refletem na perimetria (FEBRASGO, 2001). Segundo Hatcher et al. (2001) e SPEROFF et al. (1995), dentre os efeitos colaterais do uso dos contraceptivos orais estão: ganho de peso e edema pré menstrual, aumento de apetite e ganho de peso constante, confirmando a literatura acima. No presente estudo foi observado que as voluntárias faziam o uso do mesmo, podendo então este contraceptivo oral ter influenciado na perimetria das mesmas. Os contraceptivos orais de alta dosagem de prosgestogênio têm propriedade anabolizante e, principalmente, quando a sua ingestão é prolongada por seis a doze meses. Na verdade, os prosgestogênios determinam a retenção de sódio e os estrogênios determinam o acúmulo de gordura. A retenção de água e sódio pode ser responsável por algum ganho de peso, porém, o mais provável é que a usuária esteja consumindo mais alimentos (FEBRASGO, 2001). Segundo a citação de Lima et. al. (2002) fatores fisiológicos como, alimentação, exercício físico e idade; bem como patológicos, entre eles, a obesidade, o diabetes e as dislipidemias; podem interferir na lipólise. Além disso, a heterogeneidade nos depósitos de gordura e as diferenças ligadas ao sexo e diversidade de hormônios (GH, cortisol, glucagon,) promovem uma complexidade na regulação da lipólise. Os dois aspectos mais apresentados quando relacionados a um quadro de balanço energético positivo têm sido mudanças no consumo alimentar, com

aumento do fornecimento de energia pela dieta, e redução da atividade física, configurando o que poderia ser chamado de estilo de vida ocidental contemporâneo (MENDONÇA e ANJOS, 2004). Sendo que esse estilo de vida mostrou-se semelhante ao das voluntárias da pesquisa. Apesar das voluntárias terem sido orientadas a não alterarem a ingesta alimentar, assim como a atividade física, isso não ocorreu durante o estudo, pois todas aumentaram a ingesta alimentar, aumentando assim o peso e as pregas cutâneas abdominais, após a terapia com a fonoforese, sendo que as duas principais fontes de alteração do estado nutricional no acúmulo de peso são os maus hábitos alimentares e o sedentarismo, diretamente influenciados por hábitos de vida pouco saudáveis (CARDOSO,2006; MENDONÇA e ANJOS, 2004). Acompanhando o processo de urbanização e modernização, as pessoas mudaram seus hábitos, passando a consumir dietas mais calóricas, comidas prontas ou semi-prontas, lanches rápidos, alimentos com baixa nutrição e alto teor calórico e fast foods preparados com maior quantidade de carboidratos, gorduras saturadas, insaturadas e colesterol, aliados à prática cada vez menor de atividades físicas (MENDONÇA e ANJOS, 2004). Quando questionadas em relação a prática de atividade física, foi analisado que as voluntárias mostraram-se sedentárias, sendo as mesmas orientadas para que mantivessem esse comportamento durante todo o estudo, pois segundo Rollnick (1996) e Bernardi (2005) mudanças no comportamento alimentar e na atividade física constituem processos ativos nos quais as pessoas têm de se esforçar, consciente e consideravelmente, a fim de mudar antigos hábitos. Podendo isso ter influenciado negativamente nos resultados do estudo. No presente estudo, para a avaliação pré e pós tratamento das variáveis perimetria, prega cutânea abdominal e supra ilíaca foram realizadas medidas antropométricas interavaliadores, sendo as mesmas realizadas três vezes onde a medida considerada real, foi obtida através da média, dificultando assim erro técnico de medição, citado pela International Society for Advancement in Kinanthropometry (ISAK).

Com relação ao uso do princípio ativo utilizado no estudo, a cafeína, pode se observar a escassez de embasamento em estudos científicos com o uso da mesma em lipodistrofia abdominal, pois a mesma só foi aplicada em tratamento de fibro edema gelóide, que segundo a indicação de GUIRRO e GUIRRO (2002) uso do ultra-som no tratamento do fibro edema gelóide está vinculado à sua capacidade de fonoforese, sendo verificado resultados positivos, ao qual se justifica a escolha deste cosmecêutico nesta pesquisa.

7. CONCLUSÃO Na avaliação do peso, todas as voluntárias mantiveram um comportamento similar, com pouca variação de peso durante o tratamento, mas após o mesmo foi observado o aumento de peso entre as voluntárias. Com relação a variável perimetria foi observado que duas voluntárias apresentaram redução entre pré e pós tratamento com a cafeína, enquanto uma voluntária manteve a perimetria, porém, foi observado um comportamento similar ao peso, onde as mesmas demonstraram aumento de perimetria após a o término da intervenção, sendo os mesmos resultados encontrados nas pregas cutâneas abdominais entre as voluntárias. Quando analisada a variável prega supra ilíaca Direita e Esquerda foi possível verificar grande semelhança nos resultados, pois todas demonstraram redução das medidas. De acordo com os resultados apresentados com relação a ingestão alimentar, foi observada uma restrição alimentar durante a intervenção de cafeína por meio da fonoforese, mas após o término do mesmo, observou-se que as voluntárias aumentaram a ingestão alimentar. Na variável atividade física não se obteve mudança de comportamento, sendo as voluntárias classificadas como sedentárias durante todo estudo. Os resultados apresentados com relação ao questionário de satisfação, mostraram que duas voluntárias relataram estar satisfeitas com o tratamento, as três voluntárias que continuariam o tratamento, porém, relataram não haver uma melhora estética no abdome. Neste estudo os resultados sobre o efeito da cafeína por meio da fonoforese mostraram-se discretos no tratamento da lipodistrofia em abdome inferior, porém após 30 e 60 dias do término da intervenção os resultados não se mantiveram, onde se conclui que a mesma não se mantém a longo prazo, nas condições de aplicação da técnica desenhada neste estudo.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEREK, J. S.; ADASHI E. Y.; HILLARD P. A., Novak: tratado de ginecologia, 12ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara koogan,1998. BERNARDI F., CICHELERO C., VITOLO M. R., Comportamento de restrição alimentar e obesidade, Revista de Nutrição, v.18 n.1, Campinas jan./fev. 2005. BERTRANOU, E. G. Celulitis. Disponível em http://www.hpc.org.ar/pdf/fcelulitis.pdf. Acesso em: 9 de setembro de 2008. BORGES, F. S. Modalidades Terapêuticas nas disfunções estéticas. 1ª edição, São Paulo: Phorte, 2006. CARDOSO M. A., Nutrição Humana, 1ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. CASTRO, O., Princípios e prioridades em cirurgia plástica; 1ª edição, São Paulo: Fundo editorial Byk,1997. CIPORKIN H., PASCHOAL L. H., Atualização terapêutica e fisiopatogênica da lipodistrofia ginóide (LDG) celulite. 1ª edição, São Paulo: Santos, 1992. FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS SOCIEDDAES DE GINECOLOGIA E OBSTETRICIA. Tratado de Ginecologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. FRAINER, D. E. S, ADAMI, F., VASCONCELOS, F. A. G., ASSIS, M. A. A, CALVO, M. C. M., KERPEL, R.; Padronização e confiabilidade das medidas antropométricas para pesquisa populacional, Archivos Latinoamericanos de Nutricion, Vol. 57 Nº 4, 2007.