AVALIAÇÃO DOS PETRECHOS DE PESCA RECOLHIDOS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO.



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Transcrição:

AVALIAÇÃO DOS PETRECHOS DE PESCA RECOLHIDOS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO. Casarini, L.M. 1-2 ; Campolim, M.B. 3 ; Castilho-Barros, L. 1 ; Graça-Lopes, R. 1 ; Fortuna, M.D. 3 ; Mello- Junior,J.E.A. 3 ; Scola, D.C.A. 4 1 Instituto de Pesca SAA-SP. 2 e-mail: lumicas@pesca.sp.gov.br 3 Fundação Florestal SMA-SP. 4 Associação das Operadoras de Mergulho do PEMLS. RESUMO Durante as pescarias os petrechos podem ser perdidos, abandonados ou descartados (PP- APD), contribuindo para a poluição marinha. Foram realizados estudos sobre a extensão e natureza desse problema através do recolhimento desses materiais em campanhas denominadas Dive Clean, no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos (PEMLS) e Parque Estadual Xixová-Japuí (PEXJ). Os resultados preliminares indicam que os são diversos na origem e composição. INTRODUÇÃO A questão dos petrechos de pesca perdidos, abandonados ou descartados (PP- APD) foi discutida na Assembléia Geral das Nações Unidas (AGNU), em diversas ocasiões (p.e resolução 60/30 de 2005) que assinala a falta de informações e dados sobre detritos marinhos e encoraja as organizações nacionais e internacionais em realizar estudos sobre a extensão e natureza do problema. Estima-se que 640 mil toneladas/ano de petrechos de pesca são perdidos, representando 10% do total dos petrechos usados pela pesca mundial (FAO, 2009). A pesca negativa ocorre pela atração que esses materiais exercem sobre a fauna, resultando em capturas cíclicas, seja no substrato marinho, superfície ou na coluna d água, que pode ser agravada pela longevidade de permanência dos petrechos (Kaiser et al., 1996; Stevens et al., 2000, Santos et al., 2003a, 2003b), podendo causar impacto econômico negativo sobre a própria industria pesqueira (Spengler & Costa, 2008). As Unidades de Conservação Marinhas tem papel fundamental não só na preservação das espécies, bem como na exportação de biomassa, as quais podem ser utilizadas como fonte de recursos pesqueiros. Francini-Filho & Moura (2008) observaram um efeito de transbordamento (spillover) e recrutamento de peixes no entorno das áreas de exclusão de pesca no recife de Itacolomis (Abrolhos BA). O Parque Estadual Marinho da Laje de Santos (PEMLS) foi instituído pelo Decreto Estadual N 37.537, de 1993 e o Parque Estadual Xixová-Japuí (PEXJ) pelo Decreto N 37.536/93. De acordo com Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC (Brasil, 2011), ambos os parques são classificados como áreas de proteção integral tendo como principais objetivos a preservação dos ecossistemas, a pesquisa científica e educação ambiental, a recreação e o turismo ecológico. A pesca nesses parques caracteriza crime ambiental previsto pela Lei N 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 - Lei de Crimes Ambientais (MMA, 2011).

2 A simples retirada de circulação dos PP- APD do ambiente marinho representa importante ação para minimizar os impactos, mas o entendimento da origem, finalidade, composição e a quantificação desse material, se tornam essenciais para medidas proativas que visem reduzir esse tipo de poluição ou mesmo alterar esse cenário por outros, onde os efeitos negativos dos deixam de ser significativos à fauna marinha. O objetivo deste trabalho foi caracterizar e quantificar os localizados e recolhidos no PEMLS e PEXJ. MATERIAIS E MÉTODOS O PEMLS possui área de 5.000 ha e se localiza a 20 milhas náuticas de Santos, tendo como referência visual uma formação rochosa emersa de 33 m de altitude, 550 m de comprimento por 185 m de largura na coordenada 24º19 18 S - 46 10 57 W. O PEXJ está situado em área costeira entre os municípios de São Vicente e Praia Grande, Estado de São Paulo, abrange uma área de 901 ha, sendo 301 em área marinha (SMA, 2011) (Fig 1). P. E. Xixová-Japuí P. E. M. da Laje de Santos Fonte: Fundação Florestal/SMASP Figura 1: Mapa com as delimitações dos PEMLS e PEXJ. Durante o ano de 2010 foram realizadas duas campanhas denominadas Dive Clean em áreas submersas no PEMLS e PEXJ. Esses eventos são pontuais e programados, onde parceiros e colaboradores se mobilizaram com embarcações e mergulhadores especializados para recolher os (Fig 2). No PEMLS esses materiais também foram localizados e coletados durante o mesmo período em atividades de rotina pelos monitores ambientais que acompanham as operadoras de mergulho no Parque.

INSPEÇÃO ÁREAS LOCALIZAÇÃO IDENTIFICAÇÃO NÃO RECOLHIMENTO AVALIAÇÃO & DECISÃO RECOLHIMENTO MAPEAMENTO PESQUISA & MONITORAMENTO DESTINO & RECICLAGEM PESQUISA Figura 2: Esquema das etapas do evento Dive Clean. Foram realizadas sondagens do fundo marinho do PEXJ para a prospecção dos PP- APD com o emprego do sonar de varredura lateral (side-scan) marca Starfish modelo 450F. Para a caracterização dos petrechos de pesca que originaram os se adotou a nomenclatura básica sugerida pela FAO (1990). petrechos de pesca nos pontos de coleta do PEMLS (Zar, 1996). A quantidade dos recolhidos foram relacionados com as áreas (m 2 ) dos pontos de coleta. Posteriormente esses valores foram comparados com os índices de grau de limpeza do clean-coast index (CCI) (Alkalay et al, 2007). O estado de exaustão dos materiais foi utilizado como indicador do tempo de uso ou permanência no ambiente. Na avaliação da exaustão foi considerado o desgaste relativo e a quantidade de organismos incrustantes (fouling) expresso em porcentagem do conjunto dos materiais utilizados na confecção do petrecho. O índice de diversidade de Shannon- Wiener foi aplicado para verificar a dispersão dos RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados preliminares indicam que os têm origem diversa em ambos os parques. Os itens recolhidos (Fig 3) na campanha pelos mergulhos de rotina no PEMLS são originados pela pesca amadora e profissional artesanal. A exaustão dos materiais variou de 3 a 60% (média de 32,87 ± 20,20) (Tab 1). 17,1% 17,1% 11,4% Category Anzol Cabos Chumbo Destorcedor Espinhel Espinhel de arremesso Espinhel de Fundo Isca A rtificial Linha com anzol Molinete Rede Rede emalhe fundo Snap Vara de pesca 5,7% 5,7% 20,0% Figura 3: Itens de recolhidos no PEMLS.

No PEXJ foram detectadas 76 anomalias na profundidade média de 6,0 m em área de 86000 m 2 pelas sondagens com o side-scan. Posteriormente essas anomalias foram investigadas através de mergulho profissional especializado, em campanha Dive Clean, que constatou baixa incidência (< 5) dos, com origem predominantemente da pesca artesanal. Tabela 1: O código (ID) dos pontos de coleta no PEMLS e respectivas áreas (m 2 ), profundidades médias (m). A quantidade e a fonte de origem dos pela pesca artesanal e amadora e exaustão dos materiais (% média), NA não avaliado. ID Pontos de Coleta Área Prof Artesanal Amadora Exaustão 1 Parcel do Brilhante 5000 11 22,0 2 9 47,14 2 Calhaus 5000 14 16,5 6 8 45,0 3 Portinho 5130 8 13,5 1 7 10,0 4 Piscinas 4320 16 22,5 1 15 3,0 5 Moréia 7020 6 13,5-6 21,66 6 Parcel das Ancoras 6028 4 30,0 2 2 NA 7 Parcel Novo 5000 2 35,5-2 NA Total - 37498 61-12 49 - A classificação química dos polímeros na confecção de fios e panos foi à poliamida (70%), seguido do polietileno (30%). O índice de diversidade indicou haver igualdade (J =0,91) na quantidade de itens recolhidos entre os pontos de coleta. O CCI não pode ser comparado, pelo menos na mesma escala de magnitude, devido à especificidade do material coletado em relação às áreas, gerando índices com valores muito inferiores (<<0,1) aqueles encontrados por Alkalay et al (2007). Os resultados obtidos no PEMLS mostram predominância de chumbadas, anzóis e isca artificial (Fig 3), indicando origem na pesca amadora. Porém, Chaves & Robert (2009) nas praias do litoral sul do Estado do Paraná e norte de Santa Catarina, encontraram menor diversidade de materiais, sendo a maioria composta por redes de emalhe com origem na pesca artesanal. CONCLUSÕES Os são variados e de origem diversa e a forma de dispersão desses materiais foi pouco conhecida. A pesca amadora ilegal no PEMLS foi quatro vezes maior que a pesca artesanal. Porém, os danos causados a fauna marinha podem não estar relacionados apenas com a origem dos, mas também com suas características e dimensões. O índice de limpeza específico para áreas marinhas submersas pode ser mais consistente nas comparações com aqueles aplicados em praias. A percepção mais global dos processos que envolvem os podem ser relacionados com a nova Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei N 12.305, de 2 de agosto de 2010), onde as empresas fabricantes e os setores que utilizam desses materiais são considerados responsáveis pelo gerenciamento desses resíduos.

5 AGRADECIMENTOS Aos monitores e operadoras de mergulho do PEMLS, NUTECMAR, Divers University e Iate Clube de Santos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALKALAY, R.; PASTERNAK, G. & ZASK, A. Clean-coast index A new approach for beach cleanliness assessment. Ocean & Coastal Management 50 (2007) 352 362. BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Sistema Nacional de Unidades de Conservação SNUC: lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 e decreto nº 4.430, de 22 de agosto de 2002, Brasilia, DF: MMA, 2004. 4. Ed., 52p. Acesso em: 10 de janeiro de 2011. Disponível em: <www.mma.gov.br> CHAVES, P. T. & ROBERT, M. C. Extravio de petrechos e condições para ocorrência de pesca-fantasma no litoral norte de Santa Catarina e sul do Paraná. B. Inst. Pesca, São Paulo, 35(3): 513-519, 2009. FAO. Fishing Gear Classification. Fisheries Technical Paper 222 rev. 1, 1990. FAO. Abandoned, lost or otherwise discarded fishing gear. United Nations Environment Programme Food and Agriculture Organization of the United Nations Rome, 115pp, 2009. FRANCINI-FILHO, R. B. & MOURA, R. L. Evidence for spillover of reef fishes from a no-take marine reserve: Na evaluation using the before-after control-impact (BACI) approach. Fisheries Reserch, v.93, p. 346-356, 2008. KAISER, M. J., BULLIMORE, B., NEWMAN, P., LOCK, K. & GILBERT, S. Catches in ghost fishing set nets. Marine Ecology Progress Series, v. 145, p. 11 16,1996. MMA, Ministério do Meio Ambiente. 2011. Disponível em: <http://www.meioambiente.gov.br/sitio>. Acesso em: 11 de janeiro de 2011. SANTOS, M. N., SALDANHA, H., GASPAR, M. & MONTEIRO, C. Causes and rates of net loss off the Algarve (southern Portugal). Fisheries Research, v. 64, n.2 3, p. 115 118, 2003a. SANTOS, M.N., SALDANHA, H., GASPAR, M. & MONTEIRO, C. Hake (Merluccius merluccius L., 1758) ghost fishing by gillnets off the Algarve (southern Portugal). Fisheries Research, v.64, n. 2 3, p. 119 128, 2003b. SMA, Secretaria do Meio Ambiente do Governo do Estado de São Paulo. 2011. Disponível em: <http://www.fflorestal.sp.gov.br>. Acesso em: 11 de janeiro de 2011. SPENGLER, A. & COSTA, M.F. Methods Applied in Studies of Benthic Marine Debris. Marine Pollution Bulletin, v. 56, p. 226-230, 2008. STEVENS, B.G., VINING, I., BYERSDORFER, S. & DONALDSON, W.T. Ghost fishing by Tanner crab (Chionoecetes bairdi) pots off Kodiak, Alaska: pot density and catch per trap as determined from sidescan sonar and pot recovery data. Fishery Bulletin, v. 98, n. 2, p. 389 399, 2000. ZAR, J.H. 1996. Biostatistical Analysis (3ª ed.). Prentice-Hall. New Jersey. 662p.