Possibilidades e Limites da Intermodalidade

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Transcrição:

Possibilidades e Limites da Intermodalidade A Visão do Transportador Seminário sobre Transportes e Negócios (Porto, 29 de Maio de 2008) Apresentação: Armando Guimarães 1

Para descomprimir, aqui fica um momento de boa disposição! 2

Uma pergunta de um exame nacional do 6º Ano e a resposta de um aluno brilhante! 3

O que dizer então relativamente à Visão do Transportador? 4

Seguindo o exemplo anterior, e para não ter de pensar muito, poder-se-ia dizer que A visão do transportador está aqui! 5

E porque uma cabeça vale menos que muitas Apresento os pontos mais importantes de um brainstorming efectuado com o pessoal Magnafrete especialista em transporte intermodal. 6

I - A propósito de carga intermodal e da importância da visão do transportador respigamos no nosso sítio da Internet A utilização dos serviços de carga ferroviária pode ser uma importante componente de transporte intermodal. O envio de mercadorias por carga ferroviária pode originar importantes reduções de custos quando falamos de grandes quantidades e de cargas pesadas, particularmente quando os pontos de recolha e de descarga ficam nas proximidades das estações de carga do caminho-de-ferro. Trabalhando em conjunto, quer com transportadores de camião, quer com operadores ferroviários, a Magnafrete especialista em transporte intermodal, consegue economias nos custos, transportes sem defeitos, fiabilidade e eficiência. E toda esta forma de movimentação de produtos e mercadorias, através da Europa e mesmo até de algumas partes da Ásia, é conseguida de um modo seguro e ambientalmente amigável. In Carga Ferroviária no sítio www.magnafrete.com Carga Ferroviária - Uma forma amigável e ecológica de deslocar produtos através da Europa e parte da Ásia 7

Cada vez mais as empresas se focam naquilo a que vulgarmente se designam as suas core strengths. Os transportes, a armazenagem e/ou a distribuição podem não encontrar-se entre elas. Outras empresas podem não estar nas proximidades dos portos pelos quais os seus produtos lhes chegam. Nestes casos é mais racional e eficiente que se faça o outsourcing destes serviços. Quando os produtos chegam, seja por via aérea, camião, caminho-de-ferro ou contentor marítimo, a Magnafrete pode fornecer os serviços de desconsolidação e distribuição. Os produtos não precisam de ir nunca às instalações do cliente para serem separados e podem seguir para as instalações dos seus próprios clientes num muito mais curto espaço de tempo. In Distribuição no sítio www.magnafrete.com Uma frota moderna de transit vans assegura a cobertura nacional de recolha e entrega de mercadoria 8

II - A propósito de carga intermodal e da visão da União Europeia sobre o tema respiguemos dois trechos de propostas da UE Transporte intermodal: unidades de carga intermodal (UCI) A instauração do mercado interno requere uma circulação mais fluida de mercadorias. Não obstante, os estrangulamentos viários causados pelo transporte de mercadorias constitui um problema que afecta, em maior ou menor medida, todos os Estados membros. Neste contexto, a União Europeia (UE) fomenta os transportes sustentáveis como, por exemplo, o transporte multimodal ( EN ) e o intermodal, em que neles participam o transporte rodoviário, o ferroviário, o fluvial e o transporte marítimo de curta distância. PROPOSTA Proposta de directiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa às unidades de carga intermodal. (Síntese e proposta nos diapositivos seguintes) 9

SÍNTESE Contexto A proposta da Directiva estabelece requisitos essenciais e prevê a adopção de normas harmonizadas a fim de garantir uma utilização mais eficaz e segura das novas unidades de carga intermodal (contentores ou caixas móveis), assim como a instauração duma unidade europeia de carga intermodal (unidade concebida para o transporte de mercadorias utilizado na Europa). O objectivo é aumentar a competitividade do transporte intermodal de mercadorias harmonizando os procedimentos de manutenção das unidades de carga de todos os meios de transporte, em particular, os contentores e as caixas móveis, utilizados no transporte rodoviário, ferroviário e fluvial. A maioria dos Estados membros ratificou o Convénio internacional sobre a segurança de contentores das Nações Unidas (CSC) aprovado em 1972. O dito Convénio prevê a homologação dos contentores e a sua inspecção periódica. Porém estes procedimentos não estão harmonizados à escala comunitária. Por conseguinte, é importante adoptar medidas comunitárias para resolver este problema. 10

Proposta A proposta estabelece um sistema de avaliação de conformidade, manutenção e inspecção de todas as unidades de carga intermodal existentes a fim de aumentar a segurança. No caso das unidades de carga intermodal novas, a proposta prevê um sistema de aumento da eficácia da manutenção das caixas nos terminais, assim como dispositivos de segurança de vanguarda. A proposta permite também a instauração dum novo tipo de contentor: a unidade europeia de carga intermodal (UECI). Este recipiente reunirá as vantagens dos contentores (possibilidade de os empilhar e levantá-los pela parte superior, capacidade para o transporte marítimo) e das caixas móveis, em especial, as suas dimensões mais apropriadas. As UECI poderão ser utilizadas sem problemas em todos os meios de transporte, tanto terrestres como marítimos, com o fim de satisfazer as condições da intermodalidade total. As unidades de carga intermodal e as unidades europeias de carga intermodal a que se refere a proposta devem levar a marca CE que ateste a sua conformidade com os requisitos nela estabelecidos. Em cada unidade indicar-se-á que superou a inspecção periódica anterior ou, em caso de unidades com menos de cinco anos, que não está sujeita à obrigação de passar numa inspecção. A fim de garantir a segurança e reduzir ao mínimo os riscos para as pessoas e bens, todas as unidades de carga intermodal utilizadas deverão submeter-se a manutenções e inspecções periódicas. Os Estados membros designarão os organismos de inspecção facultados para aplicar os procedimentos de avaliação ou de inspecção periódica. Assim, devem velar por que os ditos organismos sejam suficientemente independentes, competentes e imparciais para realizar as tarefas para as quais foram designados e notificados. Antes de comercializar as unidades de carga intermodal e as unidades europeias de carga intermodal, o fabricante deverá submeter-se a um dos procedimentos de avaliação de conformidade com respeito à Directiva. As unidades de carga intermodal, existentes ou novas, que circulem pela Comunidade ou se usem para o transporte de mercadorias entre o território da Comunidade e o território de um país terceiro deverão submeter-se a inspecções periódicas com intervalos não superiores a 30 meses. 11

Transporte intermodal: programa MARCO POLO O transporte rodoviário de mercadorias está completamente dependente das energias fósseis que contribuem fortemente para a produção de CO2. Neste contexto, é necessário um maior recurso à intermodalidade a fim de contribuir para uma melhor utilização das infra-estruturas existentes e recursos de serviço, graças à integração do transporte marítimo de curta distância, dos caminhos-de-ferro e do transporte fluvial na cadeia logística. Neste contexto, o Programa Marco Polo (2003-2006) tem como objectivo a deslocação do transporte de mercadorias das estradas para modos mais compatíveis com o ambiente. ACTO Regulamento (CE) nº. 1382/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de Julho de 2003, relativo à concessão de apoio financeiro comunitário para melhorar o desempenho ambiental do sistema de transporte de mercadorias ("programa Marco Polo") 12

SÍNTESE Contexto 1. Desde 1975 que a política de transporte combinado (transporte cujo percurso principal é realizado por caminho-de-ferro ou via navegável ou marítima) vem promovendo a transferência do transporte rodoviário de mercadorias para o transporte ferroviário e a navegação interior e, mais recentemente, para a navegação marítima de curta distância. 2. O Livro Branco sobre os transportes sublinha que, caso não sejam adoptadas medidas determinantes, o transporte rodoviário de mercadorias irá aumentar cerca de 50% na União Europeia até 2010, o tráfego transfronteiriço devendo duplicar até 2020. 3. O antigo programa PACT (1997-2001) tinha por objectivo o aumento da utilização do transporte combinado, através da concessão de apoios financeiros às iniciativas comerciais originais (acções-piloto) no sector dos serviços de transporte combinado. Ao lutar contra o congestionamento no sector dos transportes rodoviários de mercadorias, o Programa Marco Polo representa, por seu lado, mais que um simples prolongamento do programa PACT. 4. Verifica-se um grande número de obstáculos comerciais e operacionais que colocam entraves às outras formas de transporte que não o rodoviário, obstáculos esses que deverão ser ultrapassados para que esses mercados de transportes de mercadorias possam tornar-se operacionais. Além disso, os Estados-Membros, isoladamente, não estão em condições de encontrar soluções optimizadas para os problemas levantados pelo permanente crescimento do transporte internacional rodoviário de mercadorias 13

O programa MARCO POLO 5. O quadro financeiro previsto para a execução do programa Marco Polo para o período de 1 de Janeiro de 2003 a 31 de Dezembro de 2006 é de 75 milhões de euros. 6. O programa Marco Polo ( EN ) visa reduzir o congestionamento das infra-estruturas rodoviárias e melhorar o desempenho ambiental do conjunto do sistema de transportes, transferindo parte das operações de transporte de mercadorias do modo rodoviário para o modo marítimo de curta distância, o caminho-de-ferro e a navegação interior. 7. A exemplo do que acontecia com o Programa PACT, o programa Marco Polo destina-se a subvencionar acções comerciais no mercado dos serviços de transportes de mercadorias, bem como a financiar acções que impliquem a participação dos países candidatos à adesão à União Europeia. 8. Contrariamente ao PACT, o Programa Marco Polo estabelece objectivos quantitativos verificáveis em termos de transferência modal. Mais concretamente, trata-se de manter, até 2010, a distribuição do tráfego entre os diferentes modos de transporte nos níveis de 1998. 9. O programa incidirá na promoção de serviços com vocação comercial no mercado de transportes de mercadorias; não se aplica à investigação e desenvolvimento, nem às medidas a favor das infra-estruturas. 10. O objectivo final é contribuir para a transferência modal do transporte internacional de mercadorias do modo rodoviário para o modo marítimo de curta distância, o transporte ferroviário e a navegação interior, num total de 12 mil milhões de toneladasquilómetro por ano. (continua) 14

O programa MARCO POLO (continuação) 11. O Programa Marco Polo contribui para o financiamento de três tipos de projectos: o Acções de transferência modal tendo em vista deslocar uma parte do tráfego rodoviário para outros modos de transporte, através de um apoio ao arranque de novos serviços de transporte não rodoviário de mercadorias. A criação de novos serviços de transporte não rodoviário de mercadorias mantém-se uma operação arriscada. Por exemplo, para permanecerem rentáveis, os serviços regulares de transporte marítimo, ferroviário e de navegação interior devem apresentar uma taxa de utilização entre os 70 e os 90%. Os custos da criação de um novo serviço podem ser co-financiados até 30%. o Acções com efeito catalisador em favor de projectos inovadores destinados a atenuar os problemas estruturais dos mercados. Refira-se, a título de exemplo, a criação de auto-estradas marítimas ou de serviços de transportes internacionais ferroviários de mercadorias de qualidade, geridos por meio de um balcão único. Essas acções deveriam alterar a forma de executar os transportes não rodoviários de mercadorias e tirar proveito das redes transeuropeias de transportes e dos corredores pan-europeus. O montante máximo do auxílio é de 35%. o Acções de aprendizagem em comum. O objectivo é reforçar a cooperação e o intercâmbio de conhecimentos entre operadores do mercado da logística dos transportes de mercadorias, tendo em vista melhorar os desempenhos ambientais do sector. O apoio financeiro comunitário está limitado a 50%. 12. O programa Marco Polo aplica-se a acções que envolvam o território de, pelo menos, dois Estados-Membros ou o território de, pelo menos, um Estado-Membro e um país 15 terceiro próximo.

III - A propósito de carga intermodal e da visão dos maiores players mundiais da indústria dos transportes, respiguemos trechos de algumas notícias que conhecemos 16

Para a indústria dos transportes, alguém dizia que o que pensam e fazem estes tipos é muito mais importante do que o que diz o Durão Barroso (Comissão Europeia) ou o José Sócrates (Portugal)! A seguir um exemplo do que fizeram 17

18

Carrega até 15.000 Contentores 19

20 Construído para alto mar, não passa no canal de Suez nem no canal do Panamá

21 Foi construído em 5 seções flutuantes e depois montado

A cabine de comando fica a mais de 10 andares de altura 22

Navega à 31 nós, mais de 18 à 20 vezes que outras embarcações,permitindo atravessar da China a Califórnia 23em 4 dias

11 Gruas operam simultaneamente para a carga e descarga. 24

Origem Dinamarca Comprimento 396,84 metros Largura 63,1 metros Carga Líquida - 123,200 tons Motor diesel - 14 cilindros em linha (110,000 BHP) 25

Tripulação 13 pessoas -. 08 Setembro 2006 Custo de construção - US$145.000.000,- 26

O Pequeno Motor 27

Motor de 108.920cv Dimensões: 26.7m x 13.2m Peso: 2300T Consumo : 6275ltrs por hora 28

Árvore de CAMES 29

Pistão com diâmetro de 1m 30

Cabeça do Motor 31

Perante a visão de pessoas ligadas à minha empresa, Perante a visão de políticos europeus, Perante a visão de grandes Players mundiais, Penso que, para Portugal dever-se-á entender que 32

Possibilidades e Limites da Intermodalidade O camião, o Táxi da carga: Na Europa, mas sobretudo em Portugal, o transporte internacional em camião é utilizado frequentemente como o táxi da carga. Para o sector exportador português, por um preço acessível é possível transportar mercadorias (grupagem ou completos) de um armazém ou fábrica em Portugal para os principais países da Europa. Com um reduzido transit-time, de porta a porta, carregando em qualquer dia da semana podendo fazer fácilmente o trace and tracking através do contacto via GSM entre o transportador / transitário e o motorista do Camião e assim monitorizar o processo, podendo ainda intervir dando instruções adicionais durante a viagem. 33

Possibilidades e Limites da Intermodalidade O camião, o táxi da carga: Uma da principais vantagens competitivas de Portugal para o mercado europeu, consiste na capacidade de produzir bens, seja dos sectores tradicionais como o têxtil e calcado, como também de outros sectores de tecnologia avançada como o sector automóvel, num curto lead time, em quantidades pequenas, médias ou elevadas e a preços razoáveis, comparativamente com países concorrenciais do Extremo Oriente, do Leste ou Norte de África. Na cadeia de abastecimento das matérias primas ou produtos intermédios e na distribuição dos produtos finais o camião tem tido um papel essencial na Logística Moderna. 34

Possibilidades e Limites da Intermodalidade O Transporte Rodoviário: Vantagens: Grande Flexibildade de Horários (data e hora de carga / descarga; Transporte Porta a Porta na Europa; Trace and Tracking, via GSM do (Operador com o Motorista) ou via GPS; Grupagem ou Completos (até 90 M3 ou 24 Ton); Preço acessível; Inconvenientes: Maiores restrições à circulação na Europa com dias e percursos interditos á circulação de camiões; Portagens e taxas mais elevadas; Novo Regulamento Social (Tempos de Condução e Repouso); Preços dos combustíveis em alta; Dificuldade em encontrar motoristas para o Transporte Internacional 35

Possibilidades e Limites da Intermodalidade Autonomia mais reduzida nas distâncias por motorista: As distâncias por estrada de Portugal para os principais destinos na Europa variam entre 600 Km e 3000 Km ou seja 9 a 42 horas de condução a uma média de 70 Km /hora. Madrid 600 Km; Bilbao: 850 Km Valência 1100 Km Barcelona : 1200 Km Paris: 1800 Km Bruxelas: 2000 Km Roterdão: 2200 Frankfurt: 2200 Milão: 2200 Km Munich: 2500 Km Zurich: 2300 Km Viena: 3000 Km 36

Possibilidades e Limites da Intermodalidade Autonomia mais reduzida nas distâncias por motorista: Uma das ameaças de hoje ao transporte em camião no serviço internacional é o novo regulamento social dos tempos de condução e repouso que entrou plenamente em vigor em Abril de 2007, que conjugado com a introdução do tacógrafo digital vem reduzir de forma efectiva os tempos de condução dos motoristas. O tempo máximo de condução num período bi-semanal é de 90 horas de condução e num período semanal de 56 horas. Ou seja um motorista numa semana em média não pode ultrapassar as 45 horas de condução. A uma média de 70 Km/h a distancia máxima a percorrer é de 3.150 Km por semana, o que na prática vem impossibilitar que um motorista e camião possam fazer uma viagem de ida e volta de Portugal aos principais pontos da Europa além Pirinéus. Para o conseguir terão de fazer a viagem com 2 motoristas ou ter tripulações no percurso para efectuar a sua rotação. 37

Possibilidades e Limites da Intermodalidade Para um país como Portugal, na periferia da Europa, em que há a percorrer mais de 1000 Km para chegar ao sul de França, a introdução de medidas como: - Aumento de Impostos sobre os Combustíveis, - Aumento do preço das Portagens ou Taxas nas Auto-estradas Europeias que há de atravessar, - Restrições á circulação nas principais viam Europeias. Só vêm penalizar a competitividade da economia Portuguesa: - Pela perda das vantagens competitiva nas nossas exportações e - Acréscimo do custo dos produtos importados (mais inflação). 38

Possibilidades e Limites da Intermodalidade O desafio que se coloca aos Transportadores Rodoviários e Transitários (operador multi-modal) é saber e fazer o planeamento das suas operações de forma a utilizar sempre que possível as auto-estradas do mar de forma a: Ir ao encontro dos objectivos da comissão europeia de descongestionamento das estradas, redução das emissões, etc.; Efectuar uma melhor gestão dos tempos úteis de condução dos motoristas em percursos que sejam efectivamente necessários e não haja alternativa pelas auto-estradas marítimas. Fazer com que o transporte marítimo de curta distancia seja o seu parceiro, de forma a combinar da forma mais eficiente os vários meios de transporte. De Portugal só existia em funcionamento o serviço Sea-Road que ligava Portugal (Leixões) a UK (Liverpool) e volta. No entanto este serviço deixou de operar recentemente, creio que por falta de rentabilidade devido baixa ocupação. 39

Possibilidades e Limites da Intermodalidade Conclusão: É necessário haver um trabalho conjunto para criar NOVOS SERVIÇOS a PREÇOS ATRACTIVOS, para estimular a sua utilização regular com elevados níveis de ocupação de forma a rentabilizar esses serviços. Os operadores têm de se organizar nos diferentes portos terminais das Auto Estradas do Mar da Europa, com meios de parque, tracção e motoristas, para efectuar o reboque dos semi-reboques em transito e assim efectuar a distribuição (entregas e levantamentos) nos mercados periféricos, com a mesma ou melhor capacidade, operacionalidade e custos reduzidos, que efectuada com um camião que realizou a viagem por estrada de / para Portugal Para isso a Comissão Europeia e o Governo Português deveriam apoiar de todas as formas possíveis estes novos serviços. A introdução de uma politica do tipo ECO-BONUS pelos governos pode ser um instrumento para estimular os operadores de Transportes Rodoviários e Transitários para utilizar as Auto Estradas do Mar. 40

Possibilidades e Limites da Intermodalidade Face a esses novos constrangimentos os Transportadores Rodoviários e Transitários devem olhar para o Transporte Marítimo de Curta Distância (TMCD) ou Short Sea Shipping (SSS) mais como uma oportunidade e um serviço complementar do que uma ameaça e um concorrente. O TMCD - uma Auto Estrada alternativa às vias rodoviárias. 41

O Desafio para o futuro é interiorizar que: Já não oferecemos só o Transporte Rodoviário no mercado Oferecemos, sim soluções logísticas na cadeia de abastecimento (utilizando racionalmente a intermodalidade) 42

MUITO OBRIGADO PELA VOSSA ATENÇÃO FIM 43