Epidemiologia conceitos e métodos: desafios para a epidemiologia em saúde bucal 30/03/2018 16:05 Prof. Samuel Jorge Moysés, Ph.D. 1 Conceituação tradicional O estudo da ocorrência e distribuição de eventos, estados e processos relacionados à saúde, em populações específicas, incluindo o estudo dos determinantes influenciando esses processos, e a aplicação deste conhecimento para controlar problemas de saúde relevantes. Miquel Porta (ed). A Dictionary of Epidemiology, Sixth Edition, 2014. 2 Conceito Diferentemente da Clínica, que estuda o processo saúde-doença em indivíduos, a Epidemiologia se preocupa com grupos populacionais Um dos meios para se conhecer como se dá o processo saúde-doença na população é elaborando um diagnóstico coletivo de saúde Ele difere do diagnóstico clínico em termos de objetivos, informação necessária, plano de ação e estratégia de avaliação Andrade, S. M. d., D. A. Soares, et al., Eds. Bases da saúde coletiva. Londrina, Ed. UEL, 2001. 3 1
Indicadores X Índices INDICADOR: inclui qualquer medida ou observação classificável capaz de revelar uma determinada característica da realidade UNIDIMENSIONAL Uso de serviços, gravidade de dor, autopercepção de saúde bucal ÍNDICE: Medidas que integram múltiplas dimensões MULTIDIMENSIONAL em uma única medida se incorpora diferentes indicadores que o compõe CPO-D Indicadores X Índices Usos Monitorar níveis de saúde/doença da população Programar ações individuais e coletivas de promoção de saúde Organizar demanda à assistência Avaliar Impacto de ações Aprimorar decisões clínicas Clareza, simplicidade e objetividade Validade Confiabilidade resultados consistentes Sensibilidade detectar pequenas variações dos estados de saúde Aceitabilidade Indicadores X Índices Características 2
Manuais da Organização Mundial da Saúde (OMS) 1971 1 ª Edição 1977 2 ª Edição ORAL HEALTH SURVEYS BASIC METHODS 1987 3 ª Edição 1997 4 ª Edição WORLD HEALTH ORGANIZATION GENEVA 7 8 Versão traduzida disponível em: http://www.fo.usp.br/?page_id=2822 9 3
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Arquivo de Procedimentos e Métodos Utilizados em Pesquisas de Saúde Bucal http://drc.hhs.gov/catalog.htm http://apps.nccd.cdc.gov/dohdrc/catalog/searcharchive.asp 13 Os inquéritos nacionais 14 Os inquéritos nacionais 15 5
http://dtr2004.saude.gov.br/dab/saudebucal/vigilancia.php 16 17 18 6
Introdução Objetivos Método Condições Plano Amostral CPO-D 30/03/2018 Metas da OMS para o ano 2000 e a situação brasileira IDADE META DA OMS PARA 2000 SB Brasil 2003 5 50% ceo = zero 40% 12 CPO-D < 3,0 CPO-D = 2,78 18 80 % com todos os dentes 55% 35-44 75% com 20 ou mais dentes 54% 65-74 50% com 20 ou mais dentes 10% 19 Comparação entre as médias de CPO-D de acordo com a idade em 1986 e 1996 (e 2003 para 12 anos) 7 6 5 4 3 2 1 0 5,79 4,57 3,61 OMS, 2000 2,84 2,25 2,38 1,87 1,53 1,26 1,15 0,7 0,28 6,65 1986 1996 54% 3,06 58% 2,79 2003 6 7 8 9 10 11 12 Idade 20 Nossa realidade epidemiológica de saúde bucal: os levantamentos nacionais 1996 1986 2003 1996 7
Introdução Objetivos Método Condições Plano Amostral 30/03/2018 Metas epidemiológicas internacionais Ao final de 2010: 05 anos 90% sem cárie 12 anos CPO-D < 1 18 anos 100% P = 0 CPI = 1 sextante máximo 1 ou 2 35-44 anos 90% com 20 ou + dentes 2% máximo de edêntulos CPI = 0,25 sextantes máximo 4 65-74 anos 5% máximo de edêntulos CPI = 0,50 sextantes máximo 5 Fonte: OMS, FDI, 4º Congresso Internacional de Odontologia Preventiva, Umea, Suécia, 3-5 set. 1993. 22 Reuniões Técnicas CTA-GG desde maio 2009 Municípios sorteados de acordo com porte populacional e distribuição de densidade demográfica 8
Introdução Objetivos Método Condições Plano Amostral Introdução Objetivos Método Condições Plano Amostral 30/03/2018 Cárie Dentária CPO-D e ceo-d; Cárie de Raiz; Necessidades de Tratamento Condição Periodontal CPI (12 a 44 anos) e PIP (35 a 74 anos) Traumatismo Dentário Identificação de fraturas coronárias e ausência do dente devido a traumatismo Condição de Oclusão Dentária Índice Estética Dental (DAI): 12 a 19 anos Foster e Hamilton: 5 anos Fluorose Dentária Índice de Dean Edentulismo Uso e Necessidade de Prótese Condição socioeconômica, utilização de serviços odontológicos, autopercepção de saúde bucal e impactos da saúde bucal na vida diária Questionário aplicado ao respondente 1º. Exame domiciliar do SBBrasil 2010 em Arapongas PR 9
Coleta de dados em Lobato PR Coleta de dados em Alegrete RS Coleta de dados em Oeiras PA 10
Divulgação dos Resultados Brasília, dezembro de 2010 11
Índice CPO e distribuição dos componentes aos 12 anos de 1986 a 2010 no Brasil. 7,0 6,65 6,0 Perdido Obturado 5,0 4,0 3,0 3,06 Cariado 1,6 milhões de dentes foram 2,78 poupados 54,0% 8,8% 2,0 2,07 25,5% 1,0 0,0 1986 1996 2003 2010 Índice CPO aos 12 anos de acordo com a região e o país. Brasil, 2010. 3,5 3,16 3,0 2,63 2,63 2,5 2,0 1,72 2,06 2,07 1,5 1,0 0,5 0,0 Norte Nordeste Sudeste Sul Centro- Oeste Brasil Cariado Obt/Cariado Obturado Perdido Índice CPO aos 12 anos de acordo com a região e o Brasil em 2003 e 2010. 3,50 3,1 3,2 3,2 2003 3,2 3,00 2010 2,8 2,6 2,6 2,50 2,3 2,3 2,1 2,1 2,00 1,7 1,50 1,00 Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil 12
Redução no CPO-D em adolescentes brasileiros entre 2003 e 2010 18% 34% 75% da População Brasileira oganha até 5 salários mínimos opotencialmente dependente do Sistema Público de Saúde 25% da População Brasileira oganha mais de 5 salários mínimos omenor grau de dependência do Sistema Público de Saúde Gentilmente cedido por Angelo Roncalli Iniquidades em saúde bucal Escolares (12 anos) que vivem no Nordeste, em municípios com até 5.000 habitantes, em áreas rurais, estudando em escolas públicas, e são pretos, tem média CPOD = 3,48 5 vezes (diferença) Crianças (12 anos) que vivem no Sul, em cidades com mais de 100.000 habitantes, em áreas urbanas, estudando em escolas privadas e são brancas, têm média CPO-D = 0,70 www.universidadesaudavel.com.br s.moyses@pucpr.br 39 13