Florística e fitossociologia do componente arbóreo de um fragmento de floresta ombrófila densa do estado de São Paulo

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Transcrição:

Acta Biológica Catarinense 2016 Jan-Jun;3(1):12-24 Florística e fitossociologia do componente arbóreo de um fragmento de floresta ombrófila densa do estado de São Paulo Floristic and phytosociology of the arboreal strata in a rain forest fragment of São Paulo state Juliana GUEDES & Rogério Antonio KRUPEK, RESUMO Este trabalho teve como objetivo avaliar a estrutura horizontal e vertical e a diversidade florística de um fragmento de floresta ombrófila densa por meio de levantamento fitossociológico e florístico. O estudo foi realizado em uma área localizada dentro dos municípios de Alumínio e Mairinque, região sudeste do estado de São Paulo. Os trabalhos de campo foram desenvolvidos durante o ano de 2014, e foi disposto, na área de estudos, um total de vinte parcelas medindo 10 x 50 metros (0,05 ha.), totalizando 1 hectare de área total. Os parâmetros avaliados foram: frequência absoluta, frequência relativa, densidade média, densidade total, densidade absoluta, densidade relativa, área basal, dominância absoluta, dominância relativa, valor de importância e valor de cobertura. Calcularam-se índices de dominância, diversidade e equitabilidade, além da estrutura horizontal e vertical da comunidade. Na área de estudo foram encontradas 81 espécies identificadas em 31 famílias botânicas. As famílias com maior abundância foram Myrtaceae (93 indivíduos) e Euphorbiaceae (64), e a família com maior riqueza de espécies foi Fabaceae (7 espécies). Em relação aos dados fitossociológicos, o táxon Eucalyptus sp. foi o que apresentou maior densidade e dominância, sendo considerado o de maior valor de importância da área. A espécie Croton floribundus ficou em segundo lugar em valor de importância. As famílias às quais pertencem as espécies mencionadas são características de floresta ombrófila densa. A maioria das espécies apresentou média de DAP 19,7 cm e altura média de 14,7 m. Foram encontradas 16 espécies raras. Palavras-chave: Distribuição espacial; diversidade; estrutura horizontal e vertical. Recebido: 25 maio 2015 Aceito: 18 maio 2016 ABSTRACT This study aimed to evaluate the horizontal and vertical structure and diversity of a fragment of the Atlantic rain forest through phytosociological and floristic survey. The study was located within the municipalities of Aluminio and Mairinque, southeast region of São Paulo state. The field work was carried during 2014, using twenty plots of 10 x 50 m (0.05 ha.) placed in the study area, with a total area of 1 hectare. We evaluated absolute frequency, relative frequency, medium density, total density, absolute density, relative density, basal area, absolute dominance, relative dominance, importance value and coverage value of species. We calculated the dominance, diversity and evenness indexes, in addition to the horizontal and vertical structure of the community. We found 81 species, of 31 families. Myrtaceae (93 individuals) and Euphorbiaceae (64) presented the highest abundance and Fabaceae (7 species) the highest species richness. Eucalyptus sp. showed high density and dominance with the highest importance value. Croton floribundus was second in importance value. The families, to which belong the mentioned species, are characteristic of rain forest. Most species had an average DBH of 19.7 cm and an average height of 14.7 m. 16 rare species were found. Keywords: Diversity; horizontal and vertical structure; spatial distribution. Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, PR, Brasil. Colegiado de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Campus de União da Vitória, Praça Cel. Amazonas, Caixa Postal 291, CEP 84600-000, União da Vitória, PR, Brasil. Autor para correspondência: rogeriokrupek@yahoo.com.br.

13 INTRODUÇÃO A mata atlântica, em particular a floresta ombrófila densa, é considerada um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta (DEAN, 1996). Por conta do vasto número de espécies endêmicas, há um elevado grau de ameaça aos seus remanescentes florestais e à sua riqueza biológica. Considerando que a cobertura florestal atual da maioria dos remanescentes é menor que 10 ha., a fragilidade da manutenção da biodiversidade é visível, sendo os principais fatores agravantes o efeito de borda e a ação antrópica (RIBEIRO et al., 2009; MMA, 2015). Segundo Kronka et al. (2005), o estado de São Paulo apresenta apenas 13,94% de sua cobertura florestal original. Desse total, entretanto, metade foi classificada como capoeira, reunindo áreas consideradas como estádios sucessionais intermediários a avançados, raramente com remanescentes de floresta primária, sendo esta última fitofisionomia quase inexistente no estado. Nesse sentido, a maior parte da riqueza biológica concentra-se nas formações secundárias, as quais já passaram por diversos tipos de impactos ambientais provocados pelo homem. Estudos em formações florestais secundárias auxiliam no entendimento de vários fatores relacionados à dinâmica e regeneração da floresta. Schmit et al. (2010) destacam que estudos florísticos são de extrema importância para o conhecimento da vegetação de uma área ou região, pois apresentam subsídios taxonômicos, fenológicos, fitossociológicos e ecológicos, muito utilizados em planos de conservação e preservação de biodiversidade. Levando em conta tais pressupostos, este trabalho procura reconhecer características florísticas e estruturais do componente arbóreo de um fragmento florestal localizado nos municípios de Alumínio e Mairinque (SP). Por se tratar de um remanescente de floresta ombrófila densa, serve de abrigo para diversas espécies da flora e da fauna nativa. Embora várias pesquisas sobre levantamentos de flora (por exemplo MORENO et al., 2003; GUILHERME et al., 2004; LIEBSCH et al., 2007) tenham sido realizadas em áreas de floresta ombrófila densa, ainda se faz necessário um maior número de trabalhos em remanescentes como os da unidade em estudo, principalmente em relação à ocorrência de espécies e sua distribuição na comunidade. Pesquisas dessa natureza contribuem para o entendimento das características desse ecossistema, principalmente com vistas à preservação e proteção da fauna e da flora. Considerando que a área de estudo representa uma propriedade particular em fase de regeneração, reconhecer suas características pode auxiliar na manutenção, bem como no contínuo restabelecimento, desse fragmento florestal. Este trabalho teve como objetivo principal analisar a estrutura e a diversidade florística de um fragmento de floresta ombrófila densa localizado entre os municípios de Alumínio e Mairinque (SP). Área de estudo MATERIAL E MÉTODOS Compreende uma área particular (7 o 39 5 N, 2 o 68 0 W) localizada nos domínios dos municípios de Alumínio e Mairinque, região sudeste do estado de São Paulo (figura 1). Mairinque Brasil Área de estudos Alumínio São Paulo Figura 1 Localização geográfica da área de estudo nos municípios de Alumínio e Mairinque, região sudeste do estado de São Paulo, Brasil. Fonte: Primária.

14 O clima da região é temperado seco, caracterizado por estações bem definidas e tendência de precipitação em todos os meses do ano, sem estação seca definida Cfa subtropical, segundo Koppen. A altitude média dos municípios é de 790-850 m, e a topografia apresenta ligeiras ondulações. A área pertence ao cinturão orogênico atlântico, unidade do planalto atlântico, subunidade de Jundiaí. Nessa subunidade, predominam colinas e morros altos com declividade de 10 a 20% entre as cotas de 700 a 800 m e 20 a 30% entre 900 e 1.200 m de altitude. O solo predominante é do tipo argissolo (argissolos amarelados), caracterizado pela formação de argila de fácil revolvimento na camada inferior (ROSS & MOROZ, 1997). Esse tipo de solo associado à alta taxa pluviométrica dos climas úmidos e superúmidos torna a área muito suscetível a processos erosivos (BIBLIOTECA VIRTUAL DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2007). A área estudada possui um total de 36.140.800,00 m², dos quais 18.670.000,00 m² compreendem áreas destinadas à conservação, o que corresponde a 51,66% do total da propriedade. A área pertence ao domínio da mata atlântica, sendo coberta pela formação da floresta ombrófila densa (FOD). Situa-se próximo a uma região de tensão ecológica em que há contato de dois biomas, a mata atlântica e o cerrado, o que pode influenciar na presença ou interferência de espécies recorrentes desse segundo bioma. Delineamento amostral e análise dos dados Na área de estudos instalaram-se 20 parcelas de 10x50 m (0,05 ha.), distribuídas aleatoriamente. Nelas foram identificados todos os indivíduos lenhosos com diâmetro igual ou superior a 5 cm, tomandose o DAP a 1,30 m de altura do solo e a área basal a 0,30 m do solo. A altura total de cada indivíduo foi medida com o auxílio de um telêmetro. Esses dados foram utilizados na análise da composição florística da área. A ordenação das famílias e gêneros (com exceção de Dicksoniaceae) foi baseada no Angiosperm Phylogeny Group APG III (2009). Para a análise fitossociológica dos dados foram calculados os seguintes parâmetros seguindo o modelo adotado por Negrelle & Silva (1992): 1. frequência absoluta (FA); 2. frequência relativa (FR); 3. densidade absoluta (DA); 4. densidade relativa (DR); 5. dominância absoluta (DoA); 6. dominância relativa (DoR); 7. valor de cobertura (VC); 8. valor de importância. Para a avaliação da estrutura diamétrica e da estrutura vertical (altura), consideraram-se a distribuição e a frequência de classes. Para determinar o número mínimo de classes, a amplitude dos diâmetros e a altura das árvores, utilizou-se a fórmula proposta por Spiegel (1977). Além dos parâmetros fitossociológicos descritos, estipularam-se também os seguintes índices ecológicos: a) índice de diversidade de Shannon (H ); b) índice de dominância de Simpson (D); c) índice de equabilidade de Pielou (J); d) índice de espécies raras (IER). Todos os índices foram obtidos com auxílio do pacote estatístico Past (HAMMER et al., 2001). RESULTADOS Levantamento florístico Foi amostrado um total de 697 indivíduos, incluindo 79 espécies e 2 táxons indeterminados. As espécies foram incluídas em um total de 31 famílias botânicas. Na tabela 1 são apresentadas todas as espécies encontradas na área, suas famílias, bem como seus respectivos nomes comuns. Tabela 1 Relação das espécies amostradas em uma área de floresta ombrófila densa nos municípios de Alumínio e Mairinque São Paulo. Família Nome científico Nome popular Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Allemão aroeira-verdadeira Schinus terebinthifolius Raddi aroeira-mansa Apocynaceae Aspidosperma parvifolium A.DC. guatambu Himatanthus obovatus (Müll.Arg.) Woodson pau-de-leite

15 Família Nome científico Nome popular Arecaceae Licuala grandis Wendl. Palmeira-leque Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman jerivá Asteraceae Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera candeia Piptocarpha axillaris (Less.) Baker vassourão Handroanthus sp. ipê Handroanthus aff. chrysotrichus (Mart. ex DC.) Mattos ipê-amarelo Bignoniaceae Jacaranda cuspidifolia Mart. jacarandá Jacaranda mimosifolia D.Don jacarandá-mimoso Jacaranda puberula Cham. caroba Boraginaceae Cordia sellowiana Cham. chá-de-bugre Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Stand. louro-pardo Capparaceae Crataeva tapia L. laranja-brava Chrysobalanaceae Hirtella hebeclada Moric ex DC. cinzeiro Dicksoniaceae Dicksonia sellowiana Hook xaxim Alchornea sidaefolia Baillon tapiá Euphorbiaceae Alchornea triplinervia (Spreng.)Müll. Arg. tanheiro Croton floribundus Spreng. capixingui Croton urucurana Baill. sangra d água Acosmium subelegans (Mohlenbr.) Yakovlev amendoim-falso Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan angico-branco Anadenanthera falcata (Benth.) Speg. angico-do-cerrado Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan. angico-espinho Bauhinia forficata Link pata-de-vaca Copaifera langsdorffii Desf. capaíba Dalbergia sp. caraoba-brava Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong. orelha-de-macaco Fabaceae Erythrina verna Vell. mulungo Inga marginata Willd. ingá Leucaena leucocephala (Lam.) Wit. leucena Leucochloron incuriale (Vell.) Barneby & Grimes chico-pires Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. jacarandá-bico-de-pato Moldenhawera floribunda Schrad. caingá Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. pau-jacaré Poecilanthe parviflora Benth. coração-de-negro Pterocarpus rohrii Vahl. pau-sangue Nectandra oppositifolia Nees. canela-ferrugem Lauraceae Ocotea puberula (Rich.) Nees. canela-guaicá Persea americana Mill. abacateiro Lecythidaceae Eschweilera ovata (Camb.) Miers. biriba Lythraceae Lafoensia pacari A. St.-Hil. dedaleiro Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Ravenna. paineira Eriotheca pentaphylla (Vell.) A. Robyns. embiruçu Malvaceae Guazuma ulmifolia Lam. mutambo Heliocarpus popayanensis Kunth. pau-jangada Luehea candicans Mart. & Zucc. açoita-cavalo Pseudobombax grandiflorum (Cav.) Robyns paineira

16 Família Nome científico Nome popular Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. jacatirão Melastomataceae Miconia sellowiana Naudin. pixirica Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. quaresmeira Meliaceae Cedrela fissilis Vell. cedro-açu Moraceae Ficus guaranitica Chod. figueira-branca Ficus doliaria (Miq.) Miq. doliária Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O. Berg. sete-capotes Eucalyptus sp eucalipto Myrtaceae Psidium guajava L. goiabeira Psidium guineense Sw. araçá-do-cerrado Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. goiaba-brava Myrcia sp. guamirim Nyctaginaceae Pisonia ambigua Heimerl. pisônia Piperaceae Piper arboreum Aubl. pimenta-de-macaco Primulaceae Myrsine ferruginea (Ruiz & Pav.) Spreng. capororoca Rhamnaceae Hovenia dulcis Thumb. uva-japonesa Rosaceae Eriobotrya japonica (Thumb.) Lindl. ameixa-amarela Rubiaceae Randia sp limão-bravo Citrus reticulata Blanco. mexerica Rutaceae Esenbeckia leiocarpa Engl. guarantã Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica-de-porca Salicaceae Casearia sylvestris Swartz. cafezinho-do-mato Cupania vernalis Cambess. cupânia Sapindaceae Matayba guianensis Aubl. camboatã Sapindus saponaria L. saboneteira Solanaceae Solanum granulosoleprosum Dunal. cuvitinga Solanum pseudoquina A. St.-Hil. juá-de-árvore Urticaceae Cecropia hololeuca Miq. embaúba Verbenaceae Citharexylum myrianthum Cham. tucaneiro Não identificada sp1 - Não identificada sp2 - As famílias que apresentaram o maior número de indivíduos coletados na área de estudo foram Myrtaceae (93 indivíduos), Euphorbiaceae (64 indivíduos), Asteraceae (47 indivíduos), Primulaceae (40 indivíduos) e Lauraceae (36 indivíduos). Com relação à riqueza de espécies, as famílias mais representativas foram Fabaceae (18 espécies), Myrtaceae, Malvaceae e Bignoniaceae (5), Sapindaceae e Rutaceae (3). Estrutura horizontal Foram amostrados 697 indivíduos, dos quais 89 não foram identificados (sendo descritos como sp1 e sp2). O valor médio observado para a área basal foi de 24,55 m³/ha. Todos os parâmetros fitossociológicos estão apresentados na tabela 2.

17 Tabela 2 Parâmetros fitossociológicos das espécies encontradas em um fragmento de floresta ombrófila densa localizado nos municípios de Alumínio e Mairinque São Paulo. As espécies estão organizadas em ordem decrescente do valor de importância. Legenda: N número de indivíduos; Ui unidade amostral; DA densidade absoluta; DoA dominância absoluta; FA frequência absoluta; FR frequência relativa; DoR dominância relativa; DR densidade relativa; IVC índice de valor de cobertura; IVI índice de valor de importância. Espécie N Ui DA DoA FA FR DoR DR IVC IVI Eucalyptus sp. 61 6 61,00 4,92 50,00 2,53 20,04 8,75 14,40 10,44 Croton floribundus 55 14 55,00 1,80 116,67 5,91 7,34 7,89 7,62 7,05 Sp1 52 15 52,00 1,65 125,00 6,33 6,71 7,46 7,08 6,83 Sp2 34 12 34,00 1,28 100,00 5,06 5,21 4,88 5,04 5,05 Gochnatia polymorpha 33 6 33,00 1,59 50,00 2,53 6,46 4,73 5,60 4,57 Myrsine ferruginea 40 11 40,00 0,59 91,67 4,64 2,40 5,74 4,07 4,26 Ocotea puberula 33 10 33,00 0,44 83,33 4,22 1,78 4,73 3,26 3,58 Crataeva tapia 9 1 9,00 2,09 8,33 0,42 8,49 1,29 4,89 3,40 Myrcia sp. 26 8 26,00 0,39 66,67 3,38 1,58 3,73 2,65 2,89 Alchornea triplinervia 20 6 20,00 0,40 50,00 2,53 1,64 2,87 2,26 2,35 Piptadenia gonoacantha 14 5 14,00 0,55 41,67 2,11 2,24 2,01 2,12 2,12 Dalbergia sp. 13 5 13,00 0,58 41,67 2,11 2,38 1,87 2,12 2,12 Anadenanthera colubrina 8 2 8,00 0,94 16,67 0,84 3,84 1,15 2,49 1,94 Miconia cinnamomifolia 14 5 14,00 0,39 41,67 2,11 1,60 2,01 1,81 1,91 Schinus terebinthifolius 15 5 15,00 0,32 41,67 2,11 1,29 2,15 1,72 1,85 Cordia sellowiana 15 4 15,00 0,31 33,33 1,69 1,27 2,15 1,71 1,70 Aspidosperma parvifolium 11 3 11,00 0,46 25,00 1,27 1,86 1,58 1,72 1,57 Cedrela fissilis 8 6 8,00 0,07 50,00 2,53 0,29 1,15 0,72 1,32 Cordia trichotoma 8 3 8,00 0,35 25,00 1,27 1,41 1,15 1,28 1,27 Piptocarpha axillaris 14 2 14,00 0,17 16,67 0,84 0,69 2,01 1,35 1,18 Syagrus romanzoffiana 7 4 7,00 0,20 33,33 1,69 0,81 1,00 0,91 1,17 Jacaranda cuspidifolia 1 1 9,00 0,43 8,33 0,42 1,76 1,29 1,53 1,16 Lafoensia pacari 8 4 8,00 0,10 33,33 1,69 0,39 1,15 0,77 1,07 Miconia sellowiana 6 4 6,00 0,12 33,33 1,69 0,50 0,86 0,68 1,02 Citharexylum myrianthum 4 4 4,00 0,19 33,33 1,69 0,78 0,57 0,68 1,01 Matayba guianensis 10 2 10,00 0,16 16,67 0,84 0,66 1,43 1,04 0,98 Hirtella hebeclada 4 2 4,00 0,31 16,67 0,84 1,26 0,57 0,92 0,89 Croton urucurana 6 2 6,00 0,22 16,67 0,84 0,88 0,86 0,87 0,86 Solanum pseudoquina 6 3 6,00 0,08 25,00 1,27 0,32 0,86 0,59 0,81 Ficus doliaria 8 2 8,00 0,10 16,67 0,84 0,42 1,15 0,79 0,81 Machaerium nyctitans 4 4 4,00 0,03 33,33 1,69 0,14 0,57 0,36 0,80 Cecropia hololeuca 6 3 6,00 0,05 25,00 1,27 0,21 0,86 0,54 0,78 Eriobotrya japonica 6 3 6,00 0,04 25,00 1,27 0,17 0,86 0,51 0,77 Leucochloron incuriale 7 1 7,00 0,21 8,33 0,42 0,86 1,00 0,93 0,76 Ceiba speciosa 7 2 7,00 0,10 16,67 0,84 0,42 1,00 0,71 0,76 Himatanthus obovatus 2 1 2,00 0,37 8,33 0,42 1,51 0,29 0,90 0,74 Handroanthus sp. 5 3 5,00 0,05 25,00 1,27 0,22 0,72 0,47 0,74 Bauhinia forficata 5 2 5,00 0,14 16,67 0,84 0,57 0,72 0,65 0,71 Randia sp. 3 3 3,00 0,08 25,00 1,27 0,35 0,43 0,39 0,68 Luehea candicans 7 1 7,00 0,11 8,33 0,42 0,46 1,00 0,73 0,63 Piper arboreum 7 4 1,00 0,00 33,33 1,69 0,02 0,14 0,08 0,62 Jacaranda mimosifolia 6 1 6,00 0,12 8,33 0,42 0,50 0,86 0,68 0,59 Myrcia tomentosa 5 2 5,00 0,05 16,67 0,84 0,19 0,72 0,45 0,58 Anadenanthera falcata 4 2 4,00 0,07 16,67 0,84 0,29 0,57 0,43 0,57

18 Espécie N Ui DA DoA FA FR DoR DR IVC % IVI % Casearia sylvestris 4 2 4,00 0,06 16,67 0,84 0,26 0,57 0,42 0,56 Psidium guajava 4 2 4,00 0,02 16,67 0,84 0,09 0,57 0,33 0,50 Persea americana 2 2 2,00 0,09 16,67 0,84 0,38 0,29 0,33 0,50 Leucaena leucocephala 2 1 2,00 0,18 8,33 0,42 0,75 0,29 0,52 0,49 Dicksonia sellowiana 3 2 3,00 0,03 16,67 0,84 0,14 0,43 0,28 0,47 Inga marginata 3 1 3,00 0,13 8,33 0,42 0,52 0,43 0,47 0,46 Acosmium subelegans 4 1 4,00 0,09 8,33 0,42 0,37 0,57 0,47 0,45 Anadenanthera macrocarpa 2 2 2,00 0,05 16,67 0,84 0,22 0,29 0,25 0,45 Zanthoxylum rhoifolium 3 2 3,00 0,01 16,67 0,84 0,05 0,43 0,24 0,44 Myracrodruon urundeuva 2 2 2,00 0,04 16,67 0,84 0,17 0,29 0,23 0,44 Cupania vernalis 3 1 3,00 0,10 8,33 0,42 0,41 0,43 0,42 0,42 Eschweilera ovata 1 1 1,00 0,17 8,33 0,42 0,68 0,14 0,41 0,42 Tibouchina granulosa 2 2 2,00 0,02 16,67 0,84 0,09 0,29 0,19 0,41 Alchornea sidaefolia 3 1 3,00 0,08 8,33 0,42 0,32 0,43 0,38 0,39 Esenbeckia leiocarpa 2 2 2,00 0,01 16,67 0,84 0,04 0,29 0,16 0,39 Citrus reticulata 2 1 2,00 0,11 8,33 0,42 0,46 0,29 0,37 0,39 Licuala grandis 2 1 2,00 0,11 8,33 0,42 0,45 0,29 0,37 0,38 Hovenia dulcis 4 1 4,00 0,02 8,33 0,42 0,08 0,57 0,33 0,36 Heliocarpus popayanensis 2 1 2,00 0,08 8,33 0,42 0,34 0,29 0,31 0,35 Guazuma ulmifolia 2 1 2,00 0,08 8,33 0,42 0,32 0,29 0,30 0,34 Solanum granulosoleprosum 3 1 3,00 0,04 8,33 0,42 0,17 0,43 0,30 0,34 Nectandra oppositifolia 1 1 1,00 0,09 8,33 0,42 0,36 0,14 0,25 0,31 Pisonia ambigua 2 1 2,00 0,04 8,33 0,42 0,15 0,29 0,22 0,29 Pseudobombax grandiflorum 2 1 2,00 0,01 8,33 0,42 0,03 0,29 0,16 0,25 Poecilanthe parviflora 1 1 1,00 0,04 8,33 0,42 0,16 0,14 0,15 0,24 Jacaranda puberula 1 1 1,00 0,04 8,33 0,42 0,15 0,14 0,15 0,24 Copaifera langsdorffii 1 1 1,00 0,04 8,33 0,42 0,15 0,14 0,14 0,24 Enterolobium contortisiliquum 1 1 1,00 0,01 8,33 0,42 0,03 0,14 0,09 0,20 Moldenhawera floribunda 1 1 1,00 0,01 8,33 0,42 0,03 0,14 0,09 0,20 Erythrina verna 1 1 1,00 0,01 8,33 0,42 0,03 0,14 0,09 0,20 Pterocarpus rohrii 1 1 1,00 0,01 8,33 0,42 0,03 0,14 0,09 0,20 Eriotheca pentaphylla 1 1 1,00 0,01 8,33 0,42 0,03 0,14 0,09 0,20 Ficus guaranitica 1 1 1,00 0,01 8,33 0,42 0,02 0,14 0,08 0,20 Sapindus saponaria 1 1 1,00 0,01 8,33 0,42 0,02 0,14 0,08 0,20 Campomanesia guazumifolia 1 1 1,00 0,00 8,33 0,42 0,02 0,14 0,08 0,19 Handroanthus aff. chrysotrichus 1 1 1,00 0,00 8,33 0,42 0,01 0,14 0,08 0,19 Psidium guineense 1 1 1,00 0,00 8,33 0,42 0,01 0,14 0,07 0,19 As famílias com maior abundância foram: Myrtaceae, Euphorbiaceae e Asteraceae. Em relação à densidade relativa, as espécies que obtiveram o maior índice foram Eucalyptus sp. (8,75%), Croton floribundus (7,62%), Sp1 (7,46%), Myrsine ferruginea (5,74%), Gochnatia polymorpha (5,60%), Sp2 (4,88%), Ocotea puberula (4,73%), Myrcia sp. (3,73%), perfazendo um total de 48,51% da densidade total das espécies amostradas. Quanto às espécies que apresentaram dominância relativa, Eucalyptus sp. alcançou valor de 20%, Crataeva tapia 8,49% e Croton floribundus 7,34%.

19 Análise da estrutura vertical Para analisar a estrutura vertical da área de trabalho, estabeleceram-se dez classes de altura; a maior porcentagem de dados variou entre 7,0 e 9,5 metros (25% do total), seguida da classe 12 a 14,5 metros, com 23,5%, e da classe correspondente a 9,2 até 12 metros (20,5%) (figura 2). Figura 2 Classes de altura (m) dos indivíduos arbóreos coletados em um fragmento de floresta ombrófila densa localizado nos municípios de Alumínio e Mairinque São Paulo. Distribuição das frequências das classes diamétricas Em cada área, o valor de importância pode variar, por conta do tipo de amostragem utilizada, frequência, densidade e dominância das espécies sobre a área, além do método de coleta, da altitude local e da ação antrópica. Nesse sentido, torna-se difícil encontrar duas áreas que apresentem as mesmas espécies com o mesmo grau de importância. Neste estudo foram utilizadas 11 classes diamétricas, de todos os indivíduos amostrados, variando de 0,95 até 98,99 cm (figura 3). Figura 3 Classes diamétricas (cm) dos indivíduos arbóreos coletados em um fragmento de floresta ombrófila densa localizado nos municípios de Alumínio e Mairinque São Paulo.

20 Índices de diversidade Os índices de diversidade calculados para a área de estudo foram os seguintes: a) número de indivíduos amostrados 697; b) índice de Shannon (H ) 3,74; c) índice de dominância de Simpson (D) 0,037; d) índice de equabilidade de Pielou (J ) 0,85. DISCUSSÃO Levantamento florístico Oliveira-Filho & Fontes (2000) e Carvalho et al. (2008), em pesquisas feitas em áreas de floresta ombrófila densa, concordam que o padrão de riqueza de famílias e gêneros observados no sudeste brasileiro é característico, com predominância das famílias Fabaceae, Myrtaceae e Lauraceae principalmente. Tal padrão também foi encontrado no presente estudo. Verifica-se que as famílias de maior riqueza são responsáveis por aproximadamente 49,3% do total de espécies na área aqui estudada. Autores como Silva & Leitão Filho (1982), ao realizar levantamento fitossociológico na região de Ubatuba em São Paulo, também encontraram o maior número de espécies na família Myrtaceae (n = 16), seguida de Lauraceae e Fabaceae (12). Barros et al. (1991), em Cananeia (SP), observaram para Myrtaceae 70 espécies, e Aguiar (2004) constatou que as famílias mais ricas foram Myrtaceae (23,02%), Lauraceae (14,28%), Rubiaceae (6,21%), Melastomataceae (3,95%), Fabaceae e Sapotaceae (3,38%). Tais resultados confirmam os obtidos neste estudo e os reportados por Moreno et al. (2003), que descrevem a família Myrtaceae como a que possui maior riqueza florística nesse tipo de formação vegetacional (FOD alto-montana). Myrtaceae ou Lauraceae podem indicar estádio de regeneração ou degradação em uma floresta, pois são responsáveis por parte dos recursos disponíveis para frugívoros (MORAES, 1992). Estudos efetuados por Tabarelli (2007) relatam que, em áreas de domínio da mata atlântica e cerrado com predominância de espécies de Eucalyptus sp., as espécies regenerantes são, com frequência, provenientes de formações adjacentes. No presente estudo não foi diferente; a abundante presença de Eucalyptus sp. pode ter contribuído como espécie pioneira no processo sucessional, sombreamento, possibilidade de instalação e desenvolvimento de estágios mais avançados. Oliveira et al. (2013), estudando em FOD do estado do Espírito Santo, também descrevem o aparecimento de espécies exóticas (Coffea arabica e Eucalyptus sp.), justificando o fato pela presença de áreas de cultivo próximas ao fragmento analisado. Estrutura horizontal É comum ocorrer em áreas de floresta atlântica um elevado número de espécies das famílias Myrtaceae, Euphorbiaceae e Asteraceae (TABARELLI & PERES, 2002). Campos et al. (2011) encontraram Myrtaceae e Rubiaceae como as famílias mais abundantes em um fragmento de FOD na região de Ubatuba (SP). As famílias Myrtaceae e Melastomataceae foram as mais abundantes em uma área de FOD alto-montana na Serra da Mantiqueira (MG) (MEIRELES et al., 2008). Com relação à frequência relativa, as espécies mais frequentes foram Croton floribundus (5,91%), Sp1 (6,33%), Sp2 (5,06%), Myrsine ferruginea (4,64%), Ocotea puberula (4,22%), Myrcia sp. (3,38%) e Eucalyptus sp. (2,53%), o que equivale a um total de 32,07% da frequência total das espécies amostradas. Campos et al. (2011), por sua vez, encontraram como mais frequentes Euterpe edulis, Mollinedia schottiana, Syagrus pseudococos, Garcinia gardneriana, espécies distintas das verificadas neste trabalho, o que, segundo os autores mencionados, mostra que, embora ocorram similaridades na composição de famílias, as espécies dominantes normalmente diferem entre si, e tal fato pode ainda ser explicado pelas diferenças no desenvolvimento dessas espécies em trechos distintos de floresta. Com relação à densidade, Campos et al. (2011) também observaram uma comunidade composta por poucas espécies dominantes (Euterpe edulis, Mollinedia schottiana, Bathysa mendoncaei e Coussarea accedens), entretanto concluíram que somente a primeira dessas espécies poderia ser considerada abundante (< 100 indivíduos/hectare de acordo com a terminologia de Moreira, 2007).

21 Seguindo tal metodologia, nenhuma espécie amostrada neste estudo pode ser vista como abundante, entretanto 17 espécies podem ser consideradas constantes (entre 10 e 99 indivíduos/hectare), sendo as demais tidas como comuns ou ocasionais. Análise da estrutura vertical Oliveira et al. (2013) verificaram, para uma área de FOD, uma variação na estrutura vertical ainda maior (2-35 metros; ẋ = 12,99 metros) que a observada neste estudo, embora os valores médios sejam similares. De modo distinto ao que os autores constataram, notou-se no presente estudo um contínuo crescente nos estratos arbóreos, e assim é possível inferir que a comunidade já se apresenta bem estabelecida (espécies de porte mediano mais abundantes), com poucas espécies de porte elevado e poucas espécies de pequeno porte. Da mesma forma, Campos et al. (2011) também obtiveram, para uma área de FOD em Ubatuba (SP), uma maior variação nas classes de altura (2-32 metros), embora a maioria das espécies apresentasse entre 6 e 10 metros, valores esses abaixo dos percebidos neste trabalho. Segundo os autores, as grandes alturas registradas devem-se a algumas poucas espécies que podem atingir vários metros, tal como Syagrus pseudococos. Distribuição das frequências das classes diamétricas Os resultados obtidos por meio da distribuição e frequências nas classes diamétricas, de todos os indivíduos amostrados, evidenciam o esperado para as florestas secundárias, apresentando uma curva exponencial negativa (possui forma de J invertido). Essa curva indica que existe um decréscimo acentuado no número de indivíduos, no sentido das menores para as maiores classes diamétricas. Assim, pode-se afirmar que a fisionomia florestal está em pleno desenvolvimento em direção a estádios mais avançados, uma vez que existe um contingente de indivíduos jovens que vão suceder aqueles que já se encontram na forma de senis ou em decrepitude. Campos et al. (2011) alcançaram resultados similares, com maior número de indivíduos possuindo diâmetros menores, o que indica uma relação inversa entre o diâmetro e a abundância. Diversidade Tomando-se como base os índices de diversidade obtidos, a área estudada apresentou altos valores de diversidade de espécies arbóreas, quando comparada com outros remanescentes da mata atlântica. O valor de H (3,74) na área de estudos foi semelhante ao encontrado por Tubini (2006), ao comparar regeneração de espécies nativas em fragmentos de floresta ombrófila densa em São Bernardo do Campo, que obteve valor de H igual a 3,95 para uma densidade total de 1.930 indivíduos/ hectare e H igual a 3,21 para 1.055 indivíduos/hectare. Meireles et al. (2008) também constataram resultados similares (H = 3,28; J = 0,78; D = 0,05) em área de FOD de Monte Verde (MG). Campos et al. (2011), entretanto, verificaram um valor mais alto de índice de diversidade (H = 4,05) para um fragmento de FOD em Ubatuba (SP). Nesse último trabalho, a equitabilidade também foi muito similar (J = 0,81) à obtida no presente estudo, o que corrobora os altos índices de diversidade, embora os autores tenham evidenciado a dominância e a abundância da espécie Euterpe edulis (CAMPOS et al., 2011). O número de espécies (n = 142) auferido pelos autores mencionados, muito maior que o obtido no presente estudo (n = 79), pode também explicar a diferença nos valores de diversidade verificados entre as duas áreas. Nesse sentido, o valor de H averiguado neste trabalho se explica pela alta uniformidade da área, representada pelo elevado valor de equitabilidade, além da baixa dominância. Valores semelhantes foram encontrados para outras áreas de floresta ombrófila densa, por outros autores: H = 4,36 (SILVA, 1989); H = 3,80 (MARISCAL-FLORES, 1993); H = 3,09 (CALEGÁRIO, 1993); H = 3,96 (ALMEIDA, 1996). Os valores dos índices de diversidade, quando comparados a outras tipologias florestais da mata atlântica, também são similares aos do presente trabalho. Nesse sentido, valores de diversidade

22 devem ser tomados apenas como estimativas, pois metodologias, tipo de parcelas e intensidade amostral no inventário interferem em tais índices. Com relação às espécies raras, foram representadas por: Enterolobium contortisiliquum, Moldenhawera floribunda, Erythrina verna, Sapindus saponaria, Eriotheca pentaphylla, Jacaranda puberula, Piper arboreum, Ficus guaranitica, Poecilanthe parviflora, Pterocarpus rohrii, Handroanthus aff. chrysotrichus, Campomanesia guazumifolia, Copaifera langsdorffii, Eschweilera ovata, Psidium guineense e Nectandra oppositifolia. Campos et al. (2011), a respeito da raridade, questionam sobre o limite entre raridade e abundância, pois fatores como amostragem, limite de distribuição e área amostrada podem interferir nesses aspectos. Além disso, a escala de análise também deve ser considerada, pois envolve dados acerca da abundância e da distribuição geográfica de cada espécie (MANTOVANI, 1993). CONSIDERAÇÕES FINAIS Tanto o número de espécies (n = 79) quanto a abundância (n = 697) e a diversidade verificados neste estudo podem ser considerados valores altos para floresta ombrófila densa e estão em consonância com resultados de outras áreas próximas, o que ressalta as características desse bioma de extrema importância. Por outro lado, o táxon exótico Eucalyptus sp. apresentou o maior valor de importância e a maior densidade absoluta, o que indica cuidado com a inclusão de espécies exóticas em ambientes naturais, em virtude de sua rápida proliferação ou capacidade competitiva. Na área estudada notou-se que a floresta está em estágio médio a avançado de regeneração. Corroboram tal fato o baixo valor do índice de dominância, a própria presença de espécies de eucalipto, além dos valores medianos obtidos para estrutura horizontal e vertical. Tal processo de regeneração é caracterizado por espécies pioneiras, provavelmente em razão da ação antrópica. REFERÊNCIAS Aguiar, Osny Tadeu. Comparação entre os métodos de quadrantes e parcelas na caracterização da composição florística e fitossociológica de um trecho de floresta ombrófila densa no Parque Estadual Carlos Botelho, São Miguel Arcanjo, São Paulo [dissertação de Mestrado em Recursos Florestais]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2004. Almeida, Denise Soares. Florística e estrutura de um fragmento de floresta atlântica, no município de Juiz de Fora, Minas Gerais [dissertação de Mestrado em Ciência Florestal]. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa; 1996. Angiosperm Phylogeny Group III. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society. 2009; 161:105-121. Barros, Fábio de; Maria Margarida da Rocha Fiuza Melo; Silvia Antonia Corrêa Chiea; Mizué Kirizawa; Maria das Graças Lapa Wanderley & Sigrid Luiza Jung-Mendaçolli. Flora fanerogâmica da Ilha do Cardoso volume 1. São Paulo: Instituto de Botânica; 1991. Biblioteca Virtual do Governo do Estado de São Paulo. Clima. 2007. [Acesso em: dez. 2015]. Disponível em: http:// www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/pdf/saopaulo-geografia.pdf. Calegário, Natalino. Parâmetros florísticos e fitossociológicos da regeneração natural de espécies arbóreas nativas no sub-bosque de povoamentos de Eucalyptus, no município de Belo Oriente/MG [dissertação de Mestrado em Ciência Florestal]. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa; 1993. 114 p. Campos, Mariana Cruz Rodrigues; Jorge Yoshio Tamashiro; Marco Antonio Assis & Carlos Alfredo Joly. Florística e fitossociologia do componente arbóreo da transição floresta ombrófila densa das terras baixas - floresta ombrófila densa submontana do Núcleo Picinguaba/PESM, Ubatuba, sudeste do Brasil. Biota Neotropica. 2011; 11(2):301-312. Carvalho, Fabricio Alvin; Marcelo Trindade Nascimento & Ary Teixeira Oliveira Filho. Composição, riqueza e heterogeneidade da flora arbórea da bacia do Rio São João, RJ, Brasil. Acta Botânica Brasílica. 2008; 22(4):929-940. Dean, Warren. A ferro e fogo: a história e a devastação da mata atlântica brasileira. São Paulo: Companhia das Letras; 1996. 484 p.

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