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CENÁRIO MACROECONÔMICO BRASILEIRO : DESAFIOS E OPORTUNIDADES

Transcrição:

Destaque Depec - Bradesco Ano XIV - Número 177-25 de abril de 2017 Aumento da credibilidade da política econômica tem favorecido a descompressão da inflação de serviços Leandro Câmara Negrão Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos A descompressão dos preços de serviços nos últimos trimestres tem sido um dos principais vetores da desaceleração recente da inflação brasileira. Apesar desse movimento já ser esperado, a velocidade com que ele vem ocorrendo tem superado a projetada inicialmente. Essa descompressão é muito emblemática, pois a inflação de serviços foi uma das principais evidências da elevada inércia inflacionária verificada no país nos últimos anos. Assim, esse movimento pode ser um indício de quebra da inércia. Para tanto, existem motivos estruturais, e um dos principais é a ancoragem das expectativas de inflação para os anos à frente. Para os próximos meses, esperamos que essa desaceleração continue, mas a velocidade tende a se reduzir. Caso isso não ocorra, teremos que revisar nossa projeção para inflação de serviços do ano para baixo. Atualmente projetamos alta de 80% 75% 70% 65% 60% 59,5% 55% 78,0% 70,7% 7 59,9% 70,8% 4,9%, sendo que na média dos últimos três meses, considerando os ajustes sazonais e anualizando, a inflação do setor aponta para uma elevação de 3,9%. Esse movimento tem ocorrido de forma espraiada entre as aberturas da inflação de serviços. Três análises corroboram tal conclusão. A primeira delas se refere ao índice de difusão específico da inflação de serviços. O índice mensura o percentual de itens com variação positiva, e quando está em 100%, sinaliza que todos os itens de serviços variaram positivamente naquele período. Na média dos últimos doze meses, esse componente atingiu 61,1%, situandose abaixo da média histórica (67,5%) pelo décimo mês consecutivo e chegando ao menor patamar desde julho de 2007, quando registrou 59,9%. 65,4% 71,0% jun/00 set/00 dez/00 mar/01 jun/01 set/01 dez/01 mar/02 jun/02 set/02 dez/02 mar/03 set/03 dez/03 mar/04 jun/04 dez/04 mar/05 jun/05 set/05 mar/06 jun/06 set/06 dez/06 jun/07 set/07 dez/07 As demais análises que também confirmam essa desaceleração espalhada consideram diferentes segmentações adotadas pelo Banco Central. Em uma delas, a inflação de serviços é distribuída em serviços intensivos em trabalho, serviços 61,1% Média de doze meses do índice de difusão da inflação de serviços diversos, alimentação fora do domicílio e passagens aéreas. Todos os grupos apresentam desaceleração na variação acumulada nos últimos doze meses, com exceção de serviços intensivos em trabalho. Esse movimento ocorre 1

devido à mudança metodológica que aconteceu no ano passado nos grupos de empregado doméstico e mão de obra. A inflação desses grupos era capturada pela variação dos salários da extinta Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE e passou a ser medida pela variação do salário mínimo no ano. Com isso, aumentou a rigidez e a inércia desse grupo. Por outro lado, vale destacar a descompressão dos preços de alimentação fora do domicílio, que registraram variação de 6,2% em fevereiro deste ano ante alta de 7,3% observada no mesmo mês do ano passado, considerando o acumulado dos últimos doze meses. 18,0% 15,0% 12,0% Total Intensivos em trabalho Serviços diversos Alimentação fora do domicílio Serviços subjacentes Variação de doze meses das aberturas da inflação de serviços 9,0% 6,48% 3,74% 3,54% 3,0% 2,79% 1,53% 0,0% jun/00 set/00 dez/00 mar/01 jun/01 set/01 dez/01 mar/02 jun/02 set/02 dez/02 mar/03 set/03 dez/03 mar/04 jun/04 dez/04 mar/05 jun/05 set/05 mar/06 jun/06 set/06 dez/06 jun/07 set/07 dez/07 7,84% 6,07% 6,04% 5,34% 5,33% Na outra métrica adotada pelo Banco Central, referente aos serviços subjacentes, a inflação acumulada nos últimos doze meses atingiu 5,5%. Esse número representa uma desaceleração de 3,4 pontos percentuais em relação ao observado no mesmo período do ano passado, quando tinha subido 8,9%. Esse índice criado pelo BC é caracterizado como um núcleo para a inflação de serviços e exclui os seguintes itens: i) passagens aéreas, hotel e excursão, com o objetivo de extrair o efeito de eventos esportivos nos últimos anos; ii) empregado doméstico e mão de obra, uma vez que esses itens foram afetados pela mudança metodológica no ano passado (o que afetou as elasticidades dos itens ao ciclo econômico); e iii) cursos regulares e diversos, telefone celular, acesso à internet, telefone com internet e TV por assinatura com internet, itens com reajustes mais pontuais no decorrer do ano. 14,0% 12,0% 10,0% 3 meses Anualizados 6 meses Anualizados 12 meses Inflação de serviços subjacentes - dessazonalizada e anualizada 8,0% Destaque - Bradesco 4,0% 2,0% 0,0% jul/00 out/00 jan/01 abr/01 jul/01 out/01 jan/02 abr/02 jul/02 out/02 abr/03 jul/03 out/03 jan/04 jul/04 out/04 jan/05 abr/05 out/05 jan/06 abr/06 jul/06 jan/07 abr/07 jul/07 out/07 abr/08 jul/08 out/08 jan/09 jul/09 out/09 jan/10 abr/10 out/10 jan/11 abr/11 jul/11 jan/12 abr/12 jul/12 out/12 abr/13 jul/13 out/13 jan/14 jul/14 out/14 jan/15 abr/15 out/15 jan/16 abr/16 jul/16 jan/17 abr/17 Conforme citamos anteriormente, acreditamos que essa desaceleração mais recente da inflação de serviços possui vetores estruturais. Além do forte recuo da atividade econômica que ocorreu nos últimos dois anos, a convergência das expectativas 2,9% 5,1% 3,8% 3,5% teve um papel relevante nesse processo. Para reforçar tal conclusão, elaboramos um indicador para mensurar a credibilidade da política econômica com base nas expectativas de inflação e, posteriormente, comparamos esse índice com a inflação de serviços 2

em doze meses. Foram testadas duas métricas: (1) capturando a expectativa mediana do mercado para a inflação um ano à frente, subtraída da meta de inflação e (2) seguindo a mesma metodologia, ampliamos o prazo da expectativa de inflação do mercado de um para dois anos à frente. Em ambos os casos foi possível notar uma forte correlação entre a credibilidade da política econômica e os movimentos da inflação de serviços. 10,0 9,0 8,0 IPCA - Serviços Expectativa de inflação 1 ano à frente (desvio da meta) 1,40 9,20 2,37 2,5 2,0 1,5 expectativa de inflação 1 ano à frente (desvio da meta) 7,0 7,18 7,23 1,0 6,0 5,0 0,50 0,00 4,70-0,20 0,20 0,5 6,13 0,0-0,40-0,5 4,0 nov/03 fev/05 mai/06 ago/07 nov/08 fev/10 mai/11 ago/12 nov/13 fev/15 mai/16-1,0 Fonte: BCB, IBGE, Bradesco expectativa de inflação 2 anos à frente (desvio da meta) 10,0 9,0 8,0 7,0 IPCA - Serviços Expectativa de inflação 2 anos à frente (desvio da meta) 7,54 7,18 7,23 9,20 0,95 1,3 0,9 0,5 6,0 5,0 0,00-0,06 0,00 0,00 0,1 6,13-0,22-0,3 4,70 4,0-0,7 Fonte: BCB, IBGE, Bradesco nov/03 fev/05 mai/06 ago/07 nov/08 fev/10 mai/11 ago/12 nov/13 fev/15 mai/16 Destaque - Bradesco Se analisarmos o período entre meados de 2012 e o final de 2015, é possível reforçar a importância das expectativas de inflação dos analistas na formação de preços. Nesse período, mesmo com uma relevante desaceleração da atividade econômica, a inflação de serviços continuou mostrando variação no mesmo patamar. Somente no início de 2016, quando as expectativas voltaram para níveis próximos ao centro da meta e passamos a vivenciar um período de maior credibilidade da política econômica, é que observamos uma desaceleração mais contundente da 10,0% 9,0% 8,0% 7,0% 6,02% 5,0% 4,0% 7,84% 6,42% 9,47% Modelo 2: Estimativa com expectativas em 4,5% Modelo 1: Estimativa com dados efetivo IPCA Serviços 9,15% inflação de serviços. Realizamos um teste adicional que corrobora a importância das expectativas de inflação na formação de preços de serviços. Projetamos o IPCA de serviços não só com os dados efetivos de expectativas mas também com uma simulação caso as expectativas estivessem em 4,5% (centro da meta) a partir do terceiro trimestre de 2012 até agora. Nessa simulação, a inflação de serviços projetada com as expectativas no centro da meta ficou, em média, 50 pontos base abaixo da projetada com as expectativas efetivas. 8,28% 6,12% 5,60% 4,99% estimativas com dados efetivos e expectativas de inflação em 4,5% 3

O efeito das expectativas de inflação na formação dos preços de serviços também é corroborado pela literatura internacional. Em artigo publicado por Peach, Rich e Linder (2013) pelo Federal Reserve de Nova Iorque, os autores estimam uma equação para explicar, separadamente, a variação dos preços de bens e de serviços nos Estados Unidos. Eles utilizam uma amostra que vai de 1985 a 2012 e conseguem estimar o efeito das expectativas na formação dos preços desses grupos de forma individualizada. No caso dos preços de serviços, encontram que a cada 1 p.p. de variação das expectativas de inflação de longo prazo, a inflação de serviços varia aproximadamente 0,90 p.p. na mesma direção. Já no caso da inflação de bens, as expectativas de curto prazo (1 ano à frente) são mais relevantes para explicar as variações de preços. Nesse caso, a cada 1 p.p. de variação das expectativas de inflação, os preços de bens variam 0,62 p.p. Por fim, como as expectativas de inflação tanto para o curto como para o longo prazo estão ancoradas no Brasil, refletindo uma política econômica mais crível, acreditamos que os efeitos da evolução da atividade econômica na formação de preços de serviços serão mandatórios neste momento. E, como mencionado, não contará com a influência negativa das expectativas de inflação desancoradas. Referências Peach R., Rich R. and Linder M. H. 2013. The Parts Are More Than the Whole: Separating Goods and Services to Predict Core Inflation Federal Reserve Bank of New York, Current Issues in Economics and Finance, August 2013. Available at https://www.newyorkfed.org/medialibrary/media/research/current_issues/ci19-7.pdf Destaque - Bradesco 4

Destaque - Bradesco Equipe Técnica Fernando Honorato Barbosa Economista Chefe Economistas: Ana Maria Bonomi Barufi / Andréa Bastos Damico / Ariana Stephanie Zerbinatti / Constantin Jancso / Daniela Cunha de Lima / Ellen Regina Steter / Estevão Augusto Oller Scripilliti / Fabiana D Atri / Igor Velecico / Leandro Câmara Negrão / Marcio Aldred Gregory / Myriã Tatiany Neves Bast / Priscila Pacheco Trigo / Regina Helena Couto Silva / Thomas Henrique Schreurs Pires Estagiários: Alexandre Stiubiener Himmestein/ Bruno Sanchez Honório / Christian Frederico M. Moraes / Fabio Rafael Otheguy Fernandes / Felipe Alves Fêo Emery de Carvalho/ Mariana Silva de Freitas / Rafael Martins Murrer O BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes do uso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo de responsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização do Banco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e do Banco BRADESCO). 5