em teste CONCEPÇÃO E REALIZAÇÃO Juliana Sá e Emanuele Siebert

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Transcrição:

Material Didático do Gabinete de Educação da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto produzido no âmbito da Oficina Criativa: Pequenos Escultores, Grandes Esculturas! CONCEPÇÃO E REALIZAÇÃO Juliana Sá e Emanuele Siebert Os Materiais Didáticos do Gabinete de Educação da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto são produzidos por investigadores em educação e estudos artísticos como material de apoio ao trabalho do professor dos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, dentro e fora da sala de aula com alunos dos 6 aos 12 anos. Este recurso pretende inspirar ideias no espaço de exposição, na sala de aula e no dia a dia propondo abordagens contextualizadas e reflexivas sobre a teoria e a produção de arte. É ainda seu objetivo ajudar a desenvolver formas de trabalho que promovam os interesses individuais dos alunos participantes. Algumas sugestões de atividades para complementar e enriquecer os temas abordados durante a Oficina Criativa Pequenos Escultores, Grandes Esculturas! são: 1. 2. 3. 4. 5. Uma Escola de Artes - Esculturas em Locais Públicos (Arte Pública) - A Multiplicidade de Espaços Museais - Desafios da Construção de um Projeto: Representação Bidimensional e Tridimensional - Desenhar ao Vivo Figuras Humanas, Explorando Medidas e Escalas

uma escola de artes A Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto é uma instituição de ensino que tem como principal objeto de estudo as artes plásticas e o design, nomeadamente escultura, pintura, design de comunicação, desenho, técnicas de impressão, fotografia, vídeo, teoria de arte, cerâmica, ilustração, mosaico, vitral, tapeçaria e outras. Fundada em 1836, como Academia Portuense de Bellas Artes, em 1881, transformou se em Escola de Belas Artes Portuense. Setenta anos mais tarde, na década de 1950, o ensino das belas artes adquire o estatuto de ensino superior e transforma-se em Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP). Em 1992, integrou a Universidade do Porto e passou a designar-se por Faculdade de Belas Artes. Até 1979 o curso de Belas Artes e o curso de Arquitetura existiam

na mesma instituição. A partir dessa data o curso de Arquitetura autonomizou se com a criação da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Que Escultor, Pintor, Designer ou Arquitecto conheces que estudou na Escola do Porto? Que tipo de trabalhos faz? O que se aprende numa escola de artes? E na tua escola? esculturas em locais públicos (arte pública) Para aprofundar o conhecimento sobre as obras e artistas introduzidos no percurso da Oficina apresentamos algumas ideias que podem ser exploradas usando várias estratégias diálogo, pesquisa e experimentação plástica. Em algumas praças, jardins, parques, rotundas e passeios da sua cidade há formas tradicionais de monumentos e de estatuária realizados em homenagem

a personalidades, datas ou eventos históricos. Mais recentemente, os locais públicos têm sido preenchidos com um outro tipo de propostas artísticas que variam entre formas mais abstratas e conceptuais. Aproveite para explorar novamente o conceito de Abstrato e figurativo, ressaltado durante a Oficina na FBAUP. Descobre as obras de Dalila Gonçalves (n.1982), de Júlio Resende (1917 2011) ou de Eduardo Souto Moura (n.1952) na cidade do Porto. Que tal estimular os seus alunos a ficarem atentos a essas esculturas que por vezes passam despercebidas? Que praças ou parques com esculturas existem perto da tua escola? Vamos descobrir o monumento instalado em cada uma? Quem realizou? De que material é feito? Qual o seu título? Que histórias conta? Que tal visitar?

a multiplicidade de espaços museais Na FBAUP tiveram oportunidade de conhecer um espaço expositivo amplo convencionalmente designado por cubo branco, com paredes brancas, projeção de imagens na parede, obras espaçadas entre si, um espaço especialmente construído para apresentar obras de arte moderna e contemporânea. Este modelo de exposição tornou- se uma prática comum nos anos de 1950 e desde então tem marcado de forma dominante os espaços museais. Esta forma de apresentação foi inicialmente aplicada com sucesso no Museum of Modern Art (MoMA), em Nova Iorque, sob a direção do historiador de arte norteamericano Alfred Barr (1902 1981), e veio realçar o importante papel do curador na comunicação do significado da arte em contexto museal. O que é colecionar? Para que serve um Museu? Como estão expostos os objetos? Quem organizou a

exposição? Responda a estas questões com base na visita um espaço expositivo diferente, como uma Casa- Museu, um Museu da Ciência, um Museu Etnográfico, um Museu das Comunicações ou um Museu do Papel. desafios para a construção de uma escultura: representação bidimensional e tridimensional Com o intuito de prolongar e enriquecer a experiência desta Oficina sugerimos algumas atividades a partir das obras e conceitos abordados. Proponha aos seus alunos modelar em barro ou em plasticina um animal ou uma pessoa imaginária, de acordo com um tema que esteja a estudar na sala de aula. Finalizadas as formas, proponha registar numa folha de papel a figura realizada. Organize uma exposição dos trabalhos na sala de aula, colocando a figura tridimensional junto com o desenho bidimensional. Leve os seus

alunos a observar e a estudar as diferenças entre a representação bidimensional e tridimensional da figura projetada. Não se preocupe com a não coincidência dos resultados e aproveite para dialogar sobre as diferenças e os desafios que cada método de representação coloca. Por exemplo, uma representação bidimensional um desenho apresenta, em geral, apenas um ponto de vista, enquanto uma representação tridimensional - uma escultura pode ser vista de vários pontos de vista. Qual foi o ponto de vista mais escolhido para registar a figura tridimensional? Qual foi o ponto de vista menos escolhido para registar a figura tridimensional? desenhar ao vivo figuras humanas, explorando medidas e escalas Partindo da ideia de representar figuras humanas, desafie os seus alunos a servir de modelo vivo para a realização de um

desenho figurativo. Para isso posicioneos com uma folha branca A4 e um lápis de grafite num meio círculo, de modo a que todos possam visualizar o aluno modelo, diante do grupo numa pose à sua escolha. Incentive os seus alunos a diversificarem as posições, por exemplo, com a mão à frente do rosto, defendendose de uma bola, espreguiçando, dormindo, agachado... Use uma ampulheta de 2 min., 3 min. ou 4 min. para medir o tempo de realização de cada desenho. Alterne o modelo entre os vários alunos do grupo. Os alunos devem ir desenhando os vários colegas modelo na mesma folha, sendo um dos desafios da atividade utilizar uma única folha de papel para os vários desenhos. Esta atividade promove o desenvolvimento da expressão corporal e torna- nos mais consciente dos gestos que o nosso corpo utiliza para comunicar. Promove também uma exploração das questões relacionadas com o desenho

de observação direta e o seu importante papel na realização de esculturas ou pinturas que integram figura humana. Explore a representação simplificada das formas, as qualidades da linha de contorno, os vários valores das manchas, noções de escala e proporção, de perto e de longe, do particular e do geral, incentivando a uma melhor compreensão da figura humana.

Publicações com mais ideias que podem ser o ponto de partida para outras atividades... Cinco Séculos de Desenho da Coleção da FBAUP (2012), Porto: Universidade do Porto. Catálogo da exposição Cinco Séculos de Desenho na Coleção da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (2012) que dá a conhecer vários trabalhos de artistas, desde a Florença do Renascimento até ao Porto do século XXI, tendo como fio condutor o Desenho, disciplina nuclear do ensino artístico nesta cidade portuguesa. A exposição foi comissariada por Francisco Laranjo, Ana Paula Machado, Laura Castro, Fátima Lambert, Mário Bismarck e Vítor Silva. Mapa de Arte Pública da Cidade do Porto (2016), Porto: Câmara Municipal do Porto. Projeto do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal do Porto que mapeia esculturas e monumentos existentes na cidade. Lançado em 2016, este mapa permite conhecer ou redescobrir 219 esculturas, bustos, placas, painéis, monumentos, edifícios, e outros motivos de interesse instalados na cidade. O mapa existe em papel e também está disponível online, propondo também cinco rotas temáticas: Rota da História, Rota da Água, Rota das Belas Artes, Rota da Arte Contemporânea e Rota das Letras. Escultura em Portugal no Século XX (2007) de Lúcia Matos, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. Estudo que incide sobre trabalhos de carácter escultórico, realizados entre 1910-1969, que acompanham o desenvolvimento do academismo, da vanguarda e do modernismo em Portugal. Este estudo tem por objetivo sistematizar a história da escultura novecentista portuguesa realçando o diálogo que esta estabelece com as cenas artísticas francesa, nas primeiras décadas, inglesa, nas últimas, considerando ainda os contatos com a Catalunha e Itália, nos anos 30 e 40. gabinete de educação, fbaup 2018