Palavras-Chave: Doadores de órgãos. Enfermagem. Estudantes de Enfermagem.

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Transcrição:

ISSN 1678-1740 http://ulbratorres.com.br/revista/ Torres, Vol. I - Novembro, 2016 Submetido em: Jul/Ago/Set, 2016 Aceito em: Out/2016 CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM SOBRE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS Dariédison Schardosim Carlos 1 Andressa Lazzari Valmir Soares Machado Jeanice Beacker Lasta 2 Resumo A carência de órgãos para transplantes são motivos de vários estudos e propostas para aumentar a captação de órgãos. No Brasil, existem poucos dados a respeito da opinião geral da população sobre este tema. Objetivou se no estudo avaliar o conhecimento dos acadêmicos de enfermagem sobre doação de órgãos e tecidos, antes e após a intervenção educativa. O método teve abordagem quantitativa com delineamento descritivo comparativo, sendo os dados coletados na Universidade Luterana do Brasil - Ulbra Torres,com participação dos acadêmicos de enfermagem no qual responderam um questionário individual com questões fechadas, tendo como resultado relevante o menor número de acertos entre o 1 e 2 semestre e o aumento dos acertos pós intervenção. Conclui-se que os dados analisados dentro do estudo proposto nos mostram que os estudantes embora reconheçam a complexidade do processo de doação de órgãos é visível que ainda a necessidade de orientação e conscientização sobre o tema. Palavras-Chave: Doadores de órgãos. Enfermagem. Estudantes de Enfermagem. Introdução A doação de órgãos e tecidos, muitas vezes, é a única alternativa terapêutica para os pacientes portadores de doenças graves, sejam elas agudas ou crônicas, possibilitando a reversão do quadro, visando a melhora da qualidade de

vida. Porém, para que o processo de doação para transplantes seja efetuado e tenha eficácia, existem alguns fatores envolvidos, como o amparo ao potencial doador pelos profissionais de enfermagem, tendo em vista a manutenção hemodinâmica e viabilidade dos órgãos para transplante e, o vínculo com os familiares que vivenciam a dor da perda, ao mesmo tempo em que devem decidir pela doação ou não de órgãos e tecidos (ARAÚJO; MASSAROLLO, 2014). 1 Guaduando do curso de Enfermagem da Universidade Luterana do Brasil ULBRA - Campus Torres 2 Professoras e professor do curso de Enfermagem da Universidade Luterana do Brasil ULBRA - Campus Torres

A compreensão por parte dos profissionais quanto aos processos de doação de órgãos e, o seguimento correto das etapas necessárias, torna possível a obtenção de órgãos e tecidos para transplantes, além de facilitar que os familiares do provável doador consigam passar pelo processo de luto de maneira menos dolorosa, baseada na diminuição do estresse (SANTOS; MASSAROLLO; MORAES, 2012). No entanto, o pouco conhecimento dos profissionais e da população leiga quanto a estes processos, propicia a negação pela família quanto à doação dos órgãos e tecidos do potencial doador em morte encefálica (PESSOA; SCHIRMER; ROZA, 2013). Para muitos enfermeiros lidar com um paciente em morte encefálica é uma situação desafiadora do ponto de vista ético e profissional, onde é necessário ações que exigem grande responsabilidade e conhecimento, onde todo o processo tem que correr sem falhas desde o encontro com a família e cuidado com o potencial doador (PESTANA et al., 2013). Na legislação brasileira há a permissão para a doação entre parentes em até o quarto grau, sendo o doador de maior idade, fornecendo o consentimento informado, restringido o uso de não parente, devendo haver a autorização da comissão de ética do hospital e da central de transplante do estado (BRASIL, 1997). O processo de doação de órgãos pode sofrer interferência de situações compreendidas como conflitos éticos por parte dos enfermeiros, isto provoca feedback negativo para a eficácia da doação de órgãos, sendo estas situações abrangidas pelas crenças religiosas, falhas de comunicação, dificuldade de relacionamento interpessoal e escassez de recursos humanos e materiais (ARAÚJO; MASSAROLLO, 2014). No Brasil dados indicam que cada cem famílias brasileiras a quem se oferece a oportunidade de doar os órgãos de um ente querido em situação de morte encefálica, mais de 60% autorizam a doação. Deste modo, se todas as situações de morte encefálica fossem diagnosticadas e notificadas para as centrais de transplantes, teríamos mais que o dobro de potenciais doadores. A doação de órgãos ocorrerá caso haja o consenso da família, sendo que essa decisão poderá ser revogada em qualquer momento, mesmo após assinatura do termo de consentimento (GARCIA et al., 2013).

Objetivo e Método O objetivo do estudo foi avaliar o conhecimento dos acadêmicos de enfermagem sobre doação de órgãos e tecidos, antes e após a intervenção educativa sobre o tema, órgão vinculado a Universidade Luterana do Brasil Ulbra Torres. Este trabalho teve como método uma abordagem quantitativa, delineamento descritivo comparativo, foi realizado com acadêmicos do Curso de Enfermagem Ulbra Torres, com objetivo de avaliar o conhecimento sobre doação de órgãos e tecidos, antes e após a intervenção educativa. Para este estudo foi utilizado um questionário estruturado desenvolvido pelo pesquisador. Fizeram parte da amostra inicial 52 participantes, porém foram excluídos 5 por não preencheram os critérios de inclusão, restando 47 acadêmicos. Critérios de inclusão: alunos regularmente matriculados no curso de enfermagem da Ulbra Torres, que aceitaram fazer parte do estudo, mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e que participaram da intervenção educativa sobre doação de órgãos, ministrada pelos enfermeiros da Organização e Procura de Órgãos (OPO7). Critérios de exclusão: alunos que não regularmente matriculados no curso de enfermagem da Ulbra Torres, que não quiseram ou não puderam participar da pesquisa e da intervenção proposta. Com auxilio de uma planilha Excel 2010, foi realizada a análise dos dados de forma descritiva, através de frequências relativas e porcentagens, comparando-se a análise das respostas do pré e pós teste. O projeto deste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com o número CAAE 44907315.5.0000.5349. Resultado e Discussão A amostra foi constituída de 47 alunos do curso de enfermagem, sendo que os mesmos obedeceram aos critérios de inclusão e exclusão. Onde obteve a predominância do sexo feminino em 78,7% dos dados coletados (Tabela 1). A média de idade dos participantes desta pesquisa foi de 26,3 (+7,3) anos.houve predomínio da faixa etária dos 20 aos 29 anos 40,4% e no estado civil o

predomínio foi de solteiros 80,8%. Mais da metade da amostra pertencem ao 1º a 4º semestre 55,4% (Tabela 1). Tabela 1 Distribuição da amostra conforme características sócio-demográficas dos alunos do curso de enfermagem da Universidade Luterana do Brasil Ulbra Torres, 2015. N % Sexo Masculino 10 21,3 Feminino 37 78,7 Faixa Etária 19 anos 14 29,8 20 29 anos 19 40,4 30 39 anos 11 23,4 40 anos 3 6,4 Estado civil Casado 8 17 Solteiro 38 80,8 SR 1 2,2 Período de formação 1º e 2º semestres 14 29,8 3º e 4º semestres 12 25,6 5º e 6º semestres 5 10,6 7º e 8º semestres 9 19,2 9º e 10º semestres 7 14,8 Fonte: dados da pesquisa De acordo com os dados obtidos,releva que entre as 10 questões, apenas a questão 1 mostrou declínio em seus acertos onde no pré soma se obteve um total de 82,9% e no pós 74,4% dos acertos evidenciando assim uma queda de 8,5% de diferença do pré para o pós. Entre as 10 questões, foi a de número 6 que teve o menor aproveitamento de acertos com 6,2% no pós e que a Q7 mostrou o melhor rendimento com 34,1% de acertos no pós. A questão que melhor obteve resultados em acertos foi a Q9 mostrando 93,6% dos acertos no pré e 100% no pós. Na intervenção proposta neste estudo a atividade educativa agregou uma média de 14,9% no aumento de acertos (Tabela 2). Tabela 2 Distribuição da amostra conforme analise das questões sobre o processo de doação de órgãos, dos alunos do curso de enfermagem da Universidade Luterana do Brasil Ulbra Torres, 2015. Acertos Pré Acertos Pós Diferença entre intervenção n(%) intervenção n(%) pré e pós intervenção Questões Q1 39(82,9) 35(74,4) -8,5% Q2 27(57,4) 41(87,2) 29,8% Q3 37(78,7) 44(93,6) 14,9% Q4 35(74,4) 45(95,7) 21,3% Q5 35(74,4) 44(93,6) 19,2% Q6 42(89,3) 45(95,7) 6,2% Q7 28(59,5) 44(93,6) 34,1% Q8 37(78,7) 42(89,3) 10,6%

Q9 44(93,6) 47(100) 6,4% Q10 35(74,4) 42(89,3) 14,9% Fonte: dados da pesquisa Pessoa, Schirmer e Roza (2013) diz que a recusa familiar na doação de órgãos, podem chegar a 63% nos casos, grande parte por não saberem a vontade do seu ente querido em ser doador. Na pesquisa realizada nos mostra que a Q7 onde é perguntado ao participante se a família não autoriza a doação de órgãos, qual seria o procedimento a ser realizado, evidenciado uma margem de 59,5% dos acertos no pré teste com 93,6% de acertos após a intervenção didática avaliado no pós teste. Estudo realizado por Freire et al. (2014) sobre os critérios avaliados no diagnóstico de morte encefálica tem como critério predominante a ausência de atividades encefálicas detectas por exames complementares (94,1%), seguido por realização de exames neurológicos (72,1%) e coma arreativo e arreflexivo (51,5%). No trabalho descrito observou-se na Q2, quando perguntado sobre critérios para abertura do protocolo de morte encefálica o baixo número de acertos no questionário pré, ou seja, antes da intervenção educativa com 27 acertos correspondendo a 57,4% dos participantes com um aumento significativo no pós teste perfazendo uma quantia de 41 acertos com uma margem de 87,2% dos participantes. Os dados indicam que os alunos do 1 e 2 semestres apresentaram o menor número de acertos no pré e no pós, em estudo realizado por Galvão (2007) numa avaliação de 347 estudantes de medicina, 56% destes mencionaram nunca ter presenciados cursos sobre o tema transplantes de órgãos, sendo que uma quantia de 89,2% dos alunos matriculados no primeiro ano relatam não ter recebido qualquer informação sobre o assunto, em contra partida o estudo proposto com os participantes do 7 e 8 semestre demonstraram o maior número de acerto no pós com uma média de 9.6 acertos, demonstrado também em Galvão que no sexto ano este percentual sobre o tema e informação diminuiu para 35% (Tabela 3). Tabela 3 Distribuição da amostra conforme a média de acertos por semestre, dos alunos do curso de enfermagem Ulbra Torres, 2015. Média dos acertos pré Média dos acertos pós Semestre 1º e 2º semestres 7 9 3º e 4º semestres 7,9 9,3 5º e 6º semestres 8,2 9,2 7º e 8º semestres 7,7 9,6

9º e 10º semestres 7,8 9,1 Média Geral 7,6(+1,45) 9,1(+1,1) Fonte: dados da pesquisa Tabela 4 Diferença entre Pré Teste e Pós Teste Desvio- Média Padrão Mediana Mínimo Máximo Número de 7,64 1,45 8 4 10 Acertos Pré Número de 9,13 1,10 9 4 10 Acertos Pós Fonte: dados da pesquisa Através do teste de Wilcoxon para amostras pareadas (WilcoxonMatched- Pairs; Wilcoxonsigned-rankstest), tem-se que há diferença significativa (p-valor < 0,000)entre o pré e o pós-teste, ao nível de 5%. Conclui-se então que a avaliação proposta surtiu um efeito positivo para o conhecimento dos alunos de Enfermagem acerca do processo de doação de órgãos. Maia e Amorim (2009) teve em sua pesquisa a participação de 531 estudantes, sendo 335 acadêmicos do curso de Enfermagem do 2º ao 8º períodos e 196 acadêmicos do curso demedicina do 1º ao 9º períodos.quando se observa o conhecimento dos acadêmicos de Enfermagem e Medicina relacionadas ao conceito de morte encefálica, o estudo demonstrou que 90% dos estudantes de Medicina e 88% dos estudantes de Enfermagem tiveram conhecimentos no conceito de morte encefálica. Conclusão O estudo proposto fez com que os acadêmicos de enfermagem, obtivessem após a intervenção didática mais de quatorze por cento nos acertos, evidenciadono pós teste, sendo através da contribuição da atividade educativa sobre o tema, visando assim um melhor entendimento das questões proposta no segundo momento. Os dados analisados com o estudo sobre o conhecimento dos acadêmicos de enfermagem sobre doação de órgãos e tecidos constatou que os estudantes embora reconheçam a complexidade do processo, ainda assim, é visível a necessidade de orientação e conscientização sobre o tema.

Com este estudo foi possível reunir um corpo de conhecimentos necessários para que uma melhor assistência de enfermagem possa ser prestada. Portanto, com estes conhecimentos, a enfermagem pode contribuir para melhorar o cenário de transplantes de órgãos, no qual percebe-se uma baixa na porcentagem de doadores brasileiros. Referências ARAÚJO, Mara Nogueira; MASSAROLLO, Maria Cristina Komatsu Braga. Conflitos éticos vivenciados por enfermeiros no processo de doação de órgãos. Acta Paulista de Enfermagem, v. 27, n. 3, p. 215-220, 2014. BRASIL, Lei n. 9.434, de 4 de Fevereiro de 1997. Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasilia, 5 de fev. 1997; seção 1, p. 2191-3. FREIRE, Izaura Luzia Silvério et al. Compreensão da equipe de enfermagem sobre a morte encefálica e a doação de órgãos. Enfermería Global, n. 36, p. 194, 2014. GALVAO, Flavio et al. Conhecimento e opinião de estudantes de medicina sobre doação e transplante de órgãos. Revista da Associação Medica Brasileira, v. 53, n. 5, p. 401-406, 2007. GARCIA, Clotilde Druck; et al. Manual de Doação e Transplante. Rio de Janeiro. Elsevier, 2013. MAIA, Bruna Oliveira; AMORIM, Josely Santana. Morte encefálica: conhecimento de acadêmicos de enfermagem e medicina.jornal Brasileiro de Transplantes, v. 12, n. 2, p. 1088-1091, 2009. PESSOA, João Luis Erbs; SCHIRMER, Janine; ROZA, Bartirade Aguiar. Avaliação das causas de recusa familiar a doação de órgãos e tecidos. Acta Paulista de Enfermagem, v. 26, n. 4, p. 323-330, 2013. PESTANA, Aline Lima et al. Pensamento Lean e cuidado do paciente em morte encefálica no processo de doação de órgãos.revista da Escola de Enfermagem da USP. v. 47, n. 1, 2013. SANTOS, Marcelo José; MASSAROLLO, Maria Cristina Komatsu Braga; MORAES, Edvaldo Leal. Entrevista familiar no processo de doação de órgãos e tecidos para transplante. Acta Paulista de Enfermagem, v. 25, n. 5, p. 788-794, 2012.