Escolarização na Região do Norte: evolução e desafios José Maria Azevedo, com a colaboração de Josefina Gomes (CCDRN)

Documentos relacionados
Apresentação na SPEBT - INE

Lógicas de articulação, complementaridade e sinergias

Contributo dos PIICIE para a promoção do sucesso educativo na Região do Norte

Mercado de Trabalho e Políticas de Emprego no Alto Minho

Algarve Os Desafios Regionais de uma Estratégia Europeia

PARTE I Geografi a do Minho

PLANO DE ATIVIDADES Plano de Atividades 2017

O papel do QREN na promoção da inclusão social

Definir uma estratégia de valorização do potencial industrial e das principais especializações inteligentes do Alto Minho

PARTE II Empresas TIC do Minho (2003)

Rede de Comunicações: Perspetivas & Propostas de Ação Alto Minho 2030

PONTO DE SITUAÇÃO DO ON.2 (2007/2013) DEZEMBRO DE 2015

BALANÇO , PERSPETIVAS & PROPOSTAS DE AÇÃO ALTO MINHO 2030

O Papel dos Agentes Locais Associações de Desenvolvimento Local Descentralização de competências nos territórios de baixa densidade

PARTE II Empresas TIC do Minho (2003)

Demografia e Estrutura Urbana António Lacerda e Josefina Gomes

A economia social, o emprego e o desenvolvimento local. Auditório do Banco de Portugal Lisboa, 18 de junho de 2013

Estatísticas. na RAM. Maria João Freitas. Estatísticas da Educação na RAM. Observatório de Educação da RAM. 4 de dezembro de 2015

PARTE II Empresas TIC do Minho (2003)

Plano de Actividades Ano de 2012

Sustentabilidade Energética do Alto Minho : Plano de Ação, Instrumentos & Ações prioritárias

ITINERÁRIOS DE TURISMO EQUESTRE METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO

AS RUGAS E AS VEREDAS DO DIREITO À EDUCAÇÃO NO ALENTEJO: O CASO DO ANALFABETISMO

Criatividade e Inovação Chaves do Sucesso

SEMINÁRIO MARCAS E CERTIFICAÇÃO IMPLEMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DE CERTIFICAÇÃO RIBEIRA DE PENA 8 DE MAIO 2014

DDESTAQUE. 29

Alto Minho 2030 : Balanço , Perspetivas & Propostas de Ação Por um Alto Minho mais conectado : Mobilidade & Transportes

Seminário. Centros Para a Qualificação e o Ensino Profissional (CQEP) Orientação que modelo de funcionamento?

PARTE II Empresas TIC do Minho (2003)

DIREÇÃO REGIONAL DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DIVISÃO DE ENCAMINHAMENTO E CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS

NOTA METODOLÓGICA. AVISO n.º POCH TIPOLOGIA DE OPERAÇÃO: CURSOS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE JOVENS (CEF)

Rui Monteiro Diretor de Serviços de Desenvolvimento Regional da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte

AVISO n.º POCH Cursos de Educação e Formação de Jovens (CEF)

INTRODUÇÃO. Escola. Comunidade/ Território Local

AVISO n.º POCH Nota Metodológica

Produtividade e Rendimento no Minho Lima: uma breve análise

Grelha de Análise e Seleção de Candidaturas. Tipologia de Operações: Cursos de Educação e Formação (CEF) Nota Metodológica

CICLO URBANO DA ÁGUA E RESÍDUOS

Terceiro Ciclo da Avaliação Externa das Escolas. Campos de análise Referentes Indicadores

QREN : dos constrangimentos aos resultados

SISTEMA DE INCENTIVOS AO EMPREENDEDORISMO E AO EMPREGO (SI2E) - GAL - ASSOCIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO RURAL INTEGRADO DO LIMA

DA PROGRAMAÇÃO ALENTEJO NO HORIZONTE 2020 DESAFIOS E OPORTUNIDADES AUDITÓRIO MUNICIPAL DE VENDAS NOVAS 02 DE JULHO DE 2013

Índice. Indicadores Escolarização

Roadmap para Empresas Familiares da região Norte: perfis e tendências emergentes

ANÁLISE SWOT DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS OPORTUNIDADES, DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE QUALIDADE

VIII Fórum Social Palmela Territórios Inclusivos, Territórios Educadores 17 de novembro de 2016, Biblioteca Municipal de Palmela

PROMOÇÃO DA VIA VERDE RIO MINHO CROSS-BORDER

Algarve Os Desafios Regionais de uma Estratégia Europeia

Informação e Monitorização Estratégica: A experiência em curso no QREN

REUNIÃO DE TRABALHO PI 10.i 30 de setembro, Coimbra

Plataformas Supraconcelhias Norte Atualizado em:

Medidas de combate ao insucesso e abandono escolar: Financiamentos Comunitários

Da formação à. Qualificação: os. desafios do QREN

TIPOLOGIA DE OPERAÇÃO: CURSOS VOCACIONAIS DE 3.º CICLO DO ENSINO BÁSICO

A população: evolução e contrastes regionais. As estruturas e os comportamentos demográficos

ESCOLA / FAMÍLIA / COMUNIDADE. Manuel I. Miguéns*

Agrupamento de Escolas Verde Horizonte. (Plano Estratégico de Melhoria) Anexo 5 ao Projeto Educativo

PROJECTOS DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO DA REGIÃO DO NORTE

PARTE I Geografi a do Minho

Curso de Formação em Planeamento da Ação Estratégica de Promoção da Qualidade das Aprendizagens

Perfil do Aluno 2010 /

OPORTUNIDADES DE FINANCIAMENTO

Estratégias de Desenvolvimento territorial

Nota Metodológica. 1. Taxas de certificação (conclusão), de empregabilidade e de prosseguimento de estudos (dados históricos)

Processo de Descentralização administrativa do Estado nos munícipios e entidades intermunicipais

PLANO DE ACÇÃO REGIONAL ALENTEJO 2020

Região do Médio Tejo. Características e Desafios

A aplicação dos fundos estruturais no Alto Minho em 2007/2013 e a Estratégia Norte 2020

MUNICÍPIOS PORTUGUESES

Projeto: Aferição da qualidade do sistema educativo na RAM

PROJETO EDUCATIVO MUNICIPAL DE VILA NOVA DE POIARES. PLANO DE AÇÃO Versão Preliminar esquemática para discussão pública

Avaliação Externa das Escolas

INSUCESSO E ABANDONO ESCOLARES EM PORTUGAL

Contributo do QREN para a redução do abandono escolar precoce

EIXO 1: EMPREGO, QUALIFICAÇÃO, EMPREENDEDORISMO E INICIATIVA LOCAL

Políticas de Agricultura e Desenvolvimento Rural: Balanço , Perspectivas & Propostas de Acção Alto Minho 2030

PARTE I Geografi a do Minho

O papel do QREN na consolidação e qualificação das redes de equipamentos coletivos

21 de Junho de 2012 Viana do Castelo

DIREÇÃO DE APOIO AO INVESTIMENTO

2008/2009. Os Encantos da Princesa do Lima. Pré - projecto: nº3;elsa Montenegro Nº7. Autores (as): Andrea Nobre nº2;andreia Novo.

Investigar em Educação: (des)continuidades entre a Academia e as Escolas

Plano de Atividades 2013

PAPEL DO ENSINO PROFISSIONAL NA QUALIFICAÇÃO DO PAÍS BALANÇO E PERSPETIVAS DO

Rui Monteiro Diretor de Serviços de Desenvolvimento Regional da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte

Conservação e Valorização do Património Natural no Alto Minho Balanço, Principais Prioridades & Projetos Âncora 2030

FUNDAÇÃO CAIXA AGRÍCOLA DO NOROESTE RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS. rocha [Type the company name] [Pick the date]

ESCOLA SECUNDÁRIA DE CALDAS DAS TAIPAS CURSOS PROFISSIONAIS DE NÍVEL SECUNDÁRIO

População residente por grandes grupos etários, NUTS II, 2007 (em percentagem) Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve R. A. Açores

Anexo A Estratégia de Desenvolvimento Local LAGOS CIDADE 2020

Promoção da Mobilidade, Transportes e Logística na Região do Norte CONCRETA REABILITAR/ HABITAR EXPONOR 21 OUT 2009 ANTÓNIO PÉREZ BABO

Mobilidade Urbana Sustentável: Experiências & Novos Desafios Plano de Ação para a Mobilidade Urbana Sustentável PAMUS Alto Minho 2020

um objetivo estratégico

LINHAS ORIENTADORAS DO PROJETO MISSÃO

Seminário técnico Sistema Nacional de Informação Territorial: Presente e Futuro. Direção-Geral do Território, Lisboa, 29 de setembro de 2015

IV SEMINÁRIO DE PSICOLOGIA E ORIENTAÇÃO EM CONTEXTO ESCOLAR

REGULAMENTO DO CONCURSO START ME UP ALTO MINHO NOTA JUSTIFICATIVA

Plano Plurianual de Atividades

MERCADO DE TRABALHO. GRÁFICO - Taxa de actividade segundo os Censos (%) nos Municípios - Ranking. Fontes/Entidades: INE, PORDATA

Transcrição:

Seminário "Abandono escolar e (in)sucesso educativo: balanço e perspetivas 2014-2020 21 de Abril de 2015 Teatro Diogo Bernardes Escolarização na Região do Norte: evolução e desafios José Maria Azevedo, com a colaboração de Josefina Gomes (CCDRN)

Seminário "Abandono escolar e (in)sucesso educativo: balanço e perspetivas 2014-2020 21 de Abril de 2015 Teatro Diogo Bernardes EVOLUÇÃO Escolarização na Região do Norte: Evolução das Disparidades Territoriais 1991-2011 http://www.ccdr-n.pt/node/253

1. Pré-escolarização

Taxa bruta de pré-escolarização por NUTS II do Continente, 1991, 2001 e 2011 (%)

Taxa bruta de pré-escolarização por NUTS III da RN, 1991, 2001 e 2011 (%)

2. Escolarização no grupo 15-17 anos

Escolarização no grupo etário de 15-17 anos, por NUTS II do Continente, 1991, 2001 e 2011 (%)

Escolarização no grupo etário de 15-17 anos, por NUTS III da RN, 1991, 2001 e 2011 (%)

Escolarização no grupo etário de 15-17 anos, 1991, 2001 e 2011 (%) 9

Evolução, em pontos percentuais, da escolarização no grupo etário de 15-17 anos, por concelhos da RN, 1991-2011

3. Escolarização real no ensino secundário (15-17 anos)

Escolarização real no ensino secundário, por NUTS III da RN, 1991, 2001 e 2011 (%)

Evolução dos valores das taxas de retenção e desistência (%) 40 35 30 25 33,6 31,3 27,7 Ensino Secundário 20 15 10 5 11,5 11,0 8,9 Ensino Básico 18,8 16,2 13,7 10,2 9,2 6,3 0 03-04 04-05 05-06 06-07 07-08 08-09 09-10 10-11 11-12 12-13 Continente Norte Alto Minho Fonte: DGEEC 13

4. Escolarização segundo o género (18-23 anos)

Escolarização no grupo etário de 18-23 anos, segundo o género, por NUTS III da RN, 2001 e 2011 (%)

5. Saída da escola sem conclusão do ensino secundário (18-24 anos) saída precoce das escola (Eurostat)

Saída da escola sem conclusão do ensino secundário no grupo etário de 18-24 anos, por NUTS II do Continente e NUTS III da RN, 2001 e 2011 (%)

Saída da escola sem conclusão do ensino secundário, 18-24 anos, por freguesia, 2011 (%) Valença Monção Melgaço Vila Nova de Cerveira Paredes de Coura Arcos de Valdevez Caminha Ponte de Lima Ponte da Barca Concelhos Viana do Castelo Freguesias com <10 residentes de 18-24 anos

6. Conclusão do ensino superior (30-34 anos)

Conclusão do ensino superior no grupo etário 30-34 anos, por NUTS II do Continente e NUTS III da RN, 2001 e 2011 (%)

Conclusão do ensino superior, 30-34 anos, por concelhos da RN, 2011 (%)

1991-2011 Melhoria generalizada dos resultados e diminuição acentuada das disparidades inter-regionais e intrarregionais. A Região do Norte deixou de se destacar pelos baixos resultados nos índices de escolarização das crianças e dos jovens, com uma recuperação notável nas duas últimas décadas. Mas a geração dos pais dos atuais alunos dos ensinos básico e secundário ainda é muito pouco escolarizada. Concentração, agora quase sempre mais esbatida, dos resultados menos favoráveis na faixa central da Região, com especial incidência no Tâmega e, por vezes, no Douro. O Alto Minho apresenta, na maioria dos indicadores, resultados melhores que a média da RN, embora com uma significativa variação interna. 22

Seminário "Abandono escolar e (in)sucesso educativo: balanço e perspetivas 2014-2020 21 de Abril de 2015 Teatro Diogo Bernardes DESAFIOS 4 tópicos

1. Da massificação do acesso à democratização do sucesso Novos patamares (em especial nova escolaridade obrigatória) e novos problemas do insucesso e do abandono novas exigências de equidade. Reorganização ou reinvenção do modo de produção escolar para enfrentar a heterogeneidade. Reestruturação dos ciclos dos ensinos básico e secundário. A educação nos 0-2 anos serviço de apoio às famílias com intencionalidade educativa. Levantamento das competências necessárias para a vida e não só para prosseguimento de estudos. 24

2. O paradoxo do excesso de qualificações Alterou-se significativamente a relação entre o nível de competências disponíveis ( capital humano ) e a capacidade de a economia e a sociedade as aproveitarem. Facilidade em encontrar pessoal qualificado item em que Portugal é 4.º entre 122 países - in The Human Capital Report 2013 (WEF). O investimento em educação, em ciência e em inovação requer continuidade e largueza de horizontes, para além da economia, do curto prazo, do espaço local. 25

Exigências para os sistemas de educação e formação Identificar as necessidades de qualificação e indicar as áreas e as saídas profissionais prioritárias para a rede de educação e formação (escala regional e sub-regional Sistema de Antecipação de Necessidades de Qualificações ). Evitar sobreposições e concorrência injustificada. Cuidar da informação para boa perceção dos destinatários. Aconselhar e orientar. Valorizar a iniciativa e o empreendimento, a começar pelos métodos de ensino e de aprendizagem. Aperfeiçoamento dos dispositivos de monitorização e avaliação. 26

Aproveitar as competências disponíveis Porque não temos mais quadros altamente qualificados nas empresas?. baixas qualificações médias dos empresários. setores de atividade. predomínio das PME. reduzidos níveis de cooperação empresarial Apoio à integração de jovens no mercado de trabalho e à reintegração de desempregados, designadamente incentivos à contratação de jovens mais qualificados. Reforço da investigação, do desenvolvimento tecnológico e da inovação, da internacionalização das empresas. 27

3. Autarquias e educação Aumento da intervenção das autarquias locais nas políticas e na prestação quotidiana de serviços no campo da educação (atribuições comuns, acordos de colaboração e contratos interadministrativos). A transformação do município de mero executor local de uma política educativa estatal a promotor de políticas educativas municipais (A. Sousa Fernandes)? Perplexidade perante debates recentes sobre a municipalização da educação. A valorização da escala intermunicipal, em valências como o apoio aos municípios e o planeamento da rede de nível secundário e póssecundário. 28

Autarquias e educação As autarquias têm legitimidade política, experiência e recursos para, beneficiando da proximidade, responderem mais diretamente às expetativas dos cidadãos assegurarem a adequação das políticas de educação aos territórios. fomentarem a articulação entre serviços e instrumentos de intervenção e a utilização partilhada e eficiente dos recursos (escolas, centros de formação, centros tecnológicos, bibliotecas, equipamentos desportivos e das associações empresariais ou culturais, centros de juventude,...) Os projetos educativos municipais e a definição da missão das escolas, inseridas numa rede local de serviços. 29

4. O planeamento de equipamentos educativos. A necessidade de rever e atualizar as cartas educativas, considerando a entrada em rede de novos equipamentos, as alterações demográficas e as opções educativas. O que pressupõe avaliação.. A rede da educação básica, a quebra demográfica e o despovoamento nas áreas rurais (escala municipal).. A rede de nível secundário e pós-secundário, o cumprimento da escolaridade obrigatória e a diversificação da oferta (escalas municipal e intermunicipal).. A rede de ensino superior, a necessidade de reorganização e as exigências de um desenvolvimento regional equilibrado (escalas regional e nacional). Medidas de discriminação positiva no setor acompanhadas de outras medidas de promoção do desenvolvimento económico e social das cidades. 30

Seminário "Abandono escolar e (in)sucesso educativo: balanço e perspetivas 2014-2020 21 de Abril de 2015 Teatro Diogo Bernardes Escolarização na Região do Norte: evolução e desafios OBRIGADO José Maria Azevedo, com a colaboração de Josefina Gomes (CCDRN)