AUTOPERCEPÇÃO EM SAÚDE BUCAL: IDOSOS E FAMÍLIA



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Transcrição:

III MOSTRA NACIONAL DE PRODUÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA IV SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ATENÇÃO PRIMÁRIA/SAÚDE DA FAMÍLIA III CONCURSO NACIONAL DE EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE DA FAMÍLIA 05 A 08 DE AGOSTO DE 2008 - BRASÍLIA - DF AUTOPERCEPÇÃO EM SAÚDE BUCAL: IDOSOS E FAMÍLIA Ermelinda Matsuura Odontóloga da Secretaria de Saúde de Maringá -PR Especialista em Saúde Coletiva - Universidade Estadual de Maringá

Este estudo pretende analisar a relação entre a condição clínica e a autopercepção em saúde bucal de idosos, assim como, as variáveis subjetivas e clínicas que interferem nesta percepção. A partir destes conhecimentos, busca-se propostas de planejamento de ações de promoção de saúde bucal numa abordagem multiprofissional, voltadas à população idosa usuária de uma Unidade Básica de Saúde do município de Maringá, estado do Paraná.

OMS Países em desenvolvimento: 60 anos ou + Países desenvolvidos: 65 anos ou + Brasil: população 65 anos ou +: 2006: 16 milhões - 9,3% (IBGE) 2008: 18 milhões - 9,6% (IBGE) Maringá: 2007-10% (IBGE) - 32.600 idosos

Odontologia: INTRODUÇÃO Até tempos recentes: prioridade às faixas etárias mais jovens Necessidade de estender à atenção também aos pacientes idosos: queda na taxa de fecundidade _ envelhecimento populacional Doenças bucais: Complicações sistêmicas Reduzir a qualidade de vida Gerar demandas para os serviços de saúde pública

Crescimento da população brasileira acima de 65 anos e seu impacto econômico-social e na prestação de serviços de saúde = necessidade de estudos para implementação de estratégias de ações de saúde para esta crescente clientela Março/2006: Equipe de Saúde Bucal em Maringá - PR 17 Equipes de Saúde Bucal

Autopercepção em saúde é a interpretação que o indivíduo faz de suas experiências em saúde e doença no contexto de sua vida diária. Baseia-se nas informações e conhecimentos disponíveis e acessíveis, modificados pela experiência prévia e pelas normas sociais e culturais. A avaliação da saúde, muitas vezes, difere daquele realizada pelos profissionais de saúde, pois os conceitos de saúde e de doença são determinados por valores culturais. Quanto maior, mais articulado e fundamentado for o conhecimento, mais aperfeiçoada será a percepção. Por esta razão, ela se diferencia de pessoa para pessoa, da profissão e da idade (Rubinstein, 1973).

OBJETIVOS GERAL Avaliar a autopercepção da condição bucal em pessoas com 60 anos ou +, de uma Equipe de Saúde de uma UBS em Maringá - PR, entre Julho a Agosto de 2006.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS Detectar a prevalência das principais doenças bucais presentes nesta população Analisar os fatores clínicos e subjetivos na autopercepção da saúde bucal desta população Promover reflexões para o planejamento de ações de promoção de saúde bucal de idosos.

POPULAÇÃO DE ESTUDO 60 anos ou + (idade de corte) HIPERDIA Equipe 1 UBS Guaiapó/Requião Julho a Agosto/2006

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS - JUL A AGO/06 Exame clínico avaliar clinicamente a condição bucal Questionário - 12 questões do índice GOHAI 4 questões abertas - características sócio-econômicas e autopercepção detectar a percepção sobre a saúde bucal

Atchison e Dolan (1990) - ÍNDICE GOHAI (Geriatric Oral Health Assessment Index) objetiva proporcionar uma avaliação ampla das condições de saúde bucal de idosos. Permite a análise de informações que afetam suas funções físicas e funcionais, psicológicas e na dor e desconforto. Complementa de maneira valiosa outros indicadores clínicos. Três possíveis respostas: sempre, algumas vezes e nunca, com valores 1, 2 e 3. O escore de cada indivíduo varia de 12 a 36, sendo quanto mais alto seu valor, melhor a auto-avaliação da pessoa sobre sua condição bucal.

Como você acha que seus dentes, gengivas ou próteses são? Com respostas: excelente, boa, regular, ruim e péssima, e Você tem algum problema com seus dentes ou gengivas?, com respostas sim ou não, aplicada somente em pessoas dentadas. Situação sócio-econômica: mesmo perfil (aposentados - 1 salário mínimo)

VARIÁVEIS Idade _ Sexo _ Escolaridade Condição periodontal (CPITN) Quantidade de dentes cariados, extraídos, com extração indicada e restaurados (CPO-D) Uso e/ou necessidade de prótese Autopercepção - problemas com dentes ou gengiva Problemas funcionais, psicológicos e dolorosos - GOHAI Auto-avaliação da condição bucal

RESULTADOS HIPERDIA - Equipe 1 PSF UBS Guaiapó/Requião - 294 cadastrados Reuniões mensais: 123 pessoas em média, 41 com 60 anos ou + Participantes - 29 idosos (70,73%) 20 desdentados totais e 9 dentados Idade mínima - 60 anos Idade máxima - 83 anos Idade média - 68,65 anos

NECESSIDADE DE PRÓTESES 70% totalmente desdentados 77,8% dentados e 90% desdentados necessitam de prótese não usam, não possuem prótese: 55,56% dentados e 45% desdentados 45% usam, mas necessitam trocar

RESULTADOS CPO-D médio: 29,34 98,84% dentes: extraídos ou com extração indicada _ inexistência de tratamento restaurador ao longo de suas vidas. 77,8% disseram não ter nenhum problema com seus dentes. A maioria dos dentes já se encontrava perdido e 0,82% cariado. CPITN: cada pessoa dentada possuía em média 4 sextantes excluídos, e 77,8% disseram não ter problemas gengivais, apesar do sangramento gengival, cálculo e bolsas periodontais encontrados.

RESULTADOS Quanto à percepção de sua condição bucal: Índice GOHAI: dentados o valor médio de 29,2 desdentados de 31,2. Dentados: 55,55% avaliaram sua condição bucal como ruim ou péssima, e 33,33% como boa. Desdentados: 45% ruim ou péssima e 30% boa. Contradição _ Você tem algum problema com seus dentes ou gengivas?, onde o não foi a resposta da maioria (77,8%) dos dentados.

RESULTADOS Participação feminina: 68,3% masculina: 31,7% 61,4% da amostra: não-alfabetizados 29,46% população idosa não-alfabetizada de Maringá (IBGE, 2006) Planejamento em saúde _ adequar-se às diferenças loco-regionais.

As populações menos favorecidas do ponto de vista sócio-econômico, tem mais dificuldades de acesso aos benefícios do desenvolvimento tecnológico e do saber. Os novos conhecimentos de prevenção e promoção de saúde atingem de modo mais lento essas populações, assim como o acesso ao tratamento odontológico. Dessa forma, acabam com maior proporção de dentes com necessidades não satisfeitas de tratamento em comparação com os grupos mais privilegiados. Malts (2000)

QUESTÕES A SEREM SOLUCIONADAS Pessoas com hipertensão e/ou diabetes: Entre outros cuidados, dieta rica em fibras e restritiva em gorduras e carboidratos simples. Como ingerir alimentos que contém fibras, que requerem uma função mastigatória mais vigorosa, se não possuir dentes ou próteses adequadas?

Esses dados apontam o comprometimento da qualidade de vida dessas pessoas, pelas condições bucais e protéticas insatisfatórias, com dificuldade de se seguir as orientações de uma dieta saudável para o controle de suas doenças crônicas Interrelação direta entre a saúde bucal com a saúde geral: _ Não se pode ter uma boa saúde geral, sem antes possuir uma boa saúde bucal _

Há necessidade de que ações de planejamento em saúde que além de oferecer tratamentos restauradores e/ou protéticos, incluir ações educativas, preventivas e promotoras de saúde _ conscientização da interrelação saúde bucal e saúde geral. Programa Brasil Sorridente Centro de Especialidades Odontológicas (CEOs) - oferta de próteses

DISCUSSÃO Capacitar os profissionais de saúde bucal para o atendimento odontológico de idosos baseado em pressupostos técnico-científicos, práticas humanizadas de atendimento, motivando e conscientizando para o cuidado com a saúde bucal. Capacitar demais profissionais de saúde _ identificar problemas de saúde bucal _ abordagem inter e multidisciplinar _ integralidade da atenção. Família _ co-responsável no cuidado _ idoso com necessidades especiais _ limitações físicas, cognitivas.

Muitos mitos e crenças populares persistem nessa população, como considera o edentulismo como um processo natural do envelhecimento, ou a não necessidade de uma consulta odontológica depois que não se têm mais dentes. ᐃ Os resultados indicam que os critérios utilizados pelas pessoas para avaliar sua condição bucal, muitas vezes, difere aos do cirurgião-dentista. ᐃEstudos de autopercepção complementam informações clínicas, possibilitando identificar populações que necessitam de ações curativas, preventivas e educativas.

CONCLUSÕES Estas pessoas estão com as condições bucais insatisfatórias, com necessidades acumuladas de tratamento restaurador, periodontal e protético. Essas necessidades acumuladas e não satisfeitas Essas necessidades acumuladas e não satisfeitas estão interferindo na saúde geral destas pessoas, dificultando o seguimento de uma dieta adequada que inclui a ingestão de alimentos mais saudáveis, devido à deficiência da função mastigatória.

RECOMENDAÇÕES/OBSERVAÇÕES

Quando diagnosticados os potenciais problemas e riscos do paciente idoso, tomar medidas preventivas específicas como reorientação de higiene oral, limpeza profissional, fluorterapia e uso de agentes antimicrobianos. Embora a atuação odontológica em todos os níveis: promoção de saúde, prevenção específica e reabilitação _ integradas entre si _ e no contexto biopsicossocial do indivíduo, a prevenção primária é destacada como estratégia fundamental para a saúde bucal.

Mais do que a epidemiologia do comportamento, a saúde pública pode proporcionar um marco que favoreça e reforce a ação e o estudo do autocuidado e que faça dele um projeto social. Ações e investigações em autocuidado _ Ações e investigações em autocuidado _ relacionar-se ativamente com a promoção da saúde, dentro de políticas públicas saudáveis, ambientes de apoio, fortalecimento da ação comunitária, desenvolvimento da capacidade pessoal e reorientação dos serviços de saúde.

O caráter subjetivo de estudos sobre percepção contribuem com informações ao exame clínico, oferecendo subsídios para um atendimento mais completo e humanizado. Estudos epidemiológicos são imprescindíveis para a identificação dos problemas da população mas necessitam estar associados às pesquisas que investiguem os significados de como as pessoas percebem seus problemas de saúde e se posicionam diante deles, pois permitem identificar valores sociais, culturais e econômicos que influenciam na autopercepção.

O acesso à instrução e à informação é essencial para alcançar a participação eficaz e o direito de voz das pessoas e das comunidades (WHO, 1997). Ermelinda Matsuura e-mail: ematsuura@estadao.com.br Especialização em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Maringá - DEN orientador da monografia: Profº Dr. André Gasparetto - UEM