Regime Jurídico das APPs no Código Florestal de 2012 Entendimentos técnicos e jurídicos do IBAMA Congresso Ambiental Marcel Edvar Simões Procurador-Chefe Substituto do IBAMA em São Paulo Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Direito Ambiental e Processo Ambiental na Faculdade de Direito do IDP São Paulo
Código Florestal (Lei n. 12.651/2012). Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por: (...) II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;
APP de Reservatório Artificial para geração de energia elétrica no Código Florestal (Lei n. 12.651/2012). Art. 5º Na implantação de reservatório d água artificial destinado a geração de energia ou abastecimento público, é obrigatória a aquisição, desapropriação ou instituição de servidão administrativa pelo empreendedor das Áreas de Preservação Permanente criadas em seu entorno, conforme estabelecido no licenciamento ambiental, observando-se a faixa mínima de 30 (trinta) metros e máxima de 100 (cem) metros em área rural, e a faixa mínima de 15 (quinze) metros e máxima de 30 (trinta) metros em área urbana. 1o Na implantação de reservatórios d água artificiais de que trata o caput, o empreendedor, no âmbito do licenciamento ambiental, elaborará Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório, em conformidade com termo de referência expedido pelo órgão competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama, não podendo o uso exceder a 10% (dez por cento) do total da Área de Preservação Permanente. 2o O Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial, para os empreendimentos licitados a partir da vigência desta Lei, deverá ser apresentado ao órgão ambiental concomitantemente com o Plano Básico Ambiental e aprovado até o início da operação do empreendimento, não constituindo a sua ausência impedimento para a expedição da licença de instalação.
APP de Reservatório Artificial para geração de energia elétrica no Código Florestal (Lei n. 12.651/2012). Art. 62. Para os reservatórios artificiais de água destinados a geração de energia ou abastecimento público que foram registrados ou tiveram seus contratos de concessão ou autorização assinados anteriormente à Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, a faixa da Área de Preservação Permanente será a distância entre o nível máximo operativo normal e a cota máxima maximorum.
Orientações Jurídicas Normativas da PFE/IBAMA sobre APPs e Código Florestal de 2012 (disponíveis em http://www.agu.gov.br/unidade/pfeibama ). - ORIENTAÇÃO JURÍDICA NORMATIVA Nº 01/2009/PFE/IBAMA. TEMA: ANUÊNCIA DO IBAMA PARA SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. - ORIENTAÇÃO JURÍDICA NORMATIVA Nº 45/2013/PFE/IBAMA. TEMA: PRAD LEGISLAÇÃO APLICÁVEL APÓS A VIGÊNCIA DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL. - ORIENTAÇÃO JURÍDICA NORMATIVA Nº 48/2013/PFE/IBAMA. TEMA: SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO E INTERVENÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE: A RESOLUÇÃO CONAMA Nº 369 DE 2006 E O NOVO CÓDIGO FLORESTAL (LEI Nº 12.651 DE 2012). - ORIENTAÇÃO JURÍDICA NORMATIVA Nº 49/2013/PFE/IBAMA. TEMA: COMPETÊNCIA FISCALIZATÓRIA AMBIENTAL APÓS A VIGÊNCIA DA LEI COMPLEMENTAR N. 140/2011. - ORIENTAÇÃO JURÍDICA NORMATIVA Nº 52/2015/PFE/IBAMA. TEMA: COMPETÊNCIA PARA A FISCALIZAÇÃO DE APP EM TERRENOS DE MARINHA. (Aprovada pela Presidência do IBAMA).
Julgamento do STF nas ADINs n. 4901, 4902, 4903, 4937 e na ADC n. 42: constitucionalidade, inconstitucionalidade e interpretação conforme de dispositivos do Código Florestal relativos às APPs: 1. Interpretação conforme à Constituição ao art. 3º, XVII e ao art. 4º, IV: STF fixou a interpretação de que os entornos das nascentes e dos olhos d'água intermitentes configuram área de preservação permanente, e não apenas os entornos dos olhos d água e nascente perenes. 2. Declaração de inconstitucionalidade das expressões gestão de resíduos e instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais, contidas no art. 3º, VIII, b. O texto literal permitia o desmatamento em APPs (art. 8º) para construção de obras de infraestrutura destinadas a gestão de resíduos e instalações para competições esportivas, uma vez que essas atividades estavam classificadas como de utilidade pública. 3. Interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, VIII e IX, de modo a se condicionar a intervenção excepcional em APP, por interesse social ou utilidade pública, à inexistência de alternativa técnica e/ou locacional à atividade proposta (ou seja, como algo realmente excepcional).
4. Constitucionalidade do art. 3º, XIX e art. 4º, I: o STF também manteve a norma que determina que APP de beira de rio deve ser medida desde a borda da calha do leito regular do curso de água, segundo sua variação média anual, e não conforme o leito maior medido na cheia, como definia a legislação antiga.
OBRIGADO!