A medicine that is technologicaly competent and narratively competente is able to do for patients what hetetofore impossible to do (Rita Charon)

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Transcrição:

A medicine that is technologicaly competent and narratively competente is able to do for patients what hetetofore impossible to do (Rita Charon) Licenciatura em Fisioterapia Unidade Curricular Módulo 11 Fisioterapia na Promoção e Protecção da Saúde Responsável do Módulo Prof. Ricardo Matias Ana Margarida N.º 1885 Dezembro 2011

- Ensaio Argumentativo - No âmbito da Unidade Curricular de, do Módulo 11 de Fisioterapia na Promoção e Protecção da Saúde, da Licenciatura em Fisioterapia, é proposta a realização de um ensaio argumentativo envolvendo a tese: A medicine that is technologicaly competent and narratively competente is able to do for patients what hetetofore impossible to do ( Uma medicina que seja tecnologicamente competente e narrativamente competente é capaz de fazer pelos utentes o que até agora foi impossível de fazer ). Ao longo do tempo tem existido uma alteração de significados no que toca ao conceito de Saúde (bem-estar geral acompanhado com uma auto-gestão dos recursos que vão de encontro as suas necessidades) consoante a evolução da tecnologia e da sociedade (OMS citado por Nutbeam, D., 1998), contribuindo assim para uma alteração dos papéis no mesmo âmbito, uma vês que já traduz um ganho de controlo por parte do indivíduo. Acompanhando o desenvolvimento do conceito de saúde, foram emergindo os desenvolvimentos tecnológicos, sendo a tecnologia, um conjunto de procedimentos e conhecimentos técnicos e científicos, bem como os processos ou as ferramentas necessárias para atingir determinada matéria-prima, arte ou técnica (Charon, R., 2004). No conceito de saúde, a tecnologia está inteiramente presente em todos os procedimentos desde, os métodos de diagnóstico e como recurso ao nível do tratamento, sendo que, sem o seu desenvolvimento, não seria possível atingir optimizar os cuidados de saúde, reduzir os custos, e reduzir o tempo. Acreditase então que a tecnologia é ponto assente na saúde, e sem ela, a saúde não evoluiria, pelo que tem um papel fundamental para o utente, uma vez que, segundo Atkins, S., Ersser, S. (2008), a tecnologia é uma forma do utente ter um papel mais activo na sua reabilitação através, por exemplo, dos aparelhos de monitorização, dos auxiliares de comunicação ou ainda das fontes de informação seguras online. De forma a orientar/acompanhar esta evolução/desenvolvimento do conceito de saúde e da tecnologia, foram desenvolvidos diferentes raciocínios que orientam a prática clínica de cada profissional de saúde, sendo que as fontes literárias foram introduzidas nos locais ocupados pelos profissionais de saúde, como nas universidades, congressos e mesmo nos hospitais e centros de saúde, ajudando a guiar o seu processo de tomada de decisão. Em relação à tese já descrita anteriormente e considerando a análise da contextualização referida, concordo com a tese, na medida em que através dos ganhos tecnológicos bem como o desenvolvimento do conceito de saúde, o papel do utente foi modificado, alargando assim o seu espectro de responsabilidade e participação. Com este desenvolvimento, foi desenvolvido o 2

Raciocínio Narrativo que envolve o processo de reflexão e tomada de decisão com base na narrativa do utente, fazendo assim, parte integral da prática clínica dos profissionais de saúde (Higgs & Jones, 2005 citado por Atkins, S & Ersser, S,). Este raciocínio desenvolve uma preocupação com a aquisição de um papel mais central por parte do indivíduo na sua reabilitação e envolve conceitos como a autonomia do utente, o empowerment, o trabalho em equipa e a tomada de decisão, sendo que são parte integrante do raciocínio narrativo para que o utente tenha uma maior percepção de controlo (Atkins, S., Ersser, S., 2008). Acredita-se que através da adopção de uma maior responsabilidade por parte dos utentes envolvendo a sua saúde, esta irá produzir um efeito positivo no bem-estar psicológico, na recuperação física e satisfação em relação à recuperação. É evidente que este processo de tomada de decisão foi desenvolvido em prol do utente, no entanto este ainda é difícil de definir e complexo. Atkins, S., Ersser, S. (2008) definem que é necessário moldar a prática clínica à luz do modelo bio-psico-social, uma vez que este compreende a condição do utente em diferentes áreas e contextos, enfatizando a promoção da saúde no indivíduo como um todo. Para além disso, há uma preocupação com a relevância das necessidades e expectativas do utente, clarificando assim os conceitos fundamentais para compreender a sua condição e com isto, a divisão de responsabilidade (empowerment), concedendo ao utente o poder de participar no processo de raciocínio clínico, incluindo a escolha de tratamento. Esta divisão de responsabilidades faz com que a relação profissional de saúde-utente seja diferente consoante as características pessoais do próprio profissional que, como a literatura, tem um impacto importante na relação, e desperta preocupações ao nível da barreira profissional (Atkins, S., Ersser, S., 2008). As diferenças na linguagem usadas entre profissionais de saúde e os utentes podem impedir a comunicação e por isso, a escrita compreende o impacto das palavras e, como a linguagem, forma a experiência de cada um. Como um poeta que escreve sobre o encontro, no caso dos profissionais de saúde, o encontro entre a interpretação e a reflexão, a narrativa pretende transpor a barreira de ser apenas a descrição da perspectiva do fisioterapeuta acerca da condição do utente, uma vez que, Charon, R. (2000) afirma que as fontes literárias (orais, verbais ou escritas) têm um maior impacto que a simples linguagem. As narrativas servem para que estejam expostos e descritos, o diagnóstico, o plano de tratamento, o prognóstico, as repercussões da doença na vida e o impacto na família e apesar de serem feitas de formas diferentes pelos utentes e pelos profissionais de saúde, são ferramentas fundamentais como matéria de entreajuda entre profissionais de saúde, mas principalmente facilitando a comunicação entre a perspectiva da doença do utente e a abordagem de reabilitação do profissional de saúde, no entanto devem 3

reconhecer a influências dos próprios valores e conhecimentos no desenvolvimento da relação profissional de saúde/utente e por isso as competências inter-pessoais devem ser desenvolvidas no plano de estudos (Atkins, S., Ersser, S., 2008; Bandman, C. E., 2008). Esta aplicação já começa a ser implementada, no entanto, nos profissionais já em prática é necessário um cuidado extra para que possuam as competências necessárias e reconheçam as áreas de competência em défice e, por isso, a sua implementação já nas escolas, pretende desenvolver e aperfeiçoar estas mesmas competências para que os estudantes já estejam expostos e consigam analisar de forma crítica e variada as diferentes narrativas e como podem ser úteis para eles, mas também para os utentes (Charon, R., 2000). Sendo assim, o termo narrativamente competente, transpõe-me para a contribuição da narrativa para o desenvolvimento das competências dos estudantes e profissionais da área da saúde para uma prática efectiva e com uma análise e reflexão do verdadeiro significado de doença, da dor e das necessidades, preocupações e expectativas dos utentes em relação à sua reabilitação, servindo para uma auto-avaliação de cada profissional de forma a progredir no seu desenvolvimento pessoal e profissional (Charon, R., 2000). No entanto, o ganho de competências nessa área também se aplica ao utente, pois, como já referido é aqui que a barreira entre a comunicação entre o profissional de saúde e o utente deixa de existir e o utente consegue transpor as suas necessidades e preocupações para que sejam incluídas no plano de tratamento e este seja mais efectivo. Um exemplo de dificuldade na comunicação pode ser identificado como as diferenças culturais, ou ainda o estatuto social que apesar de não ser adequado, são exemplos recorrentes no dia-a-dia da prática na área da saúde. A narrativa pode ser extremamente útil para o profissional de saúde conhecer melhor o utente, bem como para o utente saber se o profissional de saúde compreendeu aquilo que queria transmitir, uma vez que qualquer falha a este nível tem repercussões na intervenção (Atkins, S., Ersser, S., 2008). A narrativa oferece ainda uma visão holística da funcionalidade e não incide apenas na doença, permitindo ao utente e ao profissional de saúde uma visão além do problema físico, conceito este determinado através do desenvolvimento do conceito de saúde. Nesse sentido a implementação da narrativa é algo benéfico para a prática clínica, no entanto, segundo o já referido, pode significar alto gasto de recursos, principalmente tempo, e, como sabemos, os investimentos são poucos e por vezes não é possível responder às necessidades, por mais que queiramos (Atkins, S., Ersser, S., 2008). O mesmo acontece em relação à tecnologia, apesar de necessitarmos de, por exemplo, método de diagnóstico diferenciado, não é possível, devido aos recursos disponíveis e há necessidade de contornar essas dificuldades (Atkins, S., Ersser, S., 2008). Sendo a tecnologia, 4

infelizmente, um recurso muito dispendioso, o qual, devido ao desenvolvimento recente, poderia estar disponível e ao dispor da sociedade e esta não é a realidade, apesar disso, esta é indispensável à área da saúde, ainda mais se proporciona ao utente a capacidade de auto-gestão de recursos, bem como, de monitorização de valores directamente relacionados com a sua saúde. Para além disso, como já foi referido o avanço tecnológico é responsável pelo desenvolvimento no âmbito da saúde e consequentemente o seu conceito, pelo que a evolução do conceito de doença também sofreu alterações e por isso a extensão de intervenção é maior para os profissionais de saúde. A evolução destes conceitos permite que os avanços sejam a favor das necessidades do utente, no entanto deve existir uma preocupação com a cedência a essas mesmas necessidade e preocupações, bem como uma apreensão ao interesse do profissional de saúde em aderir ao tratamento convencional/tradicional (Atkins, S., Ersser, S., 2008). Sendo que, por vezes nem sempre o profissional de saúde decide ser a favor do utente o é e daí advém a importância das narrativas uma vez que é uma forma de registo permanente do processo de raciocínio subjacente ao processo de intervenção. Perante esta análise, idealizo um balanço equitativo entre competências tecnológicas, bem como competências ao nível do raciocínio narrativo de ambos as partes (profissionais de saúde e utentes), visando uma participação activa e efectiva do utente no processo de tratamento. 5

Bibliografia Atkins, S., Ersser, S. (2008). Clinical Reasoning and Patient-Centred Care. In: Higgs, J., Jones, M. A., Loftus, S.,Christensen, N. (Eds.) Clinical Reasoning in the Health Professions. Butterworth- Heinemann New York. Bandman, C. E. (2008). A medical humanist says good-bye. The Journal of the American Medical Association, 300(2), 149-50. Bolton, G. (2007). Narrative and Poetry Writing for Professional Development. Australian Family Physician, 30(12), 1055-1056. Charon, R. (2000). Literature and Medicine: Origins and Destinies. Academic Medicine, 75(1), 23-27. Charon, R. (2001). Narrative Medicine, A Model for Empathy, Reflection, Profession and Trust. The Journal of the American Medical Association, 286(15), 1897 1902. Charon, R. (2004). Narrative and Medicine. The New England Journal of Medicine. 350(9), 862-864. Colbert, J. & Tsai, T. (2007). Editors Note. H & P, The Stanford Medical Student Clinical Journal, 11(2), 3. DasGupta, S. & Charon, R. (2004). Personal Illness Narratives: Using Reflective Writing to Teach Empathy. Academic Medicine, 79(4), 351-356 Edwards, I, Jones, M, Carr, J, Braunack-Mayer, A, Jensen, G (2004). Clinical Reasoning Strategies in Physical Therapy. Physical Therapy, 84(4), 312-330. Fuchs, V.R. (2011). The Doctor s Dilemma What is Appropriate Care. The New England Journal of Medicine, 365(7), 585-587. Hatem, D. & Rider, E. (2004). Sharing Stories: Narrative Medicine in a Evidence-Based World. Patient Education and Counseling, 54, 251-253. Kalitzkus, V. & Matthiessen, P. (2009). Narrative-Based Medicine: Potential, Pitfalls, and Practice, The Permanente Journal, 13(1), 80-84. 6

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