LEI N 12.973/14 (CONVERSÃO DA MP N 627/13) ALTERAÇÕES RELEVANTES NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL



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Transcrição:

LEI N 12.973/14 (CONVERSÃO DA MP N 627/13) ALTERAÇÕES RELEVANTES NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL A Lei n 12.973/14, conversão da Medida Provisória n 627/13, traz importantes alterações à legislação tributária federal relativa ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas ( IRPJ ), à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido ( CSLL ), à Contribuição para o PIS/Pasep ( PIS/Pasep ) e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social ( Cofins ) A primeira parte dessa nova lei visa a disciplinar os impactos tributários dos novos padrões contábeis (alinhados ao IFRS) em uma contabilidade única, extinguindo, assim o Regime Tributário de Transição ( RTT ). A maior parte dessas alterações entra em vigor em 2015. Porém, a pessoa jurídica pode optar pela aplicação de tais disposições já no ano-calendário de 2014. A opção é irretratável e acarreta a observância de todas as alterações trazidas e efeitos correlatos a partir de 1 o de janeiro de 2014. Destacamos algumas das alterações promovidas: Conceito de Receita Bruta A Lei n 12.973/14 atualiza o conceito receita bruta, a fim de incluir na sua definiçãoas receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, além (i) do produto da venda de bens nas operações de conta própria; (ii) do preço da prestação de serviços em geral; (iii) e do resultado auferido nas operações de conta alheia. Lucro da exploração A Lei n 12.973/14 deixa claro que as subvenções para investimento, bem como os ganhos ou perdas decorrentes de avaliação de ativo ou passivo com base no valor justo, devem ser excluídos do cálculo do lucro da exploração. Ágio A lei fiscal agora está alinhada à legislação societária quanto aos critérios de reconhecimento e mensuração de ágio em uma combinação de negócios. Assim, por

ocasião da aquisição de participação societária, o contribuinte que avaliar investimento pelo valor de patrimônio líquido deverá desdobrar o custo de aquisição em: (i) valor de patrimônio líquido na época da aquisição; (ii) mais ou menos-valia, na proporção da porcentagem da participação adquirida, e o valor de que trata o item (i); e (iii) ágio por rentabilidade futura (goodwill), que corresponde à diferença entre o custo de aquisição do investimento e o somatório dos valores de que tratam os itens (i) e (ii). A aquisição de participação societária sujeita à avaliação pelo valor do patrimônio líquido exige o reconhecimento e a mensuração: (i) primeiramente, dos ativos identificáveis adquiridos e dos passivos assumidos a valor justo; e (ii) posteriormente, do goodwill ou do ganho proveniente de compra vantajosa. A contrapartida da redução dos valores de que tratam os itens (ii) e (iii) não será computada na determinação do lucro real, ressalvado para efeito de determinar ganho ou perda de capital na alienação ou liquidação do investimento. Vale destacar que a Lei n 12.973/14 estabelece que o valor da mais ou menos-valia deverá ser baseado em laudo elaborado por perito independente que deverá ser protocolado na Secretaria da Receita Federal do Brasil ou cujo sumário deverá ser registrado em Cartório de Registro de Títulos e Documentos, até o último dia útil do 13 o (décimo terceiro) mês subsequente ao da aquisição da participação. Ocorrendo a incorporação, fusão ou cisão da empresa adquirida com a adquirente, o seguinte tratamento será aplicável (desde que sejam consideradas partes não dependentes à época da aquisição): Mais ou menos-valia: o saldo existente na contabilidade, na data da aquisição da participação societária, poderá ser considerado como integrante do custo do bem ou direito que lhe deu causa, para efeito de determinação de ganho ou perda de capital e do cômputo da depreciação, amortização ou exaustão. Goodwill:a pessoa jurídica poderá excluir para fins de apuração do lucro real dos períodos de apuração subsequentes o saldo do goodwill existente na contabilidade na data da aquisição da participação societária, à razão de 1/60 (um sessenta avos), no máximo, para cada mês do período de apuração. Ganho de compra vantajosa:a pessoa jurídica deverá computar o referido ganho na determinação do lucro real dos períodos de apuração subsequentes à data do evento, à razão de 1/60 (um sessenta avos), no mínimo, para cada mês do período de apuração.

Vale destacar que as regras anteriores referentes à amortização fiscal do ágio continuam aplicáveis às operações de incorporação, fusão e cisão, ocorridas até 31 de dezembro de 2017, cuja participação societária tenha sido adquirida até 31 de dezembro de 2014. No caso de aquisições de participações societárias que dependam da aprovação de órgãos reguladores e fiscalizadores para a sua efetivação, o prazo para incorporação poderá ser até 12 (doze) meses da data da aprovação da operação. Ajustes a Valor Presente e Mensuração a Valor Justo Como regra geral,a lei elege o princípio da realização em relação à tributação das regras envolvendo ajustes a valor presente e mensuração a valor justo. Em outras palavras, os efeitos tributáriosrelacionados a esses critérios de contabilização são postergados para o momento em que a estimativa é realizada, a fim de anular para fins tributários os aspectos subjetivos desses padrões contábeis. Juros sobre Capital Próprio Para fins de cálculo de Juros sobre Capital Próprio (JSCP), a Lei n 12.973/14 prevê que serão consideradas exclusivamente as seguintes contas do patrimônio líquido: (i) (ii) (iii) (iv) (v) Capital social; Reservas de Capital; Reservas de lucros; Ações em tesouraria; e Prejuízos acumulados. Vale destacar que a lei esclarece que a conta capital social inclui todas as espécies de ações, ainda que classificadas em contas de passivo na escrituração comercial. Incorporação, Fusão e Cisão A lei tributária anterior permitia à pessoa jurídica que tivesse parte ou todo o seu patrimônio absorvido em virtude de incorporação, fusão ou cisão que levantasse balanço específico para esse fim, no qual os bens e direitos podiam ser avaliados pelo valor contábil ou de mercado. A Lei 12.973/14 altera essa regra, ao prever que pessoa jurídica que tiver parte ou todo o seu patrimônio absorvido em virtude de incorporação, fusão ou cisão deverá levantar balanço específico para esse fim, observada a legislação comercial. Ganho de Capital na Subscrição de Ações O ganho decorrente de avaliação com base no valor justo de bem do ativo incorporado ao patrimônio de outra pessoa jurídica, na subscrição em bens de capital

social, ou de valores mobiliários emitidos por companhia, não será computado na determinação do lucro real, desde que o aumento no valor do bem do ativo seja evidenciado contabilmente em subconta vinculada à participação societária ou aos valores mobiliários, com discriminação do bem objeto de avaliação com base no valor justo, em condições de permitir a determinação da parcela realizada em cada período. O ganho será computado na determinação do lucro real: (i) na alienação ou na liquidação da participação societária ou dos valores mobiliários, pelo montante realizado; (ii) proporcionalmente ao valor realizado, no período-base em que a pessoa jurídica que houver recebido o bem realizar seu valor, inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa, ou com ele integralizar capital de outra pessoa jurídica; ou (iii) na hipótese de bem não sujeito a realização por depreciação, amortização ou exaustão que não tenha sido alienado, baixado ou utilizado na integralização do capital de outra pessoa jurídica, nos 5 (cinco) anos-calendário subsequentes à subscrição em bens de capital social, ou de valores mobiliários emitidos por companhia, à razão de 1/60 (um sessenta avos), no mínimo, para cada mês do período de apuração. Na hipótese de não ser evidenciado por meio de subconta, o ganho será tributado. Subvenções Para Investimento As subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos e as doações feitas pelo poder público não serão computadas na determinação do lucro real, desde que seja registrada em Reserva de Incentivos Fiscais, que somente poderá ser utilizada para: (i) absorção de prejuízos, desde que anteriormente já tenham sido totalmente absorvidas as demais Reservas de Lucros, com exceção da Reserva Legal; ou (ii) aumento do capital social. Pagamento Baseado em Ações O valor da remuneração dos serviços prestados por empregados ou similares, efetuada por meio de acordo com pagamento baseado em ações, deve ser adicionado ao lucro líquido para fins de apuração do lucro real no período de apuração em que o custo ou a despesa forem apropriados.

Novos Métodos e Critérios Contábeis A modificação ou a adoção de métodos e critérios contábeis, por meio de atos administrativos emitidos com base em competência atribuída em lei comercial, que sejam posteriores à publicação da Lei 12.973/14, não terá implicação na apuração dos tributos federais até que lei tributária regule a matéria. Disposições relativas ao RTT Dividendos:Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados entre 1 o de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2013 pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, em valores superiores aos apurados com observância dos métodos e critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007, não ficarão sujeitos à incidência do IR-Fonte, nem integrarão a base de cálculo do IRPJ e da CSLL, pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliado no País ou no exterior. Juros sobre Capital Próprio (JSCP): Para os anos-calendário de 2008 a 2014, para fins do cálculo do limite de JSCP, a pessoa jurídica poderá utilizar as contas do patrimônio líquido mensuradas de acordo com as disposições da Lei no 6.404/76, não sendo considerados somente os valores relativos a ajustes de avaliação patrimonial. Método de Equivalência Patrimonial:Para os anos-calendário de 2008 a 2014, o contribuinte poderá avaliar o investimento pelo valor de patrimônio líquido da coligada ou controlada, determinado de acordo com as disposições da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Fundos de Investimento Ficam isentos de Imposto sobre a Renda - IR os rendimentos, inclusive ganhos de capital, pagos, creditados, entregues ou remetidos a beneficiário residente ou domiciliado no exterior, exceto em país com tributação favorecida, produzidos por fundos de investimentos, cujos cotistas sejam exclusivamente investidores estrangeiros. Para fazer jus à referida isenção, o regulamento do fundo deverá prever que a aplicação de seus recursos seja realizada exclusivamente em depósito à vista, ou em ativos sujeitos a isenção de Imposto sobre a Renda - IR, ou tributados à alíquota 0 (zero), nas hipóteses em que o beneficiário dos rendimentos produzidos por esses ativos seja residente ou domiciliado no exterior, exceto em país com tributação favorecida. Incluem-se entre os ativos mencionados acima aqueles negociados em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas e que sejam isentos de tributação, desde que sejam negociados pelos fundos, nas mesmas condições previstas na referida Lei, para gozo do incentivo fiscal.

Caso o regulamento do fundo restrinja expressamente seus cotistas a investidores estrangeiros pessoas físicas, também se incluirão os ativos beneficiados pelo disposto no art. 3 o da Lei n o 11.033/04 (CRIs, CDAs, LHs, etc.), desde que observadas as condições previstas para gozo do benefício fiscal. Fundos de Investimento em Participações (FIP): Foi esclarecido que a alíquota 0 (zero) de IR-Fonte, aplicável para investidores estrangeiros em determinadas hipóteses, também se aplica aos ganhos de capital auferidos na alienação ou amortização de quotas de FIPs. Utilização de prejuízos fiscais sem a trava dos 30% As pessoas jurídicas que se encontrem inativas desde o ano-calendário de 2009 ou que estejam em regime de liquidação ordinária, judicial ou extrajudicial, ou em regime de falência, poderão apurar o IRPJ e a CSLL relativos ao ganho de capital resultante da alienação de bens ou direitos, ou qualquer ato que enseje a realização de ganho de capital, sem a aplicação da trava dos 30%, desde que o produto da venda seja utilizado para pagar débitos de qualquer natureza com a União. Conclusão Como se pode observar, a Lei n 12.973/14 traz modificações significativas à legislação tributária federal. Acima foram citadas somente algumas. Estamos à disposição para discutir em maiores detalhes como referidas alterações podem impactar o dia a dia de sua empresa. REINALDO RAVELLI NETO E RUBENS CARLOS DE PROENÇA FILHO Sócios de Motta, Fernandes Rocha Advogados São Paulo, 21 de Maio de 2014

RIO DE JANEIRO SÃO PAULO Avenida Almirante Barroso 52-5º Andar Alameda Santos, 2335-10º, 11º e 12º andares Centro - Rio de Janeiro - RJ CEP: 20031-000 Cerqueira César - São Paulo - SP CEP: 01419-101 Tel.: +55 (21) 2533-2200 3257-2200 Tel.: +55 (11) 3082-9398 2192-9300 Fax: +55 (21) 2262-2459 Fax: +55 (11) 3082-3272 W W W. M F R A. C O M. B R