A MICROFILMAGEM COMO MEIO DE PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA DOCUMENTAL NA BIBLIOTECA NACIONAL



Documentos relacionados
XVI Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação 22 a 24 de julho de 2015

Título I. Das Finalidades

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO ÁREA DE DOCUMENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO SETOR DE PROCESSAMENTO TÉCNICO DA BIBLIOTECA CÉSAR SALGADO PROJETO

REGIMENTO INTERNO DO ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL DE BAGÉ

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PORTARIA Nº 1.289, DE 11 DE JULHO DE RESOLVE:

Critérios para certificação de Sites SciELO: critérios, política e procedimentos para a classificação e certificação dos sites da Rede SciELO

Mesa Redonda Novas agendas de atuação e os perfis profissionais em bibliotecas universitárias

CEDOPE - CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA DE HIS- TÓRIA DOS DOMÍNIOS PORTUGUESES

Programa de Capacitação

PSQ PROCEDIMENTO DO SISTEMA DA QUALIDADE

Projeto BVS-SP-1.9 Publicação eletrônica de textos completos em Saúde Pública (15 de outubro de 1999)

ARQUIVOLOGIA - TIPOLOGIAS DOCUMENTAIS E SUPORTES FÍSICOS. Prof. Antonio Victor Botão

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

FORMULÁRIO DAS AÇÕES DE EXTENSÃO

BIBLIOTECA PAULO LACERDA DE AZEVEDO R E G I M E N T O

REGIMENTO DO CENTRO DE PESQUISA - CEPESq PROF. PASQUALE CASCINO

HISTÓRICO DAS REVISÕES N.ºREVISÃO DATA IDENTIFICAÇÃO DO DOCUMENTO 00 16/04/2007 Emissão inicial

POLÍTICA DE ATUALIZAÇÃO E AMPLIAÇÃO DO ACERVO DA BIBLIOTECA SIMONSEN

POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES BIBLIOTECA WILHELM HEINRICH

Universidade Paulista

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

CORREÇÂO - ESAF Concurso Público: Assistente Técnico-Administrativo - ATA Provas 1 e 2 Gabarito 1 ARQUIVOLOGIA PROF.

MANUAL DE ATIVIDADES COMPLEME MENTARES CURSO DE ENFERMAGEM. Belo Horizonte

Procedimento de Gestão PG 02 Controlo de Documentos e Registos

Aprovado na Reunião do CONASU em 21/01/2015.

Regimento da Biblioteca Rev.: 01 Data: 07/07/2008

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DOS CARGOS

Art. 1º Aprovar o Regimento Interno da Divisão de Biblioteca DIBIB, anexo a esta Resolução. São João del-rei, 16 de fevereiro de 2009.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO REGIMENTO INTERNO DA COORDENAÇÃO DE GESTÃO DE DOCUMENTOS E INFORMAÇÃO DA UFRRJ

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE BIBLIOTECAS ESCOLARES NA CIDADE DE GOIÂNIA

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Segepres/ISC/Cedoc Serviço de Gestão Documental MANUAL DE TRATAMENTO DE DOCUMENTOS DIGITALIZADOS

POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES DA BIBLIOTECA DO IFSP - CAMPUS SÃO CARLOS

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

MENSAGEM PREGÃO ELETRÔNICO N. 89/2009 ESCLARECIMENTO 1

REGULAMENTO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DOS CURSOS DA FEAFLOR- FACULDADE DE EDUCAÇÃO - ALTA FLORESTA

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1

Como navegar no mar de informações para atender as demandas de um escritório jurídico e seus clientes case Escritório Veirano

ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL - ESPECIALISTA EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/DESENVOLVIMENTO

Faculdade HSM Núcleo de Prática Acadêmica (NPA) Manual de orientações para o cumprimento das horas de Atividades Complementares

Programas de Apoio a Normalização de Trabalhos Acadêmicos

PROGRAMA PROREDES BIRD

RESOLUÇÃO Nº 005/2007-CEPE/UNICENTRO

Macapá-2011 REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO RESOLUÇÃO Nº 21/2007

MANUAL DE ORIENTAÇÃO DAS LIGAS ACADÊMICAS CURSO DE MEDICINA UNIFENAS BH? ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital Preservar para garantir o acesso

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA PORTARIA Nº 467, DE 19 DE SETEMBRO DE 2014

Núcleo de Coordenação de Bibliotecas - NCB. Relatório Biblioteca Penha Shopping

Edital para seleção de projetos de pesquisa para o período 2014 Programa de Incentivo a Pesquisa Docente (PIPED)

Segundo a ABNT-NBR 6023:2002

CAPÍTULO I DA ATIVIDADE COMPLEMENTAR

REGULAMENTO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DO CURSO DE PEDAGOGIA DA FACULDADE DE ALTA FLORESTA - FAF

REGULAMENTO NÚCLEO DE APOIO PEDAGÓGICO/PSICOPEDAGÓGICO NAP/NAPP. Do Núcleo de Apoio Pedagógico/Psicopedagógico

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL COMUNITÁRIA FORMIGUENSE FUOM CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA UNIFOR-MG CONSELHO UNIVERSITÁRIO

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

Gerenciamento de Incidentes

AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE

REGULAMENTO DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA E LEITURA. PARTE I Público

MEMÓRIA URBANA DE PALMAS-TO: LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES E MATERIAL SOBRE O PLANO DE PALMAS E SEUS ANTECEDENTES

Faculdades Integradas de Taquara

POLÍTICAS DE SELEÇÃO, AQUISIÇÃO, ATUALIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA COLEÇÃO DA BIBLIOTECA DA FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO

Prefeitura Municipal de Cerejeiras CNPJ/MF: / Avenida das Nações, 1919 Centro CEP: Cerejeiras Rondônia L E I

POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES BIBLIOTECA PAULO ERNESTO TOLLE

Gerenciamento de Níveis de Serviço

DESVENDANDO OS MISTÉRIOS DA PESQUISA ESCOLAR EM HQ

ROTEIRO PARA MONTAGEM DE CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO

PROCEDIMENTO OPERACIONAL AQUISIÇÃO / QUALIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

ISO/IEC 12207: Gerência de Configuração

PLANO BÁSICO AMBIENTAL

O propósito deste trabalho foi o de apresentar os programas de. catalogação cooperativa, centralizada e catalogação-na-publicação, os quais,

BIBLIOTECA PROF. JOSÉ ROBERTO SECURATO RELATÓRIO DE GESTÃO São Paulo

ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO

REGULAMENTO DO LABORATÓRIO DE ENSINO DO CURSO DE PEDAGOGIA IFC - CAMPUS CAMBORIÚ. Título I LABORATÓRIO DE ENSINO. Capítulo I Princípios e Diretrizes

PRÓ-DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU - PROPESP POLÍTICA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

QUALIDADE E EXCELÊNCIA NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Faculdade de Letras Universidade do Porto

ANEXO II PLANO DE TRABALHO

Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO REGULAMENTO INTERNO CAPÍTULO I

CEAD BIBLIOTECA FACULDADES SÃO JOSÉ

REGULAMENTO INSTITUCIONAL

Capítulo 1 Dos termos

INSTRUÇÃO DE TRABALHO PARA INFORMAÇÕES GERENCIAIS

LEI COMPLEMENTAR Nº 97, DE 9 DE JUNHO DE Dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas.

EDITAL nº 04, de 06 de janeiro de 2015

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES DO CURSO DE QUÍMICA, CAMPUS PATO BRANCO

II. Atividades de Extensão

CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ESTÉTICA E COSMÉTICA MANUAL DE ATIVIDADES COMPLENTARES

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº D, DE O CONGRESSO NACIONAL decreta:

PLANOS DE CONTINGÊNCIAS

CONTROLE PATRIMONIAL ÍNDICE


Dúvidas Freqüentes IMPLANTAÇÃO. 1- Como aderir à proposta AMQ?

Transcrição:

A MICROFILMAGEM COMO MEIO DE PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA DOCUMENTAL NA BIBLIOTECA NACIONAL MELO, Débora Vilar 1 MATOS, Caroline Santos de 2 RESUMO Pretende informar as atividades de estágio desenvolvidas na Biblioteca Nacional, na Coordenadoria de Microrreprodução (COMIC), no período de março de 2010 a dezembro de 2011, configurando-se como um relato de experiência. Comenta as diretrizes da Biblioteca Nacional e relata o âmbito do setor de Microfilmagem e Fotografia (COMIC), como agente de preservação da memória documental. Discorre sob a importância da Microfilmagem na Biblioteca Nacional destacando seus serviços e produtos. Está alicerçado na tese da microfilmagem como meio de preservação da memória documental. A metodologia aplicada consiste no relato de experiência profissional, no preparo de periódicos para microfilmagem e, em seguida, considera a Biblioteca Nacional como a maior guardiã e disseminadora de informação no Brasil. Alega o cunho da Microfilmagem na propagação da informação no meio digital, de obras raras, manuscritos e periódicos. Palavras chaves: Microfilmagem. Biblioteca Nacional. Preservação da memória documental. 1 INTRODUÇÃO Através da experiência de estágio na Biblioteca Nacional, foi possível realizar o presente estudo, que discorre a Microfilmagem como meio de preservação documental no âmbito da Biblioteca Nacional. As atividades desenvolvidas foram realizadas entre 2010 e 2011 na Coordenadoria de Microrreprodução (COMIC), o presente estudo objetiva ampliar a visão sobre o microfilme e debater as nuances de sua produção, além do seu firmamento como prática de conservação. A metodologia aplicada está alicerçada a fundamentação teórica que consiste no relato de experiência profissional no preparo de periódicos para microfilmagem através do Plano de Microfilmagem de Periódicos Brasileiros. O relato de experiência se encontra estruturado de 1 Débora Vilar Melo. Discente de Bacharelado em Biblioteconomia. Universidade Federal do Estado do Rio Janeiro. (debora.bibliounirio@gmail.com) 2 Caroline Santos de Matos. Discente de Bacharelado em Biblioteconomia. Universidade Federal do Estado do Rio Janeiro. (carol_smlp@hotmail.com)

acordo com o histórico da Biblioteca Nacional e histórico da Coordenadoria de Microrreprodução (COMIC), ressaltando seus objetivos e competências. A Biblioteca Nacional foi fundada em 1810, a origem de seu acervo é proveniente da Real Biblioteca Portuguesa. Entretanto, somente em 1889 com a proclamação da República que passou a denomina-se Biblioteca Nacional (BN). A BN está subordinada ao Ministério da Cultura e administra o Instituto Nacional do Livro, Fundação Nacional Pró Leitura, a Biblioteca Demonstrativa de Brasília, e a Agência Nacional do ISBN e, através de suas atribuições que passou a denominar-se Fundação Biblioteca Nacional. A BN está estruturada de acordo com dois centros: o centro de processos técnicos e centro de referência e difusão. A Coordenadoria de Microrreprodução se encontra junto ao centro de processos técnicos que foi criado em 1977 e que, a priori, tinha como objetivo preservar as coleções sem restringir o acesso a informação, posteriormente foi criado o Plano Nacional de Periódicos Brasileiros, em 1978 que tem como objetivo resgatar a produção hemográfica do país. A COMIC deve: coordenar uma política de preservação dos periódicos brasileiros, resgatar de outros acervos o que precisar para complementar a microfilmagem, assessorar os núcleos de microfilmagem no Brasil, compartilhar o uso de microfilme nacional e internacionalmente e, garantir a guarda, preservação e disseminação do microfilme. Portanto, considera-se a Biblioteca Nacional como a maior guardiã e disseminadora da produção Bibliográfica intelectual brasileira, alegando o cunho da Microfilmagem na propagação da informação no meio digital, de obras raras, manuscritos e periódicos, atuante na preservação e conservação da informação no meio físico e digital. 2 HISTÓRICO DA BIBLIOTECA NACIONAL A Biblioteca foi fundada com o nome de Real Biblioteca, posteriormente passou a se chamar Biblioteca Imperial e Pública da Corte. Em 1876, se tornou Biblioteca Nacional e, desde 13 de outubro de 1990, ela foi transformada em Fundação de direito público, vinculada ao Ministério da Cultura, ampliando seu campo de atuação e passando a operar nas áreas primordiais do livro, da

leitura e das bibliotecas. Na fuga de Dom João de Portugal para o Brasil, as coleções da Real Biblioteca foram trazidas em três levas distintas entre os anos de 1809 e 1811. Em outubro de 1810, Dom João decretou que a Real Biblioteca ficasse acomodada nas catacumbas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, a primeira de suas casas e atualmente a Fundação Biblioteca Nacional possui seu domicílio fixo, desde 29 de outubro de 1910, em um prédio situado na avenida Rio Branco n.219-39, no Rio de Janeiro (RJ), que possui um dos marcos urbanísticos da cidade na virada do século XX e que começou a ser construído em 1905. Tanto o prédio quanto os seus jardins foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). É importante apontar um momento de grande importância na história da Fundação: a criação do Curso de Biblioteconomia dentro da própria Biblioteca Nacional, sendo o primeiro da América Latina e o terceiro no mundo conseguindo assim com que a FBN vá conquistando espaço e vá contribuindo para um Brasil de leitores, logo, de cidadãos críticos. (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, 2012) A Biblioteca Nacional do Brasil possui sua composição dividida da seguinte forma: um Presidente, nomeado pelo presidente da República, um diretor executivo, e seis Diretores à frente de dois centros: Centro de Processos Técnicos e Centro de Referência e Difusão e quatro Coordenadorias-gerais: de Planejamento e Administração, Pesquisa e Editoração, Livro e Leitura e Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas. Essa Fundação foi considerada pela UNESCO como uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo, e também a maior biblioteca da América Latina pois apresenta no seu núcleo original um poderoso acervo calculado hoje em cerca de nove milhões de documentos que incluem livros, periódicos, revistas, jornais, dentre outros. (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, 2012) A atuação da FBN pode ser sintetizada em duas linhas de frente: a primeira diz respeito à memória cultural da organização pois possui um verdadeiro tesouro que inclusive é reconhecido mundialmente; a segunda concerne à vida cultural do país, destacando-se o aperfeiçoamento de quadros específicos da área. Para citar apenas o que diz respeito às finalidades da

Fundação Biblioteca nacional podemos apontar o de potencializar as ações daquela inclusão cultural; o de reincorporar a cultura como vetor de qualificação da educação; o de desenvolver a prática da leitura como fator determinante para a cidadania; o acesso à produção cultural além do aumento da cultura digital. A FBN possui um Escritório de Direitos Autorais para registro e averbação de direitos de autor e também é a Agência Nacional do ISBN (International Standard Book Number). Assim, ela coordena e incentiva o uso do sistema internacional de numeração de livros e atribui códigos às editoras e às publicações nacionais para efeito de divulgação e comercialização. A lei do Depósito Legal é o elemento auxiliador da Biblioteca Nacional no cumprimento de sua finalidade de proporcionar a informação cultural nas diferentes áreas do conhecimento humano com base na produção intelectual brasileira e nas obras mais significativas da cultura estrangeira, que constituem o sempre crescente acervo bibliográfico e hemerográfico, cujo conjunto lhe cumpre preservar. É através do cumprimento da lei do Depósito Legal, que a Biblioteca Nacional, ao receber um exemplar do que se publica no Brasil e com isso vai se tornando a guardiã da memória gráfica brasileira. (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, 2012) Para garantir a manutenção de seu acervo, a FBN possui laboratórios de restauração e conservação de papel, estando apta a restaurar, dentro das mais modernas técnicas, qualquer peça do acervo que precisar desse serviço. Possui também oficina de encadernação e centro de microfilmagem, fotografia e digitalização. Nessa área de conservação de acervo, a Biblioteca Nacional desenvolve dois planos: O Plano Nacional de Microfilmagem de Periódicos Brasileiros, com uma rede de núcleos estaduais de microfilmagem com vistas à preservação de toda produção jornalística do país e o Plano Nacional de Restauração de Obras Raras, cujo objetivo é identificar e recuperar obras raras existentes, não só na Biblioteca Nacional, como em outras bibliotecas e acervos bibliográficos do país. (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, 2012) A Biblioteca Nacional Digital, criada em 2006, foi concebida de forma ampla e nela estão integradas todas as coleções digitalizadas colocando a Fundação Biblioteca Nacional na vanguarda das bibliotecas da América Latina

e igualando-a às maiores bibliotecas do mundo no processo de digitalização de acervos e acesso às obras e aos serviços, via Internet. (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, 2012) Sem a renovação ou mesmo a inovação, a Biblioteca nacional perderia todo seu fascínio e seus objetivos formadores e difusores de informação, de transmissão de seu acervo pluridisciplinar, herdeira da Biblioteca Real e permanentemente atualizado. torna-se, portanto, um espaço privilegiado do conhecimento. Por isso abriga, justifica e incentiva, entre suas ações, a promoção de iniciativas culturais diversificadas, no Brasil e no exterior, com a proposta da democratização da cultura, da educação e da sociedade brasileira. (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, 2012) 2.2 HISTÓRICO DA COORDENAÇÃO DE MICROFILMAGEM E FOTOGRAFIA A Biblioteca Nacional com a preocupação de preservar a memória nacional, a partir de 1944 passa a oferecer o serviço de fotoduplicação, transferindo o papel para o microfilme a fim de preservar o documento sem restringir o acesso a informação. A microfilmagem é uma técnica fotográfica que surgiu em meados de 1870 durante a guerra prussiana, esta técnica permite a substituição do original, por representar uma cópia fiel a fonte primária em formato de microfilme. O microfilme é um suporte estável, é considerado uma tecnologia estabelecida, possui padrões e técnicas definidas, e tem validade legal como prova, sua maior característica que o define como meio de preservação é sua expectativa de vida que pode chegar a 500 anos (MENEZES, 2010). Entretanto, somente em 1977 a Biblioteca Nacional estabelece a Seção de Microfilmagem, que deveria a priori implantar a microfilmagem a títulos editados no século XIX, a coleções muito consultadas, coleções incompletas, coleções deterioradas, e coleções existente somente em acervos particulares. Em 1978 criou-se o Plano Nacional de Microfilmagem de Periódicos Brasileiros, atividade da qual foi realizado o período de estágio. O Plano tem como objetivo geral: localizar, recuperar e preservar as coleções hemográfica do Brasil. Seus

objetivos específicos são: localização de coleções, identificação dos títulos editados no Brasil, levantamento de exemplares / fascículos, organização e preparo das coleções localizadas, microfilmar para preservação e acesso, controle de qualidade, reproduzir para consulta, acondicionamento e guarda do microfilme (MENEZES, 2010). Com a ampliação dos serviços, atualmente a seção de Microfilmagem passou-se a denominar-se de Coordenadoria de Microrreprodução (COMIC). Compete a Coordenadoria gerenciar o Plano de Microfilmagem de Periódicos Brasileiros; elaborar diretrizes para a formulação de políticas e confeccionar manuais e emissão de pareceres; realizar projetos específicos pertinentes a sua coordenadoria definindo prioridades; e assessorar a técnica na sua área. A COMIC administra cinco seções que são: seção de pesquisa e preparo, laboratório de microfilmagem, laboratório fotográfico, estação de digitalização, e setor de reprodução do acervo. O serviço desenvolvido pela seção de pesquisa e preparo, setor do qual foi realizado o estágio, consiste em pesquisar em fontes bibliográficas e documentais, identificar e avaliar, de acordo com os procedimentos os diferentes tipos de acervo para o preparo, efetuar o preparo, codificar o título microfilmado, e inserir na base de dados da Biblioteca Nacional. A elaboração de preparo foi realizada para o Plano Nacional de Periódicos Brasileiros. Para o preparo de periódicos, pouco se difere do preparo dos outros documentos. As atividades realizadas no preparo são: Análise bibliológica: ao preparar documentação rara, realizamos primeiramente uma minuciosa análise página a página da obra, identificando características importantes e relevantes para a descrição, como marcas d água, ex-libris, exdono, assinatura, reclamo, notas em corandel, erros de paginação, vinhetas, capitais ornamentadas etc. Pesquisa dos títulos a serem microfilmados: no catálogo interno (bases disponíveis no site da FBN) e externo (catálogo da Library of Congress, por exemplo), pesquisamos os títulos que serão microfilmados. Assim, adequamos terminologias e confrontamos as informações da base com as presentes na folha de rosto, colofão e demais fontes de informação da obra. No caso de periódicos, ocorrem regularmente faltas de exemplares. Neste caso, recorremos a catálogos internos e muitas

vezes torna-se necessário o empréstimo de exemplar faltante em outra instituição, sendo este devolvido após a microfilmagem do período determinado. Elaboração de referência bibliográfica: os títulos microfilmados em um mesmo rolo são relacionados por suas respectivas referências na chamada sinalética. Esta é microfilmada no início do rolo e atua como sumário para o usuário durante a pesquisa. Na sinalética, os títulos são arrolados em ordem cronológica e, havendo mais de um datado do mesmo ano, arrola-se em ordem alfabética. No Manual de confecção de sinaléticas encontramos importantes orientações gerais para que o trabalho de todos esteja de acordo com a padronização internacional. Catalogação do acervo especializado: a ficha catalográfica de cada título o precede na microfilmagem de um rolo, também como forma de guiar o usuário durante sua pesquisa. Realizamos a catalogação com o auxílio do AACR2, seguindo os padrões internacionais. Codificação dos títulos microfilmados: uma vez que o rolo de microfilme esteja pronto, realizamos o registro dos respectivos títulos em pastas específicas de acordo com a tipologia do documento e também na base da FBN, onde o usuário pode obter informação sobre quais itens do acervo estão disponíveis em versão microfilmada. Esta atividade consiste em realizar a classificação numérica dos rolos de microfilme de acordo com um sistema interno próprio para este fim. Para a confecção do preparo, as atividades desenvolvidas que permitiram a elaboração do presente relato de experiência, consistiam em: cortar as folhas do jornal deixando as páginas livres, passar para retirar o vinco, fazer anotações sobre o jornal na folha de preparo, as informações que deveriam conter na são: Título, ano, período, numeração, ordem dos cadernos, total de páginas, e quantidade de clichês. Após, o preparo se faz a elaboração da sinalética, que contém informações básicas sobre o documento que servem para orientar o usuário. O periódico segue para o laboratório de microfilmagem, anexo com a sinalética e a folha de preparo. Ao laboratório de Microfilmagem compete: revisar as atividades desenvolvidas na área de microfilmagem, ministrar cursos, palestras e seminários sobre microfilmagem e desenvolver projetos, monitorar as melhores condições para o microfilme. Ao laboratório fotográfico está sujeito a reprodução sistemática do acervo fotográfico em

negativos de segunda geração, fixar as técnicas utilizadas na reprodução, elaborar projetos fotográficos, e realizar o registro fotográfico de todos os eventos e atividades realizados pela FBN (MENEZES, 2010). A estação de digitalização deve elaborar uma reprodução sistemática de todos os acervos dos setores da Biblioteca Nacional, a partir do microfilme, desenvolver técnicas de captura, armazenamento, acondicionamento e backup dos arquivos gerados visando a preservação do acervo digital, participar de projetos em parceria. O setor de reprodução do acervo atende aos pesquisadores orientando sobre as formas de reprodução, executa a reprodução que lhe compete, controla a entrada e saída das solicitações dos pedidos de reprodução e distribui os pedidos para os outros setores de reprodução como o laboratório de microfilmagem para duplicação de rolo, e digitalização. Apesar das desvantagens do microfilme como : ser mais adequado para leitura, ser de alto custo, não possui cores coloridas, e necessidade de processamento, ainda sim é um grande aliado na preservação, conservação e disseminação da informação na Biblioteca Nacional. (MENEZES, 2010) 3 O RELATO DE EXPERIÊNCIA O presente estudo visa, compartilhar a tese da Microfilmagem como importante meio de conservação documental, no âmbito da Biblioteca Nacional. A metodologia aplicada consiste no relato de experiência na Coordenadoria de Microfilmagem, atuando no Plano de Microfilmagem de Periódicos Brasileiros, projeto que têm como cunho salvaguardar e fomentar toda produção hermográfica do país. A Microfilmagem, no Brasil como mecanismo de conservação surgiu da necessidade da Biblioteca Nacional de buscar disseminar a informação garantindo a preservação do documento. A importância da Microfilmagem como meio de preservação e conservação está baseada nos benefícios e praticidade que o suporte microfilme oferece, pois a microfilmagem a partir da fonte primária, possibilita a dispensa do original, o que colabora para a preservação e conservação; e auxilia no processo de

digitalização e fotografia, garantindo assim preservação tanto no meio físico como digital. Baseado neste objeto, a Biblioteca Nacional usa esse processo como meio de garantir e se respaldar no seu cunho de guardiã e disseminadora da informação, e é nesse objeto que se objetivou-se partilhar. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nos dados estudados nesse trabalho, é possível que se façam importantes considerações sobre a tecnologia de Microfilmagem e toda a sua história no âmbito da Fundação Biblioteca Nacional. Esse estudo possibilita uma visão ampla do que significa a Microfilmagem, sua importância, seu funcionamento, seus procedimentos, seus prós e seus contras, tudo isso baseado na experiência profissional adquirida no estágio realizado na Coordenadoria de Microrreprodução (COMIC). A experiência com essa tecnologia no dia a dia tornou possível e viável a produção desse estudo e gerou o aperfeiçoamento pessoal nas diferentes formas de disseminação da informação, incluindo assim a conservação e a preservação de documentos. O desejo com esse estudo é o de apresentar essa tecnologia tão utilizada e importante para a biblioteca, para seus acervos, para seus fins de disseminar e conservar e, consequentemente, para que a informação nunca se perca, mas, que seja melhor preservada e consiga ser disseminada através dos anos. Assim sendo, através desse trabalho objetivou-se então demonstrar a importância inestimável da utilização da Microfilmagem na grande contribuição para a preservação de conteúdos originais devido fundamentalmente as suas características de durabilidade, longevidade e fidelidade a tais documentos. REFERÊNCIAS FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. Biblioteca Nacional 200 anos: uma defesa do infinito. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2010. FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. Coordenadoria de Microrreprodução, 2012. Folder. FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. Plano Nacional de Microfilmagem de Periódicos, 2012. Disponível em: <http://www.bn.br/portal/index.jsp?

nu_pagina=72>. Acesso em: 12 fev. 2012. FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. Histórico, 2012. Disponível em: <http://www.bn.br/portal/?nu_pagina=11 >. Acesso em: 01 mar. 2012. MENEZES, Vera Lúcia Garcia. O Papel da Reprodução na Preservação e Acesso do Acervo Raro da BN. In. IX Encontro Nacional de Acervo Raro. Rio de Janeiro, 2010. (Apresentação em slide)