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Transcrição:

Faculdade de Direito Da Universidade de Lisboa DIREITO CONSTITUCIONAL II Turma da Noite 1.º Ano GRELHA DE CORRECÇÃO: Exame da Época de Recurso: 22.7.2016 Duração: 2 horas; Regente: Prof. Doutor Paulo Otero. Colaboradores: Prof. Doutor Kafft Kosta; Prof. Doutor Pedro Sánchez; Mestre Tiago Serrão; Mestre Ricardo Branco. Observação: Elementos de ponderação na avaliação das respostas: a) Indicação e interpretação dos preceitos constitucionais e/ou legais pertinentes; b) Coerência e desenvolvimento da argumentação utilizada; c) Sistematização das respostas. a) [5 valores] I 25 Deputados do Grupo Parlamentar do Partido X subscreveram um projecto de lei, a que deram entrada na Assembleia da República, no dia 4.1.2016. O Decreto da Assembleia da República resultado do referido projecto de lei [cujo art. 5.º dispõe que o art. 55 da Lei n.º 555/2015 é dotado de carácter regulamentar] incidia sobre aspectos especiais do ordenamento do território. O diploma foi aprovado, em votação final global, por 114 votos a favor, tendo-se registado 100 votos contra e 16 abstenções. Promulgado e publicado o diploma como Lei n.º 666/2016, de 22 de Janeiro, os Ministros das Finanças e do Ambiente (responsável pelo ordenamento do território) exararam, a 23 de Fevereiro, uma Portaria Conjunta nos termos da qual os Ministros revogam o art. 55 da Lei n.º 555/2015. Sobreveio o D-L n.º 777/2016, de 22 de Julho, que determinou a revogação da Lei da A.R. n.º 666/2016. - Analise a hipótese à luz da Constituição e da legislação ordinária aplicável. 1

Iniciativa legislativa legítima dos Deputados. Mas o número de subscritores excede o limite máximo permitido por lei [20 Deputados art. 123/1 RAR - uma lei de valor reforçado (art. 112/3, in fine)]. Isso põe em causa a sua admissibilidade. O teor do art. 5.º da Lei 666/2016 configura um caso de heterodeslegalização (definir e enquadrar teoricamente e normativamente) do art. 55 da Lei 555/2015. Consideração do objecto da Lei 666/2016 como matéria de competência legislativa concorrencial. Se o diploma do Governo D-L 777/2016 - regulasse as Bases do ordenamento do território, desrespeitando o estabelecido no art. 165 CRP, colocar-seia o problema da sua inconstitucionalidade orgânica. RAR); A A.R. respeitou o quorum de funcionamento e de deliberação (art. 58 Respeitou, outrossim, a maioria de deliberação, a maioria-regra, maioria relativa postulada no art. 116/3 CRP. A interpretação a contrario sensu de várias outras disposições constitucionais robustecem tal conclusão. Por força da heterodeslegalização operada pela A.R., o regulamento administrativo (Portaria Conjunta de 23.3.2016) pode alterar e revogar o art. 55 da Lei 555/2015. b) [5 valores] Num processo julgado no Tribunal de Comarca de Aveiro, Armanda foi condenada por sentença ditada no dia 1.5.2016. O Juiz baseou a sua sentença no art. 44 do Decreto-Lei n.º 1111/2016, de 1 de Abril. Ora, em momento processual anterior à emissão da sentença, Armanda insurgira-se já nos autos contra esse preceito, por achá-lo inválido, nos termos do disposto no art. 33 da Lei de Autorização Legislativa n.º 939/2015 (norma que fixou um sentido da autorização contrário àquele seguido pelo D-L autorizado n.º 1111/2016). Insatisfeita com a prestação do seu advogado, Armanda dirigiu-se a si - aluno(a) que está a tentar resolver o presente caso prático - e formulou-lhe as seguintes questões: - O que fazer? Que diligências judiciais ela deverá desenvolver, com vista a fazer prevalecer os seus direitos? Que consequências são expectáveis da decisão final? - Responda com a devida fundamentação. 2

Ilegalidade material do Decreto-Lei, por violação de lei com valor reforçado [ex vi dos art. 165/2]. Note-se que foi pelo D-L desrespeitado o sentido da autorização ordenado pela LAL [vide art. 112/2, 280/2, d), a)]. Fiscalização concreta da constitucionalidade e da legalidade, a partir do Tribunal de Aveiro [art. 280/2, d), a), in fine CRP]. Descrever esta modalidade de fiscalização; Refutação da hipótese de recurso directo (per saltum) para o TC (art. 72/2 LTC); ou seja, impõe-se nesta hipótese a exaustão prévia das vias de recurso ordinário, antes que se possa interpor o recurso de constitucionalidade para o TC, no quadro da fiscalização concreta. Considerar o facto de Armanda ter suscitado a ilegalidade «durante o processo», antes de o Juiz ter proferido a decisão final [art. 280/2, d)]. O que legitima o recurso de constitucionalidade. Eficácia inter partes da decisão do TC. II a) Comente a seguinte afirmação: A lei orgânica é uma nova categoria de leis em Portugal. [1.5 v.] Questão de partida: se a base é o princípio da tipicidade dos actos legislativos (art. 112/1 CRP), como enquadrar a figura de «lei orgânica»? Orientação do curso: As LO são novas categorias de leis. Argumentos que militam a favor desta tese (que revelam especificidades do regime aplicável à LO): 1.º Art. 166/2; 2.º O regime específico das LO traduzido na necessidade de ser aprovada por maioria absoluta dos Deputados em efectividade de funções (art. 168/5); 3.º A superabilidade do veto político à LO por 2/3 dos Deputados presentes, desde que superior à maioria absoluta dos Deputados em efectividade de funções (art. 136/3); 4.º A iniciativa de fiscalização preventiva tem a particularidade de caber ao PM e a 1/5 dos Deputados (art. 278/4); 3

5.º O PR não pode promulgar a lei, antes de esgotado o prazo determinado para o PM e 1/5 dos Deputados requererem a fiscalização preventiva (art. 278/7). e sólido. Valoriza a resposta a capacidade de produzir um argumentarium coerente b) Qual é a sua posição a respeito da figura do regulamento delegado no actual ordenamento jurídico português? [1 valor] CRP. Abordagem ao princípio da tipicidade dos actos legislativos - art. 112/1 Interpretação do art. 112/5 CRP e a consequente inconstitucionalização dos chamados regulamentos delegados ou autorizados. A delegação informal, como alguns designam também o acto em análise, não cabe no ordenamento jurídico português, hoje. Valoriza a resposta a referência crítica à prática das instituições, até à consagração do dispositivo constitucional aqui tratado. c) Quanto à titularidade de cargos públicos, defina o conceito de situações pósfuncionais e identifique aquelas que lhe pareçam injustificáveis. [2 valores] A posição jurídica de ex-titulares de cargos públicos (direitos subjectivos, privilégios, deveres, sujeições, outras restrições); Situações pós-funcionais justificáveis, discutíveis e injustificáveis. O caso dos direitos e privilégios atribuídos por causa do cargo então exercido entra no grupo das situações pós-funcionais injustificáveis. p. 105 a 106. Cfr. Paulo Otero, Direito Constitucional Português, II, p. 99 ss. maxime, d) Equacione o princípio da separação de poderes, em diálogo com a ideia de reserva de Administração face à legislação. [2 valores] O princípio da separação de poderes. A identificação de um núcleo duro da separação de poderes que torna intolerável a intromissão de outros poderes na área funcional de outro poder. 4

Será este o caso na pergunta II-d)? Uma parte da doutrina rejeita a ideia de reserva de Administração face à legislação. Explicar o conceito. e) Qual é sua opinião a respeito da fiscalização concreta da inconstitucionalidade, ao abrigo do ordenamento constitucional vigente em Portugal? [2 valores] De iure condito, não tem espaço de validade em Portugal a fiscalização concreta da inconstitucionalidade por omissão. De iure condendo, não falta quem apoie tal solução. Espaço para opinião pessoa, devidamente fundamentada. Descrever o regime estabelecido no art. 280 (fiscalização concreta da inconstitucionalidade por acção): recurso directo para o TC; recurso para o TC só após o esgotamento das vias de recurso ordinário; efeitos da decisão de desaplicação da norma por inconstitucionalidade; efeitos da declaração de inconstitucionalidade; comparação da fiscalização concreta do modelo português com o modelo (aplicado na Áustria) de reenvio prejudicial da questão de constitucionalidade. f) Distinga entre si os seguintes conceitos: - Iniciativa legislativa; - Impulso legiferante; - Competência legislativa. [1.5 v.] 119 RAR. Iniciativa legislativa originária; iniciativa legislativa superveniente; art. Proposta de lei (do Governo; da Assembleia Legislativa Regional); art. 119, 123 RAR. Projecto de lei (de Deputados; Grupos Parlamentares; Cidadãos); art. 119, 123 RAR. Impulso legiferante jurídico; Impulso legiferante meramente político; Não correspondem a qualquer iniciativa legislativa do ente impulsionador (Gomes Canotilho, Direito Constitucional ). Distingue ainda o Professor Marcelo Rebelo de Sousa o «impulso contra-legiferante» (pressões para não legislar). 5

art. 198/2); Competência legislativa exclusiva (da A.R. art. 164, 286 - e do Governo Competência legislativa autorizada (art. 165); Competência legislativa complementar (lei de bases vs. Decreto-Lei ou lei - de desenvolvimento ; de partes]. Competência legislativa concorrencial [as áreas que sobram, por exclusão 6