DIREITO DO TRABALHO Prof. Antero Arantes Martins On line Aula 1
APRESENTAÇÃO
Apresentação Pós lato sensu em direito e processo do trabalho. O que é? Porque fazer? O curso do Legale. Como alcançar os resultados pretendidos? Pós on line. Vantagens. Perigos Dúvidas?
Apresentação Direito Material Parte geral; Sujeitos; Objeto do contrato; Meio Ambiente de trabalho. Extinção do contrato; Cálculos trabalhistas Direito coletivo Direito Processual Parte Geral. Teoria Geral do Processo. O processo em Primeiro Grau. A fase recursal. A fase executiva.
HISTÓRIA
Princípios... são verdades fundantes de um sistema de conhecimento, como tais admitidas, por serem evidentes ou por terem sido comprovadas, mas também por motivos de ordem prática de caráter operacional, isto é, como pressupostos exigidos pelas necessidades da pesquisa e da práxis. (Reale, Miguel. Lições preliminares de Direito. 22ª ed. São Paulo: Saraiva, 1995, p. 299. )
Princípios Em nossa cultura jurídica, há uma tendência em relegar os Princípios a um segundo plano, como fonte subsidiária do direito, elegendo a norma jurídica como fonte primária: Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela (...) e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, (...)
Princípios Se os Princípios são verdades fundamentais que sustentam este ramo de ciência (Direito do Trabalho), evidente que estas verdades não podem ser confrontadas por normas legais ou contratuais. Daí se concluir que os Princípios devem ser as fontes primárias do Direito do Trabalho e, por conseqüência, fundamental é o seu estudo.
Princípios O maior Princípio do Direito do Trabalho é o Princípio Protetor que enuncia: Nas relações de trabalho subordinado o empregado é hipossuficiente e precisa de proteção. Esta é uma verdade. Resta saber se esta verdade é evidente ou foi empiricamente constatada. Para tanto, veremos alguns dados históricos:
Dados Históricos 1ª Fase: Causas do surgimento: Revolução Francesa. Liberdade, igualdade e fraternidade. Não intervenção. Liberdade e igualdade ao contratar. Revolução Industrial: Novo modelo de relação de trabalho. Surge o denominado Capitalismo Selvagem. Visa-se o lucro. Piora gradativa das condições da classe proletariada: Desemprego; Baixos salários; utilização da mão-de-obra feminina e infantil; acidentes de trabalho, extensas jornadas.
Dados Históricos 1ª Fase: Causas do surgimento: Primeira reação: Grêmios Manifesto Comunista (1848) Enciclica Rerum Novarum (1891) Retratam a chamada questão social que resulta da não intervenção do Estado Liberal nestas relações.
Dados Históricos 2ª Fase: Surgimento: Estado intervém através da edição de leis que limitam a liberdade de contratar. Reação ao comunismo proposto por Marx (1848) e aos apelos da Igreja (1891). Primeiras Leis: Legislação Industrial Dificuldade de classificação doutrinária deste contrato nos moldes da Lei Civil (compra e venda, locação, mandato, etc). Necessidade de destacar do Direito Civil.
Dados Históricos 3ª Fase: Consolidação: Proliferação de legislação específica no campo do trabalho e no campo previdenciário. Constitucionalismo Trabalhista: México (1.917) e Alemanha (1.919) Criação da OIT (1.919) Grande interesse para o Brasil: Carta del lavoro (Itália, 1.927). CLT (1.943) Constituição Federal (1.988).
Dados Históricos 4ª Fase: Mudança de paradigmas 1.980: Alteração do pensamento político Mundial. EUA e Inglaterra. Neoliberalismo. URSS: Fim do regime (e da ameaça) comunista. Globalização. Circulação de capital. Busca de condições mais favoráveis à produção. Revolução Tecnológica: Desemprego estrutural. Enfraquecimento dos Sindicatos. Flexibilização.
Quadro Geral Estado Liberal Pensamento Liberalismo Político Estado do Bem Estar Social Estado Neoliberal (em transição) Intervencionismo Neoliberalismo Pensamento Capitalismo Capitalismo Globalização Econômico Selvagem Social Pressuposto Igualdade Desigualdade Igualdade Coletiva Instrumento Contrato Lei Contrato Coletivo
Brasil. Situação jurídica atual. A CF vigente estabelece : A pessoa humana no centro da ordem jurídica; A primazia do valor do trabalho em seus fundamentos. Vejamos:
Brasil. Situação jurídica atual. Art. 1º (Fundamentos da República Art. 3º Fundamentos Políticos Art. 5º Garantias Individuais Art. 7º Garantias Trabalhistas Art. 170 Fundamentos da ordem Econômica. Art. 193 Fundamentos da ordem Social Garantias Individuais Dignidade da pessoa (A pessoa como Centro da ordem Jurídica) Garantias processuais Liberdade Isonomia Boa-fé Devido processo legal
Brasil. Situação jurídica atual. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...] IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: [...] III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Brasil. Situação jurídica atual. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: [...] III - função social da propriedade; [...] VII - redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
Brasil. Situação jurídica atual. Estas são as diretrizes constitucionais básicas da sociedade brasileira. O art. 7º da CF é considerado cláusula pétrea, não suscetível de alteração via emenda. Assim, ainda que os ares do neoliberalismo soprem para o nosso país, não é possível a alteração do modelo intervencionista vigente sem a promulgação de nova Constituição. Ademais, o Brasil é signatário do Pacto de San José, a Convenção Interamericana de Direitos Humanos que estabelece que os regimes jurídicos são sempre progressivos em relação aos direitos humanos concedidos aos cidadãos dos países signatários.
Brasil. Situação jurídica atual. A Lei 13.467/2017 conhecida como reforma trabalhista foi promulgada levando em consideração a tendência histórica atual. Entretanto, a não intervenção do Estado e a liberdade na contratação acarreta na precarização do trabalho, como a história nos ensina. Ademais, a construção constitucional destes últimos dois séculos impede, ou ao menos deveria impedir, o retorno deste estado de coisas.