PLANO MUNICIPAL DE CONTINGÊNCIA



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Transcrição:

PLANO MUNICIPAL DE CONTINGÊNCIA Vila Velha / ES 2013 / 2015 Vila Velha / ES 23 de outubro de 2013

2 DOCUMENTO DE APROVAÇÃO O Plano de Contingência do Município de Vila Velha estabelece os procedimentos a serem adotados pelos órgãos envolvidos na resposta a emergências e desastres quando da atuação direta ou indireta em eventos relacionados a estes desastres naturais. O presente plano foi elaborado e aprovado pelos órgãos e instituições integrantes do sistema municipal de defesa civil de Vila Velha, identificados na página de assinaturas, os quais assumem o compromisso de atuar de acordo com a competência que lhes é conferida, bem como realizar as ações para a criação e manutenção das condições necessárias com vistas ao desempenho previsto nas atividades e responsabilidades contidas neste Plano. COORDENAÇÃO RODNEY ROCHA MIRANDA Prefeito Municipal de Vila Velha FABIANA MAIORAL Secretária Municipal de Prevenção e Combate à Violência ORGANIZAÇÃO KARIDENY NARDI MODENESI Assessora Especial JESSICA VICENTE GUANANDY Coordenadora Municipal de Defesa Civil

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6 REGISTRO DE ALTERAÇÕES DATA ALTERAÇÃO OBS.

7 Os astronautas que tiveram a chance de olhar a terra do espaço viram como nosso planeta é incrivelmente bonito, e se referem a ele como um lar. Ponhamos de lado nossos temores e nossa obsessão com os direitos pessoais e tribais e sejamos corajosos o bastante para ver que a ameaça real provém do dano que infligimos à terra viva, da qual fazemos parte e que constitui nosso lar. (James Lovelock)

8 SUMÁRIO PÁGINA DE ASSINATURAS... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. PÁGINA DE ASSINATURAS... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. PÁGINA DE ASSINATURAS... 4 REGISTRO DE ALTERAÇÕES... 5 1 INTRODUÇÃO... 10 2 O MUNICÍPIO DE VILA VELHA... 12 2.1 POPULAÇÃO... 12 2.2 DISTRITOS E BAIRROS... 12 2.3 LITORAL E BACIAS HIDROGRÁFICAS... 12 2.4 CENÁRIOS DE RISCO... 13 2.4.1 Mapeamento de Risco Geológico... 13 2.4.2 Monitoramento e Alerta... 13 3 DESASTRES NATURAIS EM VILA VELHA... 14 3.1 HISTÓRICO... 14 3.2 TIPOS DE DESASTRES... 15 3.2.1 Enchente ou Inundação Gradual... 15 3.2.2 Enxurrada ou Inundação Brusca... 15 3.2.3 Alagamento... 15 3.2.4 Escorregamento ou Deslizamento... 15 3.2.5 Vendaval ou Tempestade... 16 3.2.6 Tipificação... 16 3.3 FATORES CONTRIBUINTES... 16 3.4 PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS... 17 4 ESCOPO E PRESSUPOSTOS... 17 4.1 OBJETIVOS... 17 4.1.1 Geral... 18 4.2 LEGISLAÇÃO PERTINENTE... 18 4.3 DEFINIÇÕES TÉCNICAS... 19 4.3.1 Desastre... 19 4.3.2 Situação de Emergência... 19 4.3.3 Estado de Calamidade Pública... 19 4.3.4 Dano... 20 4.3.5 Prejuízo... 20 4.3.6 Recursos... 20 4.4 PRESSUPOSTOS DO PLANEJAMENTO... 20 4.5 ÁREA DE ABRANGÊNCIA... 21 5 OPERACIONALIZAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE CONTINGÊNCIA... 22 5.1 FASES CONSIDERADAS E NÍVEIS DE AÇÃO... 22 5.1.1 Prevenção de Desastres... 22 5.1.2 Preparação para Desastres... 23 5.1.3 Resposta aos Desastres... 23 5.2 IDENTIFICAÇÃO DA SITUAÇÃO DE ANORMALIDADE... 24

9 5.2.1 Critérios para ativação do plano... 24 5.2.2 Atividades competentes para a ativação... 24 5.2.3 Acionamento dos órgãos... 24 5.3 COORDENAÇÃO, COMANDO E CONTROLE... 25 5.3.1 Documentos Pertinentes... 26 5.4 ÓRGÃOS E INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS... 26 5.4.1 Parcerias... 27 5.5 RESUMO DAS AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS... 27 5.5.1 Socorro à população em risco:... 27 5.5.2 Assistência:... 27 5.5.3 Reabilitação do Cenário Afetado:... 27 5.6 ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS ENVOLVIDOS... 28 5.6.1 Atribuições Gerais... 28 5.6.2 Atribuições Específicas... 28 5.7 DESMOBILIZAÇÃO... 28 5.7.1 CRITÉRIOS PARA DESMOBILIZAÇÃO... 29 5.7.2 AUTORIDADES COMPETENTES PARA A DESMOBILIZAÇÃO... 29 5.7.3 PROCEDIMENTOS... 29 6 REFERÊNCIAS... 30 7 ANEXO I... 31 7.1 MAPEAMENTO DE RISCOS GEOLÓGICOS DO MUNICÍPIO DE VILA VELHA CPRM... 31 8 ANEXO II... 51 8.1 REGISTRO FOTOGRÁFICO... 51 8.1.1 Dique do Rio Jucu... 51 8.1.2 Alagamentos (chuva março de 2013)... 52 8.1.3 Alagamentos (chuva março de 2012)... 53 9 ANEXO III... 54 9.1 RELAÇÃO DE PONTOS FOCAIS E ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS... 54 10 ANEXO IV... 58 10.1 DOCUMENTOS PERTINENTES ORGANOGRAMA DO SISTEMA DE COMANDO EM OPERAÇÃO... 58 10.2 DOCUMENTOS PERTINENTES MODELOS DE QUADROS... 59

10 1 INTRODUÇÃO As mudanças climáticas têm provocado desastres naturais de grandes proporções em todo o mundo, especialmente os relacionados aos aspectos hídricos, como as secas e as enxurradas. No Brasil, muitas pessoas sofrem danos físicos e materiais anualmente por desastres de veiculação hídrica. No Espírito Santo se registram com frequência, principalmente no período de outubro a março, desastres relacionados com as chuvas, tais como enchentes, enxurradas e deslizamentos. Nesse contexto, observa-se que nos últimos anos, chuvas fortes vêm ocorrendo frequentemente em um curto espaço de tempo, em períodos de poucas horas, quase sempre contrariando previsões climáticas disponíveis, causando danos e prejuízos diversificados. Prejuízos esses muitas vezes potencializados pelas condições geográficas do local, como é o caso do Município de Vila Velha, que apresenta em sua formação, características que contribuem para a ocorrência de enchentes, alagamentos, deslizamentos e outros. Dentre estas características, destaca-se a predominância de relevo plano, altitude média da sede de 4 metros acima do nível do mar e 32 quilômetros de litoral, banhados pelo Oceano Atlântico, além de ser um município cortado por muitos canais. Quando o período de chuva intensa coincide com a cheia da maré a situação piora. Os desastres naturais relacionados ao incremento das precipitações hídricas, e as inundações aliadas à topografia local não se traduzem como um acontecimento isolado, deslizamentos também são constantes. Todos os bairros do Município são de algum modo, afetados quando ocorrem enchentes e inundações, e diversos são os fatores que contribuem para a ocorrência de desastres, dentre os quais se destacam os naturais, oriundos do clima e a geografia da região e os humanos, por meio do processo de ocupação desordenada da cidade, inclusive em áreas de alagados com aterros irregulares, além das áreas de encosta (com ou sem matacões), transformando esses lugares em áreas com alto risco de inundações, enchentes, deslizamentos e desabamentos. Com efeito, nas áreas ainda não ocupadas, o planejamento do uso do solo, a seleção das áreas e um zoneamento das terras, aliados a consulta prévia à Secretaria Municipal de Meio Ambiente SEMMA são importantes mecanismos para o controle e minimização de desastres.

11 Entretanto, é de conhecimento da população e também do poder público, que algumas áreas sujeitas às inundações bem como aos riscos associados a esses tipos de desastres encontram-se ocupadas indevidamente, e pouco pode ser feito em curto prazo. Além disso, sabe-se que cortes de taludes e aterros irregulares em área de alagado visando à construção de moradias e até mesmo de empresas têm crescido consideravelmente em nosso Município, o que aumenta o risco de alagamento, deslizamento e desabamento e, consequentemente, o risco para a população. É importante ressaltar, no entanto, que os habitantes de áreas de risco de enchentes e inundações integram uma parcela da população que, em sua maioria, apresentam um nível de renda considerado baixo, sendo este um dos motivos mais fortes para a sua permanência no local. Considerando-se que atualmente não é possível mais a identificação precisa dos períodos de veiculação hídrica intensa em razão dos efeitos das mudanças climáticas, pois desastres característicos de uma determinada época do ano têm ocorrido em períodos diversos, reforçando a opinião de que os desastres não têm hora nem local para acontecer, torna-se imprescindível, sobretudo para a segurança da população, que o poder público e a sociedade estejam preparados. Constata-se a necessidade do somatório de esforços de vários segmentos governamentais, não governamentais e também da sociedade civil organizada, na busca de se atenuar os prejuízos decorrentes dos desastres e das vulnerabilidades latentes das regiões afetadas, visto que grandes enchentes, causadas por fortes chuvas, provocam um longo período de quebra da situação de normalidade em praticamente todo o município. Daí decorre a necessidade do desenvolvimento de diversas ações preventivas, de preparação para emergências, de socorro e reconstrução de áreas afetadas por desastres, essência do conceito de Defesa Civil. Nesse contexto, a Administração Municipal de Vila Velha desenvolveu o presente Plano Municipal de Contingência, visando delinear as ações de prevenção, preparação e resposta para a minimização de efeitos desastrosos e restabelecimento da normalidade social.

12 2 O Município de Vila Velha O Município de Vila Velha situa-se a 20 19'48" de latitude sul e 40 17'31" de longitude oeste, pertence à Região Metropolitana de Vitória e está localizado na Mesorregião Central Espírito-Santense, a 12 quilômetros ao sul da capital do estado. Ocupa uma área de 208,82 quilômetros quadrados, sendo que 54,57 quilômetros quadrados estão em perímetro urbano e os 154,25 quilômetros quadrados restantes constituem a zona rural. A sede tem uma temperatura média anual de 24,7 C e na vegetação original do município predomina a mata atlântica, tendo atualmente alguns trechos de restinga. Seus municípios limítrofes são a capital Vitória, a norte; Cariacica e Viana, a oeste; Guarapari, a sul; e o Oceano Atlântico, a leste. 2.1 POPULAÇÃO Em 2013, a população de Vila Velha foi estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 458.489 habitantes, sendo o segundo mais populoso do Espírito Santo e concentrando sua população na zona urbana. 2.2 DISTRITOS E BAIRROS Vila Velha é subdividida em cinco distritos, sendo eles Argolas, Ibes, Jucu, São Torquato e a Sede. A Sede é o mais populoso, reunindo 171.862 habitantes, seguida por Ibes, com 124.630 pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE em 2010. Atualmente o município ainda dividi-se em 100 bairros oficiais, definidos conforme legislação aprovada pela lei nº 4707, de 2008. 2.3 LITORAL E BACIAS HIDROGRÁFICAS Vila Velha possui 32 quilômetros de litoral, banhados pelo Oceano Atlântico e 02 bacias hidrográficas; as bacias dos rios Guarapari e Jucu, cujas áreas são, respectivamente, de 32 e 179 km². O rio Jucu é o principal rio que banha o município, nascendo na região serrana, em Domingos Martins, e desaguando no Oceano Atlântico, em território vila-velhense.

13 Além disso, existem 45 quilômetros de canais abertos que cortam a cidade, dentre os quais, Canal da Costa, Canal Bigossi, Canal Cocal, Canal Jaburuna, Canal Santa Rita, Canal Guaranhuns, Canal do Rio Congo e Canal Camboapina. 2.4 CENÁRIOS DE RISCO O crescimento acelerado das cidades aliado à sua ocupação desordenada, tem sido o principal responsável pelos eventos naturais com consequências catastróficas que se sucedem nos grandes e pequenos núcleos urbanos. Ocupação de encostas sem nenhum critério técnico ou planejamento, bem como a ocupação das planícies de inundação dos principais cursos d'água que cortam a grande maioria dos municípios brasileiros têm sido os principais causadores de mortes e das grandes perdas materiais. Sob esse aspecto, com a finalidade de identificar os principais riscos que atingem o Município, também são utilizadas as ferramentas elaboradas por órgãos do Governo Federal e do Governo Estadual, dentre as quais: 2.4.1 Mapeamento de Risco Geológico Visando uma redução geral das perdas humanas e materiais, o Governo Federal firmou convênios de colaboração mútua para executar em todo o país, por meio do Serviço Geológico do Brasil (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais CPRM), o diagnóstico e mapeamento das áreas com potencial de risco alto a muito alto. Devido a grandes demandas e ao histórico de vários municípios brasileiros, iniciou-se uma ação emergencial em algumas localidades desde novembro de 2011, com o objetivo de mapear, descrever e classificar as situações com potencialidade para risco alto e muito alto. No Espírito Santo já foram mapeados 44 municípios priorizados pela Defesa Civil Estadual a partir do histórico de desastres, dentre os quais, Vila Velha, conforme documento em mídia constante do Anexo I. 2.4.2 Monitoramento e Alerta A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Vila Velha conta atualmente com duas fontes de informações meteorológicas: o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural INCAPER e a Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil Estadual CEPDEC.

14 Durante o período chuvoso, a equipe da Defesa Civil Municipal realiza visitas técnicas e inspeções às áreas de risco mapeadas, alertando e orientando os moradores, caso necessário, além de realizar o monitoramento do nível fluvial no dique do Rio Jucu, por meio da medição que a Companhia Espírito Santense de Saneamento CESAN realiza. 2.4.2.1 INCAPER O INCAPER concentra informações das instituições públicas que atuam com meteorologia e recursos hídricos no Estado do Espírito Santo. Sua função é monitorar as condições do tempo e do clima, bem como os recursos hídricos no Estado do Espírito Santo e realizar previsão do tempo e alertas meteorológicos, fornecendo subsídios para a tomada de decisão dos órgãos governamentais e não governamentais. Um de seus objetivos é subsidiar a Defesa Civil com informações e alertas meteorológicos. 2.4.2.2 CEPDEC A Defesa Civil Estadual utiliza como fonte de informação o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), além de também ser subsidiada de informações pelo INCAPER. 3 Desastres Naturais em Vila Velha 3.1 HISTÓRICO A partir da análise dos processos de decretação de situação anormal no Município de Vila Velha entre os anos 2009 e 2013, com ênfase nos dados contidos nos relatórios de Avaliação de Danos AVADAN, até 2012, e no Formulário de Informação de Desastres FIDE gerado em março de 2013, identificou-se que foi decretada Situação de Emergência 04 vezes no período, devido a precipitações hídricas concentradas em um curto espaço de tempo, denominadas pela Classificação e Codificação Brasileira de Desastres COBRADE como Enxurradas e Alagamentos. Segundo dados da Defesa Civil Municipal há registros também de enchentes e deslizamentos em Vila Velha, porém de menores proporções, além do último vendaval, ocorrido em maio de 2013. Registros fotográficos constam no Anexo II.

15 3.2 TIPOS DE DESASTRES Segundo o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil PEPDEC / ES, os tipos de desastres recorrentes são caracterizados como: 3.2.1 Enchente ou Inundação Gradual A inundação gradual é caracterizada por um transbordamento paulatino de água da calha normal de rios e lagos, ou acumulação de água por drenagem deficiente em áreas que não são habitualmente submersas. Na maioria das vezes, a inundação é provocada por precipitações pluviométricas intensas e pela intensificação do regime de chuvas sazonais, mas podem ter outras causas, como: assoreamento do leito dos rios; compactação e impermeabilização do solo; precipitações intensas com marés elevadas; rompimento de barragens; drenagem deficiente de áreas a montante de aterros e estrangulamento de rios provocado por deslizamento. 3.2.2 Enxurrada ou Inundação Brusca A enxurrada possui causas e efeitos semelhantes à inundação gradual, porém advém de escoamentos superficiais com grande velocidade e energia, resultante de fortes chuvas. 3.2.3 Alagamento O alagamento é resultante do acúmulo momentâneo de águas em uma dada área, decorrente da deficiência do sistema de drenagem. 3.2.4 Escorregamento ou Deslizamento Fenômeno provocado pelo escorregamento de materiais sólidos, como solos, rochas, vegetação e/ou material de construção ao longo de terrenos inclinados, denominados encostas, vertentes ou escarpas. Caracteriza-se por movimentos gravitacionais de massa que ocorrem de forma rápida, cuja superfície de ruptura é nitidamente definida por limites laterais e profundos, bem caracterizados. Em função da existência de planos de fraqueza nos horizontes movimentados, que condicionam a formação das superfícies de ruptura, a geometria desses movimentos é definida, assumindo a forma de cunha, planar ou circular.

16 3.2.5 Vendaval ou Tempestade Deslocamento violento de uma massa de ar. Forma-se, normalmente, pelo deslocamento de ar de área de alta para baixa pressão. Ocorre, eventualmente, quando da passagem de frentes frias, e sua força será tanto maior quanto maior a diferença de pressão das "frentes". Os vendavais normalmente são acompanhados de precipitações hídricas intensas e concentradas, que caracterizam as tempestades. Além das chuvas intensas, os vendavais podem ser acompanhados de queda de granizo. 3.2.6 Tipificação Os tipos de desastres mais observados no Município de Vila Velha caracterizam-se como Enxurradas ou Inundações Bruscas e Alagamentos, segundo a Classificação Geral dos Desastres e na Codificação de Desastres, Ameaças e Riscos - CODAR, aprovadas pela Resolução nº 2, do Conselho Nacional de Defesa Civil, que os classificam assim como as demais possibilidades de desastres como: a) Enchentes ou Inundações Graduais CODAR: NE.HIG / CODAR: 12.301 b) Enxurradas ou Inundações Bruscas CODAR: NE.HEX / CODAR: 12.302 c) Alagamentos CODAR: NE.HAL / CODAR: 12.303 d) Escorregamento ou deslizamento CODAR: NI.GDZ / CODAR: 13.301 e) Vendavais ou tempestades CODAR: NE.EVD / CODAR: 12.101 3.3 FATORES CONTRIBUINTES Grande parte dos processos geradores de desastres está relacionada a um planejamento urbano deficiente e ao crescimento rápido e desorganizado das cidades, ocorridos, muitas vezes, a partir da ocupação das margens dos canais e influenciado por processos históricos. Como agravante, em Vila Velha existem 45 quilômetros de canais abertos que cortam a cidade, dentre os quais, Canal da Costa, Canal Bigossi, Canal Guaranhuns e Rio Congo, os quais ainda apresentam deficiência na drenagem urbana aliada à existência de resíduos sólidos dispostos irregularmente.

17 3.4 PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS Os desastres relacionados às questões hídricas extremas provocam grandes danos materiais e, dependendo de sua intensidade, graves danos humanos, além de severos prejuízos sociais e econômicos. Em áreas densamente habitadas, podem danificar ou destruir habitações localizadas em área de risco, bem como danificar móveis e demais utensílios domésticos, provocando abatimento moral da comunidade, e muitas vezes, o rompimento do ciclo social local. O desastre prejudica a atuação dos serviços essenciais, especialmente os relacionados com a distribuição de energia elétrica e com o saneamento básico, que inclui a coleta do lixo, a distribuição de água potável, bem como, a disposição de águas servidas e de dejetos. Normalmente, os fluxos dos transportes e das comunicações telefônicas também são prejudicados e pode haver também queda nas atividades comerciais em razão da suspensão temporária do trabalho, com consequente queda de arrecadação de impostos. Os desastres também contribuem para intensificar a ocorrência de acidentes ofídicos e aumentar o risco de transmissão de doenças veiculadas pela água e pelos alimentos, por ratos (leptospirose), assim como a ocorrência de infecções respiratórias agudas. 4 ESCOPO E PRESSUPOSTOS O presente Plano de Contingência foi desenvolvido a partir da análise das avaliações e mapeamentos de risco efetuados e dos cenários de risco identificados como prováveis e relevantes, caracterizados como hipóteses de desastres. Levou ainda em consideração alguns pressupostos para o planejamento, que são premissas adotadas para o plano e consideradas importantes para sua compreensão e utilização. 4.1 OBJETIVOS O Plano Municipal de Contingência tem a finalidade de propor ações a serem efetuadas por meio do acionamento prioritário aos meios orgânicos e do envolvimento dos diversos Órgãos Públicos, quando da ocorrência de chuvas, bem como de qualquer outro tipo de desastre que envolva o meio ambiente e a população, focando nas ações de prevenção e no socorro às áreas consideradas vulneráveis ao desastre, principalmente em relação aos

18 efeitos naturais como chuvas prolongadas ou súbitas, enxurradas, chuvas de granizo ou vendavais, no intuito de melhor empregar os recursos disponíveis dos órgãos competentes, visando reduzir as vulnerabilidades, evitando danos humanos e proporcionando sempre a garantia da integridade física e moral da população bem como a preservação do patrimônio público e privado. 4.1.1 Geral Articular e facilitar a prevenção, preparação e resposta aos desastres no Município de Vila Velha, estabelecendo, nesse sentido, as atribuições de cada uma das Secretarias Municipais bem como das Instituições parceiras que o compõem, com vistas a preservar vidas e restabelecer a situação de normalidade no município, no menor prazo possível. 4.1.1.1 Específicos 4.1.1.1.1 Identificar as áreas de abrangência do presente plano bem como as instituições parceiras que o compõem; 4.1.1.1.2 Estabelecer procedimentos padrões reguladores de conduta bem como de mobilização e integração dos diversos órgãos junto à Coordenadoria Municipal de Defesa Civil; 4.1.1.1.3 Instituir mecanismos de integração e atuação da Secretaria Municipal de Prevenção e Combate à Violência junto à Defesa Civil Estadual, Exército Brasileiro, Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo, Polícia Militar, Juizado da Infância e Juventude de Vila Velha e Marinha do Brasil, bem como aos demais parceiros; 4.1.1.1.4 Estabelecer as ações de resposta ao desastre tipificado nos termos do item 3.2.1, minimizando danos e prejuízos à população afetada e ao Município. 4.2 LEGISLAÇÃO PERTINENTE A fundamentação legal para implementação do Sistema Municipal de Defesa Civil baseiase em: Constituição Federal de 1988; Lei Federal nº 12608 de 10 de abril de 2012 Institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC; dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC; autoriza a criação de sistema de informações e monitoramento de desastres; altera as Leis n os 12.340, de 1 o de dezembro de 2010, 10.257, de 10 de

19 julho de 2001, 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.239, de 4 de outubro de 1991, e 9.394, de 20 de dezembro de 1996; e dá outras providências; Lei Estadual Complementar nº 694 de 08 de maio de 2013 Reorganiza o Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil - SIEPDEC-ES e dá outras providências; Lei Municipal nº 5264 de 12/01/2012 Dispõe sobre a criação da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil COMDEC, como órgão de apoio direto ao Prefeito na estrutura organizacional básica da Prefeitura Municipal de Vila Velha, e dá outras providências. 4.3 DEFINIÇÕES TÉCNICAS Em consonância com a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, o Plano Municipal de Contingência utiliza as seguintes definições técnicas: 4.3.1 Desastre Resultado de eventos adversos, naturais e/ou provocados pelo homem sobre um cenário vulnerável, causando grave perturbação ao funcionamento de uma comunidade ou sociedade envolvendo extensivas perdas e danos humanos, materiais, econômicos ou ambientais, que excede a sua capacidade de lidar com o problema usando meios próprios; 4.3.2 Situação de Emergência Situação de alteração intensa e grave das condições de normalidade em um determinado município, estado ou região, decretada em razão de desastre, comprometendo parcialmente sua capacidade de resposta; 4.3.3 Estado de Calamidade Pública Situação de alteração intensa e grave das condições de normalidade em um determinado município, estado ou região, decretada em razão de desastre, comprometendo substancialmente sua capacidade de resposta;

20 4.3.4 Dano Resultado das perdas humanas, materiais ou ambientais infligidas às pessoas, comunidades, instituições, instalações e aos ecossistemas, como conseqüência de um desastre; 4.3.5 Prejuízo Medida de perda relacionada com o valor econômico, social e patrimonial, de um determinado bem, em circunstâncias de desastre; 4.3.6 Recursos Conjunto de bens materiais, humanos, institucionais e financeiros utilizáveis em caso de desastre e necessários para o restabelecimento da normalidade. 4.4 PRESSUPOSTOS DO PLANEJAMENTO Para a exitosa implementação deste Plano deverão ser compreendidas e adotadas algumas premissas, bem como as condições e limitações conforme exposto a seguir. a) O presente Plano traça linhas gerais sobre as ações de prevenção, preparação e resposta frente à ocorrência de eventos adversos extremos e possíveis desastres de modo que cada Secretaria e Instituição, dentro de sua esfera de atribuição, deverá elaborar seu planejamento interno (Plano Específico de Resposta) com foco na operacionalização das ações de sua responsabilidade, previstas neste plano. b) Cada Secretaria integrada ao Plano administrará seus recursos, utilizando-se de infraestrutura própria já existente, fornecendo informação continuada à Secretaria Municipal de Prevenção e Combate à Violência SEMPREV / COMDEC, para fins de controle e coordenação. c) Cada Secretaria bem como cada Instituição parceira do Município envolvida no Plano indicará dois servidores, que serão seus representantes junto ao Plano, sendo denominados como Pontos Focais. d) Aos Pontos Focais caberá a incumbência de estar à disposição quando for necessário o seu acionamento, tendo então, o órgão envolvido, já delegado a estes, quando designados, o poder de decisão na instituição que representam para acionar os meios e recursos atinentes a sua esfera de atribuições.

21 e) O tempo de mobilização previsto para os órgãos envolvidos neste plano bem como a comunicação aos órgãos estaduais de emergência é de no máximo duas horas, independente do dia da semana e do horário do acionamento. f) O projeto para instalação, manutenção e desligamento de Abrigos Temporários deve estar pronto para implementação imediata após acionamento da equipe responsável. g) Durante a confecção do plano de ação as equipes buscarão contemplar ações que visem: Socorro, assistência e reabilitação do cenário atingido; Pronto atendimento às vítimas; Evacuação de pessoas e bens dos locais sinistrados; Triagem e cadastramento das vítimas; Assistência médica; Fornecimento de roupas, agasalhos e alimentação; Transporte de feridos e doentes; Instalação de abrigos, alimentação e medicamentos para as vítimas do evento calamitoso. h) O site da Prefeitura Municipal de Vila Velha (www.vilavelha.es.gov.br) deverá ter informações atualizadas disponíveis aos cidadãos sobre a decretação de anormalidade. 4.5 ÁREA DE ABRANGÊNCIA O presente Plano contempla todo o espaço territorial do Município de Vila Velha, compreendendo sua zona urbana e rural, sendo que os bairros frequentemente mais atingidos com enxurradas ou inundações bruscas e alagamentos são: SANTOS DUMONT, COLORADO, ITAPARICA, ITAPOÃ, RIO MARINHO, COCAL, SANTA MÔNICA, SANTA INÊS, PONTAL DAS GARÇAS, DARLY SANTOS, TERRA VERMELHA, MORADA DA BARRA, ARAÇÁS, GUARANHUNS, JARDIM GUARANHUNS, COBILÂNDIA, JARDIM MARILÂNDIA, ARIBIRI E CENTRO DE VILA VELHA. Os bairros com maiores riscos de deslizamento são: ALECRIM, ATAÍDE, PAUL, PLANALTO, PRAINHA DA GLÓRIA, JABURUNA E SÃO TORQUATO (SAGRADA FAMÍLIA E MORRO DO BOA VISTA), com destaque para os dois últimos.

22 5 OPERACIONALIZAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE CONTINGÊNCIA 5.1 FASES CONSIDERADAS E NÍVEIS DE AÇÃO As atribuições de cada uma das instituições representadas no Plano foram divididas de forma a organizar as ações que envolvem as situações críticas em três fases distintas, porém não dissociadas, a saber: Prevenção de Desastres, Preparação para Desastres e Resposta aos desastres, sendo: 5.1.1 Prevenção de Desastres A Avaliação de Riscos de Desastres advêm do estudo e da pesquisa destinada ao levantamento de áreas de risco, que possibilitam a elaboração de mapas que permitem a identificação das ameaças, vulnerabilidades e riscos de desastres. Depois de identificados e avaliados os riscos, passa-se à busca de medidas que tenham por objetivo a eliminação ou redução desses. 5.1.1.1 NÍVEL DE AÇÃO 1: OBSERVAÇÃO Compreende o mapeamento das áreas de risco, monitoramento e acompanhamento de boletins meteorológicos, índices pluviométricos, alterações nos níveis dos rios e seus afluentes, estabelecendo contato com as Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil dos municípios vizinhos, a fim de estabelecer uma rede de troca de informações, contribuindo para a segurança de todas as regiões. Ocorre principalmente no período que compreende os meses de outubro a abril. 5.1.1.2 NÍVEL DE AÇÃO 2: ATENÇÃO Consiste na intensificação das vistorias aos pontos de monitoramento e pequenos serviços de cortes de árvores e desobstrução da drenagem, recobrimento preventivo dos taludes de maior risco. As equipes deverão manter-se em regime de sobreaviso e/ou em plantão permanente na sede da COMDEC ou no POSTO DE COMANDO, o que será determinado pelo Gabinete do Prefeito e Secretaria Municipal de Prevenção e Combate à Violência / COMDEC, objetivando maior eficácia e eficiência das ações, as quais são definidas considerando-se as chuvas de média ou forte intensidade (entre de 35 a 75 mm de pluviosidade) no curto espaço de tempo, que caracterizam o estado de Atenção.

23 5.1.2 Preparação para Desastres A Preparação para Emergência e Desastres tem como objetivo o desenvolvimento de projetos e ações que melhorem, primeiramente, a capacidade de atendimento à emergência, porém sem perder o foco na Prevenção e na Reconstrução. Ocorrerá sempre que houver uma elevada ou contínua precipitação na região ou nos Municípios vizinhos, ou com a elevação nos níveis dos rios que possa ser considerada de risco para o município ou ainda pela constatação de deslizamentos ou possibilidades de ocorrências dos mesmos por meio de comunicações prévias e vistorias in loco realizadas pela Defesa Civil Municipal. 5.1.2.1 NÍVEL DE AÇÃO 3: ALERTA O alerta será emitido pelo Gabinete do Prefeito e Secretaria Municipal de Prevenção e Combate à Violência / COMDEC, sempre que esses órgãos considerarem necessário, tendo por base as informações coletadas através das ações desenvolvidas e dados dos serviços meteorológicos, que devem ser constantemente monitorados, a fim de identificar a mudança de nível. Em caso de chuvas contínuas em solo encharcado, as equipes serão ampliadas e trabalharão em regime de plantão, com atendimento emergencial às vítimas. 5.1.3 Resposta aos Desastres A Resposta aos Desastres se traduz no atendimento propriamente dito, ou seja, no socorro, na assistência às vítimas da emergência e na reabilitação do cenário do desastre. Operacionalmente é a fase mais crítica e a que demanda maior urgência. Compreende os momentos do desencadeamento do desastre, a fase em que o evento adverso atua em sua plenitude máxima. Na reposta aplica-se a assistência às populações vitimadas, que é realizada através do desenvolvimento das atividades logísticas, assistenciais e de promoção da saúde. Também se insere nesse contexto a Reabilitação dos Cenários do Desastre, já que está dentro de uma rotina de estabilização do quadro geral, onde se busca evitar o agravamento da situação, bem como o restabelecimento das condições de normalidade.

24 5.1.3.1 NÍVEL DE AÇÃO 4: EMERGÊNCIA OU ALERTA MÁXIMO O nível de ação 4 é estabelecido quando da ocorrência de chuvas contínuas e concentradas e de solo muito encharcado, fatores esses associados ou não, e que desencadeiem pelo menos um tipo de desastre tipificado no item 3.2.6. 5.2 IDENTIFICAÇÃO DA SITUAÇÃO DE ANORMALIDADE O monitoramento será feito por meio do acompanhamento de boletins e alertas meteorológicos, pela equipe técnica da Defesa Civil municipal, responsável pelo acompanhamento e identificação de situações de alerta, conforme descrito no item 2.4.2. 5.2.1 Critérios para ativação do plano O Plano de Contingência será ativado sempre que forem constatadas as condições e os pressupostos que caracterizem cenários de riscos previstos, seja pela evolução das informações monitoradas, pela ocorrência do evento ou pela dimensão do impacto, independente do nível de ação a ser acionado, e em especial quando: a. A precipitação pluviométrica monitorada for superior a 75 mm acumulados em 24 horas, desencadeando pelo menos um tipo de desastre tipificado no item 3.2.6; b. Ocorrer um longo período de precipitação pluviométrica, que desencadeie pelo menos um tipo de desastre tipificado no item 3.2.6; c. Quando o nível do Rio Jucu alcançar 4,20 metros (altura do dique); d. Quando se verificar a ocorrência de deslizamentos em vários pontos do Município, queda de barreiras e obstrução parcial ou total das vias de acesso; e. O Município for submetido a evento natural que gere situação de anormalidade. 5.2.2 Autoridades competentes para a ativação Sempre que uma situação caracterizada como alerta for identificada, esta notificação será repassada à Secretária de Prevenção e Combate à Violência que junto ao Gabinete do Prefeito Municipal, avaliará a emissão de um alerta, alarme ou acionamento do plano, de acordo com os critérios estabelecidos no item 5.1. 5.2.3 Acionamento dos órgãos O acionamento do Plano se dará pela imediata mobilização dos diversos órgãos envolvidos na fase de resposta aos desastres a que contempla este Plano e será realizado

25 por meio do contato direto com o Ponto Focal que os representam, conforme consta no Anexo III. O ponto focal deverá prontamente por em execução o seu Plano Específico de Resposta, segundo previsto no item 4.4, letra a e se apresentar na sala 202, do Edifício Central Park, situado a Rua Cabo Ailson Simões, 536, Centro, Vila Velha / ES, para instalação do Comando Unificado, visando à otimização do emprego de todos os recursos necessários, dispostos de acordo com que preceitua o Sistema de Comando de Operações SCO. 5.3 COORDENAÇÃO, COMANDO E CONTROLE A coordenação geral das ações previstas no Plano Municipal de Contingência de Vila Velha ficará a cargo da SEMPREV / COMDEC, no caso específico de medidas e ações emergenciais de resposta em situações críticas. A SEMPREV / COMDEC irá organizar, planejar e executar as atividades necessárias de socorro, assistência à população atingida e, reabilitação do cenário atingido. Para isso, definirá a instalação e coordenará o Posto de Comando bem como todas as ações de resposta, além de: * Avaliar a situação preliminarmente e implementar as ações voltadas para a segurança da operação e obtenção de informações, levando em consideração os procedimentos padronizados; * Verificar a aplicação deste Plano Municipal de Contingência, implementando ações e considerando o cenário identificado, as prioridades a serem preservadas, as metas a serem alcançadas, os recursos a serem utilizados, o organograma possível, os canais de comunicação disponíveis e o período operacional (início e previsão de término); * Concentrar esforços junto aos demais órgãos públicos, privados e com a sociedade, visando à prevenção e, se for o caso, execução de medidas destinadas a socorrer a área atingida, bem como colaborar nos esforços das ações assistenciais e recuperativas; * Estabelecer uma área de espera e designar um encarregado, o qual realizará o controle de todos os recursos disponíveis no local; * Coordenar tecnicamente o envio e atuação das equipes em suporte aos locais atingidos pelas chuvas, conforme a evolução do desastre; * Manter o controle dos funcionários acionados e equipes empenhadas, conforme o caso e demanda gerada;

26 * Solicitar ou dispensar recursos adicionais conforme a necessidade identificada no Plano; * Controlar a operação no Posto de Comando, registrando as informações que chegam e saem do comando; * Realizar sucessivas avaliações das situações e elaborar Plano de Ação para cada período operacional estabelecido, definindo horário para início e término das atividades; * Estudar a necessidade da declaração de Situação de Emergência ou Estado de Calamidade Pública, confeccionando a documentação de situação de anormalidade, para encaminhamento à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEPDEC), bem como para mensurar os danos e prejuízos causados pelo desastre, quando o caso; * Registrar as atividades realizadas e em andamento, visando consolidar as informações e facilitar seu uso para as etapas seguintes, considerando, entre outros fatores: 1. A situação inicial; 2. O organograma da estrutura organizacional de resposta; 3. Os recursos operacionais e logísticos envolvidos. 5.3.1 Documentos Pertinentes O presente Plano Municipal de Contingência está devidamente organizado para, em situação de um evento adverso, todos os envolvidos se mobilizarem com vistas à resposta adequada àquela situação. Para tal, consta no Anexo IV os modelos de quadros que serão utilizados com vistas a facilitar o procedimento operacional. 5.4 ÓRGÃOS E INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS SEMPREV Secretaria Municipal de Prevenção e Combate à Violência SEMAD Secretaria Municipal de Administração SEMAS Secretaria Municipal de Assistência Social SEMCOM Secretaria Municipal de Comunicação Social SEMCULT Secretaria Municipal de Cultura e Turismo SEMDEC Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico SEMDU Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano SEMED Secretaria Municipal de Educação SEMEL Secretaria Municipal de Esportes e Lazer

27 SEMFI Secretaria Municipal de Finanças SEMGES Secretaria Municipal de Gestão Estratégica SEMGOV Secretaria Municipal de Governo e Articulação Institucional SEMIPRO Secretaria Municipal de Infraestrutura, Projetos e Obras SEMMA Secretaria Municipal de Meio Ambiente SEMPLA Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão SEMSA Secretaria Municipal de Saúde SEMSU Secretaria Municipal de Serviços Urbanos SEMTRAN Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito EB Exército Brasileiro CBMES Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo PM Polícia Militar JIJU Juizado da Infância e Juventude de Vila Velha MB Marinha do Brasil 5.4.1 Parcerias Outras instituições, dentre as quais, Conselho Tutelar, Empresariado Local, Organizações Religiosas, Governamentais e não Governamentais também atuam em parceria, conforme o caso. 5.5 RESUMO DAS AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS 5.5.1 Socorro à população em risco: a) Estabelecimento de abrigos; b) Transporte para abrigos; c) Retirada da população das áreas de risco. 5.5.2 Assistência: a) Assistência Médica; b) Assistência Social; c) Assistência Alimentar; d) Segurança nos Abrigos. 5.5.3 Reabilitação do Cenário Afetado: a) Saneamento básico;

28 b) Desinfecção de casas atingidas; c) Obras Públicas. 5.6 ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS ENVOLVIDOS 5.6.1 Atribuições Gerais São responsabilidades gerais de cada Secretaria ou Instituição envolvidos na implementação do Plano Municipal de Contingência: Manter um Plano Específico de Resposta bem como um Plano de chamada atualizado dos servidores sob sua responsabilidade; Desenvolver e manter atualizados os procedimentos operacionais padronizados necessários para a realização das tarefas previstas; Preparar e implementar os convênios e termos de cooperação necessários para a implementação do plano; Identificar e suprir as necessidades de comunicação para a realização das tarefas atribuídas à sua Secretaria ou Instituição; Identificar fontes de equipamento e recursos adicionais para a realização das tarefas atribuídas à sua Secretaria ou Instituição; Prover meios para a garantia da continuidade das operações de sua Secretaria ou Instituição, incluindo o revezamento dos responsáveis por posições chave; Identificar e prover medidas de segurança para as pessoas designadas para a realização das tarefas atribuídas à sua Secretaria ou Instituição na implementação do plano. 5.6.2 Atribuições Específicas As atribuições de cada uma das instituições representadas no Plano estão estabelecidas no Anexo III deste Plano assim como no Plano Específico de Resposta. 5.7 DESMOBILIZAÇÃO A desmobilização será feita de forma organizada e planejada, priorizando os recursos externos e mais impactados nas primeiras operações. Deverá ordenar a transição da reabilitação de cenários para a reconstrução, sem interrupção no acesso da população aos serviços essenciais básicos.

29 5.7.1 CRITÉRIOS PARA DESMOBILIZAÇÃO O Plano de Contingência será desmobilizado sempre que forem constatadas as condições e pressupostos que descaracterizem um dos cenários de risco previstos, seja pela evolução positiva das informações monitoradas, pela não confirmação da ocorrência do evento, ou pela dimensão do impacto, em especial quando: a) A evolução da precipitação monitorada pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil cessar ou voltar a sua condição de normalidade; b) A evolução do nível do rio for considerada normal; c) Concluídos os atendimentos das ocorrências geradas em decorrência do evento. 5.7.2 AUTORIDADES COMPETENTES PARA A DESMOBILIZAÇÃO A desmobilização do Plano de Contingência se dará pela Secretaria Municipal de Prevenção e Combate à Violência, com a anuência do Prefeito. 5.7.3 PROCEDIMENTOS Após a decisão formal de desmobilizar o Plano de Contingência, as seguintes medidas serão desencadeadas: Os órgãos mobilizados ativarão os protocolos internos definidos de acordo com o nível da desmobilização (total ou retorno a uma situação anterior); A COMDEC coordenará a desmobilização e a desativação do Posto de Comando.

30 6 REFERÊNCIAS PLANO ESTADUAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL PEPDEC <http://www.defesacivil.es.gov.br /files/pdf/pepdec-es_2013.pdf >.Acessado em 30 de agosto de 2013. POLÍTICA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL PNPDEC http://www.planalto.gov.br/ ccivil _03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12608.htm. Acessado em 30 de agosto de 2013. MANUAL DE DESASTRES. Vol. I. Manual de desastres: desastres naturais: Brasília (DF): Ministério da Integração Nacional, 2003 <http://www.integracao.gov.br/c/document_library/ get_file?uuid=47a84296-d5c0-474d-a6ca8201e6c253f4&groupid=10157 >. Acessado em 24 de setembro de 2013. PLANO DE CONTINGÊNCIA<http://www.defesacivil.sc.gov.br/index.php/gestao-de-risco- 2013/plano-de-contigencia-2013.html> (Acessado em 24 de setembro de 2013) BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF. BRASIL, Ministério das Cidades, Secretaria de Programas Urbanos. Capacitação em mapeamento e gerenciamento de risco. LEI FEDERAL Nº 12608 DE 10 DE ABRIL DE 2012 Institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC; dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC; autoriza a criação de sistema de informações e monitoramento de desastres; altera as Leis n os 12.340, de 1 o de dezembro de 2010, 10.257, de 10 de julho de 2001, 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.239, de 4 de outubro de 1991, e 9.394, de 20 de dezembro de 1996; e dá outras providências.< http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei /L12608.htm> (Acessado em 30 de agosto de 2013) LEI ESTADUAL COMPLEMENTAR Nº 694 DE 08 DE MAIO DE 2013 - Reorganiza o Sistema Estadual De Proteção e Defesa Civil - SIEPDEC-ES e dá outras providências. <http://www.defesacivil.es.gov.br/files/meta/9c79332b-f0d2-4891-8f9cb26d981b2258/efae2fff-7800-4039-be8d-07a6820af 2b3/91.pdf >. Acessado em 30 de agosto de 2013. LEI MUNICIPAL Nº 5264 DE 12/01/2012 Dispõe sobre a criação da coordenadoria municipal de Defesa Civil- COMDEC, como órgão de assessoria e apoio ao prefeito na estrutura organizacional básica da prefeitura municipal de Vila Velha e dá outras providências. <http://www.legislacaoonline.com.br/vilavelha /images/leis/html/l52642012.html>. Acessado em 30 de agosto de 2013.

31 7 ANEXO I 7.1 MAPEAMENTO DE RISCOS GEOLÓGICOS DO MUNICÍPIO DE VILA VELHA CPRM

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