AÇÕES DE RESPOSTA: VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL
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- Bernadete de Figueiredo Cortês
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1 AÇÕES DE RESPOSTA: VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL 1. Conceito Por Aramis Cardoso A Vigilância em Saúde Ambiental é definida como o conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana. Tem a finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de riscos ambientais relacionados às doenças ou outros agravos à saúde decorrentes do meio ambiente e de atividades produtivas. A implantação de um sistema de vigilância em saude ambiental significa um avanço fundamental nas ações de promoção e proteção à saúde da população brasileira, que por meio do monitoramento e do controle de uma variedade de problemas decorrentes do desequilíbrio do meio ambiente, visa eliminar ou reduzir a exposição humana a fatores ambientais prejudiciais à saúde. 2. Ações As ações da vigilância em saúde ambiental relacionada aos produtos perigosos envolvem desde a caracterização das ameaças a saúde humana, a vigilância da exposição e o monitoramento dessas populações expostas ou sob risco de exposição, além da participação ativa em conjunto com outros órgãos e instituições nas ações de prevenção, preparação, resposta e controle das emergências envolvendo produtos perigosos. Do ponto de vista da promoção da saúde, o subsistema de vigilância ambiental em saúde relacionada aos acidentes com produtos perigosos se referencia também aos princípios e características da estratégia da Atenção Primária Ambiental (APA), proposta pela Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). A APA propõe a integração entre os diferentes níveis de governo e o fortalecimento do nível local para que seja criado um sistema contando com a participação dos diferentes segmentos da sociedade. 3. Objetivos O sistema de Vigilância Ambiental em Saúde relacionada aos acidentes envolvendo produtos perigosos envolve o conjunto de ações que objetivam: - Caracterização das ameaças, vulnerabilidades e recursos ; - Vigilância da exposição por meio da classificação e priorização das ameaças ou fatores de risco sob o ponto de vista de exposição humana; - Vigilância dos efeitos investigação da ocorrência de agravos à saúde humana, a notificação dos acidentes/emergências/desastres e o acompanhamento, em curto e longo prazos, das populações expostas ou sob risco de exposição nas atividades de extração, transporte, produção, armazenamento, uso e destinação final dos produtos perigosos. 1
2 4. Eixos de atuação - Estruturar sistema de informações que possibilite a identificação de populações expostas e sob risco de exposição a produtos perigosos, as necessidades do setor saúde para eficiente assistência e prevenção, e a prática da vigilância a partir da elaboração de mapas de ameaças, exposições, vulnerabilidades e recursos. - Apoiar e promover a capacitação de profissionais relacionados com o tema; - Prestar assessoria técnica para desenvolvimento da vigilância em saúde ambiental relacionada a acidentes envolvendo produtos perigosos; - Promover e apoiar a aproximação e a articulação entre os diferentes níveis e setores de governo. - Apoiar e promover a cooperação técnica internacional. - Elaborar e monitorar indicadores de eficiência e eficácia das ações de vigilância em Saúde Ambiental. - Promover a participação da sociedade em programas federais, estaduais e municipais de vigilância, proteção e atenção á saúde frente às ameaças envolvendo produtos perigosos; - Apoiar pesquisas científicas, tecnológicas e epidemiológicas e propor mecanismos de intervenção. - Subsidiar processos de tomada de decisão quando da elaboração de políticas públicas diferenciadas, propondo mecanismos de intervenção. 5. Campo de Atuação O campo de atuação abrange: a) Atividades de Extração são aquelas relacionadas com a exploração de minerais, seja subterrânea, a céu aberto ou em poços. b) Atividades de Produção são aquelas relacionadas com as transformações químicas e físicas necessárias para a obtenção de produtos manufaturados. c) Armazenamento significa a retenção de uma quantidade de produtos perigosos em uma instalação fixa, em depósitos, reservatórios superficiais ou subterrâneos. d) Instalação Fixa é uma unidade técnica ou estabelecimento no qual produtos perigosos são produzidos, utilizados, manuseados ou armazenados. e) Transferência condução de produtos perigosos por dutos e/ou tubulações entre instalações fixas de extração, produção e armazenamento e unidades de distribuição e comercialização. f) Transporte atividade logística referente à movimentação de produtos perigosos por aeronaves, embarcações e veículos rodoviários ou ferroviários. g) Destinação Final conjunto de unidades, processos e procedimentos que visam a destinação ambientalmente adequada dos resíduos. 6. Forma de Atuação A atuação deve se dar principalmente nos três seguintes eixos: a. Mapeamento de ameaças, vulnerabilidades e recursos A diretriz da Vigilância em Saúde Ambiental deve ser que a aquisição de pontos georreferenciados obedeça as seguintes diretrizes: 2
3 - As coordenadas geográficas, latitude e longitude, devem ser obtidas em graus decimais e será utilizada a SAD 69,e; b. Elaboração de planos de prevenção, preparação e resposta Os planos de prevenção, preparação e resposta seguirão as diretrizes estabelecidas no âmbito dos Sistemas de Defesa Civil e observarão os aspectos relevantes sob o ponto de vista da vigilância em saúde ambiental: - Mobilização dos recursos em tempo que minimize a exposição humana aos produtos perigosos; - Proteção respiratória e dermal das equipes de resposta e atendimento pré-hospitalar e hospitalar; - Vigilância do comprometimento da qualidade do ar e dos reservatórios/corpos hídricos destinados ao consumo humano; - Notificação do evento e Inserção da área impactada em Sistema de Informações de vigilância em saúde de populações expostas a solos contaminados; - Participação na equipe de resposta/atendimento aos acidentes, comitê de avaliação/investigação das emergências e analise participativa dos acidentes visando a adequação do planejamento das ações em função da avaliação realizada - Realização de inquéritos de morbidade na população atingida e execução dos protocolos de acompanhamento da saude de expostos. c. Notificação de eventos e atuação: O(s) evento(s) deve(m) ser comunicado(s) ao nível central utilizando-se formulário harmonizado ou por ou ainda Telefone. Caso o nível local avalie que dispõe de capacidade de resposta para o pleno atendimento da emergência considerando seus recursos disponíveis, o nível central irá assessorar a localidade acometida. Caso a localidade necessite de recursos, os componentes do Sistema de Defesa Civil deverão providenciar e disponibilizar os recursos necessários para o pleno atendimento das necessidades desta localidade. 7. Bibliografia - ABIQUIM, Departamento Técnico. Comissão de Transportes. Manual para atendimento de emergências com produtos perigosos. 3. ed. São Paulo, p. - Beltrami AC. Estruturação do Sistema de Informações na Área de Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada aos Produtos Perigosos. In: 11º Congresso Mundial de Saúde Pública e 8º Congresso Brasileiro de Saúde coletiva;2006, Rio de Janeiro,Brasil.Rio de Janeiro, Ministério da Saúde/ABRASCO; Brasil. Presidência da República. Decreto n , de 18 de maio de 1988.Aprova o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, p , 19 mai.1988, Seção 1. - Brasil. Presidência da República. Lei 9966, de 18 de abril de Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, p. 1, 29 abr. 2000, Seção 1. - Brasil. Presidência da República. Decreto 5098, de 3 de junho de Dispõe sobre a criação do Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a 3
4 Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos - P2R2, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, p. 2, 4 de jun. 2004, Seção 1. - Brasil. Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT. Resolução 1431, de 26 de abril de Estabelece procedimentos para a comunicação de acidentes ferroviários à ANTT pelas concessionárias e autorizatárias de serviço público de transporte ferroviário. Diário Oficial da União, Brasília, p , 28 abr. 2006, Seção 1. - Brasil. Conselho Nacional de Meio Ambiente CONAMA. Resolução 001-A de 23 de janeiro de Estabelece a necessidade de comunicação prévia aos órgãos estaduais de meio ambiente pelo transportador de produtos perigosos sobre a rota de transporte. Diário Oficial da União, Brasília, p. 231, 15 fev. 1986, Seção 1. - Brasil. Ministério da saúde. Modelo de Atuação - Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada à Exposição Humana aos Acidentes com Produtos Perigosos. [acessado em 4Jun.2008, para informações de 2007 a 2008]. Disponível em: - Brasil. Ministério da saúde. Formsus - Serviço do DATASUS para a criação de formulários na WEB -[acessado em 4 Jun.2008, para informações de 1996 a 2006]. Disponível em: - Brasil. Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução n.1644, de 26 de setembro de Altera o Anexo à Resolução nº 420, de 12 de fevereiro de 2004, que aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. Diário Oficial da União, Brasília, p.679, 29 de dezembro de Seção 1. - CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental -. Sistema Integrado de Gestão para Prevenção, Preparação e Resposta aos Acidentes com Produtos Químicos Manual de Orientação. São Paulo: CETESB; Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Paraná [acessado durante o ano de 2007 e 2008, para informações de 2003 a 2006]. Disponível em - FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler. Manual de Análise de Riscos Industriais. [acessado em 6 Jun.2008, para informações de 1996 a 2004] Disponível em: - Ferreira, CEC. Acidentes com motoristas no transporte rodoviário de produtos perigosos. São Paulo Perspectiva, 2003;17:2. Disponível em: < em: 11 Jul Freitas CM, Porto MF e Gomez CM. Acidentes químicos ampliados: um desafio para a saúde pública. Revista de Saúde Pública 2006; 29(6); Freitas CM. Amorim AE. Vigilância Ambiental em Saúde de Acidentes Químicos Ampliados no Transporte Rodoviário de Cargas Perigosas. Informe epidemiológico do SUS. V. 10, n 1, janeiro, fevereiro e março; Freitas, CM, Porto, MF e Freitas NB. Acidentes Químicos Ampliados A visão dos trabalhadores. In: Anais do Seminário Nacional da Confederação Nacional dos Químicos da Central Única dos Trabalhadores Seminário;1995;Atibaia, Brasil. São Paulo: Fundacentro; Nardocci, AC e Leal OL. Informações sobre acidentes com transporte rodoviário de produtos perigosos no Estado de São Paulo: os desafios para a Vigilância em Saúde Ambiental. Saúde soc. Disponível ao: doi: /S
5 - Nunes FP. Contribuição para a estruturação da vigilância ambiental em saúde dos acidentes com produtos perigosos: construção de um sistema de registro integrado (Tese de Mestrado). Brasília (DF). Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Osvaldo Cruz; Ministério do Meio Ambiente - Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos - P2R2. [acessado durante o ano de 2007] Disponível em - Ministério do Trabalho e Emprego, Código de Práticas da Organização Internacional do Trabalho para a Prevenção de Acidentes Industriais Maiores. 1 a ed. Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho ; Prevenção de Acidentes Industriais Maiores Industriais_maiores.pdf 5
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