TÍTULO: LEVANTAMENTO DE FLORANA RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL NO BAIRRO DA SERRINHA - BRAGANÇA PAULISTA - SP.

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Transcrição:

TÍTULO: LEVANTAMENTO DE FLORANA RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL NO BAIRRO DA SERRINHA - BRAGANÇA PAULISTA - SP. CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ECOLOGIA INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE BRAGANÇA PAULISTA AUTOR(ES): IGOR ANDRÉ COSTA ORIENTADOR(ES): ADRIANA BERTOLINI, VIRGINIA DE SOUZA BUENO

1 RESUMO Para manutenção e conservação da biodiversidade é importante conhecer e identificar a formação florística da região. Quando se trata de uma unidade de conservação, esse trabalho também será contemplado no seu plano de manejo. O presente trabalho visa contribuir para o conhecimento da flora existente na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Serrinha, reconhecida como uma Unidade de Conservação (UC) pelo Governo Federal e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. A coleta e identificação das plantas foram realizadas de maio de 2015 e abril de 2016. As visitas à propriedade aconteceram a cada 15 dias sendo coletados os espécimes botânicos arbóreos floridos (árvores). As coletas foram realizadas na área de mata já existentes na RPPN. Deu-se preferência à coleta de ramos completos, com exemplares com flores e frutos em quantidade suficiente para montar uma exsicata contendo em torno de três a cindo duplicatas. Foram amostradas 59 espécies arbóreas pertencentes a 32 famílias. A família Fabaceae, representada por 10 espécies diferentes foi a de maior riqueza, perfazendo 17,24% do total registrado. Em seguida tem-se a família Myrtaceae com 6 espécies (10,34%) e as famílias Leguminoseae e Euphorbiaceae com 4 espécies cada (6,89% cada uma delas e 13,78 no total). As famílias Anacardiaceae, Arecaceae, Bignoniaceae, Celastraceae, Malvaceae e Urticaceae foram representadas por duas espécies cada (3,44% cada e 20,68% no total). As outras 22 famílias foram representadas por uma espécie cada (1,72% cada e 37,93% no total). 2 INTRODUÇÃO No primeiro projeto na mesma UC (PIC 2013-2014) foi realizado o levantamento faunístico da área. No segundo projeto (PIC 2014-2015), além da continuação do levantamento faunístico, realizou-se uma pesquisa relacionando a avifauna encontrada no primeiro projeto com as espécies botânicas que as aves polinizam ou dispersam sementes. Neste terceiro projeto (PIC 2015-2016), além de continuar a observação da fauna, iniciou-se o levantamento da flora existente. Foram contempladas, inicialmente, as espécies arbóreas.

Os levantamentos tanto de fauna como de flora devem ser realizados com critérios, dado sua extrema importância, sendo preliminares à elaboração de uma série de estudos de cunho ambiental como, recomposição vegetal, estudos de ecologia de comunidades, planos de manejo florestal, planos de gestão de unidades de conservação, dentre outros (COTA, s.d.) O reconhecimento botânico das espécies existentes na região contribui ainda para a preservação de nascentes existentes uma vez que preservar a vegetação influencia diretamente na manutenção e preservação de nascentes e cursos d água. Ao final, a inter-relação dos dados dos projetos anteriores (fauna e avifauna relacionada com polinização e dispersão de sementes) com o conhecimento da flora existente no local, contribuirão, efetivamente, para o conhecimento da biodiversidade local e futuras ações de manejo. 3 OBJETIVOS O principal objetivo deste projeto foi o levantamento florístico dos remanescentes florestais localizados na Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Serrinha (Bairro Serrinha), bairro localizado na região rural de Bragança Paulista, numa região montanhosa margeada pela represa Jaguari- Jacareí e Serra da Mantiqueira. Os dados contribuem também para o conhecimento da flora existente na região bragantina e é fundamental para ações futuras referentes a reflorestamento e preservação de áreas em toda a região. 4 METODOLOGIA A pesquisa, caracterizada como um levantamento florístico descritivo teve início no mês de maio de 2015 e final previsto para abril de 2016. As visitas à propriedade aconteceram a cada 15 dias. A cada visita foram coletados os espécimes botânicos arbóreos floridos (árvores). As coletas foram realizadas na área de mata já existentes na RPPN (figura 1) identificadas em vermelho dentro dos limites da fazenda. Deu-se preferência à coleta de ramos completos, com exemplares com flores e frutos em quantidade suficiente para montar uma exsicata contendo em torno de três a cindo duplicatas.

No caso de plantas dioicas, a coleta foi feita tanto do indivíduo feminino quanto do masculino, no sentido de facilitar a identificação. A figura 2 mostra o trabalho de campo. Figura 1: Área da Propriedade (em amarelo) Áreas de Proteção Permanente (em azul) e área determinada para coleta por se tratar de uma mata já regenerada e contendo espécies arbóreas da região. Fonte: Google Earth. Figura 2: Observação mais detalhada de árvore para identificação.

Outros materiais utilizados no desenvolvimento do trabalho foram o caderno de campo, que permite fazer anotações, que facilitam a posterior identificação dos materiais botânicos coletados com dados como o local e a data de coleta, o coletor, o tipo de vegetação (se cerrado, mata estacional semidecidual, etc.), o hábito de crescimento, o número do indivíduo (se for o caso), o nome vulgar regional e, principalmente, as características do indivíduo que são perdidas nas coletas, como por exemplo: tipo de tronco (se fissurado, estriado, em placas, etc.), cheiro, presença de látex, cor da flor, etc.. Também foram utilizados binóculo, tesoura de poda, caneta, fita crepe, saco de plástico e canivete. 5 DESENVOLVIMENTO Depois de coletadas, os exemplares foram levados ao Laboratório Multidisciplinar da Faculdade de Ciências e Letras de Bragança Paulista (FESB), para secagem, identificação e montagem das exsicatas. A figura 3 mostra o preparo da planta para posterior secagem. Figura 3: Preparação das plantas para secagem. As plantas assim acondicionadas foram depositadas na estufa do laboratório Multidisciplinar da FESB (figura 4).

Figura 4: Estufa de secagem com material já prensado. As exsicatas foram depositadas no Laboratório Multidisciplinar da FESB. 6 RESULTADOS A tabela 1, abaixo, apresenta as famílias identificadas, em ordem alfabética, e o número de cada espécie arbórea identificada dentro de cada uma das famílias. As bromélias, Família Bromeliaceae necessitam de identificação específica. As avencas são pteridófitas e foram apresentadas devida a abundância encontrada no local. Tabela 1: Total de famílias botânicas e de espécies de árvores identificadas dentro de cada família. FAMÍLIAS NÚMERO DE ESPÉCIES IDENTIFICADAS Família Anacardiaceae 2 Família Apocynaceae 1 Família Araliaceae 1 Família Araucariaceae 1 Família Arecaceae 2 Família Asteraceae 1 Família Bignoniaceae 2 Família Caesalpinieae 1 Família Capparaceae 1 Família Celastraceae 2 Família Combretaceae 1 Família Euforbiacea 4 Família Fabaceae 10 Família Heliconiaceae 1 Família Lamiaceae 1 Família Lauraceae 1 Família Leguminoseae 4

Família Malpighiacea. 1 Família Malvaceae 2 Família Melastomataceae 1 Família Meliaceae 1 Família Moraceae 1 Família Myrtaceae 6 Família Phytolaccaceae 2 Família Pinaceae 1 Família Poaceae 1 Família Primulaceae 1 Família Rosaceae 1 Família Salicaceae 1 Família Solanaceae 1 Família Typhaceae 1 Família Urticaceae Família Bromeliaceae 2 Inúmeras espécies TOTAL = 32 famílias 59 espécies identificadas* * As avencas, apesar de constar no relatório, não foram contempladas na tabela 1, pois são pteridófitas. Abaixo, são listadas, em ordem alfabética, as árvores identificadas em área de mata preservada da RPPN Fazenda Serrinha Bragança Paulista S.P., com seus nomes populares, nomes científicos e família, com inclusão da avenca do grupo das pteridófitas. 1. Acerola Malpighia emarginata Família Malpighiacea. 2. Algodoeiro Alchornea triplinervia - Família Euforbiacea 3. Algodoeiro Heliocarpus americanus - Família: Malvaceae 4. Alecrim do campo - Baccharis dracunculifolia Família Asteraceae 5. Angelim Vatairea macrocarpa - Família Leguminoseae-Papilionoideae 6. Angico branco- Albizia polycephala - Família Fabaceae 7. Angico vermelho - Anadenanthera sp Família Leguminosae - Mimosoideae 8. Araçá de macaco Psidium cattleianum - Família Myrtaceae 9. Aroeira brava Lithraea brasiliensis Família Anacardiaceae 10. Aroeira mansa Schinus terebinthifolius Família Anacardiaceae 11. Avenca Adiantum sp. Não é árvore mas aparece em abundância na Fazenda Serrinha. 12. Bambu - Guadua angustifolia Família Poaceae 13. Bananeira ornamental - Heliconia rostrata Família Heliconiaceae. 14. Barbatimão Stryphnodendron adstringens - Família Fabaceae

15. Bracaatinga Mimosa scabrella - Família Fabaceae 16. Bromélias várias espécies havendo necessidade de reconhecimento específico. Não é árvore, mas aparece em abundância na Fazenda Serrinha. 17. Cafezinho Maytenus robusta - Família Celastraceae 18. Cambuci Campomanesia phaea Família Myrtaceae 19. Canela Ocotea sp Família Lauraceae 20. Capixingui Croton floribundus - Família Euphorbiaceae 21. Capororoca Rapanea umbellata - Família Primulaceae 22. Cedro rosa - Cedrela odorata - Família: Meliaceae 23. Chapéu de praia - Terminalia catappa - Família Combretaceae 24. Chico Pires (angico rajado) Pithecellobium incuriale - Família Fabaceae 25. Embaúba vermelha Cecropia glaziovi Família Urticaceae 26. Eritrina Erythrina mulungu - Familia Fabaceae-Faboideae 27. Espinheira-santa Maytenus ilicifolia - Família Celastraceae 28 Eucalipto Eucalyptus sp - Família Myrtaceae 29. Ficus Ficus benjamina - Família Moraceae 30. Figueira (mata pau) Coussapoa microcarpa - Família: Urticaceae 31. Figueira-do-mato Oreopanax fulvum - Família Araliaceae 32. Goiabeira Psidium guajava - Família Myrtaceae 33. Guaçatonga ou erva de lagarto Casearia sylvestris - Família Salicaceae 34. Guapuruvu - Schizolobium parahyba - Família Fabaceae 35. Guatambu Aspidosperma australe Família Apocynaceae 36. Ingá Inga edulis - Família Fabaceae 37. Ipê Tabebuia sp (necessidade de identificação mais específica) Família Bignoniaceae 38. Ipê de jardim Tecoma stans - Família Bignoniaceae 39. Jabuticabeira Myrciaria trunciflora - Família Myrtaceae 40. Joá bravo - Solanum sisymbriifolium - Família Solanaceae 41. Mulungu-do-litoral Erythrina speciosa - Família Fabaceae 42. Nêspera - Eriobotrya japonica - Família Rosaceae 43. Paineira-rosa Ceiba speciosa - Família Malvaceae 44. Palmeira jerivá - Syagrus romanzoffiana - Família Arecaceae 45. Palmito juçara Euterpe edulis - Família Arecaceae 46. Pata de vaca Bauhinia variegata - Família Fabaceae

47. Pau-d alho Gallesia integrifólia - Família Phytolaccaceae 48. Pau-cigarra Senna multijuga - Família Fabaceae Caesalpinioideae 49. Pau de leite Sapium glandulosum - Família Euphorbiaceae 50. Pau-ferro Caesalpinia leiostachya - Família Caesalpinieae 51. Pau-jacaré Piptadenia gonoacantha - Família: Mimosaceae (Leguminosae Mimosoideae) 52. Pinheiro-brasileiro Araucaria angustilofia Família Araucariaceae 53. Pinus- Pinus elliottii Família Pinaceae 54. Pitanga Eugenia uniflora - Família Myrtaceae 55. Quaresmeira Tibouchina granulosa Família Melastomataceae 56. Sangra d água Croton urucurana Família Euphorbiaceae 57. Taboa - Typha domingensis - Família Typhaceae 58. Tamanqueira - Aegiphilla sellowiana - Família Lamiaceae 59. Tamboriu (orelha-de-macaco) Enterolobium schomburgkii Família Leguminosae-Mimosoideae 60. Tapiá Crataeva tapia - Família Capparaceae Foram amostradas 59 espécies arbóreas pertencentes a 32 famílias. A família Fabaceae, representada por 10 espécies diferentes foi a de maior riqueza, perfazendo 17,24% do total registrado. Em seguida tem-se a família Myrtaceae com 6 espécies (10,34%) e as famílias Leguminoseae e Euphorbiaceae com 4 espécies cada (6,89% cada uma delas e 13,78 no total). As famílias Anacardiaceae, Arecaceae, Bignoniaceae, Celastraceae, Malvaceae e Urticaceae foram representadas por duas espécies cada (3,44% cada e 20,68% no total). As outras 22 famílias foram representadas por uma espécie cada (1,72% cada e 37,93% no total). 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Consideramos o número de espécies coletadas e identificadas bastante satisfatório. No entanto, é necessário que se dê continuidade ao levantamento florístico da RPPN Fazenda Serrinha. Alguns genêros necessitam de pesquisas mais detalhadas

(como o gênero Tabebuia, as bromélias, as avencas...) devido a sua grande diversidade. Muitas espécies ficaram sem ser amostradas, devido, principalmente ao tempo de trabalho não ter contemplado a floração de todas as espécies existentes na área. Necessita-se também de uma caracterização florística da região, para melhor direcionamento das ações de preservação e de manutenção da flora e da fauna. Além disso, as formações florestais associadas a áreas de preservação permanente são amplamente protegidas pela Legislação Ambiental Brasileira (Lei n. 4.771/65, alterada pela Lei n. 7.803/89) que estabelece exigências diferenciadas para a cobertura vegetal destinada a proteger nascentes, margens de rios, córregos, lagos e reservatórios de água. A Fazenda Serrinha, além de possuir várias nascentes encontra-se próxima a Represa de Jaguari-Jacareí que compõe o Sistema Cantareira destinado à captação e tratamento de água para a grande São Paulo, justificando ainda mais, o trabalho destinado à sua preservação. 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Ariadina R.; ZEM, Leila Maria; BIONDI, Daniela. Relação observada pelos moradores da cidade de Curitiba-PR entre a fauna e árvores frutíferas. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. v.4, n.1. Piracicaba- SP, 2009. Disponível em: <http://www.revsbau.esalq.usp.br/artigos_cientificos/artigo 70- versao_publicacao.pdf>. Acesso em: 13 abr. 2013 CARVALHO, Fabrício A.; NASCIMENTO, Marcelo T.; BRAGA, João Marcelo A. Composição e riqueza florística do componente arbóreo da Floresta Atlântica submontana na região de Imbaú, Município de Silva Jardim, RJ. Acta Botânica Brasileira, 20(3): 727-740, 2006. COTA, Ana Patrícia. Técnicas de coletas, herborização e inventário florístico de arbóreas. Manejo florestal DEF/UFV Prof. Agostinho Lopes de Souza. Disponível em: <ftp://www.ufv.br/def/disciplinas/enf448/aula_8_9_fitossociologia/apostila- ManFlo.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2015. CULLEN JR.,Laury; RUDRAN, Rudy. Transectos lineares na estimativa de densidade de mamíferos e aves de médio e grande porte in CULLEN JR.,Laury; RUDRAN, Rudy; VALLADARES-PADUA, Cláudio (org.).métodos de Estudo em Biologia da Conservação e Manejo da Vida Silvestre. 2ed. Curitiba: Ed. da Universidade Federal do Paraná, 2006. p.169-179. FAZENDA SERRINHA. Disponível em: <http://www.fazendaserrinha.com.br>. Acesso em: 05 de mai. 2013.

HERBÁRIO HAMBURGENSE INTEGRA dados de espécimes coletados no Brasil com o INCT - Herbário Virtual da Flora e dos Fungos. Disponível em: <http://blog.cria.org.br/2014/10/herbarium-hamburgense-integra-dados-de.html>. Acesso em: 10 abr. 2015. HOEFFEL, João Luiz M.; FADINI, Almerinda A.B.; BARBOSA, José Eduardo C.; FERMINO, Evandro S. Área de Proteção Ambiental (APA) Fernão Dias/MG Transformações socioambientais na Bacia Hidrográfica do Rio Jaguary. In: Climatologia e Estudos da Paisagem. Rio Claro, v.3, n.1 jan./jun. 2008. LEI 9.985/2000. Regulamenta o art. 225, 1 o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm>. Acesso em: 30 abr. 2013. LORENZI, Harri. Árvores brasileiras Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Vol. 1. Nova Odessa, SP.: Editora Plantarum, 1992. LORENZI, Harri. Árvores brasileiras Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Vol. 2. 2.ed. Nova Odessa, SP.: Editora Plantarum, 2002.