CLASSIFICAÇÃO GENÉTICA. Reprodução, Acasalamento, Manutenção e Algumas considerações...



Documentos relacionados
Classificação dos animais de laboratório quanto ao status genético

Unidade: Sistemas de Reprodução Animal. Revisor Textual: Profa. Ms. Alessandra Fabiana Cavalcante

CONSANGUINIDADE EM ANIMAIS

MELHORAMENTO DE PLANTAS AUTÓGAMAS POR HIBRIDAÇÃO

Lei da Segregação. Experimentos de Mendel

Atividade extra. Questão 1. Questão 2. Ciências da Natureza e suas Tecnologias Biologia. A diversidade biológica é o fruto da variação genética.

Experimentação em Genética e Melhoramento

Avaliação molecular da macho-esterilidade citoplasmática em milho

O DNA é formado por pedaços capazes de serem convertidos em algumas características. Esses pedaços são

DOMESTICAÇÃO DE ESPÉCIES CULTIVADAS. Prof. Olayr Modesto Jr.

Criação e manejo de camundongos

Genética I: Mendel, Mitose e Meiose

Resposta: Interbits SuperPro Web

Fatores usados para determinar o nível de ameaça de extinção de uma raça

Centro Educacional Juscelino Kubitschek

PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DE FLORESTAS TROPICAIS-PG-CFT INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA-INPA. 09/abril de 2014

c) Locus Gênico Local do cromossomo onde se localiza um gene.

Capítulo 2 Endogamia. Acasalamentos Preferenciais. Introdução

Áudio. GUIA DO PROFESSOR Mendel, o pai da genética - Parte I. Os fundamentos da hereditariedade: Biografia de Gregor Mendel

Mecanismos de Herança

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA. Gene Boorola. Edgard G. Malaguez Rafael Assunção

MUTAÇÃO. O que é mutação? - Alteração no material genético.

LINKAGE E OS MAPAS GENÉTICOS

Manejo reprodutivo de caprinos e ovinos

Variabilidade genética. Variabilidade Genética. Variação genética e Evolução. Conceitos importantes

TECNICAS DE AMPLIFICAÇÃO REPRODUTIVA E DE BIOTECNOLOGIA APLICADAS AO MELHORAMENTO ANIMAL

Genética III: Genética Humana

Ancestralidade Materna polimorfismos matrilínea DNA Mitocondrial (mtdna).

Herança Quantitativa

BIOLOGIA. Ano Lectivo 2013/2014. Aula 11

Roteiro de aula prática 3º ano Prática 3 Primeira Lei de Mendel

Genética de Populações

SSD - Single Seed Descent

GENÉTICA MENDELIANA. Msc. Carlos Figueirêdo

GENÉTICA DE POPULAÇÕES:

DESENVOLVENDO HABILIDADES EM GENÉTICA - PARTE I

Lista de Exercícios Herança Sexual

O SISTEMA GENÉTICO E AS LEIS DE MENDEL

MELHORAMENTO GENÉTICO

O albinismo é uma doença metabólica hereditária, resultado de disfunção gênica na produção de melanina. Para que a doença se manifeste é necessário

Ensino Médio 2º ano classe: Prof. Gustavo Nome: nº. Lista de Exercícios 1ª Lei de Mendel, exceções e Sistema ABO e Rh

Alelos múltiplos na determinação de um caráter

Universidade Federal de Viçosa - UFV Departamento de Biologia Geral

Primeira Lei de Mendel e Heredograma

01) Observe a genealogia a seguir:

Genética Monoibridismo e Alelos Múltiplos

FERTILIDADE DE CAPRINOS MOCHOS. Prof. Adelmo Ferreira de Santana Caprinocultura e Ovinocultura

ARBORICULTURA I. Propagação de Plantas

Genética Humana. Faculdade Anísio Teixeira. Prof João Ronaldo Neto

Introdução à genética quantitativa usando os recursos do R

Um estudante de 23 anos, doador de sangue tipo universal, é moreno, tem estatura mediana e pesa 85 kg. Todas as alternativas apresentam

O primeiro a realizar trabalhos rigorosos nesta área foi Gregor Mendel, baseando-se na análise estatística de resultados experimentais obtidos em

Analise filogenética baseada em alinhamento de domínios

DOMESTICAÇÃO DAS PLANTAS CULTIVADAS

Possui como idéia central a divisão de um universo de dados a ser organizado em subconjuntos mais gerenciáveis.

Entendendo a herança genética. Capítulo 5 CSA 2015

7.012 Conjunto de Problemas 5

Fundamentos da Evolução

INF 1771 Inteligência Artificial

Parâmetros Genéticos

PlanetaBio Resolução de Vestibulares UFRJ

Complemento IV Introdução aos Algoritmos Genéticos

UM NOVO FOCO NA GESTÃO DAS CENTRAIS DE INSEMINAÇÃO

Algoritmos Genéticos (GA s)

GENÉTICA 1ª Lei de Mendel

Os casos onde dois ou mais genes influenciam uma só característica são denominados de Interações Genéticas. RREE, RrEE, RrEe, RREe

PLANEJAMENTO ANUAL / TRIMESTRAL 2014 Conteúdos Habilidades Avaliação

A Genética Mendeliana

3º trimestre- LISTA DE EXERCICIOS - Biologia - CESINHA Ensino Médio 1º ano classe: Prof. Cesinha Nome: nº

I CURSO DE MANEJO IMEDIATO DE ANIMAIS SILVESTRES EM ATIVIDADES FISCALIZATÓRIAS CONCEITOS

Leis de Mendel. Genética Biologia III

Biodiversidade Retratos do Reino Animal

AULA 02 REVISÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS TRANSFORMADORES DE MEDIDAS DISJUNTORES DE POTÊNCIA

Primeira Lei de Mendel. Natália A. Paludetto

1ª e 2ª LEI DE MENDEL Professor: Robson Fernando Missio Objetivo: apresentara 1a e 2a Lei de Mendel

DOCUMENTOS COMPLEMENTARES...51

Introdução a genética de populações e a origem da variação genética. Aula 1

Cálculo de amostra para monitoria de qualidade em Call Center

Evolução Biológica e Algoritmos Genéticos. Fábio Lima Custódio flc@lncc.br

MATRIZ DA PROVA DE EXAME A NÍVEL DE ESCOLA AO ABRIGO DO DECRETO-LEI Nº 357/2007 DE 29 DE OUTUBRO BIOLOGIA 12º ANO

Sementes na agricultura orgânica

ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO PARALELA PREVENTIVA 3º Trimestre/2014 GABARITO

Tópicos Abordados. Pesquisa de Mercado. Aula 1. Contextualização

1. Conhecimento e compreensão de dados, conceitos, modelos e teorias; 3. Mobilização e utilização de dados, conceitos, modelos e teorias;

GENÉTICA MENDELIANA ou GENÉTICA QUALITATIVA

Padrões de Transmissão

Origem da variação. Conceitos importantes. Diversidade Genética. Variação genética

STATGEN Plataforma web para análise de dados genéticos.

PlanetaBio Resolução de Vestibulares UFRJ

Projeto-síntese de Ciências 8º ano 3º trimestre

ENSINO MÉDIO. Disciplina: BIOLOGIA Professor: GUSTAVO Série: 2ª ABC

Curso: Veterinária 2 Semestre Campus Palotina. Professor. Dr. Robson Fernando Missio rfmissio@yahoo.com.br

História do pensamento evolutivo

MÓDULO 6 INTRODUÇÃO À PROBABILIDADE

Associação de Criadores de Bovinos da Raça Preta

Transcrição:

CLASSIFICAÇÃO GENÉTICA Reprodução, Acasalamento, Manutenção e Algumas considerações...

Classificação Genética Heterogênicos = outbred Isogênicos = Inbred Acasalamento Aleatório Não-Consangüíneos Acasalamento de irmãos x irmãos por 20 ou mais gerações Consangüíneos 99% de heterozigose entre genes alelos Fonte de origem dos consanguíneos 98,6% de alelos idênticos Fonte de origem dos transgênicos,ko,mutantes..

Definições de... Stocks ou Colônias heterogênicas É uma colônia de animais de laboratório na qual existe variabilidade genética, que deve ter se mantido fechada por, no mínimo, quatro gerações e na qual se utilizam métodos de acasalamento que visam minimizar a consanguinidade entre as gerações, a qual, normalmente não deverá exceder 1 % por geração. M. Fasting

Características das colônias Stocks... A extensão da variação genética depende da história prévia da colônia; Composta por indivíduos não consanguíneos, onde cada indivíduo é geneticamente único; Os indivíduos apresentam um fenótipo mais variável do que das linhagens isogênicas; Podem ocorrer variações entre colônias de mesmo nome, criadas em diferentes biotérios.

Definições de... Linhagens Se adota o termo linhagem para animais consanguíneos (isogênicos) que resultam do acasalamento sistemático e ininterrupto, entre irmãos, por mais de 20 gerações, quando alcançam um coeficiente de consanguinidade de 98,6%.

Características das linhagens isogênicas... Isogenicidade ou igualdade genética ; Homosigose de mais e 98,6%; Cada linhagem tem sua característica individual e única; Uniformidade fenotípica; Estabilidade genética a longo prazo Fundo Genético Depressão endogâmica.

Reprodução Para entender, necessário conhecimento sobre: Definições sobre linhagens/estoques Biologia reprodutivada da espécie

Dados reprodutivos Dados Reprodutivos Ratos Camundongos Gestação 21-23 dias 19-21 dias Desmame 21-23 dias 21-28 dias Primeiro Cio 35-45 dias 28-40 dias Idade de acasalamento 65 a 90 dias 55 a 65 dias Período do ciclo 4-5 dias (espontâneo) 4-5 dias (espontâneo) Período fértil 12h (entardecer) 12h (entardecer) Cio pós-parto fértil fértil Período de implantação 5-6 dias 4-5 dias Sincronização do Ciclo estral (Efeito Whitten) Presente (menos intenso) Presente Efeito Bruce Ausente Presente * Dados aproximados podendo apresentar variações de acordo com a linhagem.

Acasalamentos... A escolha do tipo de acasalamento depende, principalmente: Da característica genética necessária; Do espaço existente no biotério; Do número de animais necessários.

Os Acasalamentos Heterogênicos devem: Permitir que a população se mantenha constante em todas as suas características pelo maior número de gerações possíveis; Manter o alto nível de heterozigose; Preservar a estabilidade da população inicial de alelos e sua frequência, o máximo possível durante as gerações. O principal acasalamento de um biotério é sempre a Colônia Fundação

Colônias Heterogênicas: Manejo Genético... A colônia fundação deve ser: Monogâmica Fechada, sem introdução de novos pares reprodutivos Com uma população tão grande quanto possível: mínimo 200 casais Acasalamento randômico para que todos os indivíduos tenham igual chance de participação Sem critérios de seleção, para não fixar alelos Usar esquemas com métodos reprodutivos como: Poiley, Han-rotation, Robertson s, Falkoner, etc.. Aumentar os intervalos entre gerações o máximo possível (usar a quinta ninhada) Fixar o tempo reprodutivo dos pares acasalados (ex: 30 semanas).

Exemplo: Poiley: G1 G1 G1 G2 G2 G2 G3 G3 G3

Manejo dos Acasalamentos heterogênicos: Da colônia Fundação, derivam as outras colônias chamadas de: Colônias de produção ou expansão que variam de acordo com a necessidade do biotério: Ex: Camundongos: Biotério de produção Produção 1 1 macho x 2 fêmeas (fixas) Produção 2 1macho x 4 ou 5 fêmeas (permanecem 2 semanas) desmame maternidade (desmame) Crescimento/fornecimento Crescimento/fornecimento Importante: manter o mesmo número de filhotes mamando para manter a uniformidade dos animais durante o crescimento.

Os Acasalamentos isogênicos devem... Preservar a isogenicidade e alto coeficiente de consanguinidade; Evitar ao máximo contaminações genéticas, mutações e heterozigose residual...

Manejo dos Acasalamentos Isogênicos: Separação física das colônias de diferentes linhagens; Se não for possível, distribuir por cor de pelagem; O sistema de identificação deve ser extremamente bem controlado; Qualquer variação fenotípica deve ser observada como possível contaminação ou mutação, devendo ser investigada;

Manejo dos Acasalamentos Isogênicos: O núcleo da fundação deve descender de um ancestral e deve ter um numero restrito de caixas (10 a 20); Sistema de produção em linha única ou em linhas paralelas; Colônia Pedigree; Em biotérios que exigem uma produção maior, podem haver colônias de Expansão.

Exemplo de Acasalamentos Isogênicos em Linhas paralelas... Fundação Pedigree BxS Expansão BxS Produção Fornecimento

E a partir dos isogênicos...

Sub Linhagens Surgem pela heterozigose residual ou isogenia incompleta, pelo aparecimento de mutações espontâneas e fixações de alelos diferentes; São consideradas sub linhagens quando: Quando a linhagem se separa em dois ramos, antes da F40; Quando um ramo da linhagem se mantém separado do outro por mais de 100 gerações; Quando se descobrem diferenças genéticas com outros ramos da mesma linhagem; Ex: C57BL/6J,

HÍBRIDOS F1 Primeira geração obtida pelo cruzamento de duas linhagens consangüíneas; Heterozigotos para todos os alelos que as duas linhagens diferirem; Vigor híbrido; Inconveniente: manter duas linhagens, só usar F1.

Linhagens criadas pela introdução de uma região cromossômica que contem um locus diferente através de cruzamentos* entre a linhagem doadora (mutante) e uma linhagem consangüínea receptora, são chamadas congênicas; *retrocruzamento: F1 X uma das parentais= N2 Quando a mutação ocorre em uma linhagem isogênica e é fixada através de cruzamentos, dando origem a uma nova linhagem completamente idênticas, que diferem em apenas um locus (ex. mutação), são coisogênicas.

LINHAGENS CONGÊNICAS RECOMBINANTES Derivadas pelo cruzamento ao acaso dos híbridos F1, onde se realizam algumas gerações de retrocruzamento com as linhas parentais e só depois se seguem os endocruzamentos.

LINHAGENS CONSÔMICAS Derivadas pela introdução de um cromossomo inteiro através de retrocruzamentos (backcross). ANIMAIS TRANSGÊNICOS Possui um gene artificialmente introduzido em seu genoma. ANIMAIS NOCAUTES Possui, em um gene pré-selecionado artificialmete, uma mutação específica que leva à sua inativação.

Nomenclatura das linhagens isogênicas: International Committee on Standartized Genetic nomeclature of Mice... Símbolos da linhagens: Letras maiúsculas ou combinações dessas com números Ex: DBA, C57BL/6. Exceções: 129, BALB/c Linhas relacionadas: Separadas logo após 20 geração Ex: NZB, NZC Símbolos Abreviados: AKR (AK), BALB/c (C), C57BL/6 (B6), DBA/1 (D1)... Símbolos das Sub-linhagens: o nome da linhagem com: /número (DBA/1); /código do laboratório (C57BL/6J); /iniciais de um sobrenome (C3H/He) ou / combinação de letras e números. Híbridos: linhagem da fêmea x linhagem do macho, mais o símbolo F1. Ex: B6D2F1

Algumas considerações... Será que os heterogênicos mimetizam populações naturais??? Correspondem a 75% dos roedores criados... Por quê??? Será que usar duas ou mais linhagens isogênicas, padronizadas, não seria mais viável e mais ético?!

Importância do controle genético... Condições genéticas controladas permitem: Reduzir o número de animais utilizados diminuindo as variações dentro/entre grupos Garantir a manutenção de colônias de produção fechadas... Uniformidade fenotípica: variedade nos experimentos não se deve a fatores genéticos e sim ambientais ou metodológicos; Estabilidade genética: comparação de resultados experimentais ao longo do tempo e entre laboratórios

= 1 x 4 + 7

= 1 x 4 + 7 Nº an + MS Nº de fêmeas = acasaladas F % O (NP + TC) Fd 365

Ex.: 20 ratos machos/mês 250g