FORMAÇÃO DE ENGENHEIROS DO FUTURO ATRAVÉS DE PESQUISA APLICADA NO TRATAMENTO DE ÁGUA



Documentos relacionados
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

II-109 PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTE DE EMBALAGENS METÁLICAS UTILIZANDO REATOR DE BATELADA SEQUENCIAL (RBS) PARA REMOÇÃO DA DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO

ANÁLISE COMPARATIVA DA UTILIZAÇÃO DE DOIS TIPOS DE COAGULANTES PARA O TRATAMENTO DE ÁGUA DE ABASTECIMENTO

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE TRÊS DIFERENTES COAGULANTES NA REMOÇÃO DA TURBIDEZ DE ÁGUA DE MANANCIAL DE ABASTECIMENTO

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO REAGENTE DE FENTON NO TRATAMENTO DO EFLUENTE DE LAVAGEM DE UMA RECICLADORA DE PLÁSTICOS PARA FINS DE REUSO

ENSAIOS FÍSICO-QUÍMICOS PARA O TRATAMENTO DOS EFLUENTES DO TRANSPORTE HIDRÁULICO DAS CINZAS PESADAS DA USINA TERMELÉTRICA CHARQUEADAS

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO COAGULANTE SULFATO FÉRRICO,EM DIFERENTES TEMPERATURAS. Abner Figueiredo Neto Fernanda Posch Rios Paulo Sérgio Scalize

DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA EM LAGOA FACULTATIVA DE ESGOTO: CARACTERIZAÇÃO DA ETA

Coagulação ST 502 ST 503. Discentes: : Alyson Ribeiro Daniel Morales Denise Manfio Jenifer Silva Paula Dell Ducas Wander Zapata

INTRODUÇÃO. Engenharia Ambiental PUCPR. 1 COURA, Gustavo Adriano & 2 ANDREOLI, Fabiana de Nadai 1 Orientando 2 Orientador

EFICIÊNCIA COM A SUBSTITUIÇÃO DO SULFATO DE ALUMÍNIO PELO SULFATO FÉRRICO E OTIMIZAÇÃO DO TRABALHO OPERACIONAL.

Encanador. 4) Número de Aulas: O trabalho será realizado em cinco etapas, divididas em aulas a critério do professor.

CARACTERIZAÇÃO E TRATABILIDADE DO EFLUENTE DE LAVAGEM DE UMA RECICLADORA DE PLÁSTICOS

Estudo com tratamento de água para abastecimento PIBIC/

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO DA ÁGUA NA ETA JOSÉ LOUREIRO DA SILVA ATRAVÉS DE PARÂMETROS BACTERIOLÓGICOS.

REDUÇÃO NA DOSAGEM DE SULFATO DE ALUMÍNIO NA ETA GUARAÚ COM A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁGUA DE LAVAGEM DOS FILTROS

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

REFORÇO AO ENSINO DE FÍSICA PARA CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS DO INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA

Corinthia Hotel Lisbon - Hotel Energeticamente Eficiente

DIMENSÃO 2: - Política para o ensino, pesquisa, pós-graduação e extensão - Respectivas normas de operacionalização

T R A T A M E N T O D E Á G U A

A VALIDAÇÃO DE PROJETO EM EMPRESAS CONSTRUTORAS E INCORPORADORAS

Go To Market Estratégias de Otimização de Resultados Porque Educação Executiva Insper Cursos de Curta e Média Duração

OBSERVAÇÃO: O USUÁRIO É RESPONSÁVEL PELA ELIMINAÇÃO DAS REVISÕES ULTRAPASSADAS DESTE DOCUMENTO

A UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS EM EXPERIMENTOS PRÁTICOS DE QUÍMICA E SUA RELAÇÃO COM O COTIDIANO.

RELATÓRIO TREINAMENTO ADP 2013 ETAPA 01: PLANEJAMENTO

UM ROTEIRO PARA A EXECUÇÃO DE ATIVIDADES EM UM PROJETO DE INCLUSÃO DIGITAL

ATIVIDADES EM NUTRIÇÃO COM A COMUNIDADE VIZINHANÇA

REMOÇÃO DE COR EM EFLUENTES INDUSTRIAIS

I O USO DO PERMANGANATO DE POTÁSSIO NO CONTROLE DE TRIHALOMETANOS E COMPOSTOS CAUSADORES DE GOSTO E ODOR

ESTUDO DA MACAXEIRA COMO COAGULANTE NATURAL PARA TRATAMENTO DE ÁGUA PARA FINS POTÁVEIS

PESQUISA AÇÃO: ACOMPANHANDO OS IMPACTOS DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE

Após passar pela unidade de recepção a água bruta segue para a etapa de Coagulação/Floculação, na qual recebe a adição de um agente coagulante.

Empresa Júnior como espaço de aprendizagem: uma análise da integração teoria/prática. Comunicação Oral Relato de Experiência

Mídia e Tecnologia: experiência do jornal escolar no Projeto Mais Educação na Escola Marechal Rondon em Santa Maria/RS 1

Reunião Técnica Plano de Segurança da Água. 23 de novembro de OPAS

REGULAMENTO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL

Recursos Hídricos. Análise dos dados do Programa Prospectar. Anexo IV. Prospecção Tecnológica

PROJETO DE PESQUISA: UTILIZAÇÃO DE CALCULADORA CIENTÍFICA MODELO CASIO fx-82ms.

CHAMADA PÚBLICA 2014

RECIRCULAÇÃO DE EFLUENTE AERÓBIO NITRIFICADO EM REATOR UASB VISANDO A REMOÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA

Gestão Estratégica de Projetos Porque Educação Executiva Insper Cursos de Curta e Média Duração Educação Executiva

SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES DA INDÚSTRIA TEXTIL

CHAMADA PÚBLICA 2015

TREINAMENTO ONLINE PARA O SISTEMA DE APOIO À GESTÃO AMBIENTAL RODOVIÁRIA FEDERAL (SAGARF)

Resolução de Exercícios Orientações aos alunos

Sugestão de Roteiro para Elaboração de Monografia de TCC

ESTAÇÃO TRATAMENTO DE ÁGUA - ETA

COMPARAÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS CARACTERÍSTICOS DA QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA SAMAMBAIA, GOIÂNIA GO, NOS PERÍODOS DE SECA E CHUVA

C a m p u s d e Ilh a S o lt e ir a ANEXO I

PROGRAMA ULBRASOL. Palavras-chave: assistência social, extensão, trabalho comunitário.

REGULAMENTO DO PROGRAMA DE MONITORIA GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS BACHARELADO

A PÁGINA DISCIPLINAR DE MATEMÁTICA DO PORTAL DIA A DIA EDUCAÇÃO

O IMPORTANTE PAPEL DA GESTÃO DA QUALIDADE EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISE CONTROLE DE EFLUENTES

PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM (PEA)

IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA UFMG

CHAMADA PÚBLICA 2015

Prêmio Inovação UP 2012 Manual de Preenchimento do Formulário

Teor de alumínio na água tratada, Lages/SC (1)

Relatório da IES ENADE 2012 EXAME NACIONAL DE DESEMEPNHO DOS ESTUDANTES GOIÁS UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

Instrumento: Docentes

MF-613.R-3 - MÉTODO DE DETERMINAÇÃO DE METAIS EM PARTÍCULAS EM SUSPENSÃO NO AR POR ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA COM CHAMA.

Educação especial: um novo olhar para a pessoa com deficiência

COLIVRE Cooperativa de Tecnologias Livres Telefone: (71) CNPJ:

Eixo Temático ET Recursos Hídricos DIAGNÓSTICO DA TURBIDEZ NA REDE DE ABASTECIMENTO NO MUNICÍPIO DE PRINCESA ISABEL-PB

49 o CONSELHO DIRETOR 61 a SESSÃO DO COMITÊ REGIONAL

Minuta do Capítulo 10 do PDI: Relações Externas

2. Função Produção/Operação/Valor Adicionado

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS DE CURITIBA. Lucas Teruo Andrade. Renan Yokogawa. Ryan Seiyu Yamaguchi Kimura

A empresa e o aprendizado coletivo

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE SECRETARIA EXECUTIVA DOS CONSELHOS

QUALIFICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES DAS UNIDADES DE ENSINO NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS FORMAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Gestão da Inovação no Contexto Brasileiro. Hugo Tadeu e Hérica Righi 2014

Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Guarulhos Departamento de Relações Comunitárias PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA MOBILIZAÇÃO COMUNITÁRIA

CONSIDERAÇÕES SOBRE A EXPERIMENTAÇÃO DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO

Ensinar ciências fazendo ciência com professores e alunos da educação básica

REGULAMENTO TRABALHO DE CURSO

ANEXO 4 NORMAS GERAIS PROJETO DE FIM DE CURSO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECATRÔNICA

20 amostras de água. Figura 1- Resultados das amostras sobre a presença de coliformes fecais E.coli no bairro nova Canãa. sem contaminação 15%

PEIES PROGRAMA EXPERIMENTAL DE INGRESSO AO ENSINO SUPERIOR AVALIAÇÃO DOS INGRESSOS NO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA UFSM.

1 Bolsista PIBIC/CNPq. 2 Pesquisadora Orientadora. 3 Curso de Química Industrial/UnUCET/UEG. 4 Co-Orientador

Sistema de mineração de dados para descobertas de regras e padrões em dados médicos

XADREZ: uma ferramenta para a inclusão resultados preliminares

PRÓ-MATATEMÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

IBM Managed Security Services for Agent Redeployment and Reactivation

CONSTRUÇÃO DE UM PROTÓTIPO DIDÁTICO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA COM MATERIAIS RECICLÁVEIS

Aplicações de Polímero Natural no Tratamento de Águas: Baba do Quiabo

UNIDADE 4. Introdução à Metodologia de Desenvolvimento de Sistemas

O USO DE SOFTWARES EDUCATIVOS: E as suas contribuições no processo de ensino e aprendizagem de uma aluna com Síndrome de Down

Após a confirmação de pagamento de sua inscrição para o congresso, você estará apto a entrar no sistema de submissão de trabalho.

Gerenciamento de Problemas

3.5 SANTOS DUMONT. Quanto ao sistema de esgotamento sanitário, sua operação e manutenção cabe a Prefeitura local, através da Secretaria de Obras.

Formação de professores do Ensino Médio

DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE VOLUMÉTRICO DE LODO NUMA CONCENTRAÇÃO PADRÃO

OS CUIDADOS COM A ÁGUA NA ESCOLA FUNDAMENTAL PROFESSOR ADAILTON COELHO COSTA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CURSO DE PSICOLOGIA UNIDADE SÃO GABRIEL

Objetivos do Seminário:

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PARA TUTORES - PCAT

(MAPAS VIVOS DA UFCG) PPA-UFCG RELATÓRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA UFCG CICLO ANEXO (PARTE 2) DIAGNÓSTICOS E RECOMENDAÇÕES

Chamada para proposta de cursos de Mestrado Profissional

Transcrição:

FORMAÇÃO DE ENGENHEIROS DO FUTURO ATRAVÉS DE PESQUISA APLICADA NO TRATAMENTO DE ÁGUA Lidiane Bittencourt Barroso lidianebarroso@gmail.com Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (CTISM) Avenida Roraima, nº 1000, Cidade Universitária, Bairro Camobi 97105-900 Santa Maria RS Elvis Carissimi ecarissimi@gmail.com Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental (Prédio CTLAB) Avenida Roraima, nº 1000, Cidade Universitária, Bairro Camobi 97105-900 Santa Maria RS Thaís Martinelli thaismartinelli2@gmail.com Curso de graduação Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSM Caroline Tolves Werner carolinetolves@hotmail.com Curso Integrado em Eletrotécnica do CTISM William Cantarelli Arrivabene wil.brasileiro@hotmail.com Curso Integrado em Eletrotécnica do CTISM Resumo: No projeto agregou-se alunos de modalidades de Ensino distintas e professores de Carreiras diferentes, formando um grupo de trabalho multidisciplinar. Uma parceria entre o Colégio Técnico Industrial de Santa Maria e o curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSM. Mesmo frente a limitações, tratou-se de um item tão importante e ao mesmo tempo tão simples diante da grande complexidade da área de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental. Tão importante, porque a equipe neste projeto pode aplicar conceitos que transitaram pelas modalidades de ensino, a saber, desde a Química no cálculo das concentrações, as noções de Estatística nas réplicas das amostras, o uso de planilhas e gráficos, além da rotina do laboratório de Saneamento da UFSM, do correto manuseio de equipamentos e reagentes, numa das aplicações da Engenharia Sanitária e Ambiental, que é o tratamento de água. O estudo do processo coagulação-floculação equivale a prática feita numa Estação de Tratamento de Água, visto de maneira didática em bancada de laboratório, buscando integrar os conhecimentos teóricos e despertar o interesse pela área formando futuros cientistas, contribuindo para divulgação do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental. Palavras-chave: ensino, engenharia, saneamento.

1. INTRODUÇÃO Os processos de tratamento de água foram desenvolvidos para aplicação nas Estações de Tratamento de Água, a fim de tornar a água bruta própria para o consumo humano, tanto em quantidade como em qualidade, de acordo com padrões pré-estabelecidos pela Portaria nº 2.914 (Ministério da Saúde, 2011). Em decorrência disso, são necessárias pesquisas aplicadas, muitas das quais desenvolvidas em meio acadêmico, entre os cursos de Ensino Superior, destaca-se o curso de graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental. No qual, os futuros engenheiros adquirem na graduação os princípios básicos da área de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, seja em atividades de ensino/pesquisa/extensão, estes conhecimentos que lhes permitem implementar os processos de tratamento de águas existentes e propor inovações tecnológicas. Por ser um tema relevante à sociedade, uma vez que é inconcebível viver sem água potável, e em consonância com o ensino de Engenharia, buscou-se incentivo em instituição de fomento. Desta maneira, o projeto proporcionou agregar alunos de modalidades de Ensino distintas, do Ensino Médio Integrado e do Ensino Superior, formando um grupo de trabalho multidisciplinar, junto com o professores do Magistério Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico. Cabe ressaltar, que há normalmente grandes expectativas por parte dos alunos de Ensino Médio Integrado, com relação à melhor escolha de sua graduação, o modo como se dá o despertar de vocações científicas e tecnológicas é relevante, nesta decisão do futuro profissional. Muitas vezes por desconhecimento do curso ou descontentamento pelas disciplinas iniciais, a evasão ocorre, e isto é uma realidade nos cursos de Engenharia. Logo, a interação entre o Ensino Médio Integrado e Ensino Superior em projetos como este, estimula a adesão de novos alunos e a permanência de alunos no curso de Engenharia, por meio da participação em atividades de práticas experimentais; assim combatendo parte da evasão e contribuindo à formação de engenheiros do futuro. O objetivo geral deste projeto foi divulgar o novo curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) e favorecer a integração desta graduação com alunos de Ensino Médio Integrado do CTISM (Colégio Técnico Industrial de Santa Maria); em pesquisa aplicada no tratamento de água. 2. MATERIAL E MÉTODOS A primeira etapa do projeto consistiu-se na familiarização dos alunos, do Ensino Médio Integrado e do Ensino Superior, com o projeto de pesquisa, desde sua concepção, estudo e aplicação de metodologia específica. Após passou-se para o desenvolvimento das práticas experimentais até finalizar com a redação acadêmica na forma de relatório do projeto. Para o desenvolvimento do projeto, foram recomendadas leituras de textos para buscar maior entendimento de termos técnicos. Com enfoque ao estudo dos processos de tratamento de água em escala de bancada em laboratório, com a utilização de teste de jarros, buscando metodologias para dosar o consumo de reagentes: sulfato de alumínio e polímero floculante.

Foram coletadas amostras de água (da torneira) disponível na rede de abastecimento do próprio Laboratório de Saneamento da UFSM e caracterizadas em termos de: turbidez e ph. Para simular o processo de coagulação-floculação, amostras de água bruta sintéticas foram obtidas adicionando-se 0,50g/L de carvão ativado, a cada jarro, para avaliação visual da eficiência do tratamento, bem como com equipamentos de medição (turbidímetro e phmetro). Optou-se pela água bruta sintética pela praticidade da mesma. Visto que a equipe precisava ajustar seus horários de aulas, estudos da pesquisa e da rotina do Laboratório de Saneamento, e com isso a expectativa de coletar água bruta do córrego junto a bacia escola do campus da UFSM foi frustrada. Isto, para não perder de vista o cumprimento do objetivo geral que foi a interação entre as modalidades de ensino e maior visibilidade do novo curso de graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental, no âmbito da UFSM. Para tal, foram utilizados os equipamentos disponíveis na infraestrutura do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental, além da aquisição de novo teste de jarros (Jar Test Policontrol, modelo Floc Control III). Todos os equipamentos foram calibrados e aferidos previamente ao seu uso conforme recomendado pelo manual de instruções, e, seguindo a Metodologia Analítica do Standard Methods for Water and Wastewater Treatment (APHA, 2001). Os estudos conduzidos possibilitaram o entendimento de forma didática do processo de tratamento de águas, principalmente do que se refere à etapa coagulação-floculação seguida da decantação. Os alunos-bolsistas fizeram uso de tabela periódica, para calcular as concentrações a serem empregadas para o tratamento da amostra de água com sulfato de alumínio e com o uso de polímero floculante. Os experimentos, com no mínimo três repetições, gerenciados pela equipe, possibilitaram aos alunos do Ensino Médio Integrado e do Ensino Superior, a aplicação de conceitos de química, além de noções de estatística e planilhas; dentro do contexto do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental no âmbito da área de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A utilização do teste de jarros e aplicação de distintas soluções de coagulante e floculante (reagentes usados no tratamento) foram os resultados deste estudo científico aplicado no tratamento de água. Além da fixação dos conceitos da área química como o cálculo de concentração, as noções de estatística e planilhas também foram pontos relevantes. A figura 1 mostra os alunos bolsistas do projeto participando do preparo dos reagentes e estudos experimentais.

Figura 1 Alunos-bolsistas do projeto (sendo 2 alunos do ensino médio e a aluna da direita do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental) executando as atividades experimentais. O experimento de nº1 foi descartado das análises porque os valores de turbidez ficaram fora da faixa limite de detecção do turbidímetro adotado inicialmente. Os experimentos de nº2 e nº3 apresentaram resultados similares seja na formação de flocos ou no decaimento esperado da turbidez. Em todas as amostras de todos os experimentos foram adicionados 0,5mg/L de polímero floculante. A tabela 1 apresenta-se um resumo de cada um dos três experimentos realizados durante o período de vigência do projeto, no ano de 2013. Tabela 1 Resultados das análises de água bruta sintética após os testes de jarros. Amostra Concentração de Al 2 (SO 4 ) 3 [mg/l] 0 5 10 20 30 40 Turbidez nº1 4,62 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 ph nº1 7,22 6,71 6,81 7,00 7,01 7,03 Turbidez nº2 6,52 2,05 1,20 2,10 1,10 1,42 ph nº2 7,22 6,71 6,81 7,00 7,01 7,03 Turbidez nº3 7,01 3,07 1,90 0,99 1,49 1,25 ph nº3 6,926 6,909 6,869 6,938 6,872 6,886 Na figura 2 observa-se a variação da turbidez para cada conjunto de amostras do teste de jarros conforme a concentração de sulfato de alumínio. Sendo que, há tendência de que quanto maior a concentração Al 2 (SO 4 ) 3 menor seja a turbidez. Na figura 3 observa-se a pequena variação do ph nas amostras conforme a concentração de sulfato de alumínio, em torno do ph neutro 7,0.

Figura 2 Variação da turbidez versus a concentração de sulfato de alumínio. Figura 3 - Variação do ph versus a concentração de sulfato de alumínio. Pode-se observar a eficiência do aparelho Jar Test na simulação do tratamento de águas. Após a repetição do experimento, os resultados mais satisfatórios foram observados nas amostras que continham 20 mg/l de Al 2 (SO 4 ) 3. No caso da turbidez foram atingidos os menores valores, enquanto que no ph houve a aproximação do ph neutro. As figuras 4 a 9 representam as etapas executadas nos experimentos. Após separar cada amostra de água bruta sintética (água potável + carvão ativado), preparava-se o polímero floculante (figura 3), media-se a solução de sulfato de alumínio (figura 4).

Figura 4 Dispersão do polímero floculante. Figura 5 Concentração do sulfato de alumínio. Na bancada do Laboratório de Saneamento da UFSM inicia-se o Jar Test com velocidade moderada, para homogeneizar a amostra de água bruta sintética (figura 6). Na figura 7 após adição do coagulante e floculante com de velocidade de agitação rápida a lenta, conforme a formação dos flocos. Figura 6 Início do teste de jarros, homogeneizar as amostras.

Figura 7 Formação dos flocos, após adicionar Al 2 (SO 4 ) 3 e polímero floculante. Na figura 8 vê-se os flocos formados na simulação do tratamento coagulaçãofloculação, seguido do processo de decantação. Antes de ocorrer a sedimentação as análise de turbidez (figura 9) e ph foram conduzidas. Figura 8 Término do teste de jarros, após parar a agitação. Figura 9 Análise de turbidez.

Após sanar as dificuldades iniciais, questões metodológicas e de termos técnicos no grupo de trabalho multidisciplinar, vê-se a importância de iniciativas e investimentos desta categoria. Assim como, o envolvimento de alunos de modalidades de Ensino distintas numa atividade prática, que é uma antecipação da vivência do Engenheiro Sanitarista e Ambiental, na pesquisa aplicada no tratamento de água. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em síntese realizou-se as atividades propostas: de estudos dirigidos, a preparação da amostra de água bruta sintética, das soluções de coagulante e floculante e a simulação propriamente dita do tratamento de águas, partindo do Jar Test e análises de turbidez e ph. Sobretudo a transferência do saber científico entre o grupo de trabalho, a divulgação da redação técnica, e o fortalecimento das relações de cooperação, vem a somar num processo de ensino-aprendizagem de excelência; contribuindo à formação de engenheiros. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APHA (American Public Health Association), 2001. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. Washington, DC: APHA. MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA Nº 2.914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011. Dispõe sobre os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html Acesso em 15 de junho de 2014.

TRAINING OF FUTURE'S ENGINEERS THROUGH APPLIED RESEARCH IN WATER TREATMENT Abstract: In the project added up students from different modalities teaching and teachers of different careers, forming a multidisciplinary working group. A partnership between the Industrial Technical College in Santa Maria and the course of Sanitary and Environmental Engineering UFSM. Even against limitations, treated such an important item and yet so simple from the great complexity of the area of Water Resources and Environmental Sanitation. So important, because the team on this project can apply concepts that transited by teaching modalities, namely, from the Chemistry in calculating the concentrations, the notions of Statistics in the rejoinders of the samples, the use of spreadsheets and charts, in addition of the routine of laboratory Sanitation UFSM, the proper handling of equipment and reagents, in the applications of Sanitary and Environmental Engineering, which is the water treatment. The study of coagulation-flocculation process amounts to practice done in a Water Treatment Plant, as seeing didactically in laboratory, seeking to integrate theoretical knowledge and arouse interest in the area forming future scientists, contributing to dissemination of course Sanitary and Environmental engineering. Key-words: teaching, engineering, sanitation.