A Economia Verde: Subsídios e leis para o desenvolvimento da sustentabilidade na economia



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Transcrição:

A Economia Verde: Subsídios e leis para o desenvolvimento da sustentabilidade na economia 3º Painel apresentado no 32º Forum de Debates Brasilianas.org em São Paulo-SP no Auditório do Hotel Blue Tree Premium, situado na R. Peixoto Gomide N. 707, Cerqueira César [13:00/13:30 h]. Prof. Dr. Cleuler Barbosa das Neves (UFG) São Paulo, 29 de outubro de 2012 [seg.]. Ir p/ primeira página

Questões zetéticas: 1) O que é sustentabilidade? 2) É certo o Estado fomentar ou financiar práticas consideradas sustentáveis? E pagar por serviços ambientais (PSA)? 3) O que é racionalidade? Em que consiste o uso racional dos recursos naturais? Questões dogmáticas: 1) Como vincular receitas públicas a despesas destinadas ao fomento ou financiamento de atividades sustentáveis? 2) Como proteger e conservar com eficácia os recursos naturais (a água, o solo, a biodiversidade, o ar)?

Ciclo Hidrológico lento e rápido: dinâmica interna e externa Decifrando a Terra, p. 115.

Distribuição das águas na terra Águas doces no Brasil, p. 693.

Fluxos e reservas de água globais Hidrologia, p.40.

Relação necessária das águas superficiais c/as subterrâneas Fonte: TEIXEIRA et. al. (Org.), Decifrando a Terra, 2001, p. 124.

Quadro 17 - Áreas das APP s na alta bacia do João Leite segundo o critério dos topos de morro curva de nível 2/3 convergente (pela linha de ruptura do relevo do morro) e a aplicação sistemática de todos os demais critérios Áreas (ha) % Borda s de Tabuleiro 135,96 0,664 Escarpas em Cumeada 95,12 0,464 Linhas de Cumeada (Morros) 353,07 1,724 Faixas de Drenagem 1418,73 6,927 Faixas das Ma ssa s d'água 78,85 0,385 Raios da s na scente s 167,19 0,816 Morros ou Conjunto de Morros 1949,42 9,517 Sub-total 4198,34 20,497 Fora das APP s 16284,19 79,503 Total 20482,53 100,000

Área e porcentagem ocupada por cada uma das oitos classes de APP identificadas na bacia do ribeirão João Leite. APP s delimitadas Área (ha) % da bacia Área da bacia fora de APP s 63.014,66 81,75 Topos de morros 6.807,51 8,83 Faixa de drenagens (30 metros) 4.330,05 5,62 Linhas de cumeadas (morros) 1.060,29 1,38 Faixa de massas d água (50 metros) 532,35 0,69 18,25% Faixa de drenagens (50 metros) 422,30 0,55 Faixa de nascentes (50 metros) 370,31 0,48 Linhas de cumeadas (escarpas) 277,67 0,36 Bordas de tabuleiro 268,86 0,35 BACIA DO JOÃO LEITE 77.084,00 100,00

Área e porcentagem de uso e remanescentes de vegetação nativa (não uso) sobre as classes de APP s da bacia do ribeirão João Leite. Classes Áreas de Remanescent es (ha) Áreas de Remanesce ntes (%) Áreas de uso (ha) Áreas de uso (%) Total de Áreas das APP's (ha.) Topos de morros 3.304,02 48,5349 3.503,49 51,4651 6.807,51 Faixa de drenagens (30 m) 1.208,31 27,9054 3.121,74 72,0946 4.330,05 Linhas de cumeadas (morros) 393,28 37,0918 667,01 62,9080 1.060,29 Faixa de massas d'água (50 m) 48,31 09,0751 484,04 90,9249 532,35 Faixa de drenagens (50 m) 120,90 28,6289 301,40 71,3709 422,30 Faixa de nascentes (50 m) 106,95 28,8812 263,36 71,1188 370,31 Linhas de cumeadas (escarpas) 101,82 36,6700 175,85 63,3300 277,67 Bordas de tabuleiro 52,86 19,6629 216,00 80,3371 268,86 Uso = 62,07% x Área Tota APP s

26,82% Classes de App's Area (ha) % Linhas de Cumeadas 209,609 1,21 Faixas de 30 metros de Drenagens 1124,156 6,48 Faixas de 50 metros de Drenagens 10,218 0,06 Escarpas 31,219 0,18 Fora de App's 12704,643 73,18 50 metros de massas d'água 70,338 0,41 Topos de Morros 3102,352 17,87 50 metros de nascentes 88,907 0,51 Recuo de 100 metros de tabuleiros 18,184 0,1 Classes Áreas de Remanescentes (%) Áreas de uso (%) Total de Áreas das APP's (ha.) Uso = 22,85% x A Total APP Topos de morros 80,67 19,33 3102,352 Faixa de drenagens (30 m) 68,08 31,92 1124,156 Linhas de cumeadas (morros) 94,05 5,95 209,609 Faixa de massas d'água (50 m) 41,64 58,36 70,338 Faixa de drenagens (50 m) 49,52 50,48 10,218 Faixa de nascentes (50 m) 86,00 14,00 88,907 Linhas de cumeadas (escarpas) 95,80 4,20 31,219 Bordas de tabuleiro 74,26 25,74 18,184

RESULTADOS 1 Extrapolando dados da BH João Leite: 18,25% APP+20%RL+3%(U)=41,25% 100%-41,25%=58,75% área aproveitável total 2 GO = 34,69 mi ha 58,75% x 34,69 = 20,4 mi ha aproveitáveis 3 FAEG: GO = 25,6 mi ha ocupados (A. A.) Δ = 20,4-25,6 = - 5,2 mi ha 4 Extrapolando dados da BH Rib. Extrema: 26,82% APP+20%RL+3%(U)=49,82% 100%-49,82%=50,18% área aproveitável total 17,4 mi ha Δ = - 8,2 mi ha

FONTE MATERIAL Há um fato natural que não pode ser menosprezado: A gravidade e o solo como reservatório d água (fluxo subsuperficial lento da água de subsolo que abastece os mananciais)!

DILEMA 1 Qual o modelo de imóvel agrário que queremos para o Brasil??? Produtivo conservacionista e preservacionista ( resto do mundo)??? 2 A preservação (e a conservação) de topos de morro pode influenciar nos regimes de qualidade e de quantidade de água doce de superfície e de subsuperfície que teremos no Brasil ao longo deste século XXI??? 3 É concebível o uso autorizado das escarpas (topos de morro; bordas tabuleiros) para culturas como maçã, café, uva e outras??? AUR!!!

DILEMA 4 A segurança alimentar das presentes gerações já estaria ameaçando a das futuras??? 5 A produção agrária goiana das presentes gerações já estaria ameaçando a das futuras??? 6 Em GO há, em tese, espaço agrário suficiente para produção agrária sustentada, i. e., que cumpra a função social do imóvel agrário??? Localmente, porém, verifica-se uso indevido das APP s, que se mostrou mais acentuado nas BH localizadas nas proximidades dos maiores aglomerados urbanos!!!

CONCLUSÃO 1 Há uma relevante fonte material (fato) para prosseguirmos com e ampliarmos a preservação dos topos de morros e escarpas(recarga freático); 3 A sobreposição de APP e RL deveria obedecer a limites percentuais máximos (ex. 50% ou 40%); 4 A concepção do uso restrito de APP s (ex. uva e maçã nas escarpas) deve ser considerada (autorização); AUR!!! 5 O mecanismo do PSA tem de ser adotado para os que preservam efetivamente as APP s.

CONCLUSÃO 6 A questão que desponta no horizonte é: como decidir conflitos de interesses difusos entre gerações presentes e futuras? 7 Esperamos, melhor, é preciso que estejamos preparados para esse desafio presente!!!!!!!!!!!!!!