GABARITO SIMULADO WEB 1 PADRÃO DE RESPOSTA - PEÇA PROFISSIONAL Deu-se início, no ano de 2014, à construção de um grande empreendimento imobiliário no Município de São Luiz, no Maranhão, pela Construtora Ruirá, em área de relevante interesse ambiental. Depois de realizada a etapa inicial de terraplanagem do terreno, começou efetivamente a construção da parte estrutural do empreendimento. Todavia, nesse ínterim, descobriu-se que não foi feito prévio estudo de impacto ambiental (EIA/RIMA), a fim de avaliar qual o impacto ambiental que o empreendimento pode gerar, principalmente por se tratar de refinaria de petróleo, atividade comumente lesiva ao meio ambiente. Na qualidade de advogado da Associação dos Amigos de São Luiz, voltada à defesa do patrimônio histórico, cultural, paisagístico e ambiental da cidade há mais de cinco anos, redija a peça cabível ao tema, observando: a) competência do Juízo; b) legitimidade ativa e passiva; c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; d) os requisitos formais da peça inaugural. Discursiva - Direito Constitucional AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE LIMINAR Item 1: Competência e endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO LUIZ MA Item 2: Legitimidade ativa: Associação dos Amigos de São Luiz Item 3: Legitimidade passiva: Construtora Ruirá Item 4: Fundamentação: dever de que se faça o prévio estudo de impacto ambiental para se iniciar obra de construção de refinaria de petróleo (art. 225, 1º da CF/88). de 0/0,5/1,0 0/0,25 0/0,25 0/1,0 Atendiment o ao Quesito 1
Item 5: Postulação procedência do pedido impondo-se obrigação de não fazer à construtora (não construir) enquanto o EIA/RIMA não tiver sido realizado e avaliado pelo Município, regularizando-se a construção do empreendimento. (art. 3º, Lei nº 7.347/1985) Item 6: Pedido liminar A concessão de medida liminar, inaudita altera pars, para determinar a paralisação da construção, dado o vício informado e o periculum in mora patente (art. 12, Lei nº 7.347/1985). 0/0, 5/1,0 0/0,5 Item 7: A intimação do Ministério Público para atuar como custos legis (art. 5º, 1º, Lei nº 7.347/1985). 0/0,5 Item 8: A citação do réu para, querendo, apresentar defesa em 15 (quinze) dias. 0/0,20 Item 9: Condenação do Réu nos encargos sucumbenciais (art. 20, CPC). 0/0,15 Item 10: Valor da causa R$ 1.000,00 ou R$..., para meros efeitos fiscais. 0/0,15 Nota na Discursiva - Direito Constitucional - Peça PADRÃO DE RESPOSTA - QUESTÃO 1 O Presidente, o Vice-Presidente e o relator de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, após minuciosa análise de documentos referentes a um dos investigados, decidiram, por unanimidade, determinar, com a finalidade de aprofundar a investigação, a quebra do sigilo bancário e fiscal desse investigado. A decisão unânime e fundamentada de três dos 15 integrantes da Comissão é válida? Explique. Discursiva Direito Constitucional Questão 01 De Item 1: Não. Houve violação ao princípio da colegialidade. Por força desse princípio a validade das deliberações das comissões está condicionada à manifestação da maioria absoluta de seus membros. Três integrantes não podem decidir sozinhos. Item 2: CPI pode determinar a quebra de sigilo bancário e fiscal. Também poderia determinar a quebra do sigilo telefônico (mas não a interceptação telefônica, pois é medida que somente o magistrado pode determinar, art. 5, XII, CF/88). 2 0 / 0,50/0,75 0 / 0,50
Nota na Discursiva Direito Constitucional Questão 1 PADRÃO DE RESPOSTA - QUESTÃO 2 Em determinado Município, no curso de inquérito policial contra o Prefeito municipal pela prática de um crime comum, ao elaborar representação para prisão preventiva, o delegado se depara com preceito na Lei Orgânica Municipal que estipula ser o Prefeito insuscetível de prisão, nas infrações penais comuns, enquanto não sobrevier sentença condenatória. Discorra sobre a constitucionalidade do preceito, indicando o órgão competente e a ação adequada para sua impugnação. Discursiva Direito Constitucional Questão 02 De Item 1: O preceito na Lei Orgânica Municipal que estipula ser o Prefeito insuscetível de prisão é inconstitucional, a Lei Orgânica dos Municípios não dispõem de competência para outorgar ao Prefeito a prerrogativa extraordinária da imunidade às prisões em flagrante, preventiva e 0 / 0,5 temporária, pois esta prerrogativa somente existe para o Presidente da República enquanto chefe de Estado. Item 2: A prerrogativa concedida ao Presidente da República no art. 86, 3º, da CF/88, não se estende aos Prefeitos, pois a prerrogativa contemplada nesse preceito da Lei Fundamental, existe apenas para o 0 / 0,25 Presidente da República, como Chefe de Estado. Item 3: No caso em tela, o dispositivo pode ser impugnado por meio de uma ADPF a ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal, tendo como 0 / 0,5 parâmetro a Constituição Federal. Nota na Discursiva Direito Constitucional Questão 2 PADRÃO DE RESPOSTA - QUESTÃO 3 O Procurador Geral da República ofereceu denúncia no STF contra Mévio, brasileiro, casado, Deputado Federal, pela suposta prática do crime de homicídio doloso, praticado em meados de Abril do ano de 2014, último ano de mandato deste Parlamentar, posteriormente reeleito para a legislatura 2015-2018. Por atender às especificidades da legislação processual penal, a denúncia foi recebida no STF em 07.04.2015. A defesa de Mévio, em resposta escrita à acusação, alegou a incompetência do STF, pois: O STF não pode proceder ao julgamento de Mévio sem antes obter a licença da Câmara dos Deputados; 3
A competência para julgar crimes dolosos contra à vida é do Tribunal do Júri, não do STF. Cogitou-se, ainda, da possibilidade de a Câmara dos Deputados sustar o andamento da ação penal. Considerando a situação hipotética acima narrada, responda, à luz da jurisprudência do STF: A) Está correta a preliminar de incompetência do STF para julgar o crime doloso contra a vida? B) Há necessidade de prévia autorização da Casa Legislativa, na hipótese? Justifique. C) A renúncia ao mandato eletivo impediria o julgamento da Ação Penal pelo STF? Como tem se posicionado o STF a respeito? Discursiva Direito Constitucional Questão 03 De A)Não. A norma contida no art. 5º, XXXVIII, da Constituição Federal, que garante a instituição do júri, cede diante do disposto no art. 102, I, b, da Lei Maior, definidor da competência do Supremo Tribunal 0/0,50 Federal, dada a especialidade deste último, e os crimes dolosos contra a vida estão abarcados pelo conceito de crimes comuns. Portanto, é o STF o foro competente para o julgamento dos parlamentares federais. B)Não. A EC nº 35/2001, que introduziu o 3º no art. 53 da CF/88, suprimiu, para efeito de prosseguimento da persecutio criminis, a 0/0,25 necessidade de licença parlamentar. C)A renúncia ao cargo eletivo em regra impede o julgamento da ação penal pelo STF (art. 55, 4º, CF/88), afinal o foro especial vai da diplomação até o fim do mandato. Com a renúncia temos o encerramento do mandato, logo temos o fim do foro especial. Todavia, temos na jurisprudência do STF um caso em que o 0/0,50 parlamentar renunciou na véspera do julgamento, com a clara pretensão de fraudar à lei, abusar do direito, e prolongar o processo nas instâncias ordinárias para alcançar a prescrição. Neste caso o STF concluiu que a renúncia era abusiva e seguiu no julgamento. Nota na Discursiva Direito Constitucional Questão 3 PADRÃO DE RESPOSTA - QUESTÃO 4 É vedada a ampliação da atuação de CPI para além da finalidade para a qual ela tenha sido criada, ainda que sejam descobertos elementos novos não previstos originariamente no ato de instauração dessa CPI? Liste três medidas que a CPI não pode adotar e outras três que ela pode. 4
Discursiva Direito Constitucional Questão 04 De Não. A circunstância de a CPI somente poder apurar fato determinado não impede a ampliação do objeto de investigação. Os fatos imprevistos, 0 / 0,65 não discriminados no requerimento de criação da comissão já em ação, devem ser conexos com objeto principal da investigação. CPI NÃO pode: I) determinar busca e apreensão domiciliar; II) determinar prisão, salvo em flagrante delito; III) decretar medidas cautelares; IV) anular atos de qualquer outro Poder da República; V) convocar magistrado para investigar sua atuação jurisdicional; VI) subverter, revogar, cassar ou alterar decisões jurisdicionais; VII) CPIs 0 / 0,30 instaladas em âmbito nacional não podem investigar fatos cujo interesse seja marcadamente estadual ou local; VIII) determinar quebra de sigilo das comunicações telefônicas (interceptação telefônica). (O aluno deve listar pelo menos três). CPI PODE: I) promover a oitiva de indiciados, testemunhas e autoridades; II) determinar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e de dados (inclusive o telefônico); III) decretar buscas e apreensões que não sejam domiciliares; IV) requisitar diligências (acareação, auditorias, 0 / 0,30 análises contábeis, coleta de provas, exames grafotécnicos, reconhecimento de pessoas e coisas). (O aluno deve listar pelo menos três). Nota na Discursiva Direito Constitucional Questão 4 5