Avaliação de dois testes rápidos imunocromatográficos em dengue 4



Documentos relacionados
DESEMPENHO COMPARATIVO DO KIT DE TESTE RÁPIDO ASSURE DENGUE IGA COM O KIT DE TESTE RÁPIDO DENGUE IGM/IGG NA DETECÇAO AGUDA DA DENGUE.

Palavras- chave: Vigilância epidemiológica, Dengue, Enfermagem

Dengue NS1 Antígeno: Uma Nova Abordagem Diagnóstica

Lílian Maria Lapa Montenegro Departamento de Imunologia Laboratório rio de Imunoepidemiologia

Nara Rubia Borges da Silva Vitória Maria Lobato Paes

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho

Comentários sobre os Indicadores de Morbidade e Fatores de Risco até 2006

Informe Epidemiológico CHIKUNGUNYA N O 03 Atualizado em , às 11h.

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA Secretaria da Saúde do Estado da Bahia Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde

Instruções gerais para o preenchimento do formulário

Regulamenta o uso de testes rápidos para diagnóstico da infecção pelo HIV em situações especiais.

OS CAMINHOS DA FEBRE AMARELA NO TEMPO E NO ESPAÇO

TEXTO BÁSICO PARA SUBSIDIAR TRABALHOS EDUCATIVOS NA SEMANA DE COMBATE À DENGUE 1

SUMÁRIO 1. RESUMO EXECUTIVO CONTEXTUALIZAÇÃO CONCLUSÕES PERGUNTA ESTRUTURADA CONTEXTUALIZAÇÃO(1)...

Dengue: situação epidemiológica e estratégias de preparação para 2014

Seção 2/E Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem

PALAVRAS-CHAVE: Mortalidade Infantil. Epidemiologia dos Serviços de Saúde. Causas de Morte.

Proposta de Lei n.º 189/XII

GUIA DE ARGUMENTOS DE VENDAS

Aos bioquímicos, técnicos de laboratório e estagiários do setor de imunologia e hematologia.

AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM DENGUE NA REDE MUNICIPAL DE SAÚDE DE DOURADOS/MS Fernanda de Brito Moreira bolsista UEMS 1

OBSERVAÇÃO DOS CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DA POPULAÇÃO, DE UMA MICROÁREA DE UM BAIRRO DO RECIFE-PE SOBRE DENGUE

Nota Técnica N.º 29 /14 Recife, 09 de outubro de Assunto: Notificação dos casos suspeitos da Febre Chikungunya

Modelo de Plano de Ação

FARMACOECONOMIA E NOVAS EXIGÊNCIAS REGULATÓRIAS. Denizar Vianna

INDICAÇÕES BIOEASY. Segue em anexo algumas indicações e dicas quanto à utilização dos Kits de Diagnóstico Rápido Bioeasy Linha Veterinária

QUALIDADE NO REPROCESSAMENTO DE ARTIGOS PELO VAPOR SATURADO SOB PRESSÃO. Unidade Acadêmica: Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva - NESC/UFG

GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO SERVIÇO DE SAÚDE COMUNITÁRIA APOIO TÉCNICO EM MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

ANS Longevidade - Custo ou Oportunidade. Modelos de Cuidados à Saúde do Idoso Rio de Janeiro/RJ 25/09/2014

PROJETO DE LEI N.º 605, DE 2015 (Do Sr. Lobbe Neto)

TESTES RÁPIDOS: CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA SEU USO COM ÊNFASE NA INDICAÇÃO DE TERAPIA ANTI-RETROVIRAL EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA

PREVALÊNCIA DE MULHERES QUE REALIZARAM MAMOGRAFIA EM TRÊS UNIDADES DE SAÚDE DECRUZ ALTA - RS

Por que esses números são inaceitáveis?

EDITAL SENAI SESI DE INOVAÇÃO. Caráter inovador projeto cujo escopo ainda não possui. Complexidade das tecnologias critério de avaliação que

TERMO DE REFERÊNCIA (TR) GAUD VAGA

Mapas de Rotas Tecnológicas Roadmaps Conceitos, Tipos e Etapas de Elaboração. LELIO FELLOWS FILHO 05 de julho de 2007

NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS ENFERMEIROS SOBRE A SAÚDE DO HOMEM NO MUNICÍPIO DE CAJAZEIRAS-PB.

como ferramenta de análise de informações no mercado de saúde: o caso da Unimed-BH Ana Paula Franco Viegas Pereira

Tecnologia em Gestão Pública Desenvolvimento de Projetos - Aula 9 Prof. Rafael Roesler

Programa Nacional de Controle da Dengue - PNCD PLANO DE CONTINGÊNCIA AREA DA ASSISTÊNCIA

TÍTULO:A NECESSIDADE DE CONSCIENTIZAÇÃO NA LUTA CONTRA A DENGUE.

A doença meningocócica na região de Sorocaba, São Paulo, Brasil, no período de 1999 a 2008

PROJETO NOVAS FRONTEIRAS. Descrição dos processos de gerenciamento da qualidade

Gerenciamento de software como ativo de automação industrial

Secretaria Municipal de Saúde. Atualização - Dengue. Situação epidemiológica e manejo clínico

ATUALIZAÇÃO EM FERIDAS CUTÂNEAS E CURATIVOS

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

Perguntas e Respostas: Protocolo HVTN 910

Biossegurança em Unidades Primárias de Saúde. IV Encontro Nacional de Tuberculose

TEMA: Uso de Insulina Humalog ou Novorapid (aspart) ou Apidra (glulisina) no tratamento do diabetes mellitus

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO

RESPOSTA RÁPIDA 219/2014 Insulina Glargina (Lantus ) e tiras reagentes

METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE DO MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI

IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA UFMG

CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DE DEFESA DA SAÚDE CESAU

RELATÓRIO SOBRE O CADASTRAMENTO DAS COORDENAÇÕES MUNICIPAIS DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR - CMCIH 2010/2012

DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE NA LINGUAGEM R PARA CÁLCULO DE TAMANHOS DE AMOSTRAS NA ÁREA DE SAÚDE

HIV em gestantes: garantindo a acurácia diagnóstica. Dra Ester Sabino Fundação Pró-Sangue/ Hemocentro de São Paulo Diagnósticos da América

GESTÃO DE PROJETOS PARA A INOVAÇÃO

Termo de Abertura do Projeto TAP PJSETIN NOC Network Operation Center (Centro de Operação

ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS PROGRAMAS DE APOIO ÀS PMEs NO BRASIL Resumo Executivo PARA BAIXAR A AVALIAÇÃO COMPLETA:

Tipos virais, aspectos clínicos e epidemiológicos da dengue

PRESTAÇÃO DE CONTAS JUN/2013

Humberto Brito R3 CCP

DIMENSÕES DO TRABAHO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE: O ENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÕES DE TRABALHO PRECOCE

Programa de Acreditação Internacional. Gestão da Qualidade e Segurança

Decreto de 28/06/ Resumo -

Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça. Oportunidades Iguais. Respeito às Diferenças.

INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS A ATENÇÃO PRIMÁRIA EM DOIS SERVIÇOS DE SAÚDE PÚBLICA DE MARINGÁ-PR

EPIDEMIOLOGIA. CONCEITOS EPIDÊMICOS Professor Esp. André Luís Souza Stella

TITULO: TEMPO DE PERMANÊNCIA E MORTALIDADE HOSPITALAR COMPARAÇÃO ENTRE HOSPITAIS PÚBLICOS E PRIVADOS

UNIDADE DE PESQUISA CLÍNICA Centro de Medicina Reprodutiva Dr Carlos Isaia Filho Ltda.

Controle do Aedes aegypti e ações intersetoriais

O CUIDADO PRESTADO AO PACIENTE ONCOLÓGICO PELA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos. "Uma arma verdadeiramente competitiva"

Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais

PROCESSO DE TRABALHO GERENCIAL: ARTICULAÇÃO DA DIMENSÃO ASSISTENCIAL E GERENCIAL, ATRAVÉS DO INSTRUMENTO PROCESSO DE ENFERMAGEM.

GARANTIA DA QUALIDADE DE SOFTWARE

Introdução Concordância de óbitos por dengue, Brasil 2000 a 2005

SISTEMAS DE GESTÃO São Paulo, Janeiro de 2005

Arthropod-borne vírus Mosquitos e carrapatos Diferentes famílias de vírus. Togaviridae Bunyaviridae Flaviviridae. Arboviroses

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA PREFEITURA DE JUIZ FORA SECRETARIA DE SAÚDE PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO PARA A SAÚDE PET SAÚDE

Formulário de Apresentação de Proposta - TECNOVA PB

NOTA TÉCNICA Nº02/2015 SUVIGE/CPS/SESAP/RN. Assunto: Atualização sobre doença não esclarecida com exantema

PROPOSTA PARA CASAS DE APOIO PARA ADULTOS QUE VIVEM COM HIV/AIDS - ESTADO DE SANTA CATARINA

O papel do enfermeiro na relação custo benefício no tratamento de feridas

Diagnóstico Laboratorial de Chikungunya

Radiology: Volume 274: Number 2 February Amélia Estevão

Zika virus (ZIKV) Dra. Viviane Dias Infectologista XX Jornada APARCIH 27 e 28 Novembro 2015

O CUIDADO QUE FAZ A DIFERENÇA

PROPOSTA DE UM MODELO DE IMPLANTAÇÃO DA REGULAÇÃO ONCOLÓGICA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Dra. Daiane da Silva Oliveira

DOENÇA FALCIFORME: AÇÕES EDUCATIVAS REALIZADAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE MINAS GERAIS. Ruth Santos Fontes Silva

Unidade III GESTÃO EMPRESARIAL. Prof. Roberto Almeida

SISTEMA INFORMATIZADO PARA GERENCIAMENTO DA PRODUÇÃO E QUALIDADE DA MADEIRA EM SERRARIAS

Briefing. Boletim Epidemiológico 2010

Programa de Desenvolvimento Local PRODEL. Programa de Extensão Institucional

Plano de Qualificação das Linhas de Cuidados da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis nos Estados do Semiárido e Amazônia Legal

Transcrição:

Avaliação de dois testes rápidos imunocromatográficos em dengue 4 Verónica Elizabeth Mata 1; Sibelle Nogueira Buonora 2; Diana Rodrigues 3; Cynthia Meirelles Viera 4; Fernanda Moises Quintela 5; Carlos Augusto Ferreira de Andrade 6; Rita Maria Nogueira 7 e Sônia Regina Lambert Passos 8. RESUMO Justificativa: O dengue é uma doença viral que se assemelha a outras doenças febris agudas e apresenta um amplo espectro de manifestações variando em gravidade desde casos assintomáticos até casos fatais. A identificação e manejo precoce dos casos de dengue constitui um desafio para os sistemas de saúde que visam evitar óbitos e reduzir custos. O diagnóstico de certeza envolve o isolamento e caracterização viral cuja execução é cara e demorada. Neste contexto, diferentes testes rápidos imunocromatográficos para detecção do antígeno não-estrutural 1 (NS1) vêm sendo disponibilizados no mercado. Trata-se de um método laboratorial simples possível de ser executado no local de atendimento, com duração de 15 a 30 minutos. O desempenho nos sorotipos 1, 2 e 3 evidenciou moderada sensibilidade e baixa especificidade, entretanto em estudos com pequeno tamanho amostral. Faltam ainda avaliações em cenário de dengue 4. Objetivo: Comparar o desempenho dos testes Dengue NS1 Bioeasy e Dengue NS1Ag Strip (Bio-Rad ), utilizando como padrão de referência o Reverse Trancriptase Polimerase Chain Reaction (RT-PCR) para dengue 4 em pacientes atendidos em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Métodos: Estudo seccional diagnóstico em 360 adultos com febre até três dias, sem evidências de focos infecciosos, atendidos em período epidêmico de 2013 em uma UPA do Rio de Janeiro. As amostras séricas foram caracterizadas no Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz através de sorotipagem pelo método RT-PCR e os testes imunocromatográficos. Foram calculados parâmetros de acurácia com respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%): sensibilidade (S), especificidade (E), valores preditivos positivo e negativo (VPP e VPN) e razões de verossimilhança positiva (RV+) e negativa (RV-) com o software MedCalc 12.7.7. Foram calculados custos diretos da implementação dos testes e uma árvore de decisão foi elaborada com o software TreeAge. Resultados: A prevalência de dengue 4 foi 42,8% (n=154 casos). O teste NS1 Bioeasy comparado ao NS1 Ag Strip (Bio-Rad ) foi mais sensível (S= 44,2% e 16,6%); com E = 97,1% e 99,0%; e poder diagnóstico elevado, RV+ 15,2 e 15,9, porém com baixa capacidade de detectar os verdadeiros sadios, RV- 0,6 e 0,8. Os valores preditivos foram elevados e semelhantes: VPP 92,2% e 92,6% e VPN 69,9% e 60,1%. O custo do teste NS1 Bioeasy foi de R$28,28 e o do NS1 Ag Strip (Bio-Rad ) de R$13,06. Conclusões: Ambos os testes necessitam aprimoramento para o diagnóstico do dengue tipo 4, uma vez que apresentam resultados falsos negativos variando de 55,8 a 83,4% o que resultaria em alta equivocada de doentes sem orientação adequada. O teste Bioeasy foi melhor no que tange ao desempenho e também foi mais custo-efetivo, embora o custo direto seja duas vezes maior. Recomendamos que sejam realizados mais estudos de custo-efetividade, considerando não apenas os custos da implementação dos testes, mas também aqueles relacionados ao processo natural da doença.

Palavras-chave: Dengue; Sensibilidade e Especificidade; Avaliação de Custo- Efetividade. 1 Doutoranda Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas Instituto Nacional de Infectologia INI/FIOCRUZ. E-mail: veronica.elizabeth.mata@gmail.com. 2 Doutoranda Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas Instituto Nacional de Infectologia INI/FIOCRUZ. 3 Bolsista iniciação científica CNPq. Laboratório de Epidemiologia Clínica/FIOCRUZ. 4 Bolsistas CNPq DTI B e ITI A. Laboratório de Epidemiologia Clínica/FIOCRUZ. 5 Bolsista iniciação científica CNPq Laboratório de Epidemiologia Clínica/ FIOCRUZ. 6 Pesquisador associado em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz FIOCRUZ. 7 Pesquisadora Titular Instituo Oswaldo Cruz IOC Laboratório de Flavivírus. 8 Pesquisadora Titular em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz INI /FIOCRUZ Laboratório de Epidemiologia Clínica.

INTRODUÇÃO O dengue é uma doença viral aguda transmitida por mosquitos Aedes, principalmente o A. Aegypti. O vírus da dengue consiste em um flavivírus carreado por artrópodes com quatro sorotipos distintos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Estes constituem um complexo antigênico do gênero flavivírus da família Flaviviridae. Infecções por um destes sorotipos induzem imunidade ao longo da vida contra o mesmo sorotipo, mas apenas proteção parcial e transiente contra infecções causadas pelos outros sorotipos (1). O Brasil apresenta 80% dos casos de dengue no hemisfério ocidental. É o país com o maior número de casos de dengue no mundo, onde atualmente circulam os quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) (2), (3), com mais de três milhões de notificações no período de 2000 a 2004 (4). A doença foi descrita pela primeira vez no Estado do Rio de Janeiro (RJ) em 1986, (5), (6). Entre 2001 e 2002, ocorreu uma grave epidemia (7), devida principalmente ao sorotipo DENV-3, sendo então associado às formas graves da doença, com 1.735 casos a cada 100.000 habitantes no Estado do Rio de Janeiro e óbitos com letalidade de 3,15/10.000 habitantes (8). Em 2007-2008 houve outra epidemia (9), mais grave em crianças (10), associada ao sorotipo DENV-2, com índice de letalidade de 9,4/10.000 habitantes. Finalmente, em 2010 (11) houve a introdução do DENV-4 no Rio de Janeiro. As infecções causadas pelo vírus da dengue apresentam um amplo espectro que variam em gravidade, desde casos assintomáticos até outros que podem levar à morte (12). Neste sentido, a confirmação laboratorial precoce torna-se fundamental no auxílio ao diagnóstico clínico, visando evitar óbitos e reduzir os custos com tratamentos inadequados (13). Os principais exames laboratoriais para o diagnóstico do dengue são a pesquisa do antígeno não estrutural 1 (NS1), a cultura viral, a pesquisa do RNA viral e as sorologias pareadas IgM/IgG. Geralmente, o padrão de referência é a Reverse Transcription Polymerase Chain Reaction (RT-PCR) e a cultura viral ou a combinação de ambos. Para fins de diagnóstico exequível a tempo para interferir na conduta do médico, a pesquisa do NS1 e as sorologias IgM/IgG são os mais recomendados (14), (15). Neste contexto, os testes rápidos imunocromatográficos para detecção do NS1 são apontados como um método laboratorial simples e útil na identificação precoce

desta doença. Exemplos destes testes são o Dengue NS1 (Bioeasy ) e o Dengue NS1 Ag Strip (Bio-Rad ) que requerem pouca expertise e infraestrutura. Um estudo que avaliou o teste Dengue NS1 (Bioeasy ) mostrou sensibilidade (S) de 62%, porém a especificidade (E) não pode ser calculada devido ao pequeno tamanho amostral, além de não especificar os tipos sorológicos testados (16). Outro estudo (n= 151) com o Dengue NS1 Ag Strip (Bio-Rad ) obteve S= 61,6%, E= 100%, valores preditivos positivo (VPP) de 100% e negativo (VPN) de 33,3%, em uma amostra com os sorotipos 1, 2 e 3 (17). Estes dados indicam a necessidade de novos estudos com amostras maiores, que avaliem o desempenho destes testes em todos sorotipos circulantes para auxiliar aos tomadores de decisão quanto à sua implementação na rede pública. Isto porque podem contribuir com a melhora do diagnóstico tanto para manejo no estágio inicial, a detecção precoce de surtos, bem como a redução dos custos com tratamentos inadequados. Nas últimas décadas, a correta alocação dos recursos financeiros dos sistemas de saúde, tem se tornado um verdadeiro desafio devido ao incremento dos custos. Estes estão diretamente relacionados, entre outros, com o incremento da demanda dos serviços de saúde e com a incorporação de novas tecnologias; exigindo tratamentos mais complexos ou sofisticados, mão de obra qualificada e gerenciamento eficiente. (18), (19), (20), (21). A aquisição de novas tecnologias deve estar atrelada ao conhecimento de suas efetividades, segurança e custos de modo que o sistema de saúde possa garantir assistência ao maior número possível de usuários. Particularmente, a avaliação econômica em saúde visa realizar uma análise comparativa de duas ou mais alternativas que competem em termos de custos e resultados, permitindo decidir se o valor atribuído às mesmas justifica o investimento (22). No Brasil, estudos deste tipo não são frequentes, talvez por sua própria complexidade (23). Por exemplo, no âmbito do dengue são encontrados estudos sobre custos parciais, os quais mostram o valor financeiro da doença em detrimento de estudos mais detalhados que permitam uma escolha da melhor alternativa em termos de custos e resultados. Estudos de avaliação econômica podem auxiliar e justificar a escolha de novas tecnologias, permitindo a alocação eficiente dos recursos disponíveis, contribuindo com os princípios de universalidade e equidade do Sistema Único de Saúde (SUS) (18).

Este estudo tem por objetivo analisar a relação de custo-efetividade dos testes rápidos por imunocromatografia Dengue NS1 (Bioeasy ) e o Dengue NS1Ag Strip (Bio-Rad ) para o diagnóstico precoce do dengue tipo 4. JUSTIFICATIVA A vigilância ativa do dengue a partir de um sistema de informação de saúde bem estruturado é uma das estratégias prioritárias para o seu controle (14). No momento esta estratégia apresenta sensibilidade alta e especificidade baixa (24), (25), (26). O desenvolvimento recente de métodos rápidos de diagnóstico laboratorial (24), (27), (28), e sua testagem em cenários de epidemia dos sorotipos de dengue 1, 2 e 3 a sua disponibilidade ainda é restrita e a maioria dos diagnósticos em áreas endêmicas é baseada em critérios clínico-epidemiológicos inespecíficos. Deste modo, o desenvolvimento dos testes rápidos imunocromatográficos (TRI) representou um avanço importante. Diversos estudos compararam TRI de dengue com testes de referência, porém de uma maneira limitada, principalmente devido à multiplicidade sorotipos e de metodologias de avaliação utilizadas (12). Marcadamente, o Brasil é responsável por uma quantidade substancial dos casos de dengue, relatando uma incidência de 400,5/100 mil casos em 2011. O dengue é um problema de saúde pública prioritário no Brasil. (29) MÉTODO Delineamento Estudo seccional delineado para aferir testes diagnósticos segundo as diretrizes do guideline STARD (Standards for Reporting Studies of Diagnostic Accuracy) para estudos diagnósticos (30) e da Diretriz REBRATS para avaliação de equipamentos médicos assistenciais que utilizará a avaliação econômica através da análise de custoefetividade para determinar dentre os testes rápidos imunocromatográficos aqui avaliados (Dengue NS1 da empresa Bioeasy e Dengue NS1 Ag Strip da empresa Bio- Rad ), aquele que oferece melhor relação em termos de custo e efetividade. 1. Local de realização do estudo O estudo foi realizado em dois locais: a coleta das amostras foi realizada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) localizada no bairro Tijuca, administrada pela

Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro; e, o armazenamento e processamento das alíquotas de soro, no Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz - IOC, referência nacional para o diagnóstico e caracterização de vírus de dengue. 2. População fonte A população foi composta por pacientes adultos, com idade acima de 18 anos, de ambos os sexos, com síndrome febril aguda (febre < 3dias) que buscaram atendimento em 2013, espontaneamente, na UPA. 3. Critérios de elegibilidade (inclusão e exclusão) Os critérios de inclusão foram: pacientes de ambos os sexos que procuram a UPA por demanda espontânea com idade superior a 18 anos, apresentando febre ou história de febre por até 72 horas. Os critérios de exclusão: pacientes com foco infeccioso estabelecido ou com febre durando mais que 72 horas, ou que não aceitaram assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE. 4. Tamanho Amostral A amostra totalizou 360 alíquotas de soro humano, durante o período epidêmico de dengue no ano de 2013. 5. Seleção dos pacientes A seleção dos pacientes e coleta das amostras se deu a partir da demanda espontânea por atendimento médico na UPA Tijuca/RJ e obtido o TCLE daqueles que aceitaram participar. Precauções relativas ao anonimato de pacientes nos dados coletados foram tomadas segundo a resolução CNS 466/2012. Este estudo está vinculado ao projeto aprovado pelo Comité de Ética em Pesquisa do Instituto Nacional de Infectologia (CEP-INI) com registro CAAE 0066.0.009.000-11 segundo o parecer 016/2012 em 23 de março de 2012. O mesmo também conta com aprovação da Coordenação Geral das UPA s da Secretaria do Estado de Saúde e financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) via edital da Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias e Saúde (REBRATS).

6. Coleta das amostras Procedimentos As amostras foram coletadas em salas específicas de medicação por um enfermeiro e transportadas para processamento e análise por um biólogo ao Laboratório de Flavivírus - IOC para realização dos testes NS1 por imunocromatografia para dengue e sorotipagem pela metodologia de RT-PCR (padrão de referência). O processamento do material se deu a partir das Normas de Boas Práticas Laboratoriais. 7. Coleta dos custos e efetividade dos testes rápidos imunocromatográficos A medida de valoração dos custos diretos dos testes rápidos utilizados foi estimada a partir de orçamento solicitado aos laboratórios brasileiros fornecedores dos mesmos (Bioeasy e BioRad ) e expressos na unidade monetária real (R$). Para a implementação do teste dengue NS1 Ag Strip da empresa Bio-Rad foi necessário utilizar uma pipeta para a transferência do soro e um tubo de ensaio para promover a reação da microplaqueta imunocromatográfica. Estes custos foram acrescidos ao valor do test. A medida de efetividade foi o número de casos de dengue tipo 4 confirmados de cada teste com o padrão de referência RT-PCR. 8. Análise de Dados Para variáveis quantitativas foram descritas as frequências simples e medidas de dispersão, bem como comparadas as frequências. Foram calculadas as medidas de acurácia S, E, VPP, VPN e razão de verossimilhança positiva e negativa (RV+, RV-) dos TRI s com respectivos IC de 95% considerando o RT-PCR como padrão de referência. O software de entrada de dados foi Epidata 3.1 e a análise realizada nos softwares MedCalc 12.7 e Stata 13.0. Para a análise de custo-efetividade foi utilizado o modelo de análise árvore de decisão, através do software TreeAge Pro da TreeAge Software Inc., versão 2011. Tratase de uma técnica gráfica que descreve os componentes de um problema ou situação clínica, permitindo a comparação de duas ou mais alternativas tecnológicas através da ordenação e hierarquização das informações disponíveis sobre elas, auxiliando os tomadores de decisão quanto àquelas que oferecem maiores benefícios em saúde (22). Na árvore de decisão foram consideradas como medidas de probabilidade a sensibilidade e especificidade de cada teste e o seu complemento (1-sensibilidade e 1-

especificidade), figura 1. Figura 1 Árvore de decisão da avaliação econômica dos testes dengue NS1, Bioeasy e Ag Strip dengue NS1, BioRad. A análise de custo-efetividade foi dada pela razão incremental de custoefetividade (RICE), definida como a razão entre a diferença dos custos e a diferença das efetividades. O resultado expressa o custo por unidade de efetividade. O valor limite para considerar o teste como custo-efetivo foi o custo do teste mais caro, dentre os aqui estudados (Dengue NS1 da empresa Bioeasy ). RESULTADOS Foram analisadas alíquotas de soro de 360 pacientes com até três dias de febre, dos quais 54,9% eram do sexo feminino. A média de idade dos pacientes foi de 37 anos (dp 13,6). A prevalência de dengue quando usado o padrão de referência (RT-PCR) foi de 42, 8% (n= 154 casos), sendo a maioria dos casos de infecção secundária, Tabela 1.

Tabela 1 - Caraterísticas clínicas e demográficas. Dengue Não-dengue Número de pacientes * 42,8% (154/360) 57,2% (206/360) Idade em anos (média e desvio padrão) 37 anos (13,6) 37 anos (14) Sexo (M/F) (70/77) (82/108) Dias de febre (média e desvio padrão) 1,8 (+/-0,8) 1,8 (+/-0,8) Infecção primária 1,9% (7/360) 5,0% (18/360) Infecção secundária 35,6% (128/360) 51,1% (184/360) * Número de casos segundo o padrão-ouro (RT-PCR). Na avaliação diagnóstica do teste dengue NS1 (Bioeasy ) foram utilizadas 360 amostras de soro e para a do teste Ag Strip dengue NS1 (BioRad ) 343. Todas as amostras foram do sorotipo DENV-4, Figura 2. Figura 2 Fluxograma de seleção das amostras. O teste dengue NS1 (Bioeasy ) apresentou sensibilidade de 44,2% e especificidade de 97,1%. Por sua vez, o Ag Strip dengue NS1 (BioRad ) foi menos sensível que o outro teste avaliado (16,6%) e mais específico (99,0%) (Tabela 2). O NS1 (Bioeasy ) apresentou menor VPP e maior VPN que o teste Ag Strip dengue NS1 (BioRad ). Quando observadas as RV + e - foram mais elevadas para o teste Ag Strip dengue NS1 (BioRad ) (Tabela 2).

Tabela 2 Avaliação dos testes diagnósticos Dengue NS1 (Bioeasy ) e Ag Strip dengue NS1 (BioRad ). Dengue NS1 (Bioeasy ) Ag Strip dengue NS1 (BioRad ) Número de amostras 360 343 Casos positivos 18,9% (68/360) 7,3% (25/343) Sensibilidade (IC 95%) 44,2% (36,2-52,4) 16,6% (11,0-23,5) Especificidade (IC 95%) 97,1% (93,8-98,9) 99,0% (96,3-99,9) VPP * (IC 95%) 92,2% (83,2-97,0) 92,6% (75,7-99,1) VPN ** (IC 95%) 69,9% (64,3-75,3) 60,1% (54,5-65,6) RV+ *** (IC 95%) 15,2 (6,8-34) 15,9 (3,8-66,1) RV- **** (IC 95%) 0,6 (0,5-0,7) 0,8 (0,8-0,9) * VPP: Valor Preditivo Positivo. ** VPN: Valor Preditivo Negativo. *** RV+: Razão de Verossimilhança positiva. **** RV-: Razão de Verossimilhança negativa. A análise de custo-efetividade, neste estudo, utilizou os custos diretos dos testes avaliados e como medida de efetividade, os casos confirmados com o padrão de referência, sendo de R$ 28,38 para o teste dengue NS1 (Bioeasy ), com 68 casos verdadeiros positivos e de R$ 13,06 para o Ag Strip dengue NS1 (Biorad ), com 25 casos. A razão incremental de custo-efetividade (RICE) revelou que o teste dengue NS1 (Bioeasy ) apresenta melhor relação de custo-efetividade quando comparado com o Ag Strip dengue NS1 (BioRad ), sendo o custo de cada caso confirmado de dengue de R$0,35. DISCUSSÃO Neste estudo foi avaliado o desempenho dos testes dengue NS1 (Bioeasy ) e dengue Ag Strip (BioRad ), utilizando como padrão de referência o RT-PCR em um período epidêmico de dengue 4, em pacientes atendidos em unidade de pronto atendimento do município do Rio de Janeiro. Também foi realizada a análise de custoefetividade de ambos os testes. O teste com melhor desempenho foi o dengue NS1, Bioeasy (S=44,2% e E= 97,1%). No entanto, os dados encontrados sobre o desempenho deste teste na literatura são escassos e controversos.

Estudo que avaliou os testes Bioeasy NS1, fabricado na Coréia, assim como o Ag Strip NS1 Biorad encontrou sensibilidades (94,1%, 91,0%) e especificidades excelentes (100% e 100%), porém com uma amostra pequena de 77 pacientes cujos sintomas tinham tempo de duração (6 dias de febre) maior. (31). Esta alta sensibilidade não foi replicada no estudo de acurácia do Ag Strip BioRad (15), com 310 amostras séricas em que os valores (S= 57,7% e E=95,3%) foram mais próximos aos detectados em nosso estudo. Estes dados mostram uma grande variabilidade da sensibilidade dos testes, fato que pode ser atribuído ao tempo de doença, pois a baixa viremia no sangue do doente pode gerar falhas na detecção da proteína NS1 pelos testes (32). Este fato é descrito em diversos estudos que verificaram que a identificação da proteína NS1 depende do tempo de início dos sintomas e do tipo de infecção (primária ou secundária). Os resultados mostraram que nas infeções primárias, a detecção da NS1 foi ótima entre o terceiro e quarto dia do início dos sintomas e em infecções secundárias entre o segundo e quarto dia (33) (15). No entanto, a falha no desempenho dos testes também parece estar relacionada ao sorotipo que causa a infecção. Por exemplo, o teste dengue Ag Strip BioRad foi mais sensível (98%) para os sorotipos DENV-1 e DENV-2 quando comparado ao DENV-3 (S=88%) (34). Assim como no caso do teste NS1 Panbio quando avaliado para o DENV-4 teve S=37% (35), inferior às sensibilidades apontadas em outros estudos e similar à encontrada na presente pesquisa (31), (32), (34). Este estudo é um dos primeiros a avaliar testes rápidos em dengue 4 e pioneiro na realização de uma avaliação econômica sobre os mesmos. Os resultados mostraram que o teste dengue NS1 (Bioeasy ) foi custo-efetivo, no entanto, não podemos afirmar que se trata do melhor teste e método diagnóstico para a detecção precoce do dengue. Considerando que as amostras utilizadas foram de DENV-4, maiormente de pacientes com infecção secundária (35,6%) e cujo tempo de início dos sintomas foi inferior a 2 dias, pode-se pressupor que a baixa sensibilidade dos testes avaliados parece estar relacionada aos fatores já assinalados. Diante do exposto, novos estudos devem ser desenvolvidos para esclarecer se a identificação da NS1, em um cenário de infecção secundária e com os quatro sorotipos circulantes, como ocorre no Brasil, é a melhor opção diagnóstica em termos de custo e efetividade.

REFERÊNCIAS 1. Peeling RW, Artsob H, Pelegrino JL, Buchy P, Cardosa MJ, Devi S, et al. Evaluation of diagnostic tests: dengue. Nature reviews Microbiology. 2010;8(12 Suppl):S30-8. 2. Brasil. Informe epidemiológico da dengue- análise da situação e tendências. In: Saúde SdVe, editor. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. 3. Brasil. Isolamento do sorotipo DENV-4 em Roraima/Brasil. In: Saúde SdVe, editor. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. 4. Teixeira MG, Costa Mda C, Barreto F, Barreto ML. Dengue: twenty-five years since reemergence in Brazil. Cad Saude Publica. 2009;25 Suppl 1:S7-18. 5. Schatzmayr HG, Nogueira RM, Travassos da Rosa AP. An outbreak of dengue virus at Rio de Janeiro--1986. Mem Inst Oswaldo Cruz. 1986 Apr- Jun;81(2):245-6. 6. Nogueira RM, Eppinghaus AL. Dengue virus type 4 arrives in the state of Rio de Janeiro: a challenge for epidemiological surveillance and control. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2011 May;106(3):255-6. 7. Halstead SB. Dengue virus-mosquito interactions. Annu Rev Entomol. 2008;53:273-91. 8. de la CSB, Kouri G, Guzman MG. Race: a risk factor for dengue hemorrhagic fever. Arch Virol. 2007;152(3):533-42. 9. Kuno G. Review of the factors modulating dengue transmission. Epidemiol Rev. 1995;17(2):321-35. 10. Nogueira RM, Miagostovich MP, Schatzmayr HG, dos Santos FB, de Araujo ES, de Filippis AM, et al. Dengue in the State of Rio de Janeiro, Brazil, 1986-1998. Mem Inst Oswaldo Cruz. 1999 May-Jun;94(3):297-304. 11. Teixeira MG, Costa MC, Coelho G, Barreto ML. Recent shift in age pattern of dengue hemorrhagic fever, Brazil. Emerg Infect Dis. 2008 Oct;14(10):1663. 12. Blacksell SD, Doust JA, Newton PN, Peacock SJ, Day NP, Dondorp AM. A systematic review and meta-analysis of the diagnostic accuracy of rapid immunochromatographic assays for the detection of dengue virus IgM antibodies during acute infection. Trans R Soc Trop Med Hyg 2006;100:775-84. 13. Hang VT, Nguyet NM, Trung DT, Tricou V, Yoksan S, Dung NM, et al. Diagnostic accuracy of NS1 ELISA and lateral flow rapid tests for dengue

sensitivity, specificity and relationship to viraemia and antibody responses. PLoS Negl Trop Dis. 2009;3(1):e360. 14. OMS. Dengue: diagnosis, treatment, prevention and control. Geneva: Organização Mundial da Saúde; 2009. 15. Osorio L, Ramirez M, Bonelo A, Villar LA, Parra B. Comparison of the diagnostic accuracy of commercial NS1-based diagnostic tests for early dengue infection. Virol J. 2010;7:361. 16. Fry SR, Meyer M, Semple MG, Simmons CP, Sekaran SD, Huang JX, et al. The diagnostic sensitivity of dengue rapid test assays is significantly enhanced by using a combined antigen and antibody testing approach. PLoS Negl Trop Dis. 2011 Jun;5(6):e1199. 17. Tricou V, Vu HTT, Quynh NVN, Nguyen CVV, Tran HTT, Farrar J, et al. Comparison of two dengue NS1 rapid tests for sensitivity, specificity and relationship to viraemia and antibody responses. BMC Infectious Diseases 2010, 10:142. 18. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Área de Economia da Saúde e Desenvolvimento. Avaliação econômica em saúde Desafios para a gestão no Sistema Único de Saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde. 2008. 19. Baptista CM, Castilho V. Levantamento do custo do procedimento com bota de unna em pacientes com úlcera venosa. [Dissertação]. Universidade de São Paulo Escola de Enfermagem. 2002. 20. Francisco IMF, Castilho V. A enfermagem e o gerenciamento de custos. Rev Esc Enferm USP 2002; 36(3): 240-4. 21. Brentani AVM, Federico MHH. Análise econômica da quimiorradioterapia concomitante em pacientes portadores de carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço. [Dissertação]. Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. 2009. 22. Nita ME, Secoli SR, Nobre M, Ono-Nita SK, Campino ACC, Sarti FM et al. Avaliação de tecnologias em saúde: evidência clínica, análise econômica e análise de decisão. Porto Alegre: Artmed; 2010. 23. Argenta C, Moreira, BL. Análise de custo minimização do uso de heparina não - fracionada e enoxiparina em uma coorte de pacientes em tratamento de tromboembolismo venoso. [Dissertação]. Universidade Federal do Rio Grande

do Sul. Programa de Pós - Graduação em Medicina: Ciências Médicas. Porto Alegre, Brasil. 2007. 24. Dietz VJ, Gubler DJ, Rigau-Perez JG, Pinheiro F, Schatzmayr HG, Bailey R, et al. Epidemic dengue 1 in Brazil, 1986: evaluation of a clinically based dengue surveillance system. Am J Epidemiol. 1990 Apr;131(4):693-701. 25. Lima VL, Figueiredo LT, Correa FH, Leite OF, Rangel O, Vido AA, et al. [Dengue fever: a post-epidemic sero-epidemiological survey in an urban area setting at a northwestern county of Sao Paulo State, Brazil]. Rev Saude Publica. 1999 Dec;33(6):566-74. 26. Vasconcelos PF, Lima JW, da Rosa AP, Timbo MJ, da Rosa ES, Lima HR, et al. [Dengue epidemic in Fortaleza, Ceara: randomized seroepidemiologic survey]. Rev Saude Publica. 1998 Oct;32(5):447-54. 27. Zainah S, Wahab AH, Mariam M, Fauziah MK, Khairul AH, Roslina I, et al. Performance of a commercial rapid dengue NS1 antigen immunochromatography test with reference to dengue NS1 antigen-capture ELISA. J Virol Methods. 2009 Feb;155(2):157-60. 28. Bossuyt PM, Reitsma JB, Bruns DE, Gatsonis CA, Glasziou PP, Irwig LM, et al. Toward complete and accurate reporting of studies of diagnostic accuracy. The STARD initiative. Am J Clin Pathol. 2003 Jan;119(1):18-22. 29. MS. Ministério da Saúde do Brasil; 2012. http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id area=1525 1. 30. Bossuyt PM, Reitsma JB, Bruns DE, Gatsonis CA, Glasziou PP, Irwig LM, et al. Toward complete and accurate reporting of studies of diagnostic accuracy. The STARD initiative. Am J Clin Pathol. 2003 Jan;119(1):18-22. 31. Ferraz FO, Bomfim MR, Totola AH, Ávila TV, Cisalpino D, Pessanha JE et al. Evaluation of laboratory tests for dengue diagnosis in clinical specimens from consecutive patients with suspected dengue in Belo Horizonte, Brazil. J Clin Virol. 2013 Sep;58(1):41-6. doi: 10.1016/j.jcv.2013.06.015. Epub 2013 Jul 17. 32. Master Diagnóstica. Dengue NS1 Test Bioeasy. [on line]. Disponível em file:///c:/users/ed/downloads/bula%20dengue_eden%20ns1%20- %20TESTE%20RAPIDO%20_11FK50_18-06-2013%20(1).pdf. 33. Vazquez S, Ruiz D, Barrero R, Ramirez R, Calzada N, del Rosario Peña B, et al. Kinetics of dengue virus NS1 protein in dengue 4-confirmed adult patients.

Diagn Microbiol Infect Dis. 2010 Sep;68(1):46-9. doi: 10.1016/j.diagmicrobio.2010.04.006. 34. Lima MdRQ, Nogueira RMR, Schatzmayr HGa, Santos FBd (2010) Comparison of Three Commercially Available Dengue NS1 Antigen Capture Assays for Acute Diagnosis of Dengue in Brazil. PLoS Negl Trop Dis 4: e738. 35. da Costa VG, Marques-Silva AC, Moreli ML. A Meta-Analysis of the Diagnostic Accuracy of Two Commercial NS1 Antigen ELISA Tests for Early Dengue Virus Detection. PLoS Negl Trop Dis 9: e94655.