Análise da Paisagem Riscos ambientais relacionados ao uso e apropriação do relevo (análise do meio físico como subsídio para o planejamento territorial)
Desastres naturais ocorridos no mundo e seus respectivos prejuízos. Fonte: adaptada de Alcántara-Ayala aupd Kobyama et al., 2006.
Conceitos Risco (risk) dano Probabilidade de perda esperada p/ uma área habitada devido à presença de prejuízo iminente de um perigo Perigo (hazard) fenômeno natural que ocorre em épocas e regiões conhecidas pode causar danos nas áreas sob atuação processo materiais e humanos sócio-econômicos Desastre natural fenômeno natural severos que causam danos e prejuízos inundações, deslizamentos, furacões, terremotos,... baixa frequência e elevada magnitude inesperados excede a capacidade e resistência das (infra)estruturas urbanas...um fenômeno atmosférico extremo como um tornado, que costuma ocorrer em uma determinada região (susceptibilidade) e época conhecida, gera uma situação de perigo. Se maior ocorrência de desastre ocupação mais densa este se deslocar na direção de uma determinada área povoada, com uma possibilidade real de prejuízos em um determinado período (vulnerabilidade), teremos então uma situação de risco. Se o tornado atingir a área povoada, provocando danos materiais e vítimas, será denominado como um desastre natural. Caso o mesmo ocorra não ocasionando danos, será considerado como um evento natural (OGURA E MACEDO, apud KOBYAMA et al, 2006).
ERODIBLIDADE: PROPRIEDADES DO SOLO: Tamanho das partículas, Propriedade dos agregados, Capacidade de infiltração RELEVO: Declividade, Comprimento da vertente, Convergência ou divergência dos fluxos VEGETAÇÃO: Tipo de vegetação, Área de cobertura do solo, Grau de proteção USO E MANEJO DO SOLO: Curvas de nível, Terraceamento, Plantio direto (restolho, etc.) Pavimentação urbana
MOVIMENTOS DE MASSA: (escorregamentos, deslizamentos) RELEVO: Declividade, áreas côncavas (deposição),... SOLO/REGOLITO: Descontinuidades, Espessuras, Porosidades e estruturas,... GEOLOGIA: Falhas e fraturas, Litologia,... VEGETAÇÃO: Tipo de vegetação, Área de cobertura do solo, Grau de proteção PLUVIOSIDADE: Distribuição, Magnitude, Frequência,... USO E OCUPAÇÃO: Cortes de estradas, Ocupação de encostas,... HISTÓRICO DE EVENTOS: Distribuição, Magnitude, Frequência,...
INUNDAÇÕES: RELEVO: Fundos de vale, Planície de inundação, Tipos de leito,... HIDROLOGIA: Magnitude, Frequência, Recorrência das cheias,... PLUVIOSIDADE: Distribuição, Magnitude, Frequência,... USO E OCUPAÇÃO: Loteamento, Aterramento das planícies,... (amortecimento de cheias)
CABECEIRAS DE DRENAGEM: RELEVO e HIDROLOGIA: (De Troeh, 1962 apud Bloom, 1996) Concentração dos fluxos hídricos; Ressurgência (exfiltração) (NASCENTE) USO E OCUPAÇÃO: Impermeabilização, Redução da infiltração, Redução dos fluxos subsuperficiais e de base REDUÇÃO DA VAZÃO DA NASCENTE (Coelho Neto, 1995)
ORDENAMENTO TERRITORIAL (DISCIPLINAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO) ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Código florestal (Lei 4.774 de 1965) Art. 2º Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será: 1 - de 30 m para os cursos d'água de menos de 10 m de largura; 2 - de 50 m para os cursos d'água que tenham de 10 a 50 m de largura; 3 - de 100 m para os cursos d'água que tenham de 50 a 200 m de largura; 4 - de 200 m para os cursos d'água que tenham de 200 a 600 m de largura; 5 - de 500 m para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 m; b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 m de largura; d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45, equivalente a 100% na linha de maior declive; f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 m em projeções horizontais; h) em altitude superior a 1.800 m, qualquer que seja a vegetação.
ORDENAMENTO TERRITORIAL (DISCIPLINAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO) ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Código florestal (Lei 4.774 de 1965) Art. 2º Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será: 1 - de 30 m para os cursos d'água de menos de 10 m de largura; 2 - de 50 m para os cursos d'água que tenham de 10 a 50 m de largura; 3 - de 100 m para os cursos d'água que tenham de 50 a 200 m de largura; 4 - de 200 m para os cursos d'água que tenham de 200 a 600 m de largura; 5 - de 500 m para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 m; b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 m de largura; d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45, equivalente a 100% na linha de maior declive; f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 m em projeções horizontais; h) em altitude superior a 1.800 m, qualquer que seja a vegetação. As cheias (INUNDAÇÕES) não obedecem esses limites
ORDENAMENTO TERRITORIAL (DISCIPLINAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO) ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Código florestal (Lei 4.774 de 1965) Art. 2º Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será: 1 - de 30 m para os cursos d'água de menos de 10 m de largura; 2 - de 50 m para os cursos d'água que tenham de 10 a 50 m de largura; 3 - de 100 m para os cursos d'água que tenham de 50 a 200 m de largura; 4 - de 200 m para os cursos d'água que tenham de 200 a 600 m de largura; 5 - de 500 m para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 m; b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 m de largura; d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45, equivalente a 100% na linha de maior declive; Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, urbanas, em faixa em nunca todo o inferior território abrangido, obervar-se-á o disposto a 100 m em projeções horizontais; nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, h) em altitude superior a 1.800 m, qualquer que seja a vegetação. respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo. (Coelho Neto, 1995)
ORDENAMENTO TERRITORIAL (DISCIPLINAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO) PARCELAMENTO DO SOLO URBANO (Lei 6.766 de 1979) Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal. Parágrafo único. Não será permitido o parcelamento do solo: I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; II - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; III - em terreno com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção. ESTATUTO DA CIDADE (Coelho Neto, 1995)
ORDENAMENTO TERRITORIAL (DISCIPLINAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO) ESTATUTO DA CIDADE (Lei 10.257 de 2001) Art. 1 o Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, será aplicado o previsto nesta Lei. Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental. Art. 2 o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais: I garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações; VI ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar: a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos; f) a deterioração das áreas urbanizadas; g) a poluição e a degradação ambiental; XII proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;
ORDENAMENTO TERRITORIAL (DISCIPLINAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO) Art. 4 o Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos: ESTATUTO DA CIDADE I planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico (Lei 10.257 de 2001) e social; II planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões; III planejamento municipal, em especial: a) plano diretor; b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo; c) zoneamento ambiental; Art. 40. O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana. 1 o O plano diretor é parte integrante do processo de planejamento municipal, devendo o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas. 2 o O plano diretor deverá englobar o território do Município como um todo. 3 o A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada dez anos. Art. 42. O plano diretor deverá conter no mínimo: I a delimitação das áreas urbanas onde poderá ser aplicado o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, considerando a existência de infra-estrutura e de demanda para utilização, na forma do art. 5 o desta Lei;
Referências: BIGARELLA, J.J. Estrutura e origem das paisagens tropicais e subtropicais. 2 ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2007. Vol. 3. BLOOM, A. Superfície da Terra. São Paulo: Edgard Blücher, 1996. BRASIL. Presidência da República. Lei no. 4.774, de 15 de setembro de 1965. Institui o novo Código Florestal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4771.htm>. Acesso em: 09 jun. 2011. BRASIL. Presidência da República. Lei no. 6.766, de 19 de dezembro de 1979. Parcelamento do Solo Urbano. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6766.htm >. Acesso em: 09 jun. 2011. BRASIL. Presidência da República. Lei no. 10.257, de 10 de julho de 2001. Estabelece o Estatuto da Cidade. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm >. Acesso em: 09 jun. 2011. COELHO NETO, A.L. Hidrologia de encosta na interface com a geomorfologia. In. GUERRA, A.J.T.; CUNHA, S.B. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995. Cap. 3, p. 93-148. KOBYAMA, M. et al. Prevenção de desastres naturais: conceitos básicos. Florianópolis: Organic trading, 2006. SUGUIO, K.; BIGARELLA, J.J. Ambientes fluviais. 2 ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1990.