TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO



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Transcrição:

fls. 1 ACÓRDÃO Registro: 2013.0000631498 Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 9111677-67.2009.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que são apelantes VOLKSWAGEN DO BRASIL INDUSTRIA DE VEICULOS AUTOMOTORES LTDA e SIGHT COMUNICAÇAO INTEGRADA LTDA, é apelado JOVECI CONEGUNDES DE FREITAS. ACORDAM, em 8ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento aos recursos. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores SALLES ROSSI (Presidente sem voto), THEODURETO CAMARGO E LUIZ AMBRA. São Paulo, 16 de outubro de 2013. SILVÉRIO DA SILVA RELATOR Assinatura Eletrônica

fls. 2 VOTO Nº: 551 APEL. Nº: 9111677-67.2009.8.26.0000 COMARCA: SÃO PAULO APTE.: VOLKSWAGEN DO BRASIL INDÚSTRIA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES LTDA. E OUTRA APDO.: JOVECI CONEGUNDES DE FREITAS L Apelação Cível. Sentença que reconhece o direito de indenização por Danos Materiais e Morais. Acidente ocorrido no salão do automóvel no ano de 1996 (durante coletiva de imprensa). Desabamento de mezanino do stand da Volkswagen, causando ferimentos em diversas pessoas. Danos físicos e abalo psicológico reconhecidos. Responsabilidade Civil da expositora, da empresa contratada para gerir a montagem do stand e da empresa que executou o serviço de montagem. A expositora já pagou os danos materiais. Danos morais cabíveis e compartilhados entre as responsáveis. Ausência de responsabilidade da Municipalidade, da cedente do pavilhão e da locadora do pavilhão. Improcedência dos pedidos quanto a estes réus. Demonstrada culpa da empresa expositora das contratadas para montagem do "stand". Responsabilidade solidária. Sentença mantida por seus fundamentos (252 do RI). Inclusive com relação ao valor da condenação do dano moral de R$ 5.000,00 para cada uma das rés por atender aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Recursos improvidos. A r. sentença de fls. 1371/1387, cujo relatório se adota, nos autos da ação de indenização por danos materiais e morais, julgou procedente em parte a ação, para condenar as corrés Volkswagen do Brasil, Sight e Art Makers, cada uma, ao pagamento de indenização pelo dano moral arbitrado em R$ 5.000,00, com atualização monetária a partir da data da sentença e juros. Condenou-as, ainda, ao pagamento proporcional das custas e despesas processuais e da verba honoraria fixada, para cada uma, em 10%

fls. 3 sobre o valor da condenação a elas imposta individualmente. Tendo em vista que a pretensão de indenização dos danos materiais não foi acolhida, condenou o autor ao pagamento de 50% das custas e despesas das rés Volkswagen, Sight e Art Makers e à verba honoraria fixada em R$ 1.000,00 para cada uma, com atualização a partir da data da sentença, com observação de que a execução ficará subordinada às condições da Lei n. 1.060/50. Por fim, julgou improcedente a pretensão trazida contra as corrés Municipalidade de São Paulo, contra a São Paulo Turismo (antiga Anhembi Turismo e Eventos) e contra a Alcântara Machado, condenando o autor ao pagamento das despesas suportadas e da verba honoraria fixada em R$ 2.000,00 para cada uma, com atualização a partir da data da sentença, com observação de que a execução ficará subordinada às condições da Lei n. 1.060/50. Inconformada, apela a corré Volkswagen, fls. 1410/1421, pugnando para que sejam julgados improcedentes todos os pedidos do apelado com relação a si, ou alternativamente, para que seja reduzido o valor arbitrado a título de dano moral. Também apela a corré Sight, fls. 1426/1440, pugnando para que seja julgada improcedente a demanda com relação a si, alegando omissão na sentença ao definir o papel das corrés no empreendimento, para apuração das responsabilidades. Recursos recebidos no duplo efeito, fls. 1447. Contrarrazões do autor às fls. 1451/1454. Inicialmente distribuídos os autos a uma das Câmaras de Direito Público, ali não se conheceu dos recursos interpostos porque ausentes interesses de entes de Direito Público, posto que a Municipalidade de São Paulo não recorreu da sentença e não apresentou contrarrazões, havendo somente interesses de particulares. É o relatório. Trata-se de ação de indenização por danos materiais e morais, onde relata o autor que, na qualidade de jornalista convidado para

fls. 4 entrevista coletiva que seria realizada no stand da Volkswagen do Brasil, no Salão do Automóvel 1996, no dia 24.10.1996, foi vítima de desabamento no mezanino do local, vindo a sofrer lesões corporais diversas e a adquirir Síndrome do Pânico, não podendo estar em locais fechados. Alegou que a Volkswagen do Brasil, por carta endereçada ao autor, teria assumido a responsabilidade pelo ocorrido e a responsabilidade civil, mas depois efetuou o pagamento correspondente apenas à máquina fotográfica do autor, dizendo que a responsabilidade pelo acidente seria de quem teria construído o stand. O local onde ocorreu o acidente é da Anhembi Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo S/A (atual São Paulo Turismo S/A), sociedade de economia mista vinculada à Prefeitura Municipal de São Paulo S/A, mas não teria sido observada a lotação máxima permitida para o evento, com o necessário alvará de funcionamento, e seria responsabilidade do CONTRU proceder à fiscalização interna do Pavilhão de Exposições do Anhembi. Mencionou que o pavilhão foi locado pela Alcântara Machado Feiras e Promoções para a realização do Salão do Automóvel, que, por sua vez, sublocou a área para vários expositores. A Volkswagen do Brasil, por sua vez, teria contratado a Sight Comunicação Integrada para preparar todo o stand (projeto, execução, decoração, colocação de recepcionistas e garçom, e serviço de buffet), sendo que a Art Makers teria sido subcontratada como montadora do stand. Apela a corré Volkswagen do Brasil alegando não ter responsabilidade sobre o ocorrido, pois não houve de sua parte nenhuma atitude, comissiva ou omissiva, culposa ou dolosa da apelante em relação ao ocorrido, tampouco nexo de causalidade entre sua conduta e o evento, somente contratou a corré Sight, e esta, por sua conta e risco, contratou a Art Makers para a execução de parte das obras relativas ao contrato celebrado com a Volkswagen, incluindo a montagem do stand. Diz não estar provado nos autos ter colocado no número de pessoas maior ao peso que a estrutura deveria suportar (90 pessoas, sendo que o local fora projetado para 200 pessoas). Aponta que os danos decorreram diretamente da atitude culposa da corré Art

fls. 5 Makers, e indiretamente, da conduta da corré Sight, quer foi quem contratou a Art Makers. Assim, pugnou pela improcedência dos pedidos com relação a si, ou alternativamente, pela redução do quantum indenizatório. Por sua vez, a Sight apela alegando omissão quanto ao esclarecimento, em sentença, de seu papel no projeto do stand à luz da norma técnica, alegando que seria a executante do projeto, do que adviria sua corresponsabilidade pelo projeto do stand. Que foi a contratante da obra e não a executante. Ainda, alegou inexistirem danos morais, porque não demonstrados e ainda afastados pela perícia médica. Invocou a apuração de responsabilidades à luz da NBR 5671/80, e que assim se apuraria somente a responsabilidade da Art Makers, que utilizou estrutura subdimensionada para suportar a carga. Primeiramente, deve-se consignar aqui que o agravo retido interposto pela Municipalidade de São Paulo (fls. 915/919) não pode ser conhecido, porque conforme já mencionado no acórdão de fls. 1462/1465, dispõe o 1º do artigo 523 do Código de Processo Civil: Não se conhecerá do agravo se a parte não requerer expressamente, nas razões ou na resposta da apelação, sua apreciação pelo tribunal. E conforme se depreende dos autos, a Municipalidade de São Paulo não recorreu da r. Sentença e não apresentou contrarrazões aos apelos ofertados, sendo, de rigor, o não conhecimento deste recurso. No mais, os apelos não merecem provimento. Quanto ao pedido de indenização a título de dano moral oportuno deixar consignado que ainda que o laudo pericial tenha concluído não ter o autor sofrido em razão do acidente sequelas de síndrome do pânico, apresentou outros problemas como minusvalia e autodepreciação, visão dupla, cefaleia, desmaios e dano psicológico mínimo, além da perda de três dentes, necessitando de prótese para correção. Não há necessidade de síndrome do pânico para configuração do dano. Seria suficiente para configuração do dano a exposição do autor ao risco da propria vida em razão do desabamento do local onde estava.

fls. 6 Resta a apuração das responsabilidades. A responsabilidade da Volkswagen, como mencionado em sentença, decorre de culpa in eligendo e in vigilando, porque contratou a empresa Sight para a execução da obra sem ter verificado se esta realmente a executaria ou se incumbiria uma terceira empresa para a execução da obra, e além disso, não buscou saber sobre a existência de alvará para a estrutura. No pedido de compra (fls. 116), a Volkswagen fez diversas especificações sobre o stand. No entanto, contratou empresa que deveria saber não ter a capacidade de, por si só, efetivamente tornar possível a montagem da estrutura, assim, não deveria ter dado tal incumbência à Sight, mas sim apenas a execução de serviços de recepção, decoração, acabamento, buffet, garçons e copeiras e afins. Assim, a Volkswagen contratou empresa inábil para execução do serviço de montagem da estrutura, porque, como mencionado pelo Perito, não era habilitada perante o CREA (fls. 1160). Por sua vez, a Sight incorreu também em culpa in eligendo e in vigilando, pois além de ter se comprometido a executar a estrutura (fls. 123) perante a Volkswagen, incorrendo, sim, no item 3.6 da NBR 5671 como executante, subcontratou empresa que se mostrou incapaz de montar, de forma segura, a estrutura do stand, pois a Art Makers mesmo admitiu, através de seu representante, que o projetista era um estudante de arquitetura (fls. 128), e ainda, que o decorador responsável da Sight se responsabilizou, juntamente com a Art Makers, pela supervisão da execução do projeto, inclusive com relação à colocação dos pilares de sustentação para apoio da estrutura do mezanino; e pelo laudo pericial, não havia engenheiro responsável pela montagem do stand, o que seria necessário, e nem ART Anotação de Responsabilidade Técnica (itens 2.2, letras d, e e g do laudo de fls. 131/136). Pelo já mencionado supra, não há necessidade de se argumentar acerca da responsabilidade da própria Art Makers. No mais, a sentença deve ser confirmada pelos seus próprios e bem deduzidos fundamentos, os quais ficam inteiramente adotados

fls. 7 como razão de decidir pelo desprovimento do recurso, nos termos do art. 252 do Regimento Interno deste Egrégio Tribunal de Justiça. O art. 252 do Regimento Interno deste Egrégio Tribunal de Justiça estabelece que Nos recursos em geral, o relator poderá limitar-se a ratificar os fundamentos da decisão recorrida, quando, suficientemente motivada, houver de mantê-la. Nesta Seção de Direito Privado, o dispositivo regimental tem sido largamente utilizado por suas Câmaras, seja para evitar inútil repetição, seja para cumprir o princípio constitucional da razoável duração dos processos. Anote-se, dentre tantos outros: Apelação 994.06.023739-8, Rel. Des. Elliot Akel, 1ª Câmara, São Paulo, em 17/06/2010; AI 990.10.1539306, Rel. Des. Luiz Antonio de Godoy, 1ª Câmara, Jaú, em 17/06/2010; Apelação 994.02.069946-8, Rel. Des. Paulo Eduardo Razuk, 1ª Câmara, São Paulo, em 08/06/2010; Apelação 994.05.106096-7, Rel. Des. Neves Amorim, 2ª Câmara, São José do Rio Preto, em 29/06/2010; Apelação 994.04.069012-1, Rel. Des. José Roberto Bedran, 2ª Câmara, São José dos Campos, em 22/06/2010; Apelação 990.10.031478-5, Rel. Des. Beretta da Silveira, 3ª Câmara, São Paulo, em 13/04/2010; Apelação 994.05.00973556, Rel. Des. James Siano, 5ª Câmara, Barretos, em 19/05/2010; Apelação 994.01.017050-8, Rel. Des. José Joaquim dos Santos, 6ª Câmara, São Paulo, em 27/05/2010; Apelação 994.04.073760-8, Rel. Des. Paulo Alcides, 6ª Câmara, Indaiatuba; em 01/07/2010; Apelação 991.09.079089-9, Rel. Des. Moura Ribeiro, 11ª Câmara, Lins; em 20/05/2010; Apelação n 990.10.237099-2, 13ª Câmara, Rel. Des. Luiz Roberto Sabbato, em 30.06.2010; Agravo de Instrumento 990.10.032298-2, Rel. Des. Edgard Jorge Lauand, 15ª Câmara, Atibaia, em 13/04/2010; Apelação 991.09.0841779, Rel. Des. Simões de Vergueiro, 17ª Câmara, Araçatuba, em 09/06/2010; Apelação 991.00.0213891, Rel. Des. Paulo Roberto de Santana, 23ª Câmara, São Paulo, em 09/06/2010; Apelação nº 992.07.038448-6, São Paulo, Rel. Des. Cesar Lacerda, 28ª Câmara, em 27.07.2010. O Colendo Superior Tribunal de Justiça tem prestigiado este

fls. 8 entendimento quando predominantemente reconhece "a viabilidade de o órgão julgador adotar ou ratificar o juízo de valor firmado na sentença, inclusive transcrevendo-a no acórdão, sem que tal medida encerre omissão ou ausência de fundamentação no decisum" (REsp n 662.272-RS, 2ª Turma, Rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 4.9.2007; REsp n 641.963-ES, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, j. 21.11.2005; REsp n 592.092-AL, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 17.12.2004; e REsp n 265.534-DF, 4ª Turma, Rel. Min. Fernando Gonçalves, j. 1.12.2003). Consigna-se, apenas, que, corretamente, a r. sentença assentou que O perito engenheiro esclareceu que o estande é, tecnicamente, classificado pelo Código de Obras e Edificações da PMSP (Decreto nº 32.329, de 23 de setembro de 1992) como edificação transitória, que, obrigatoriamente, necessita de Alvará de Autorização (item 3.5.a), cujo pedido administrativo deve ser instruído com peças descritivas e gráficas e avalizado por profissional habilitado quando a natureza da obra ou serviço exigir. Entretanto, nenhuma das rés trouxe aos autos qualquer documento a demonstrar que a exigência legal foi atendida, concluindo o perito que, pelo porte da estrutura construída, com fluxo considerável de público, seria necessária a presença de profissional habilitado para a elaboração do projeto e execução da obra. E outros fundamentos são dispensáveis diante da adoção integral dos que foram deduzidos na r. sentença, e aqui expressamente adotados para evitar inútil e desnecessária repetição, nos termos artigo 252 do Regimento Interno deste Egrégio Tribunal de Justiça. Nego provimento aos recursos. SILVÉRIO DA SILVA Relator