Gestão Legal no Varejo

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SEMINÁRIO GVCEV: Gestão Legal no Varejo Aspectos Práticos da Gestão de Propriedade Intelectual Antonio Carlos Siqueira da Silva

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Gestão de Propriedade Intelectual Quais as responsabilidades legais do varejista? Como evitar violações à marca, patente e desenho industrial de terceiros? Como utilizar com segurança as mídias sociais?

Responsabilidades legais Lei de Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/96) Responsabiliza penal e civilmente a conduta tanto do fabricante quanto de quem fornece, comercializa o produto que viole direito de propriedade industrial de terceiro. Não há necessidade de haver a intenção de vender mercadoria ilícita. Possibilidade de requerer indenização pelos prejuízos sofridos pela violação de direitos de Propriedade Industrial e atos de concorrência desleal de terceiros. Pagamento de lucros cessantes. Indenização por danos morais Possibilidade de enquadramento em crime contra registro de marca, desenho industrial, patente e concorrência desleal.

Cautelas para aquisição de mercadorias O QUE? COMO? Verificar se o produto a ser revendido não infringe marca, patente ou desenho industrial de terceiros; Exigir que o fornecedor comprove ter autorização para comercialização da marca, do produto patenteado e/ou do desenho industrial de terceiro. Estabelecer e divulgar normas e procedimentos para aquisição de mercadorias. Contratos/Pedidos com previsão expressa de responsabilização do fornecedor por eventual violação de direito de propriedade intelectual de terceiros e pelos prejuízos oriundo dessa violação. Assessoria jurídica alinhada e conhecedora dos negócios atuando de forma preventiva.

Jurisprudência Violação de marca - comercialização indevida de peças de vestuário sem autorização do titular da marca. Ação judicial Decisão do TJSP (Apelação cível nº 9178470-66.2001.8.26.0000 D.J. 03/03/2009): boa-fé demonstrada pela Ré varejista ao recolher as mercadorias após ser notificada pelo titular da marca. boa-fé não afasta a responsabilidade do varejista. culpa do varejista caracterizada diante da negligência em não verificar a regularidade do uso da marca pelo fabricante do produto. danos materiais devem ser indenizados, uma vez comercializados produtos sem prévia autorização do titular da marca. Ré varejista condenada a pagar 5% do valor das mercadorias adquiridas, com abatimento das devolvidas.

Jurisprudência Violação de Desenho Industrial - comercialização indevida de móveis similares aos do titular do DI registrado no INPI Ação judicial Decisão do TJSP (Apelação cível nº 0019450-34.2007.8.26.0114 D.J. 07/07/2014): Ré comerciante alegou não ser fabricante e que somente comercializa produtos de terceiros, ao quais caberia a responsabilização pelo ato ilícito; Irrelevante a alegação de ausência de fabricação, pois não retira a responsabilidade da Ré que comercializou o produto; Produtos similares, induzindo a erro o público consumidor; Crime contra desenho industrial e concorrência desleal caracterizados; Condenação da Ré de se abster de comercializar, expor e oferecer os produtos à venda, sob pena de multa diária de R$2.000,00. Condenação da Ré ao pagamento de indenização por dano material a ser fixada em liquidação, dano moral em R$ 50.000,00.

Caso prático Prevenção de violações - consulta prévia à assistência jurídica sobre viabilidade de importação e comercialização de produto Produto: bonecas com características semelhantes às da marca Monster High Fornecedor x Monster High Imitação do conjunto visual (trade dress) da embalagem Reprodução do conjunto visual das bonecas e dos acessórios Reprodução da logomarca e da marca figurativa Monster High Parecer jurídico: não importação e não comercialização do produto, sob o risco de praticar ato de concorrência desleal, violação de direitos autorais e de direitos de propriedade industrial da titular da marca.

COMO UTILIZAR COM SEGURANÇA AS MÍDIAS SOCIAIS?

MARCAS, CONSUMIDOR E MÍDIAS SOCIAIS Mídias sociais: forte canal de relacionamento das marcas com o consumidor CONSUMIDOR QUER INTERAGIR COM AS MARCAS!

MARCAS, CONSUMIDOR E MÍDIAS SOCIAIS Pesquisa PWC (set e out 2014): 62% dos entrevistados em vários países, fizeram suas compras influenciados pela interação com o seu varejo favorito por meio da rede social. Para 77% dos brasileiros, estar relacionado diretamente com uma marca do varejo nas redes sociais impactou na decisão de compra. Atividades dos brasileiros ao se relacionar com o varejo nas redes sociais: descobrir marcas, pesquisar retornos (feedbacks) sobre uma marca, seguir marcas favoritas. Fontes: http://info.abril.com.br/ (Título: Redes sociais influenciam decisão de compra, diz pesquisa)

Facebook INTERAÇÃO COM CLIENTES/CONSUMIDORES USO DE IMAGENS DE TERCEIROS

Instagram INTERAÇÃO COM CLIENTES/CONSUMIDORES USO DE IMAGENS DE TERCEIROS

Instagram INTERAÇÃO COM CLIENTES/CONSUMIDORES USO DE IMAGENS DE TERCEIROS

Twitter INFORMAÇÃO AO CONSUMIDOR PROPAGANDAS COMPARATIVAS Veracidade e comprovação das informações Comparação objetiva Não denegrir imagem, marca do concorrente Não causar confusão ao consumidor Não causar desvio desleal de clientela Preferencialmente não utilizar logomarcas, apenas citação da marca da empresa

INFORMAÇÃO AO CONSUMIDOR PROPAGANDAS COMPARATIVAS Twitter referência implícita à marca do concorrente

MÍDIAS SOCIAIS CUIDADOS NECESSÁRIOS PLANEJE O CONTEÚDO QUE IRÁ POSTAR Crie uma Política de Mídias Sociais: Uso das mídias pela área de marketing (promoções, concursos, atendimento ao consumidor etc): alinhamento com a área jurídica sobre questões envolvendo imagens terceiros, regulamentos para concursos etc. Cada mídia social é única. Não lide como se fossem a mesma coisa. Foco é na qualidade das postagens e não na quantidade. MONITORE SUA MARCA NAS MÍDIAS SOCIAIS: sugestões, reclamações ou questões sobre seu negócio ou produto Não apague ou ignore os comentários negativos!

OBRIGADO! ANTONIO CARLOS SIQUEIRA DA SILVA (antonio.siqueira@riccipi.com.br) LEINA KIRYU (leina.kiryu@riccipi.com.br) http://riccipi.com.br/ www.facebook.com/riccipropriedadeintelectual www.linkedin.com/company/ricci-advogados-associados